A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida Dados do Autor: NOME: Kátia Margareth Teixeira de Almeida EMAIL: [email protected] ORIENTADOR: Dr. Duarte Araújo TEMA DA MONOGRAFIA: A Tomada de Decisão na Orientação ABSTRACT O objectivo desta investigação, prende-se com a análise dos processos cognitivos envolvidos na tomada de decisão dos atletas de Orientação. A nossa amostra é constituída por 10 orientadores portugueses do sexo masculino, pertencentes ao escalão elite e com idades compreendidas entre os 26 e os 35 anos de idade. Para a análise quantitativa dos processos cognitivos envolvidos na tomada de decisão, usámos o modelo proposto por Araújo (1995) para o estudo da tomada de decisão na Vela. Usámos os seguintes testes psicométricos: Toulouse Piéron (Toulouse & Piéron, 1982); as Figuras Idênticas de Thurstone (T. Thurstone); MAVO (memória auditiva) (J. Royer, 1971); MENVIS (memória visual); as Matrizes Progressivas de Raven – PM38 (Raven, 1938); Group Embedded Figures Test – GEFT (Witkin & ass., 1971) e o Test of Attentional and Interpersonal Styles – TAIS (Nideffer, 1977). Para a análise qualitativa da tomada de decisão, usámos uma entrevista semiestruturada. Os principais resultados parecem demonstrar que este grupo de orientadores tem uma elevada capacidade de realização de trabalho e uma forte necessidade de liderar situações interpessoais. Inglês: The purpose of this investigation was to analyse the cognitive processes involved in the decision making of the orienteers. Our sample were 10 elite Portuguese orienteers, male, aged between 26 and 35 years old. For the quantitative analysis of the cognitive processes involved in the decision making, we used the model proposed by Araújo (1995), for studying the decision making in sailing. The instruments were the following psychometric tests: Toulouse Piéron (Toulouse & Piéron, 1982); Thurstone’s Identical Shapes (T. Thurstone); MAVO (auditive memory); MENVIS (visual memory) (A. Pereira); Progressive Matrices of Raven - PM38 (Raven, 1938); Group Embedded Figures Test - GEFT (Witkin & ass., 1971) and Test of Attentional and Interpersonal Style - TAIS (Nideffer, 1977). For the qualitative analysis of the decision making, we used a half-structured interview. The results seam to show that these orienteers have a high capacity of work realization and a strong need to be in control of interpersonal situations. I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 1 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida 1. Introdução A tomada de decisão é um processo humano complexo, que apenas terá sentido se considerarmos três factores fulcrais: a situação onde terá lugar, o indivíduo que tomará a decisão e a decisão propriamente dita (Alves & Araújo, 1996). MacCrimmon & Taylor (1975) definem a tomada de decisão como “o processo do pensamento e da acção que culmina num comportamento de escolha”. Ripoll (1994) completa este conceito associando-lhe a estratégia, na medida em que é esta resposta que permite resolver um problema de forma adequada numa situação ambígua. Neste sentido, o desporto torna-se o palco ideal para o despoletar de comportamentos de decisão. As tarefas desportivas podem ser caracterizadas como sendo dinâmicas, complexas, e em certo ponto, envolvendo risco. Elas são frequentemente executadas num ambiente incerto, onde se espera que o atleta, sob stress psicológico, lide com tarefas como a resolução de problemas (Tenenbaum & Bar-Eli, 1993). No desporto, as decisões podem ser únicas ou repetidas, individuais ou colectivas, dependendo da natureza do desporto praticado, bem como das exigências da regulação que este solicite ao praticante (Alves & Araújo, 1996). Por outras palavras, as situações desportivas podem permitir que o indivíduo regule internamente o movimento, ou que, por outro lado estas possam ser reguladas externamente pelas exigências situacionais da tarefa (Ripoll, 1994). A qualidade da tomada