21º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental
III- 013 - EMPREGO DE COLETORES SELETIVOS PARA COPOS
PLÁSTICOS DESCARTÁVEIS DE ÁGUA E CAFÉ
Mário dos Reis Pereira Neto(1)
Engenheiro Civil, responsável pelo setor de infraestrutura: conservação, manutenção e
limpeza do Centro Administrativo Interior da CESP – Bauru. Mestre em Engenharia – Área
de Concentração: Engenharia Industrial da Faculdade de Engenharia e Tecnologia de Bauru –
UNESP
Jorge Hamada
Prof. Assistente Doutor do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia de
Bauru - UNESP. Engenheiro civil, mestrado e doutorado em Hidráulica e Saneamento pela
Escola de Engenharia de São Carlos – USP. Pesquisador e coordenador do Grupo de Estudos de Resíduos
Sólidos da FE-UNESP-Bauru e consultor na área ambiental especialmente para manejo de resíduos sólidos.
Endereço (1) - Endereço para correspondência – Rua Saint Martin, 28-48, CEP 17.045-081 – Bauru – SP –
Brasil. Tel (0XX14) 223-8454. E-mail: [email protected]
RESUMO
Com o intuito de apresentar as vantagens obtidas com a implantação de um sistema de coleta seletiva de copos
plásticos descartáveis de água e café, são descritas as condições encontradas com o sistema convencional, tipo
cesto de lixo, e aquelas resultantes da coleta seletiva de copos plásticos de água e de café descartados.
Efetuou-se também uma comparação quantitativa entre ambos os sistemas, sendo que foram avaliados os
parâmetros de maior destaque, que fornecerão subsídios à futuros projetos para implementação de sistemas
coletores seletivos de copos plásticos. Comparando-se os volumes gerados pelo sistema de coleta tipo cesto de
lixo e pelo sistema de coleta seletiva, para plásticos descartados, verificou-se que o volume gerado pelo coletor
seletivo situa-se em torno de 10% do volume produzido pelo sistema de cestos de lixo, o que certamente
promove uma economia significativa em transportes, mão-de-obra para remoção e manuseio. Além disso, o
coletor dos copos plásticos foi considerado um agente dinamizador da reciclagem, pois este está diretamente
ligado à separação e principalmente à diminuição do volume dos copos plásticos que são descartados.
PALAVRAS-CHAVES: Coletor Seletivo; Copos Plásticos; Reciclagem.
INTRODUÇÃO
As indústrias e as empresas de serviços produzem e descartam grandes quantidades de resíduos sólidos,
especialmente plásticos e papéis, decorrentes de suas atividades. Desta forma estes resíduos geram grandes
desperdícios, desde o próprio material que é descartado e não é reutilizado através de reciclagem, até os
grandes volumes de acondicionamento no manejo desses resíduos.
A utilização e descartes de copos plásticos de água com 150 ml e de café com 50 ml, provenientes das
atividades humanas em indústrias ou empresas, em bares, restaurantes e cantinas, acarretam um montante
considerável de resíduos volumosos a ser removidos pelo serviço de limpeza.
Encarando a questão com um enfoque de reduzir na origem o volume de resíduos plásticos produzidos pelo
consumo de água e café, desenvolveu-se um dispositivo de coleta seletiva de copos plásticos. Este dispositivo
instalado em alguns locais de produção desses resíduos, junto às instalações administrativas da subestação da
CESP - Companhia Energética de São Paulo em Bauru - SP, em substituição ao antigo sistema constituído de
cestos de coleta, resultou em uma “redução na fonte” no volume de coleta. Essa redução facilitou o transporte
e a reciclagem desse material plástico após o descarte através da segregação deste material nos pontos em que
são gerados.
