3 iMPeRDÍVel
6 BeNeFÍCio
Novidades do Congresso Europeu
de Microbiologia e Doenças
Infecciosas
Desconto e novas formas de
5 ASSoCiAtiViSMo
7 oPiNiÃo
Sociedade Paulista de Infectologia
comemora duas décadas
no Brasil: como estamos?
pagamento ao associado
Aumento de casos de sarampo
sbi
www.infectologia.org.br
Boletim de informação e atualização da Sociedade Brasileira de Infectologia – Ano XII – N0 46 – Abril/Maio/Junho de 2014
Recusa em tomar vacinas é fenômeno
histórico, que deve ser combatido
Por Érico Arruda,
presidente da SBI
R
ecusa de vacinas é um
fenômeno histórico, que
remonta ao surgimento dessas fantásticas estratégias de
proteção da saúde. Edward
Jenner, médico e cientista inglês, pioneiro na utilização de
vacina contra varíola, numa
época de grande epidemia,
enfrentou desconfiança sobre a utilidade e segurança
de sua descoberta, mesmo
após experimentos humanos
de resultados surpreendentes.
Nos dias de hoje, depois de
provado o conceito da imunização, que pode ser robusta e
duradoura, através de estímulos com substâncias desenvolvidas com esse fim, a questão
da segurança costuma ser o
ponto de crítica principal de
grupos contrários, que causam
comprometimento da adesão
às campanhas e programas
básicos de vacinação.
Estima-se que 2,5 milhões de
mortes anuais sejam evitadas
com as vacinas do calendário
vacinal básico, em todo mundo. Raros são os eventos adversos sérios, como anafilaxia.
A larga maioria são eventos de
pequena monta, como dor e
rubor no local da aplicação,
febre baixa e mal-estar.
É de se compreender que,
na medida em que alguns
problemas graves vão sendo
superados (varíola, poliomielite e sarampo, por exemplo),
em certas comunidades esses
grupos populacionais passam
a perceber mais os riscos da
vacina do que seus benefícios.
Principalmente, quando em
desmedido valor, costumam
valorizar o naturalismo como
melhor estratégia de vida: “a
imunidade desencadeada
pela doença é superior à da
vacina”. Esquecendo que a
doença faz sofrer e morrer, em
percentual muitas vezes maior
que o dos eventos adversos
graves – raros como já dissemos –, relacionados às vacinas.
Argumentam, ainda, que os
estímulos vacinais em grande
carga poderiam desencadear
doenças autoimunes e outras
patologias degenerativas.
Além dos naturalistas, poderíamos juntar a esses os
adeptos da medicina antroposófica e quiroprática. Houve,
por erros científicos – e até de
natureza ética – a publicação
de estudos que propiciaram
falsos argumentos a esses
grupos. Apenas para citar o
mais emblemático, um médico britânico publicou um
artigo, em importante revista
médica mundial, relacionando os conservantes da vacina
tríplice viral (sarampo, caxum-
Estima-se que 2,5
milhões de mortes
anuais sejam evitadas
com as vacinas do
calendário vacinal
básico, em todo mundo
ba e rubéola) com o aparecimento de autismo em crianças
expostas. Depois de alguns
anos, descobriu-se que havia
erros e até fraude nos dados
do pesquisador, que motivaram a cassação do seu registro
profissional. A revista retirou o
artigo de sua base de dados.
Além da grande repercussão
inicial, até hoje pesa sobre
o fato, pelo menos em grau
significativo de colaboração,
a recrudescência de sarampo
em alguns países da Europa
devido a essa publicação de
baixa qualidade científica.
Como complicador, somamse os argumentos radicais
religiosos. O conceito mais
grosseiro talvez possa ser
descrito como: “se Deus nos
enviará uma doença, não devemos tentar obstruir os seus
planos”. Os fundamentalistas
islâmicos ganham destaque
atual nessa posição, fazendo
de países como Paquistão,
Afeganistão e Nigéria os líderes mundiais de casos de
poliomielite e de baixas coberturas vacinais.
Outros grupos religiosos
conservadores cristãos, entre
eles o americano Family Research Council (FRC) – que
também se posiciona contra
o aborto, homossexualidade,
divórcio, transfusão de hemoderivados e estudo com
células embrionárias –, têm
contribuído para suscitar dúvidas na comunidade, sobre
efetividade e segurança das
vacinas. Recentemente, moveram campanhas contra a
vacinação para o HPV.
Dr. Guido Carlos Levi, renomado colega da nossa SBI,
publicou recentemente um livro muito interessante sobre a
recusa de vacinas. Recomendo
a leitura, com maior detalhamento dessas questões, disponível para download no portal
www.infectologia.org.br.
Em resumo, motivos religiosos ou filosóficos e desinformação quanto a riscos de eventos
adversos são os principais motivos para a recusa de vacinas,
e devemos combater em prol
da melhoria da qualidade de
vida do indivíduo e, principalmente, da coletividade. As
vacinas estão entre as maiores
conquistas da humanidade. A
recusa de vacina de um pode
significar o sofrimento e morte,
por doença, de vários outros.