de decisão do atleta em situação desportiva, depende do conhecimento declarativo e processual específico, das capacidades cognitivas, da competência para o uso dessas capacidades, das preferências pessoais e da motivação. O atleta deve decidir pela melhor acção possível e no mais curto espaço de tempo, bem como executar essa acção rapidamente e com precisão. Neste sentido, a orientação assume-se como um desporto ideal para o estudo dos processos cognitivos de decisão, na medida em que a tarefa do orientador é, com a ajuda de um mapa de orientação e uma bússola encontrar uma determinada quantidade de pontos de controlo que estão marcados no mapa e materializados na floresta, escolhendo o seu próprio percurso (Almeida, 1996). O objectivo, é minimizar o tempo total do percurso completo. A tomada de decisão na orientação inclui a definição de alternativas e a selecção de troços I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 2 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida de percurso adequados entre dois pontos de controlo. A recolha da informação pode ser influenciada não só por estímulos internos como por estímulos externos (Singer, 1980). As exigências cognitivas da modalidade, podem ser resumidas da seguinte forma: (a) a selecção de informação relevante do mapa para a escolha da opção; (b) a comparação mapa/terreno na leitura do mapa; (c) a comparação entre o mapa e o terreno na recolocação e (d) a rápida percepção de erros (Seiler, 1996). Os objectivos do nosso estudo, prenderam-se com a análise dos processos cognitivos envolvidos na tomada de decisão dos orientadores de elite. 2. Metodologia 2.1 Amostra A nossa amostra de 10 orientadores, com idades compreendidas entre os 26 e os 35 anos, foi constituída pelos melhores atletas masculinos nacionais federados, pertencentes à classe Homens e ao escalão Elite (H21E). Estes atletas foram escolhidos com base nos resultados do Ranking da Federação Portuguesa de Orientação (F.P.O.) durante a Época Desportiva de 1995/96 – apenas 9 atletas pontuaram no Ranking da F.P.O. durante esta época; na nossa amostra, constam 7 desses nove atletas, e mais 3 atletas da mesma classe. A maioria dos atletas já participou em competições de destaque nacionais e internacionais (ex: Campeonatos do Mundo; Taça Latina). Praticam Orientação no mínimo há 3 anos, e no máximo há 10, sendo a média de prática da modalidade de 6,3 anos. Apenas um atleta da amostra não tem ou não teve uma profissão relacionada com as forças militares portuguesas. 3.2 Instrumentos Nesta investigação, procedemos a uma análise quantitativa e qualitativa dos processos cognitivos envolvidos na tomada de decisão: • Para a análise quantitativa, usámos os testes psicométricos propostos no modelo de Araújo (1995) para o estudo da tomada de decisão na Vela: I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 3 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida - Atenção e percepção: Toulouse Piéron (Toulouse & Piéron, 1982); Figuras idênticas de Thurstone (T. Thurstone); Group Embedded Figures Test – GEFT (Witkin & ass., 1971); - Memória e inteligência: MAVO (memória auditiva) (J. Royer,1971); MENVIS (memória visual); Matrizes Progressivas de Raven – PM38 (Raven, 1938); - Estilos atencionais e interpessoais: Test of Attentional and Interpersonal Styles – TAIS (Nideffer, 1977). • Para a análise qualitativa da tomada de decisão, usámos uma entrevista semíestruturada. Tentámos, com a ajuda de dois mapas com um percurso traçado, descobrir as principais estratégias usadas pelos orientadores, bem como a informação relevante para a escolha das opções e as estratégias de recolocação. Era pedido aos sujeitos que desenhassem no mapa o trajecto que escolheriam se estivessem a competir e que verbalizassem o motivo da escolha das opções. 