1°)(PUCCAMP-SP) “Eu Conheci Deputado que nunca honrou a casaca, antes de ter este posto não valia uma caraça, no bolso velho furado não possuía pataca. Mas depois que se elevou pisava a gente com os pés, afrontando todo mundo, os dedos cheios de anéis ganhando sem trabalhar mais de três contos de réis. Porém a 10 de novembro o ‘seu’ Gegê deu o traço, pegou toda essa negrada e fez virar em pedaço. E deputado não vale aquilo que o gato enterra...” (Cantiga de cordel de Zé Vicente, Belém do Pará) 1. O tema e a atitude do poeta nestes versos fazem-nos lembrar de uma tradição: a) Satírica de nossa literatura, em que o tipo ridicularizado é o fanfarrão poderoso, como nas Cartas chilenas, de Tomas António Gonzaga. b) Satírica de nossa literatura, em que o alvo são os tipos populares oportunistas, como os “mulatos desavergonhados” de Gregório de Matos. c) Lírica de nossa literatura, pela qual o poeta expressa suas frustrações íntimas e dolorosas diante da brutalidade dos fatos. d) Épica de nossa literatura, na qual o poeta enfrenta dramaticamente a realidade da opressão, como Castro Alves em vários poemas de Espumas flutuantes. e) Épica de nossa literatura, pela qual se redime o valor moral das classes populares, como em Vidas secas, de Graciliano Ramos. 2. Na evolução política brasileira, as idéias contidas nos versos do folheto de cordel identificam: a) b) c) d) e) Conseqüências do descontentamento de vários setores da sociedade em 1922. Resultados da descrença da população no aparelho governamental e político. Características da participação inconsciente do povo na revolução de 1930. Uma expressão popular da ideologia dominante do Estado Novo. Fatores que levaram à eclosão da revolução constitucionalista de 1932. 2°) (UFMT-MT) Soneto Discreta e formosíssima Maria, Enquanto estamos vendo claramente na vossa ardente vista o sol ardente e na rosada face aurora fria: Enquanto, pois produz, enquanto cria essa esfera gentil, mina excelente, no cabelo o metal mais reluzente, e na boca a mais fina pedraria: Gozai, gozai da flor da formosura, Antes que o frio da madura idade Tronco deixe despido, o que é verdura. Que, passado o zênite da mocidade, sem a noite encontrar da sepultura, é cada dia ocaso de beldade. 3. Em relação aos sentidos do texto, julgue os itens. a) O poema exemplifica um dos temas constantes na obra lírico-amorosa de Gregoria de Matos: a transitoriedade e a instabilidade da vida. b) O poema prega o comedimento de atitude e a contenção amorosa. c) Entre flor de formosura e madura idade há o mesmo jogo de oposição que entre zênite da mocidade e ocaso da beldade. d) As estrofes estão em ordem antitética, a segunda a contrapõe-se à primeira e a quarta à terceira. e) Na última estrofe, o eu lírico apresenta a justificativa para a exortação feita anteriormente. 4. Quanto à linguagem do texto, julgue os itens. a) O Barroco caracteriza-se pela linguagem linear e sintética, explorando aspectos distintivos de um mesmo assunto. b) Os procedimentos metafóricos utilizados na composição da figura feminina recorrem a imagens de mesma natureza. 3°) (MACK-SP) Texto I Olha, Marilia, as flautas dos pastores, que bem que soam, como estão cedentes! Olha o Tejo, a sorrir-se! Olha, não sentes os Zéfiros brincar por entre as flores? Bocage Texto II Ah! Não me roubou tudo a negra sorte: Inda tenho este abrigo, ainda me resta O pranto, a queixa, a solidão, e a morte. Bocage 5. No texto I encontra-se representação da natureza que a) Se caracteriza como o lócus amoenus (lugar aprazível), motivo poético desenvolvido pela estética árcade. b) Corresponde a um quadro harmonioso, seguindo modelo típico das cantigas de amor medievais. c) É resultado de uma concepção romântica, característica do mal do século. d) É expressão da religiosidade cristã que marcou os ideais iluministas. e) Corresponde a um padrão estético que reflete a cosmovisão dos escritores naturalista do século XIX. 6. Sobre os textos I e II é correto afirmar: a) b) c) d) e) Ambos indicam, por meio do vocativo, a presença da mulher amada. Em I, concretiza-se poeticamente a alegria por meio de personificação. Ambos expressam um lamento frente àquilo que a negra sorte pode roubar do ser humano. Em II, o pranto, a queixa, a solidão e a morte apresentam-se como algo indesejável. Em I, a recorrência de exclamações é índice de contenção emotiva.