2 | BoletiM SBi | Abril/Maio/Junho de 2014
EDITORIAL
Érico Arruda
Presidente da SBI
E
Projetos, ações e resultados
stimado infectologista, “enquanto a bola rola” voltamos a
lhe informar sobre as atividades da
SBI. Nesses últimos meses (abril,
maio e junho), focamos nossas
ações em profunda discussão e
elaboração de propostas de reformulação do Estatuto, que detalharemos um pouco adiante. Introduzimos mudanças na maioria dos
comitês científicos e comissões
permanentes e realizamos intenso
trabalho de divulgação.
No Dia Nacional do Infectologista, 11 de abril, atingimos o ponto
alto desse esforço de comunicação, com o lançamento de uma
campanha que teve como slogan
“Vacinas são do bem! Não fique
fora dessa!”. Buscamos envolver
todas as federadas nessa atividade
ao enviar panfletos, que distribuímos, em ato simbólico, na praça de
alimentação de um centro comercial da cidade de São Paulo. Participamos de importante solenidade
no Instituto de Infectologia Emílio
Ribas, na qual o Dr. Guido Carlos
Levi recebeu justa homenagem daquela instituição. Sem descuidar de
nossas responsabilidades quanto à
vigilância e incentivo à melhoria do
SUS, alertamos o país, através dos
meios de comunicação, incluindo
o jornal impresso O Estado de São
Paulo e o televisivo “Jornal Nacional” – para citar apenas dois grandes
veículos de comunicação – sobre
o grave problema de desabastecimento de alguns imunógenos em
vários estados brasileiros.
Instituímos o envio quinzenal
de mensagens (News SBI) a todos
os associados, que você deve estar recebendo.
O 9º Congresso Paulista de Infectologia foi um momento muito
importante para o encaminhamento
das ações de reformulação do estatuto. Destaco o excelente trabalho
da comissão organizadora e de
todos os membros da diretoria da
Sociedade Paulista de Infectologia
(SPI), liderados pelo Dr. Mauro Salles, que nos presentearam com um
maravilhoso evento. Por oportuno,
agradecemos a todos pela acolhida
e viabilização de estrutura para as
atividades realizadas pela SBI. Da
mesma forma, nos dirigimos aos Drs.
João Mendonça, Juvêncio Furtado e
Carlos Brites, membros da Comissão
Especial para Revisão do Estatuto,
pela gigantesca colaboração, após
árduo trabalho de estudar e propor
melhorias ao estatuto da SBI.
O Conselho Deliberativo acatou
a maioria das propostas encaminhadas pela comissão e modificou
algumas, que foram depois levadas
e aprovadas na Assembléia Geral
Extraordinária. Debatemos e deliberamos a sede do Congresso Brasileiro de Infectologia 2017 (Infecto
2017), que temos a felicidade de
anunciar que será realizado na “cidade maravilhosa”, sob organização da Sociedade de Infectologia
do Estado do Rio de Janeiro (SIERJ).
Na Assembleia Geral, vivenciamos fato inédito ao realizá-la em
conjunto com a Assembleia Geral
da SPI. Momento histórico que,
sob intenso e respeitoso debate,
permitiu a aprovação de várias
mudanças do Estatuto, por unanimidade, cabendo destaque a dois
pontos principais: modificação do
quorum mínimo necessário para a
sua própria reformulação; e modificação do processo eleitoral da
diretoria, que passará a ser apenas
por votos eletrônicos (on line) ou
por correios, sem votação durante
o congresso.
Já estamos em campanha para
agregar novos associados, com
primeiro valor da anuidade promocional (50% do valor cobrado)
e aumento da adimplência, com
incentivo ao pagamento das anuidades atrasadas pelo novo portal
eletrônico, que facilita o acerto
com a possibilidade de uso de
cartões de crédito e parcelamento
em até seis vezes. Aproveitamos
para conclamar que cada sócio
faça seu recadastramento e incentive os colegas mais próximos
a também fazê-lo, saldando seus
débitos, para que possamos ter um
banco de dados mais consistente
e útil ao nosso trabalho de divulgação e comunicação e garantir
um bom funcionamento da SBI.
Convido a todos a participarem
do Infecto Rio 2014, do Simpósio
Pernambucano de Infectologia
(II Infecto PE) e do Congresso
Centro-brasileiro de Infectologia,
Controle de Infecção, Imunização
e Medicina Tropical, que ocorrerão no mês de agosto.
Forte abraço.
