FB NO Ciências da Natureza e suas Tecnologias 2010 Física Prof. Douglas Gomes 4 nº O Submarino Nautilus Depois de Fulton, são incontáveis os submarinos a que foi dado o mesmo nome. Não apenas por tradição. É a homenagem a um antepassado dos modernos submarinos. Um antepassado que os antecedeu em qualquer coisa como 650 milhões de anos... O náutilo que inspirou os submarinos é um animal marinho que vive a cerca de 600 metros de profundidade e que todas as noites sobe a menos de 100 metros à procura de comida. Enquanto outros animais morreriam com a mudança de pressão, o náutilo suporta-a sem dificuldades. Pode até viver em águas pouco profundas, em um aquário, desde que a temperatura não suba acima dos 27 graus. “ Em Vinte Mil Léguas Submarinas, romance sempre atual, Júlio Verne descreve o submersível Nautilus, construído pelo prodigioso capitão Nemo. Mas ainda antes do livro de Verne, escrito em 1870, foram construídos vários “ Ao que se sabe ao certo, o primeiro aparelho capaz de mergulhar e manobrar debaixo de água, embora de forma rudimentar, foi construído em 1620, na Inglaterra, pelo holandês Cornelius Van Drebbel (1572 - 1624). Mas esse aparelho e os que se seguiram eram apenas curiosidades. A revolução americana e a Guerra Civil levaram ao desenvolvimento de submersíveis mais avançados. Um dos inventores da época, o norteamericano Robert Fulton (1765 - 1815), construiu em 1800 um submarino com forma de charuto, como os atuais, com razoável autonomia de viagem e um sistema de retenção do ar. O nome desse submarino era precisamente Nautilus. submersíveis com esse mesmo nome. Ciências da Natureza e suas Tecnologias Os náutilos são moluscos muito curiosos. reinaram no paleozoico, competindo com outros invertebrados e com as trilobites. Sobreviveram até a atualidade, com seis espécies que povoam as águas tropicais do Pacífico e do Índico. Da classe dos cefalópodes, semelhantes aos polvos e às lulas, com uma cabeça grande, olhos desenvolvidos e múltiplos tentáculos em torno da boca, têm concha externa, dividida em câmaras. Quando partida longitudinalmente, a concha revela um crescimento espiral muito curioso, com separações entre o que parecem ser compartimentos estanques. O segredo da capacidade de adaptação dos náutilos às diversas profundidades está precisamente nessas câmaras, que o animal vai construindo ao longo da vida. Enquanto cresce, constrói um prolongamento da concha para conter o corpo e abandona, mas deixa uma comunicação com as sucessivas câmaras através de um tubo (sifúnculo) por onde controla a passagem de um líquido que enche parte das câmaras. Outra parte é preenchida com gás. Para se deslocar, o náutilo recorre a um processo mecânico, expelindo água. Atingindo determinada profundidade, para flutuar em equilíbrio tem que ter o peso exatamente igual ao do seu volume em água. É o princípio de Arquimedes. Se tiver de se adaptar a profundidades maiores, tem de que tornar mais pesado, o que consegue bombeando líquido nas câmaras através do sifúnculo. O gás aí existente é comprimido e passa a ocupar menor espaço. O peso do náutilo aumenta até que a sua maior densidade equilibra a também maior densidade da água. Para se adaptar a profundidades menores, basta ao náutilo expelir água e deixar que o ar nas câmaras se descomprima. Os modernos submarinos seguem este princípio e movem-se para cima e para baixo comprimindo e descomprimindo o ar das suas câmaras. Inspiraram-se neste animal fabuloso. É justo que honrem o seu nome. Texto extraído do livro: Passeio aleatório pela ciência do dia a dia. Autor: Nuno Crato. Ed. Livraria da Física, 2009. 1. O que podemos afirmar corretamente acerca da compreensão dos gases nas câmaras do submarino e do cafalópode do texto? a) O ar comprimido acumula energia para fazer a propulsão do navio e do cefalópode. b) Ao ser comprimido, o peso do ar aumenta, proporcionando a submersão. c) O ar, quando comprimido, fica mais denso e, ocupando menor volume, também desloca menor volume de água, reduzindo o empuxo e permitindo ao submarino e ao cefalópode submergirem. d) o ar comprimido aumenta a pressão nas cabines podendo, com isso, afetar os órgãos auditivos dos tripulantes, por isso, nem todo o princípio hidrostático dos cefalópodes pôde ser adaptado à construção de submarinos. e) Essa compressão em nada interfere na movimentação de ambos. 2 FB NO ENEM Ciências da Natureza e suas Tecnologias 2. Um submarino está completamente submerso, em repouso, sem tocar o fundo do mar. O que podemos afirmar corretamente acerca do empuxo exercido pela água no submarino? a) Esse empulxo é uma força vertical que atua de cima para baixo. b) O módulo desse empuxo tem valor igual ao do peso total do submarino. c) O módulo desse empuxo tem valor inferior ao do peso total do submarino porque este é feito predominantemente de metal, mais denso do que a água. d) O empuxo tem valor maior do que o peso da água deslocada pelo submarino ao submergir. e) Nada se pode afirmar, porque não foram fornecidas as especificaçãoes técnicas do submarino. 3. Supondo os gases ideias, as transformações nas câmaras isotérmicas e que não haja perda de gás, podemos afirmar corretamente que: a) na compreensão, a variação da pressão é inversamente proporcional à variação do volume de gás. b) não é necessário realização de trabalho por parte dos motores da embarcação porque a água espontaneamente irá comprimir os gases até a pressão necessária para todos os procedimentos de emersão e de submersão. c) na compressão, o trabalho realizado sobre o gás é convertido integralmente em calor, proporcionando a manutenção da energia interna do gás. d) essas suposições só se concretizariam se as paredes do reservatório de gás fossem adiabáticas, não permitindo trocas de calor. e) a variação de pressão é inversamente proporcional ao quadrado da variação do volume do gás. 4. O texto faz comentários acerca do princípio de Arquimedes. De acordo com o autor, quando o corpo está completamente submerso, o valor do empuxo é igual ao do peso de seu volume em água. Contudo, se o corpo não estiver completamente submerso, o valor do empuxo é igual ao do peso de uma porção de água correspondente ao volume submerso. Pensando nisso e nas condições de equilíbrio, responda o que se segue. Considere que a figura I mostra uma vasilha, cheia de água até a borda, sobre uma balança. Nessa situação, a balança registra um peso P1. Um objeto de peso P2 é colocado nessa vasilha e flutua, ficando parcialmente submerso, como mostra a figura II. Um volume de água igual ao volume da parte submersa do objeto cai fora da vasilha. FB NO ENEM 3 Ciências da Natureza e suas Tecnologias Com base nessas informações, é correto afirmar que, na figura II, a leitura da balança é: a) igual a P1. b) igual a P1 + P2. c) maior que P1 e menor que P1 + P2. d) menor que P1. e) igual a P2. 5. Suponha que um submarino se encontra a uma profundidade de 50m. Para que a tripulação sobreviva, um descompressor mantém o seu interior a uma pressão constante igual à pressão atmosférica ao nível do mar. Considerando 1atm = 105 Pa, a diferença entre a pressão, junto a suas paredes, fora e dentro do submarino, é da ordem de: a) 0,1atm b) 1atm c) 5atm d) 50atm e) 500atm GABARITO (V.3) 1 2 3 4 5 B A B A C Professor Colaborador: Fábio Coelho 4 FB NO ENEM OSG: 3055410 - PABLOV - REV.: IE