Com a utilização desta nova técnica, um novo modelo de gestão ambiental está sendo abraçado pela
administração com os novos padrões e práticas de manejo de resíduos, originando um novo paradigma de
gestão ambiental: a “Prevenção à Poluição”. A prevenção à poluição, envolve a idéia de se encontrar soluções
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para evitar qualquer tipo de geração de resíduos, em contraposição à idéia de administração ou recuperação de
resíduos, que procura formas de lidar com resíduos já produzidos. A própria legislação norte-americana
estabelece a “Prevenção à Poluição”, como uma filosofia a ser incorporada e disseminada pela EPA
(Environmental Protection Agency) à todos os setores da sociedade: Prevenção à Poluição significa “Redução
na Fonte” assim como outras práticas de processos ou produtos que reduzem ou eliminam a geração de
poluentes e resíduos (volume e/ou toxicidade) na fonte geradora.
Com o intuito de apresentar os resultados obtidos com a implantação do novo sistema, são descritas as
condições encontradas com o sistema convencional, tipo cesto de lixo, e aquelas resultantes da coleta seletiva
de copos plásticos de água e de café descartados. Efetuou-se também uma comparação quantitativa entre
ambos os sistemas, sendo que foram avaliados os parâmetros de maior destaque, que fornecerão subsídios à
futuros projetos para implementação de sistemas coletores seletivos de copos plásticos, especificamente em
relação a:
− capacidade volumétrica do sistema de coleta tipo cesto de lixo e do coletor seletivo;
− quantidade de sacos para acondicionamento dos copos plásticos coletados;
− quantidade de transporte para remoção dos copos plásticos residuais; e
− potencial de reciclagem.
COLETA DE DESCARTÁVEIS
Após o impulso tecnológico baseado em materiais poliméricos, ocorreu um aumento significativo no consumo
de recipientes plásticos descartáveis, acarretando os conhecidos inconvenientes, tanto na reciclagem como na
disposição final, pela elevação do volume ocupado. Também representa um inconveniente muito grande, o
manejo desses resíduos desde a origem, até a coleta.
Diante deste fato, alguns trabalhos têm enfocado o aspecto da coleta do material plástico, principalmente
copos plásticos de polipropileno (PP) e poliestireno (PS). Em trabalho recente, ZANIN e co-autores (1997),
propuseram um coletor seletivo para copos plásticos descartados do consumo de bebidas no restaurante e
cantinas da Universidade Federal de São Carlos. Cada coletor era composto por 9 tubos de PVC com 5,2 cm
de diâmetro e 83 cm de altura. Com esta configuração, procurou-se durante a coleta uma redução de volume
na origem, uma vez que ocorre o encaixe e o empilhamento dos copos usados, facilitando também o manuseio.
Pela estimativa efetuada pelos autores deste trabalho, somente no restaurante da universidade eram
descartados diariamente cerca de 2.500 copos, ocupando aproximadamente 11 sacos de 200 litros. Embora
não tenha sido efetuada uma medida do volume útil ocupado pelos copos, o volume representado pelos
mesmos era bastante significativo. Cada unidade coletora empregada foi capaz de coletar cerca de 1.000
copos, permitindo concluir que somente dois coletores seriam suficientes para o restaurante.
Contudo, o emprego de somente dois coletores reduziu bastante a flexibilidade do sistema, uma vez que não
haveria uma distribuição adequada e uma maior facilidade para o descarte dos copos pelos usuários. Talvez,
unidades menores, porém melhor distribuídas seriam mais adequadas.
Em uma análise do impacto social acarretado pela cultura de descartáveis, NUNESMAIA (1997), propôs um
programa de coleta seletiva para parques de entretenimentos, particularmente os que adotavam o estilo fastfood, com o objetivo de procurar soluções adequadas para minimização de resíduos. Além de copos
descartáveis foram enfocados os problemas relacionados a latas de alumínio e garrafas plásticas de água. Os
estudos, realizados no Parque Aquático de Salvador - BA, abrangeram um levantamento do número de pessoas
que o freqüentavam, e respectivo consumo de água e bebidas enlatadas. Cerca de 22.600 pessoas
freqüentavam semanalmente o parque, atingindo valores de até 6.800 pessoas em dias de pico. Para esses
números, somente em termos de copos plásticos, estimou-se uma média de 12 m3 a serem coletados,
representando um montante significativo.