Boletim institucional
da Sociedade Brasileira
de Infectologia
DIRETORIA
PRESIDÊNCIA DAS
SOCIEDADES FEDERADAS
Iza Maria Fraga Lobo (SE)
Mauro José Costa Salles (SP)
Myrlena Mescouto (TO)
Presidente
Érico Arruda
Vice-presidente
Thaís Guimarães
Primeira-secretária
Mônica Jacques de Moraes
Segunda-secretária
Cláudia Carrilho
Primeiro-tesoureiro
Luís Fernando Aranha Camargo
Segundo-tesoureiro
Unaí Tupinambás
COORDENADORES
A SBI é filiada à AMB
Científico
Heloísa Ramos Lacerda de Melo
Divulgação
Alexandre Cunha
Informática
Cristiane da Cruz Lamas
Fernando Luiz de A. Maia (AL)
Eucides Batista da Silva (AM)
Fabianna Marcia M. Bahia (BA)
Melissa Soares Medeiros (CE)
Henrique Marconi Sampaio Pinhati (DF)
José Américo Carvalho (ES)
Edgar Berquó Peleja (GO)
José de Macedo Bezerra (MA)
Lucineia Maria de Q. C. Ramos (MG)
José Ivan de A. Aguiar (MS)
Maria do Perpétuo S. C. Correa (PA)
Heloísa Ramos Lacerda de Melo (PE)
Maria do Amparo S. Cavalcanti (PI)
Benedito Bruno de Oliveira (PB)
Rosana Camargo (PR)
Alberto Chebabo (RJ)
André Prudente (RN)
Lessandra Michelim R. N. Vieira (RS)
Antonio Fernando B. Miranda (SC)
SEDE DA SBI
R. Domingos de Moraes,
1061 cj. 114 - CEP 04009-002
São Paulo / SP
Tel/fax: (11) 5572-8958
5575-5647
E-mail: [email protected]
www.infectologia.org.br
Secretaria: Givalda Guanás
EXPEDIENTE
Produção:
Acontece Comunicação e Notícias
[email protected]
Jornalista responsável:
Chico Damaso (MTb 17.358/SP)
Arte e diagramação:
Giselle de Aguiar Pires
Abril/Maio/Junho de 2014 | Boletim SBI |
3
Novidades do Congresso Europeu de
Microbiologia e Doenças Infecciosas
A
proximadamente 200 brasileiros prestigiaram um dos
mais importantes eventos da
infectologia mundial, o European Congress of Clinical
Microbiology and Infectious
Diseases (ECCMID), em Barcelona, Espanha. O encontro
ocorreu de 10 a 13 de maio de
2014 e reuniu 10.600 conferencistas de 116 países.
Os congressistas puderam
acompanhar reuniões científicas sob a forma de debates
com especialistas, simpósios,
sessões orais e pôsteres, simpósios satélites e conferências, em 10 auditórios simultaneamente. A programação
evidenciou epidemiologia,
microbiologia, diagnóstico,
tratamento e prevenção das
principais doenças infecciosas.
“A sessão Ano da Infectologia Hospitalar relacionou
os melhores trabalhos publicados na área, entre eles um
de autoria da colega Flavia
Rossi, sobre o isolamento da
bactéria VRSA em corrente
sanguínea de um paciente, re-
centemente publicado no New
England Journal of Medicine.
Outra brasileira de destaque
no evento foi Ana Gales, que
coordenou simpósio sobre
carbapenemases, além daqueles que apresentaram temas
livres”, destaca Thaís Guimarães, vice-presidente da SBI.
Bacteriologia
De acordo com Alexandre
Cunha, coordenador de divulgação da SBI, o conteúdo
da grade científica do ECCMID contemplou temas de
grande relevância na rotina
do infectologista.
“Em bacteriologia clínica e
microbiologia, foram amplas
as discussões em torno das
questões de PK/PD de antimicrobianos enquanto estratégias
farmacológicas para otimizar o
uso de ‘velhos’ antimicrobianos, uma vez que não temos
novas classes no pipeline”,
comenta.
Também mereceram destaque na programação questões
como as bactérias multirre-
sistentes e discussões sobre
estratégias de prevenção e
tratamento, temas atuais e
de grande preocupação em
todo o mundo. Tópico muito
discutido na América Latina e
que tem se revelado um problema de dimensões globais,
os bacilos gram negativos receberam igualmente ênfase
no Congresso.
Em diagnóstico, mostrou-se
a definitiva incorporação de
biologia molecular e MALDITOF no diagnóstico etiológico
rápido das infecções virais e
bacterianas, que podem, com
extrema precisão e rapidez,
auxiliar, sobretudo, os pacientes críticos.
Biomarcardores
Para Cristiane Lamas, coordenadora de informática da
SBI, a diversidade dos temas
foi um atrativo especial. “A
abordagem aos biomarcadores
em doenças infecciosas, por
exemplo, foi bastante interessante. As palestras abarcaram
desde as doenças fúngicas,
com a beta-glucana como
biomarcador para infecção
sistêmica por Candida sp., até
aqueles relacionados a infecções específicas, como pneumonia associada à ventilação”.
Diversos biomarcadores
em pneumonia associada à
ventilação (PAV) foram apresentados pelo palestrante José
Manuel Pereira, médico intensivista de Porto, Portugal.
Neste contexto, a procalcitonina (PCT) aumenta, em 6 a 12
horas do início da infecção, e
sofre queda de 50% por dia,
com o início do tratamento
para PAV de causa bacteriana.
