Agência de viagens permite conhecer Portugal e ajudar instituições de
solidariedade
Lisboa, 01 jul (Lusa) – Uma agência de viagens de Lisboa especializou-se em turismo solidário,
permitindo aos turistas conhecer Portugal e ao mesmo tempo ajudar a limpar o fundo do mar
ou distribuir refeições pelos mais carenciados.
A ideia surgiu a Rita Marques numa viagem ao sudeste asiático.
“Percebi que há pessoas que gostam de viajar de forma a conhecerem a realidade mais
profundamente, com [ligação aos] habitantes locais, enquanto fazem voluntariado para
deixarem uma marca positiva por onde passam”, explicou à agência Lusa.
Como em Portugal não existia nada semelhante, no regresso da viagem à Asia, planeou a
ImpacTrip, uma empresa de turismo social, que permite aos turistas conhecer o país e
participar num dos projetos sociais de mais de 50 instituições de solidariedade parceiras.
“Neste momento, temos programas em Lisboa, Porto e Algarve, por exemplo, mas também
temos programas que permitem conhecer parques naturais no Interior, em aldeias com 40
pessoas e em toda a costa portuguesa, que são os programas de mergulho, desde Peniche, ao
Algarve e aos Açores”, explicou.
O projeto tem duas vertentes complementares: o turista faz de facto turismo, mas também faz
voluntariado, em diversas áreas, consoante as suas preferências e competências.
As seis principais áreas são o ambiente, o apoio e resgate de animais, a educação infantil, o
apoio a pessoas com deficiência, o combate à fome e ao desperdício alimentar e a formação
de pessoas em situação de pobreza.
Nas sessões de mergulho, por exemplo, os viajantes podem conhecer o fundo do mar, mas
colaborar na limpeza do oceano em locais onde está identificada a existência de lixo.
Em Lisboa “é possível [fazer] um passeio de ‘tuk tuk’ zero emissões durante a manhã, ou
conhecer a Mouraria com um guia local, almoçar num restaurante típico e, à tarde, ir plantar
uma árvore na Ajuda”, ensinar crianças de bairros sociais a tocar guitarra ou distribuir comida
a sem-abrigo.
“Definimo-nos como uma empresa social. O nosso primeiro objetivo é termos impacto social,
em termos de apoiarmos as organizações sociais que trabalham connosco. Obviamente que
somos sustentáveis e queremos ser sustentáveis, mas a nossa maior preocupação é ter
impacto social”, realçou Rita Marques.
Por isso, lamentou que em Portugal não exista um enquadramento legal para as empresas
sociais.
“É isso que nos distingue das outras empresas turísticas e gostávamos muito que houvesse
enquadramento legal para sermos realmente e oficialmente uma empresa social”,
acrescentou.
A empresa tem estado mais vocacionada para o mercado inglês e para o Norte da Europa, mas
também tem sido bem recebida - “mesmo acima das expetativas” - por turistas portugueses.
Quanto aos pacotes preferidos, depende do perfil do turista: os mais jovens preferem o ecomergulho, já as famílias preferem fins de semana em cidade ou programas ambientais.
Um dia inteiro com almoço incluído, guias e ‘transferes’ custa 48 euros. Um programa de
quatro dias com tudo incluído custa cerca de 300 euros por pessoa.
O conceito foi apoiado pelo Programa de Apoio a Empresas Sociais do Banco de Inovação
Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e recebeu o financiamento de uma das
investidoras do programa de TV ‘Shark Tank - Portugal’.
Os programas e os contactos estão disponíveis em www.facebook.com/impactrip.
RCS // PMC
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