Verifica-se desta forma, uma constante preocupação quanto ao manejo de resíduos, especialmente aqueles com
capacidade para reciclagem. O manuseio adequado na origem permite uma redução volumétrica significativa,
implicando, principalmente, na economia de transporte e um grau de organização, com reflexos diretos sobre a
educação pública quanto aos aspectos dos resíduos, especialmente aqueles descartáveis.
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METODOLOGIA
APRESENTAÇÃO
A CESP - Companhia Energética de São Paulo (atualmente Companhia de Geração de Energia Elétrica Tietê),
em suas instalações, localizadas no cruzamento das rodovias Mal. Rondon e Bauru-Marília, abriga a
Subestação de Bauru com suas áreas de apoio da Geração, Transmissão e Administrativa, ocupando 120
hectares, sendo 52 mil m2 de área construída com edificações, em que trabalham cerca de 516 pessoas.
O Centro Administrativo do Interior - Bauru, foi criado em maio de 1995, com o objetivo de buscar a
integração e racionalização das atividades administrativas e de apoio desenvolvidas individualmente pelas
várias áreas instaladas em Bauru e região (exceto Diretoria de Transmissão).
Entre as principais atribuições do Centro Administrativo Interior, destacam-se o desenvolvimento e apoio às
atividades administrativas para as áreas da companhia, sediadas na região de Bauru, referentes à: recursos
humanos, contabilidade e finanças, Fundação CESP, segurança no trabalho, conservação, limpeza,
manutenção civil e elétrica, telefonia, malotes e reprografia.
Entre outubro de 1996 e novembro de 1997, por orientação deste autor, desenvolveu-se um sistema coletor
seletivo de copos plásticos descartáveis, visando dar início a um programa de redução de resíduos na origem.
Durante este período foram realizados diversos levantamentos quali-quantitativos dos resíduos gerados nas
áreas clientes deste Centro, sendo que no presente trabalho, enfocou-se a questão do sistema coletor seletivo
de copos plásticos.
Foram efetuados levantamentos de campo e a concepção e adaptações do coletor de copos plásticos, seguida
de implantação em pontos estratégicos, de forma a verificar a aceitação desse novo sistema pelos usuários
inclusive a sua incorporação na cultura da organização. Iniciou-se em seguida a implantação deste sistema em
substituição ao cesto de lixo em todas as áreas clientes deste Centro, num total de 50 pontos de coleta seletiva
de plástico. Esse novo sistema de descarte de copos plásticos de água e café vinha acompanhado de um quadro
explicativo instalado defronte ao coletor, com informações específicas para o usuário.
Os levantamentos específicos foram realizados em dias alternados da semana, durante o período de um mês.
O conteúdo dos sacos era verificado, pesado e os volumes dos mesmos eram estimados pela medida
aproximada da circunferência e altura ocupada.
A estimativa dos volumes ocupados pelos copos plásticos e o peso dos sacos de lixo coletados foram
realizados após eliminar os demais tipos de resíduos, principalmente papéis. Foram feitas medidas separadas
para sacos contendo somente os copos de 50 ou de 150 ml, como forma de se determinar a taxa de ocupação
volumétrica individual.
COLETORES
Coletor Tipo Cesto de Lixo
O coletor tipo cesto de lixo, era o que recebia convencionalmente todos os materiais descartados, incluindo-se
papéis, plásticos, vidros e materiais orgânicos, entre outros. Este processo era baseado no descarte de
quaisquer materiais insersíveis dentro de sacos plásticos de 40 e 100 litros com suporte oferecido por cestos
padronizados para estes volumes. Como se sabe, os copos plásticos de água e café dentro deste sistema
representam um volume muito grande, devido aos vazios, que em seu arranjo aleatório, os mesmos promovem.
Os sacos plásticos de coleta descritos apresentavam um volume nominal bem diferente da capacidade efetiva.