Aspecto importante da procalcitonina é permitir a diferenciação entre PAV viral e
bacteriana, pois os níveis mais
altos ocorrem com infecção
bacteriana. A procalcitonina
tem papel importante na decisão sobre o momento de interromper o tratamento, além
de ajudar a definir o prognóstico da PAV. Outros trabalhos
mostram redução de tempo
de tratamento de 15 para 10
4 | Boletim SBI | Abril/Maio/Junho de 2014
Houve, também, apresentação
do Consenso de Prato, realizado na Itália, há um ano,
sobre polimixinas. A dose de
manutenção do colistimetato
depende de clearance renal e
com a polimixina B independe
da função renal. Aguardamos
a publicação do consenso para
mais esclarecimentos sobre o
melhor uso das polimixinas”,
acrescenta.
Na prática
dias e o emprego do marcador proadrenomedulina para
prognóstico.
“Biomarcadores não devem ser usados para decidir o
momento de começar antimicrobianos - isto deve ser feito
com base na clínica e exames
‘comuns’ do cotidiano -, mas
principalmente para avaliar o
tempo de tratamento. É sugerido que biomarcadores sejam
determinados no momento da
suspeita, e no 3º, 5º e 7º dias de
tratamento”, salienta Cristiane.
Mais um tema de interesse
geral foi o aumento de multirresistência detectado na comunidade (por exemplo, trabalhos
na França mostram que fezes
colhidas de crianças com 3 a
30 meses, tendo sido estudadas mais de 400 crianças, já
apresentavam colonização por
carbapemenase produtores em
6,4%), que há colonização de
alimentos por Gram negativos
resistentes, que estudos com
animais (sejam ratos, capturados em hospitais, ou animais de
estimação, como cães) apresentam Gram negativos resistentes.
Mesa sobre criptococose
mostrou dados preocupantes
em relação à sensibilidade de
Cryptococcus neoformans in
vitro a fluconazol, em níveis de
65% a 70%. Deste modo, o uso
de fluconazol para terapia de indução fica bastante complicado.
Foi discutido o possível papel
de se pedir antígeno criptocócico no soro, precocemente, em
pacientes HIV positivos ou com
outra imunodeficiência, com o
objetivo de se fazer diagnóstico
precoce de doença criptocócica invasiva.
Reforçou-se a capacidade
de esterilização do líquor na
meningite criptocócica com
a associação de anfotericina
com flucitosina, e a necessidade de flucitosina ser disponível para uso. Esse “clamor”
foi publicado em Lancet Infectious Diseases, de 2013.
Artigo recente (N England J
Med) não mostrou benefício
na associação de anfotericina
B com 800 mg de fluconazol,
o que reforça que esta associação, usada muitas vezes no
Brasil, não é benéfica.
Diagnóstico e tratamento
Do ponto de vista de Cláudia
Carrilho, segunda-secretária da
SBI, as palestras ressaltaram o
acesso ao diagnóstico em tempo real, com custo mais acessível, embora ainda distante da
realidade no Brasil. Trouxeram
debates sobre tratamento de
infecções pan-resistentes ou
com extrema resistência, com
terapia combinada.
No caso de enterobactérias resistentes, embora até
o momento não existam ensaios clínicos randomizados,
a combinação mais citada foi
polimixina com carbapenêmico. Sobre controle de patógenos resistentes, apresentou-se
a importância da pesquisa de
pacientes com internação nos
últimos 12 meses, em locais
com enterobactérias resistentes
aos carbapenêmicos, avaliando semanalmente e vigiando
os contatos.
Não há evidência sobre o
benefício de banho com clorexidina 2%, nem da descolonização intestinal. Deve-se controlar o ambiente, instituindo
as precauções, especialmente
higiene das mãos.
“Grande relevância tiveram
os debates sobre tratamento
das infecções por gram negativos resistentes e antimicrobianos em fase de estudo para
patógenos resistentes (três em
fase III – eravacicline, plazomicina e ceftazidima/avibactam e
fase 1 -aztreonam/avibactam).
“Por reunir grandes pesquisadores internacionais, a
atualização e troca de experiências é importante desde
que aplicadas à nossa prática
e ajustadas à nossa realidade.
Foi, sem dúvida, um grande
congresso, bem organizado e
estruturado. Espero que o Brasil tenha acesso, em breve, às
técnicas de diagnóstico rápido, pois além do tempo, diminuem risco de contaminação
ambiental”, afirma Cláudia.
“É importante colocar em
prática os avanços discutidos,
como por exemplo o custobenefício de procalcitonina
e beta-glucana como marcadores para uso de rotina em
pacientes com infecção. Há
vários anos estes marcadores são documentados como
úteis, mas poucos serviços no
Brasil os disponibilizam. Outra discussão envolve o poder
público: a distribuição gratuita de medicamentos como a
flucitosina para tratamento de
infecção grave, como a meningite criptocócica, que tem
altos índices de mortalidade
quando associada ao HIV na
América Latina (55%)”, afirma Cristiane.
