LUIZ MESQUITA O autor da letra do “Hino do Estado de Alagoas” nasceu em Maceió, no dia 14 de abril de 1861. Poeta e jornalista consagrado, Luiz Mesquita era formado em ciências Jurídicas e Sociais pela faculdade de Direto do Recife, onde veio a se bacharelar no ano de 1885. Após o término do curso ingressou na magistratura; foi nomeado, em 1887, promotor da comarca de Porto Calvo, tendo igualmente exercido este mesmo cargo nas comarcas de Alagoas – atual Marechal Deodoro e Pilar. Em 1889 foi nomeado juiz municipal e de órgãos do termo de Traipú, cargo exercido em São Miguel dos Campos e na antiga comarca de Alagoas, até 1891, quando deixou por motivo de saúde. Ingressando na política, foi deputado estadual da 12ª à 14ª legislatura, correspondentes aos períodos 1913-1914, 1915-1916 e 1916-1917. Foi professor do antigo Liceu Alagoano, atual Colégio Estadual de Alagoas, a principio de Retórica, depois, da cadeira de Português, na qual se aposentou. Redigiu e colaborou em diversos jornais maceioenses, entre os quais citamos o Diário da Manhã, onde se iniciou no jornalismo, em 1883; Gazeta de Notícias; Gazeta de Alagoas; O Momento, do qual foi redator-chefe; Gutemberg; A Tribuna e Jornal de Alagoas, quase sempre acobertado por pseudônimos. A letra do nosso hino oficial, por ele escrita em fevereiro de 1894, a pedido do Governador Gabino Besouro, foi adotado como hino do estado de Alagoas em 6 de junho seguinte, pelo Decreto nº 57, juntamente com sua música, de autoria do maestro Benedito Raimundo d Silva. Luiz Mesquita faleceu em Maceió, no dia 4 de setembro de 1918. BENEDITO RAIMUNDO DA SILVA Benedito Raimundo da Silva – este o seu nome completo – também era natural de Maceió, onde nasceu no dia 31 de agosto de 1859. Benedito Piston era seu nome popular, oriundo do instrumento musical que dominava com perfeição – o piston. De origem humilde, Benedito Silva começou a tocar aos 11 anos de idade, sob a orientação do seu próprio pai. E, durante toda a sua mocidade, - e pelo resto da vida – viveu para a música, estudando, ensinando, tocando, compondo e regendo. Organizou e dirigiu, aqui, várias bandas de música, como as da Sociedade Filarmônica Minerva, Euterpe Pilarense, Montepio dos Artistas, Tiro Alagoano, Escola de Aprendizes Marinheiros, Batalhão Policial e Euterpe Miguelense, entre outras. Fora do nosso Estado foi regente de orquestra e ensaiador de corpo musicais no Amazonas, Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. Musicou, além do “Hino do Estado de Alagoas”, em 1894, o “Hino do Centenário” ( do 1º centenário da nossa emancipação política, em 1917 ), cuja a letra é de autoria de Jaime de Altavilla, e a do “Hino do 4º centenário do descobrimento do Brasil”, Classificado em 2º lugar em concurso realizado no Rio de Janeiro, no fim do ano de 1899. De uma versatilidade musical admirável, Benedito Raimundo da Silva deixou dezenas de composições musicais em variados ritmos, algumas delas editadas. Completamente esquecido e pobre, Benedito Silva veio a falecer nesta capital, aos 62 anos de idade, vítima de paludismo pernicioso, no dia 14 de maio de 1921. Após a sua morte a Câmara Municipal de Maceió denominou Maestro Benedito Silva a uma ladeira no bairro de Bebedouro. Esta foi, ao que tudo indica, a única homenagem prestada, depois do seu desaparecimento, ao grande compositor, “ o mais brilhante e fecundo talento musical de Alagoas”, nas palavras de José Avelino Silva.