4. Resultados e discussão Análise quantitativa Comparámos alguns resultados dos orientadores com uma Tabela de normalização de resultados (TNR) para a população desportiva portuguesa, realizada pelo Laboratório de Psicologia da Faculdade de motricidade humana. • Atenção e percepção O valor mínimo encontrado para a dimensão velocidade (305) é superior ao valor máximo encontrado para a mesma dimensão na TNR (300), o que poderá significar que estes atletas têm uma elevada capacidade de realização de trabalho (ver tabela). _________________________________ ATENÇÃO / PERCEPÇÃO TESTES DIMENSÕES X SD MÁX. MIN. VELOCIDADE (VEL) 410,5 ±82,51 514 305 EXACTIDÃO (EX)* 6,77 ±4,38 16,1 1,5 RESIS. FADIGA (RF) 1,1 ±9,73 18 -11 GEFT DEP./IND. CAMPO 15,7 ±3,02 18 8 F.I.T. F2 45,8 ±10,97 58 24 TOULOUSE PIÉRON * - Quanto maior o valor, pior a performance GEFT - Group Embedded Figures Test F.I.T. – Figuras Idênticas de Thurstone I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 4 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida A média encontrada para a dimensão exactidão (6,77), quando comparada com os melhores resultados na TNR (entre –2,5 e 5), leva-nos a supor que estes atletas parecem Ter uma boa capacidade de concentração. Contudo, há uma grande oscilação entre o valor mínimo (1,5) e o valor máximo encontrado (16,1). A média encontrada para o teste GEFT (15,7), sugere que estes atletas parecem ser dependentes do campo perceptivo, na medida em que este valor está próximo do valor 15 da Tabela de normalização de resultados de Witkin (1971), até ao qual os atletas revelam essa dependência. Contudo, também podemos encontrar nesta dimensão uma grande oscilação entre os valores máximo e mínimo. No que diz respeito à rapidez perceptiva (F2), a média encontrada (45,8) situa-se dentro dos valores médios na TNR. Contudo, o valor máximo encontrado (58) situa-se próximo do valor máximo possível para este teste (60). • Memória e inteligência O valor da média encontrado para a memória auditiva (20,5), é considerado um valor médio na TNR. O valor máximo encontado para a memória visual (24), é o valor máximo possível para este teste. O valor da média para o teste MENVIS, é próximo dos valores superiores encontrados na TNR (ver próxima tabela). A partir destes resultados, deduzimos que estes orientadores parecem Ter uma melhor capacidade de armazenamento de informação visual a curto prazo, do que armazenamento de informação auditiva.Os valores encontrados para o rendimento intelectual dos atletas (PM38), também se encontram dentro dos valores médios para a população desportiva portuguesa, mas muito próximo dos valores médios inferiores. MEMÓRIA/INTELIGÊNCIA TESTES DIMENSÕES X SD MÁX. MIN. MAVO M. AUDITIVA 20,5 ±8,48 31 5 MENVIS M. VISUAL 17,1 ±5,20 24 6 M.P.R. PM 38 52,1 ±5,86 57 38 M.P.R. – Matrizes Progressivas de Raven • Atenção e estilos interpessoais Comparámos os resultados dos orientadores com os resultados dos candidatos à polícia na tabela de normalização de resultados do manual de Nideffer (1977). Escolhemos este I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 5 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida grupo de controlo, porque da população estudada por Nideffer, este era o grupo com maior quantidade de características em comum com a nossa amostra. Os resultados são apresentados na próxima tabela. ESTILOS ATENCIONAIS E INTERPESSOAIS TESE ESCALAS ATENCIONAIS T A DE CONTROLO I S INTER-PESSOAIS DIMENSÕES X SD MODA MÁX MIN. FAE 15,3 ±2,98 12 21 12 SIE 14 ±5,37 16 21 4 FAI 19,7 ±2,45 20 23 14 SII 11 ±3,71 15 15 4 FES 26,8 ±3,35 26 32 21 FRA 21,6 ±2,95 22 25 16 PIN 43,8 ±4,44 45 49 33 COC 15,3 ±2,79 15 21 12 CON 49,8 ±3,73 49 56 45 AES 26,5 ±5,19 26 34 18 OAF 18,4 ±1,95 18 21 15 OBS 12,6 ±2,41 10 17 10 EXT 29,7 ±4,80 27 38 23 INT 21,6 ±6,20 20 35 16 EXI 19,1 ±2,72 19 24 16 MAN 11,8 19 21 4 MAP 21,9 15 27 15 ±5,78 ±4,48 Legenda: TAIS - Test of Attentional and Interpersonal Styles FAE - Focalização ampla externa da atenção AES - Auto-estima SIE - Sobrecarga da informação externa OAF - Orientação para a actividade física FAI - Focalização ampla interna da atenção OBS - Obsessão SII - Sobrecarga da informação interna EXT - Extroversão FES - Focalização estrita da atenção INT - Introversão FRA - Focalização reduzida da atenção EXI - Expressividade intelectual PIN - Processamento de informação MAN - Manifestação de afectos negativos COC - Controlo sobre o comportamento MAP - Manifestação de afectos positivos CON – Controlo de situações interpessoais Quando comparámos os resultados das escalas FAI e SII nas escalas atencionais, pareceu-nos que estes atletas conseguem integrar um grande número de ideias e sentimentos quando tal se manifeste necessário (FAI). A comparação entre as dimensões FES e FRA, levam-nos a supor que estes atletas conseguem focalizar a sua atenção quando tal se manifeste necessário. I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 6 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida Quando comparados com o grupo de controlo, os orientadores demonstram um maior valor para a escala SIE. Este valor, é próximo do resultado encontrado para a dimensão FAE. Contudo, o resultado do desvio padrão para a SIE é bastante elevado, o que nos leva a supor que apesar de por vezes os orientadores se sentirem sobrecarregados pela informação externa, conseguem lidar com um meio sobrecarregado de estímulos. Nas escalas de controlo, os orientadores da amostra apresentam resultados inferiores aos do grupo de controlo. O valor mais baixo para o COC, poderá indicar que os orientadores têm uma maior habilidade para exercer controlo sobre o seu comportamento, do que os candidatos à polícia. O resultado encontrado para o PIN, quando comparado com o grupo de controlo, feznos supor que os orientadores sentem o meio ambiente menos sobrecarregado e complexo do que os candidatos à polícia. A análise das escalas interpessoais, demonstrou resultados médios mais elevados para os orientadores nas escalas CON, INT, EXI e MAN do que para o grupo de controlo. O resultado mais elevado encontrado para o CON poderá indicar que estes orientadores têm uma forte necessidade de controlar situações interpessoais. Estes atletas são decisores. A dimensão introversão (INT), indica o prazer que os atletas têm na prática de actividades individuais. Estes orientadores, parecem demonstrar tendência para serem intelectualmente expressivos (EXI). A média encontrada para a manifestação dos afectos negativos (MAN), poderá indicar que os orientadores da amostra expressam mais os seus afectos negativos do que o grupo de controlo. Contudo, este é um valor médio, o que poderá indicar que a tendência para expressar afectos negativos poderá ser positiva ou negativa, dependendo das exigências da situação. O valor mais baixo encontrado para o desvio padrão da dimensão OAF e o valor elevado da média, dão-nos a indicação do interesse e envolvimento dos atletas em desportos activos e competitivos. Análise qualitativa A entrevista semi - estruturada, foi o procedimento que representou de forma eficaz as estratégias cognitivas usadas pelos orientadores. A análise posterior das entrevistas, permitiu-nos identificar as principais estratégias escolhidas pelos orientadores, bem I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 7 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida como a informação mais relevante para a escolha das opções e as estratégias de recolocação. Contudo, todos os orientadores da amostra são da opinião que as estratégias a usar dependem do local onde a prova é realizada, ou seja, dependem das especificidades do terreno, do mapa e do próprio percurso. O próximo quadro, mostra-nos as principais estratégias de decisão usadas pelos atletas: ESTRATÉGIAS DE DECISÃO - Antevisão (planear a opção para o próximo ponto) e visualização da direcção de saída para o ponto seguinte - Comparação mapa / terreno - Utilização de pontos de ataque - Navegação por azimutes Todos os atletas consideram que a interpretação das curvas de nível