Quem não teve como participar ou perdeu alguma sessão,
pode assistir vídeos das aulas
ou baixar os slides em PDF no
site https://www.escmid.org.
O próximo encontro ocorrerá
em Copenhague (Dinamarca),
de 25 a 28 de abril de 2015.
Abril/Maio/Junho de 2014 | Boletim SBI |
C
SPI comemora duas décadas
em Congresso Paulista
om o objetivo de discutir
os pontos mais relevantes
da especialidade, enfocando
o desenvolvimento científico
de temas atuais e desafiadores
da prática diária, a Sociedade
Paulista de Infectologia (SPI)
realizou o 9º Congresso Paulista de Infectologia, de 21 a
24 de maio, reunindo cerca
de mil congressistas. O palco foi o Centro de Eventos e
Convenções do Hotel Bourbon
Atibaia, no interior paulista.
“Comemoramos os 20 anos
de nossa entidade e tivemos
a preocupação de produzir
debates sobre os tópicos mais
relevantes da especialidade,
em prol de melhor qualificação dos médicos que atuam
na prevenção e no tratamento
das doenças infecto-contagiosas”, pontua Mauro Salles,
presidente da SPI.
A programação científica do
Congresso abordou assuntos
de interesse da infectologia,
como infecções relacionadas
à assistência à saúde, hepatites
virais, aids, resistência bacteriana, infecções em pacientes
imunocomprometidos, imunizações e medicina de viagem.
Ainda durante o Congresso,
foi realizado o Conselho Deliberativo e a Assembleia Geral
Extraordinária da SBI, que deliberaram sobre as mudanças
no Estatuto atual e no processo
eleitoral, inadimplência dos associados, entre outros pontos,
além da Assembleia da SPI.
“Apresentamos as correções e adendos já realizados
durante o Conselho Deliberativo. Definimos que o regimento do Brazilian Journal
of Infectious Diseases (BJID)
passará por uma análise mais
detalhada e com possíveis novidades para o 19º Congresso
Brasileiro de Infectologia, em
2015. Além disso, mudamos o
método das eleições, passando a valer somente os votos
enviados por correio ou em
formato eletrônico. Durante
a AGE, os sócios conheceram
a sede do Congresso Brasileiro de Infectologia 2017, que
será o Rio de Janeiro, conforme deliberado pelo Conselho”, explica Érico Arruda,
presidente da SBI.
Reunião do Conselho Deliberativo SBI
Durante o 9º Congresso
Paulista de Infectologia, em
Atibaia, São Paulo, a diretoria
da SBI e representantes das
Federadas se encontraram
para a Reunião do Conselho
Deliberativo. O encontro
proporcionou a avaliação
da proposta da Comissão
Especial de Revisão pela mudança do Estatuto, aprovando boa parte das sugestões.
Houve, ainda, um balanço
parcial de arrecadação e o
andamento dos preparativos
para o 19º Congresso Brasi-
leiro de Infectologia, que acontecerá de 26 a 29 de agosto de
2015, no Serra Park Centro de
Feiras e Eventos, em Gramado,
Rio Grande do Sul.
“Foi um encontro bem positivo. Definimos, inclusive, que
a sede do Congresso de 2017
será o Rio de Janeiro, cidade
representada por Alberto Chebabo, presidente da Sociedade
de Infectologia do Estado do
Rio de Janeiro. Em nossa reunião, ele apresentou as vantagens de o evento ocorrer na
capital carioca e o orçamento
inicial”, destaca Érico Arruda,
presidente da SBI.
Cada Federada apresentou
as atividades desenvolvidas,
as dificuldades burocráticas
e suas demandas por eventos
regionais. A representante do
Pará, Maria do Perpétuo Socorro Correa, discorreu sobre o 17º
Congresso Médico Amazônico, que ocorrerá em agosto, e
solicitou apoio da SBI, com a
participação de Mauro Salles,
presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, como palestrante. Pernambuco, repre-
sentado por Heloisa Ramos,
também requisitou a contribuição da Sociedade para o
seu 2º Infecto PE - Simpósio
Pernambucano de Infectologia. Já André Prudente, presidente da federada do Rio
Grande do Norte, atualizou
a todos sobre o andamento
dos trabalhos de organização do 5º Congresso Norte
e Nordeste de Infectologia e
da 5ª Conferência Brasileira
de Aids e Hepatites Virais,
que ocorrerá em Natal, RN,
em setembro.
Confira as federadas representadas no Conselho Deliberativo 2014
Fernando Luis de A. Maia
Sociedade Alagoana de
Infectologia
Edgar B. Peleja
Sociedade Goiana de
Infectologia
Melissa Medeiros
Sociedade Cearense de
Infectologia
Lucineia Maria de Q.
Ramos
Sociedade Mineira de
Infectologia
Henrique Marconi S.