Assim o volume útil observado para sacos de 40 litros foi de 15 litros e nos sacos de 100 litros, de 50 litros,
para efeito de trabalhabilidade no acondicionamento dos materiais.
Na Tabela 1 é mostrada a capacidade de ocupação deste sistema, levando-se em consideração apenas a
somatória da ocupação por copos plásticos de água (150 ml) e de café (50 ml), sem considerar os vazios entre
as diversas configurações possíveis no acondicionamento dos copos, seja para aumentar ou diminuir o volume
resultante.
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Tabela 1 - Características do coletor tipo cesto de lixo.
Cesto de lixo
Quantidade média de copos coletados
(litros)
Água
Café
40
100
260
100
340
1.050
Taxa de ocupação volumétrica no descarte
(copos/litros)
Água
Café
4,5
14
4,5
14
Coletor Seletivo de Copos Plásticos
O Coletor Seletivo de copos plásticos de café e de água é um dispositivo que coleta esses resíduos de forma
organizada, vertical e direcionada para um empilhamento por ação gravitacional em que, segundo premissas:
− acopla quase que totalmente um copo dentro do outro;
− utiliza eficientemente o espaço de coleta, minimizando o índice de vazios;
− reduz o número de coletas dos copos plásticos descartados, além da mão-de-obra necessária para
remoção;
− favorece a higiene por ser seletivo e não misturar com outros tipos de resíduos como papéis, panos,
vidros, materiais orgânicos;
− possibilita estocagem racional propiciando aos materiais coletados serem encaminhados para reciclagem
de plástico;
− economiza sacos plásticos para acondicionamento dos descartes; e
− traz economia para seu transporte.
Introduzem-se os copos utilizados na parte superior dos tubos correspondentes, e a força da gravidade se
encarrega do empilhamento e adensamento do sistema. Em cada tubo é possível coletar aproximadamente 250
copos descartados.
O dispositivo é constituído de dois tubos verticais, apoiados numa base de madeira sobre pés metálicos. Em
sua construção utilizaram-se tubos de PVC marrom de diâmetro 50 e 75 mm, vigota de madeira e cantoneira
de ferro. A configuração é mostrada no Figura 1. As características e capacidade desse sistema são
apresentadas na Tabela 2.
Figura 1 -Esquema de montagem do coletor seletivo de copos plásticos de água e café.
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ABES – Trabalhos Técnicos
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Tabela 2 - Características do coletor seletivo.
Coletor
Diâmetro
Volume disponível
seletivo comercial (pol)
(litros)
Água
3
4,4
Café
2
2,3
Unidades
coletadas
240 a 255
250 a 280
Taxa média de ocupação volumétrica
após descarte (copos /litro)
55
110
RESULTADOS
Comparação entre os Sistemas de Coleta Convencional e o Coletor Seletivo
Como observado nas Tabelas 1 e 2, as taxas de ocupação volumétrica, após o descarte, e sua diferença entre os
dois sistemas é bastante expressiva, variando de 4,5 para 55 copos por litro, para copos de 150 ml e de 14 para
110 copos por litro, para copos de 50 ml. A conformação das pilhas de copos obtidas pelo sistema coletor
seletivo permite um melhor aproveitamento volumétrico dos sacos de lixo empregados na coleta.
A capacidade de acondicionamento dos sacos plásticos de 40 e 100 litros para copos plásticos de água e de
café descartados no sistema de coleta seletiva de copos plásticos, levou em consideração, após observações
realizadas, que cerca de 30% do volume disponível nos sacos plásticos de 40 e 100 litros, é perdido devido a
configuração que as pilhas de copos assumem nos respectivos volumes. Desta forma obtém-se uma estimativa
das quantidades de copos plásticos descartados pelo sistema de coleta seletiva, que podem ser acondicionados
nos sacos plásticos da coleta. A Tabela 3 mostra estes dois tipos de manejo com as respectivas unidades de
copos descartadas.