é a análise mais importante quando tentam seleccionar a informação relevante para a escolha da opção. Contudo, uma das suas pistas favoritas, são os caminhos. Supomos que a razão para este factor, deve-se ao facto de que grande parte dos mapas de orientação portugueses existentes até à data de realização deste trabalho, são muito ricos em caminhos e em áreas com muita vegetação intransponível, que provocam a necessidade de navegação maioritariamente por caminhos e carreiros. A próxima tabela, mostra as principais estratégias de recolocação utilizadas pelos orientadores, quando se desorientam: ESTRATÉGIAS DE RECOLOCAÇÃO -Visualizar elementos característicos do terreno e tentar identificá-los no mapa -Voltar atrás até à última pista confirmada -Rápida percepção do erro -Alcançar um ponto de segurança e reorientar-se a partir daí As respostas dadas pelos orientadores fazem-nos supor que, quando se perdem, e antes de conseguirem pensar em qualquer estratégia de recolocação, descontrolam-se e andam às voltas durante um tempo indeterminado. Assim, tentámos determinar quais as situações que afectam mais a sua concentração (próxima tabela), porque acreditamos que estas são as situações que contribuem mais para o insucesso de uma competição. I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 8 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida SITUAÇÕES PERTURBADORAS DA CONCENTRAÇÃO -Muitos orientadores na floresta -Ser o primeiro a partir no início da competição -Ser apanhado por adversários -Atacar mal o primeiro ponto durante a competição Quase todos os orientadores da amostra concordam que quando se sentem cansados, é ainda mais difícil manterem-se concentrados e por vezes, é difícil permanecer focalizado na competição porque é difícil não pensar na sua vida pessoal e/ou profissional que acaba por interferir com o seu desempenho. Para todos os atletas, é sempre importante o início da competição, particularmente quando ela é feita com um mapa novo, e tem que ser feita uma rápida leitura do mapa (comparação entre o mapa e o terreno). Parece que para estes orientadores este é um passo muito importante para se manterem concentrados e encontrarem de forma bem sucedida a primeira baliza. Os atletas pensam que quando cometem erros no início da competição, esta falha comprometerá toda a prova, porque a falta de concentração inicial provoca insegurança e perda de tempo. I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 9 A Tomada de Decisão na Orientação por: Kátia Almeida 5. Conclusões Da análise quantitativa dos processos cognitivos envolvidos na tomada de decisão na orientação, concluímos que as características mais salientes destes orientadores parecem estar relacionadas com uma boa capacidade de realização de trabalho e de concentração. Verificámos que estes atletas parecem situar-se próximo da dependência do campo perceptivo. Os orientadores da amostra parecem demonstrar capacidade de controlar o seu comportamento e de percepcionar o meio envolvente como pouco complexo. Este processamento da informação, está relacionado com a capacidade dos atletas de fazerem um uso eficaz da atenção. Os atletas parecem ainda demonstrar uma forte necessidade de controlar situações interpessoais. Da análise qualitativa, concluímos que as principais estratégias de decisão e recolocação usadas pelos orientadores da amostra, dependem do mapa, do terreno e do percurso. Partindo das entrevistas, identificámos várias estratégias usadas pelos atletas para tomar decisões durante as competições e concluímos que o problema apenas aparece como tal, quando tem que ser tomada conscientemente uma decisão. A análise dos aspectos qualitativos da tomada de decisão, fez-nos deduzir que ainda há muito trabalho a ser feito com estes atletas, especialmente no que diz respeito ao controlo emocional relacionado com a falta de concentração. I Congresso Científico de Orientação Viana do Castelo, 08 de Dezembro de 2001 10