Pinhati
Sociedade de Infectologia
do Distrito Federal
José Américo Carvalho
Sociedade de Infectologia
do Estado do Espírito Santo
Maria do Perpétuo Socorro
Correa
Sociedade Paraense de
Infectologia
Benedito Bruno de
Oliveira
Sociedade de
Infectologia da Paraíba
5
Iza Fraga Lobo
Sociedade Sergipana de
Infectologia
Heloisa Ramos Lacerda de
Melo
Sociedade Pernambucana de
Infectologia
Alexandre Zavaschi
Sociedade Riograndense de
Infectologia
Alberto Chebabo
Sociedade de Infectologia do
Estado do Rio de Janeiro
Thaís Guimarães
Sociedade Paulista de
Infectologia
André Luciano de A.
Prudente
Sociedade Riograndense
do Norte de Infectologia
Myrlena Mescouto
Sociedade de Infectologia
de Tocantins
6 | BoletiM SBi | Abril/Maio/Junho de 2014
Desconto e novas
formas de pagamento
ao associado
Entre as opções
para quitar a
anuidade, estão
cartões de
crédito e débito
Os sócios e aspirantes a ingressar como membros da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) têm à sua disposição
mais um benefício. A quitação
das anuidades, antes possível
apenas via boleto bancário,
agora disponibiliza um sistema eletrônico para cartões de
crédito (à vista ou parcelado)
e de débito.
Com este novo formato, o
associado tem mais liberdade
para escolher a melhor forma
de realizar a sua contribuição
à entidade, de maneira rápida,
fácil e segura. No portal da entidade, está disponível um tutorial com o passo a passo para
efetuar o pagamento: http://
infectologia.org.br/newsletter/
info_pagseguro.html
A ferramenta também permite ao sócio que possuir anuidades em aberto regularizar
a sua situação, por meio de
pagamento à vista ou parcelado. Lembre-se: somente o
sócio adimplente tem a seu
alcance todos os benefícios
oferecidos pela SBI.
Discriminação aos
portadores de HIV e
aids torna-se crime
Sancionada em 2 de junho
de 2014 e publicada no dia
seguinte no Diário Oficial da
União, a Lei 12.984 torna
crime a discriminação aos
portadores de HIV e aids. A
pena vai de multa à prisão de
um a quatro anos, valendo
para escolas que se recusarem a aceitar alunos portadores e para empregadores
que demitirem, exonerarem
de cargo ou se negarem
a contratar quem
vive com HIV/aids.
Com o novo
arcabouço legal,
também é considerado crime segregar no ambiente de
trabalho ou escolar,
recusar ou retardar atendimento
de saúde, bem
como divulgar a
condição de portador do
HIV ou de doente de aids
com o intuito de ofender
a dignidade.
A lei compatibiliza o
Direito Penal Brasileiro às
diretrizes Internacionais da
Organização das Nações
Unidas (ONU) e já está em
vigor. O objetivo é combater o estigma pejorativo
em torno do portador do
HIV, garantindo igualdade e liberdade ao
indivíduo.
A íntegra da lei
12.984 publicada
no Diário Oficial
da União pode ser
consultada em: http://
pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/
index.jsp?jornal=
1&pagina=3&d
ata=03/06/2014
SBI divulga lista de
aprovados no Concurso
para Título de Especialista
em Infectologia
Quatorze candidatos passaram no
Concurso para Título de Especialista em
Infectologia, promovido pela Sociedade
Brasileira de Infectologia. Veja a
lista de nossos novos colegas:
 Ana Carolina
de Moura Coelho (SP)
 Clarissa Giaretta
Oleksinski (RS)
 Fernanda Justo
Descio Bozola (SP)
 Florencia Comello (SP)
 Jackeline
Coutinho Neves (SP)
 Juliana de
Camargo Fenley (SP)
 Kengi Itinose (PR)
 Luís Augusto
Mazzetto (SP)
 Maíra Zanetti Bessa (SP)
 Mariana Char
Elias Corrêa (SP)
 Marina da Rós
Malacarne (SP)
 Naihma
Salum Fontana (SP)
 Renata D’Avila Couto (SP)
 Vitor Dantas Muniz (SP)
Membro da SBI recebe
Prêmio Capes-Elsevier 2014
Professora da disciplina de
infectologia da Escola Paulista
de Medicina da Universidade
Federal de São Paulo (EPM/
UNIFESP) e ex-coordenadora
do Comitê Científico de Bacteriologia Clínica da Sociedade Brasileira de Infectologia,
Ana Cristina Gales foi agraciada com o Prêmio CapesElsevier 2014. A entrega da
premiação aconteceu em 15
de maio, no Hotel Copacabana
Palace, Rio de Janeiro.
Recebem o prêmio pesquisadores brasileiros com um número significativo de citações em
produções científicas nacionais
e internacionais, demonstrando
a excelência e o destaque dos
conteúdos apresentados no Scopus, a mais ampla base de dados
contendo resumos e citações
da literatura científica mundial.