Tabela 3 - Capacidade de armazenamento de sacos plásticos para copos plásticos de água e café, em
diferentes tipos de manejo.
Tipo de Manejo
Sacos plásticos
(capacidade nominal
Nº copos nos cestos de lixo
Nº de copos no Coletor seletivo
em litros)
Água
Café
Água
Café
40
100
216
780
1.800
100
340
1.050
3.360
7.200
As quantidades máximas de copos plásticos de água e café observadas no período de testes, que foram
consumidos no Centro Administrativo Interior, para atendimento de todas as áreas atendidas, são apresentadas
na Tabela 4.
Tabela 4 - Quantidade de copos plásticos consumidos pelo Centro Administrativo Interior (Bauru)
Consumo de copos plásticos (freqüência)
Água
Café
Diária
2.841
1.136
Mensal
62.500
25.000
Tomando-se a quantidade total de pessoas (516) e o consumo diário de copos plásticos de água e de café, temse um consumo per capita de 5,5 e 2,2 de copos de água e café, respectivamente.
Utilizando-se esses parâmetros e as taxas de ocupação volumétrica de resíduos de copos plásticos para o
sistema de coleta convencional ou cestos de lixo (Tabela 1), e para o coletor seletivo (Tabela 2) obtém-se os
volumes totalizados de copos, correspondentes a cada tipo de sistema adotado.
Tabela 5 - Volumes totais de resíduos de copos plásticos correspondentes a cada tipo de sistema
adotado.
Tipo de sistema
Volume diário
Total de coleta de copos plásticos
(litros)
Mensal (m3)
Anual (m3)
Cesto de lixo
712
15
180
Coletor seletivo1
75
1,6
18,8
(1) considerando-se um incremento de 30 % de vazios
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Estimativa Preliminar de Consumo de Sacos Plásticos para Acondicionamento de Copos Plásticos
Descartáveis
Os sacos plásticos de 40 e 100 litros utilizados para armazenamento de todos os resíduos coletados, inclusive
copos plásticos, atingia um consumo mensal de cerca de 600 sacos de 40 litros e 1.000 sacos de 100 litros.
Para a obtenção da Tabela 6 relativa à quantidade mensal de sacos plásticos necessária para cada sistema de
coleta, que foi adotado no manejo de resíduos plásticos de copos de água e de café, foram considerados:
− a quantidade de copos plásticos descartados (Tabela 4),
− a capacidade de armazenamento dos sacos plásticos de 40 e 100 litros para copos plásticos descartados de
água e de café (Tabela 3),
− que do total da quantidade em volume gerado de copos plásticos (Tabela 5) constatou-se que 1/3 dos
copos vão para os sacos de 40 litros e os outros 2/3 vão para os sacos de 100 litros,
− os sacos de 40 litros são utilizados, por racionalização, 2 vezes antes de ser substituídos nos cestos de
coleta,
Tabela 6 - Quantidade mensal de sacos plásticos consumidos pelos diferentes sistemas de manejo dos
copos plásticos.
Sistema de manejo
Quantidade
de
sacos pláticos
Cestos de lixo
Coletor seletivo
Água
Café
Total
Água
Café
Total
40 litros
315
40
355
25
05
30
100 litros
122
16
138
13
03
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Estimativa da Quantidade em Peso de Copos Plásticos para Reciclagem
Adotando-se o sistema de manejo de copos plásticos tipo Coletor Seletivo, existe a possibilidade de
armazenamento deste material coletado, em virtude do volume reduzido inerente a este método. Esse material
estocado racionalmente poderá ser encaminhado para reciclagem.
Considerando-se que 80% dos copos plásticos descartados possam ser recuperados para reciclagem e de posse
do peso dos copos d’água, que é de 4,5 kg por 2500 unidades e de café que é 3,3 kg por 5000 unidades, e
relacionando-se com as quantidades totais, obtem-se a Tabela 7.
Tabela 7 - Quantidade em peso de copos de água e de café possíveis de serem reciclados.