Na edição do Prêmio de
2014, foram homenageadas
as mulheres cientistas e sua
vasta contribuição ao desenvolvimento do país. São pesquisadoras que se destacam,
também, por artigos publicados e indexados na base
Scopus, além de orientações
acadêmicas comprovadas pelo
Currículo Lattes.
“Foi uma surpresa muito
agradável receber a notificação da Capes e da Elsevier pela
indicação, pois representa o
reconhecimento de que nosso
trabalho é importante, além de
contribuir com a divulgação
da especialidade. Sem dúvida,
indica o grau de qualidade e a
visibilidade que a infectologia
nacional possui no contexto
mundial”, ressalta Ana Gales,
a primeira laureada da infectologia pela Unifesp, que segue em sua linha de pesquisa
temas como antimicrobianos
e resistência bacteriana.
Abril/Maio/Junho de 2014 | Boletim SBI |
O
7
Aumento de casos de sarampo
no Brasil: como estamos?
sarampo é uma doença
altamente contagiosa,
podendo levar a sérias complicações e à morte. Mesmo com cobertura vacinal
relativamente alta, o Brasil
apresentou em 2013 aumento significativo de infecções,
tendência que permanece até
agora. Segundo o Ministério
da Saúde, foram confirmados
200 casos em 2013. Neste
ano, já foram contabilizados
71 somente até a primeira
quinzena de fevereiro.
Para falar sobre esse tema,
o Boletim da SBI ouviu Reinaldo Menezes Martins, consultor científico do Ministério
da Saúde para o Programa
Nacional de Imunizações.
Em entrevista exclusiva, ele
aborda as perspectivas sobre o
sarampo no Brasil e no mundo, além de esclarecer sobre
o controle durante a Copa e
as Olimpíadas.
Como está a situação global do sarampo?
A Organização Mundial de
Saúde (OMS) estabeleceu planos de eliminação do sarampo
para todas as regiões do mundo (Weekly Epidemiological
Record 2014; 89:45-52). A
aplicação de vacinas contendo
o componente sarampo (monovalente, dupla viral, tríplice
viral ou tetraviral) levou a uma
queda de 77% na incidência
anual da doença entre 2000
e 2012, estimando que 13,8
milhões de mortes foram evitadas no mundo. Nas Américas, a taxa de incidência (por
milhão de habitantes) caiu
de 2,1 para 0,1, mas essa
incidência foi, em 2012, de
125 na África, 47 no Sudeste da Ásia, e na Europa 37. A
OMS confirma no documento
citado que as Américas eliminaram o sarampo.
O que poderia explicar os
número tão expressivo de
casos no Brasil este ano,
quando comparados com
os anos anteriores?
É preciso não perder a
perspectiva. Há 30, 40 anos,
eram notificados dezenas de
milhares de casos de sarampo
por ano no Brasil, e o número de casos era certamente
muito maior, pois a vigilância
era muito mais frágil do que
agora. O sarampo era uma
das causas mais importantes
de mortalidade de crianças.
Temos confirmados 68 casos
em 2010, 43 em 2011, um
em 2012, 200 em 2013 e 71
em 2014, sendo a maioria
no Nordeste, com foco em
áreas turísticas. Tudo indica
que a origem da maioria dos
casos é de turistas de proveniência europeia, onde surtos de sarampo continuam a
ocorrer. A Inglaterra teve mais
de três mil casos em 2013,
a Holanda mais de mil. Por
outro lado, no Brasil, apesar das coberturas vacinais
serem altas com uma dose,
com duas doses foram mais
baixas, e sabemos que as
falhas vacinais com apenas
uma dose são mais frequentes. Além disso, em alguns
municípios, as coberturas
As coberturas
globais são
elevadas, mas
em alguns
Estados não
são homogêneas
foram mais baixas, apesar
dos altos índices no Estado
como um todo. Portanto, há
uma combinação de fatores.
Como explicar os casos em
que profissionais de saúde,
com duas doses de vacina
documentadas, tenham
desenvolvido sarampo?
A vacina perde a eficácia
com o passar dos anos?
Como regra geral, casos de
sarampo em pessoas com duas
doses de vacina são muito
raros. Para isso contribuem
falhas primárias (por falha na
primeira dose) e secundárias
(por diminuição da imunidade
ao longo do tempo).
O Brasil está correndo o
risco de perder o certificado
de eliminação da circulação
endêmica do sarampo?
Acredito que não, pois
o Ministério da Saúde está
implementando ações enérgicas visando interromper a
cadeia de transmissão nos
estados afetados, e a população está consciente da
necessidade de vacinar e
revacinar contra o sarampo.
O vírus do sarampo sofreu mutações e por isso
a doença está voltando?
A vacina de sarampo protege contra todas as cepas de
vírus do sarampo, portanto
mutações do vírus não explicam o que está ocorrendo.
Como está a cobertura
vacinal para o sarampo
no Brasil?
As coberturas globais são
elevadas, mas em alguns Estados não são homogêneas,
isto é, há municípios ou localidades com coberturas mais
baixas, principalmente para a
segunda dose da vacina.