Reciclagem
Tipos de Copos
Mensal (kg)
Anual (kg)
Água
90
1.080
Café
13
156
Total
103
1.236
ESTIMATIVA DA QUANTIDADE DE TRASPORTE PARA O DESTINO FINAL
Considerando que o veículo que se utilize para o transporte, seja o mesmo que é empregado atualmente, ou
seja, o modelo Ford F4000, mais conhecido como caminhão 3/4, com volume útil de 10 m3, para
acondicionamento dos sacos descartados, obtém-se as estimativas apresentadas na Tabela 8.
Tabela 8 - Número anual de viagens para cada sistema de coleta
Tipo de Sistema
Volume total anual
(m3)
Cesto de lixo
180
Coletor seletivo
18,8
Nº de viagens no Veículo de
Transporte
18
2
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CONCLUSÕES
Comparando-se os volumes gerados pelo sistema de coleta tipo cesto de lixo e pelo sistema de coleta seletiva,
para copos plásticos descartáveis (Tabela 5), verifica-se que o volume gerado pelo coletor seletivo situa-se em
torno de 10% do volume produzido pelo sistema de cestos de lixo, o que certamente promove uma economia
significativa em transportes, mão-de-obra para remoção e manuseio.
Os sacos plásticos de 40 e 100 litros utilizados para acondicionamentos dos resíduos plásticos, segundo
estimativas preliminares, também terão seu consumo reduzido em virtude da diminuição do volume de coleta.
Pela redução do volume de coleta de copos plásticos, o acondicionamento, por requerer volumes menores,
pode disponibilizar os materiais plásticos coletados a serem encaminhados para empresas que fazem
reciclagem, podendo atingir 100 kg por mês. A resina a ser reciclada também será melhorada, pois os copos
descartáveis que normalmente são confeccionados de polímeros PP e PS, serão separados dos diferentes tipos
de polímeros plásticos ( PET, HDPE, PP, PV, PS, PVC, etc. ), e cujo grau de mistura dificulta a reciclagem,
pois a maioria destes materiais são incompatíveis.
Ao coletar seletivamente copos plásticos, há liberação de espaço e uma melhor possibilidade de
aproveitamento dos cestos de lixo que ainda vão continuar coletando papéis, vidros, materiais orgânicos, etc.,
e ainda os aspectos higiênicos favoráveis que a remoção dos copos plásticos ocasionam, quando são retirados
do sistema global. O coletor dos copos plásticos pode ser considerado um agente dinamizador da reciclagem,
pois este está diretamente ligado à separação e principalmente à diminuição do volume dos copos plásticos que
são descartados.
Finalmente, existem aspectos de educação dos funcionários, que o sistema de coleta seletiva resgata, a tomada
de consciência para atitudes de preservação e melhoria do meio ambiente e futuro do país.
Portanto, a partir dessas considerações, ao se substituir o sistema de coleta tipo cesto de lixo pelo coletor
seletivo, consegue-se valorizar a reciclagem além de diminuir o volume de resíduos. A redução de volume de
coleta e a melhoria das condições de manuseio para reciclagem permitem a promoção do uso racional e
econômico de matérias-primas e de transporte, e a redução dos desperdícios.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1.
PEREIRA,M. R. N. Manejo de Resíduos na CESP/Companhia de Geração de Energia Elétrica Tietê em
Bauru. Bauru, 1999. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Engenharia de Bauru. Universidade Estadual
Paulista.
2. NUNESMAIA, M.F.S., Coleta Seletiva em Parques de Entretenimentos, 19º Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental, pp 1769-1777, set. 1997.
3. ZANIN, M.; TEIXEIRA B. A.N.; ROCHA E.C. e ROSALINI, A.C., Desenvolvimento de um Coletor de
Copos Plásticos Descartáveis Visando A Minimização De Volume. 19º Congresso Brasileiro de
Engenharia Sanitária e Ambiental, pp 1769-1777, set, 1997.
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