8 | Boletim SBI | Abril/Maio/Junho de 2014
Na Europa, a polêmica
envolvendo a vacina
tríplice viral e
autismo foi infeliz e
teve consequências
negativas
Os eventos da Copa do
Mundo e das Olimpíadas
podem desencadear uma
grande epidemia de sarampo no Brasil?
Grande epidemia não, mas
há mais ou menos localizados, como estão acontecendo
agora no Nordeste.
A vacina do sarampo é
realmente segura? Por
que os europeus têm tanto
medo dessa vacina?
Como toda vacina, as de
sarampo (dupla viral, tríplice
viral e tetra viral) têm eventos
adversos, mas mas em uma
frequencia e gravidade muito
menores do que as causadas
pelos vírus selvagens, que
causam a doença em pessoas não vacinadas. Os vírus
vacinais são atenuados. O
que é melhor: receber os vírus atenuados da vacina, ou
expor-se aos vírus selvagens?
As pessoas que se opõem à
vacina de sarampo (e a outras), em geral, têm motivação filosófica ou religiosa e,
assim, não conseguem ser
convencidas pelas evidências
científicas. Na Europa, a polêmica envolvendo a vacina
tríplice viral e o autismo foi
infeliz e teve consequências
negativas para a aceitação da
vacina. Os autores do artigo
que deu origem a essa polêmica se retrataram (exceto
um), mas os efeitos negativos não foram totalmente
eliminados. Mesmo assim, a
grande maioria das pessoas
se vacina contra o sarampo
na Europa.
É possível, tecnicamente,
eliminar o sarampo, assim como ocorreu com a
varíola?
Sim, é possível, pois dispomos de uma vacina segura e
eficaz, e o sarampo só atinge
seres humanos. Se todos se
vacinarem, a doença desaparecerá, como a varíola.
Por que o Programa Nacional de Imunizações
antecipou a segunda dose
da vacina do sarampo
para um ano e três meses,
combinada na vacina tetraviral em vez de manter
a recomendação anterior,
na qual o reforço era
entre quatro e seis anos? Os objetivos da mudança
foram: aumentar a cobertura
vacinal da segunda dose de
vacina, aplicando-a numa faixa etária em que a frequência
da criança aos serviços de
saúde normalmente é maior.
Como o componente caxumba da vacina tríplice viral é
menos imunogênico do que
os componentes sarampo e
rubéola, aproximar a segunda
dose protege a criança contra
caxumba de maneira mais
completa mais precocemente.
A vacina tetraviral (sarampocaxumba-rubéola-varicela)
aplicada após a tríplice viral
(sarampo-caxumba-rubéola)
induz menos reações febris
(e consequentemente menos
convulsões febris) do que
quando é aplicada como primeira dose. Assim, a mudança do esquema minimizou os
eventos adversos e protegeu
mais precocemente contra as
quatro doenças.
Se todos se
vacinarem, a doença
desaparecerá,
como a varíola
F
Planos agora
são obrigados a
reajustar médicos
oi publicada hoje, dia
25, no Diário Oficial da
União, a alteração na Lei
9.656, que dispõe sobre
os planos e seguros privados de assistência à saúde.
Sancionada pela presidente
Dilma Rousseff, sob a forma
da Lei 13.003, determina a
substituição de prestadores
descredenciados por outros
equivalentes, de forma a garantir que não haja interrupção de tratamentos.
As mudanças entram em vigor em 180 dias e significam
avanço histórico para os pacientes do sistema de saúde
suplementar. A partir de então, a inclusão de qualquer
prestador de serviço de saúde
como contratado, referenciado
ou credenciado implicará em
compromisso com os consumidores quanto à sua manutenção ao longo da vigência
dos contratos.
Outro ponto positivo da Lei
13.003 é obrigar que as relações entre planos de saúde e
médicos sejam reguladas por
contratos. Ela determina que
os reajustes sejam anuais e
os índices definidos entre as
partes. Se passados 90 dias da
data-base não houver acordo,
caberá à Agência Nacional
de Saúde Suplementar estabelecer um índice.
Todos esses pontos são motivo de comemoração para
a classe médica, pois a luta
por periodicidade contratual
para os reajustes vinha desde
os idos do ano 2000. Também têm reflexos relevantes
para os cidadãos, já que os
profissionais de medicina
terão mais segurança na
prestação de serviços para
os planos de saúde.
Faz tempo que os cidadãos
usuários de planos apontam a
questão do acesso como um
dos principais gargalos da
saúde suplementar. Pesquisa
Datafolha, encomendada pela
Associação Paulista de Medicina, em 2013, confirmou que
55% dos pacientes estavam
insatisfeitos com a demora
nos atendimentos e consultas.
Isso reforça a importância
de leis que blindem os consumidores e planos de saúde
de eventuais abusos praticados
por uma ou outra empresa,
de forma a resgatar o papel
realmente suplementar dos
planos de saúde.
Download

Recusa em tomar vacinas é fenômeno histórico, que deve ser