Comissão de Saúde Pública
Rede Pública de Saúde
Manual de Regulação – Proposta Preliminar
DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR
& DOR OROFACIAL
2013
Manual de Regulação
Especialidade: Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial
Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial é a especialidade que tem por objetivo
promover e desenvolver uma base de conhecimentos científicos para melhor
compreensão do diagnóstico e no tratamento das dores e distúrbios do sistema
mastigatório, região orofacial e estruturas relacionadas.
Motivos mais freqüentes de encaminhamento:
a) Estalidos ou crepitações na articulação temporomandibular
b) Dores na articulação e/ou nos músculos da mastigação
c) Dificuldade ou impedimento dos movimentos excursivos da mandíbula
(abertura, fechamento, lateralidade ou protrusão).
d) Dores orofaciais: Nociceptiva, Neurogênica, Psicogênica e Mista
1. Responsabilidade por nível de atenção
1.1 Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas, e o reconhecimento da disfunção
Temporomandibular e dores orofaciais. Observação de dor e dificuldade nos
movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como:
Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para
Diagnóstico.
1.2
Média:
Avaliação
do
paciente
para
o
diagnóstico
das
disfunções
temporomandibulares e dores orofaciais. Realização de anamnese e exame físico e
havendo necessidade, a solicitação de exames complementares. Classificação
diagnóstica da DTM e da Dor Orofacial. Serão realizados procedimentos conservadores
e reversíveis para o controle da Disfunção Temporomandibular e dores orofaciais,
como Exercícios Terapêuticos, Terapias Térmicas, Confecção de Dispositivos Intra
Orais, Terapia Medicamentosa, Terapia Cognitivo Comportamental.
1.3
Alta:
Avaliação
do
paciente
para
o
diagnóstico
das
disfunções
temporomandibulares e dores orofaciais. Realização de anamnese e exame físico e
havendo necessidade, a solicitação de exames complementares. Pacientes refratários,
portadores de dores crônicas e de comorbidades como diabetes, hipertensão arterial
sistêmica, alterações endocrinológicas, alterações hormonais, doenças reumáticas,
cefaléias e doenças mentais. Pacientes em uso crônico de medicação, portadores de dor
orofacial neuropática, dores orofaciais secundárias a tumores e outras dores orofaciais.
Pacientes que necessitem de tratamentos medicamentosos, tratamento através de
infiltrações
anestésicas,
agulhamento
seco,
bloqueio
anestésico,
acupuntura,
viscossuplementação, artrocentese, e tratamentos realizados em conjunto com outras
especialidades
(Neurologistas,
Reumatologistas,
Psiquiatras,
Psicólogos,
Fisioterapeutas, Assistentes Sociais, Endocrinologistas, Anestesistas entre outros).
Justificativa para encaminhamento
Complexidade de diagnóstico, ausência de possibilidades ou técnicas para a realização
do procedimento na Atenção Básica e Secundária, pacientes com suspeita de outras
doenças sistêmicas.
2. Manual Clínico
Especialidade: Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial
2.1 Observação dos critérios de referência e contra-referência
Avaliar, por meio da ficha de encaminhamento e procedimento do usuário, se os
critérios estabelecidos no Manual de Regulação de Disfunção Temporomandibular e
Dor Orofacial estão sendo respeitados na situação referenciada.
2.2 Anamnese
Realizar anamnese detalhada. Em se tratando de paciente poliqueixoso, cada queixa
deve ser analisada de forma separada e seus relacionamentos devem ser pesquisados.
Devem-se observar os seguintes aspectos considerados essenciais:
 Local anatômico e tempo da queixa;
 Tipo de dor e sua irradiação;

Intensidade (escala numérica, escala visual analógica, dentre outras).
 Horários e freqüência de ocorrência;
 Duração da dor;
 Fenômenos acompanhantes, locais ou sistêmicos (ocorrência de sintomas
associados: fotofobia, fonofobia, náusea, vômitos, vertigem, insônia, diminuição
a acuidade auditiva ou zumbidos, alterações de sensibilidade, cansaço muscular,
fadiga);
 Fatores de precipitação;
 Fatores de melhora e de piora;
 Presença de sons ou travamentos;
 Hábitos parafuncionais e alimentares;
 Medicações em uso;
 Avaliação de sistemas (tratamentos médicos e odontológicos e tratamentos em
andamento);
 História médica pregressa (tratamentos anteriores, doenças, fatores emocionais);
 Avaliação social, familiar e emocional.
2.3 Exame físico
2.3.1 Intraoral
Verificar estabilidade oclusal (investigar má oclusão súbita), bem como a presença de
doença periodontal e lesões cariosas ou nos tecidos moles.
2.3.2 Palpação da cadeia linfática cervical
Região sublingual, Região submandibular, Região jugulo-carotídea alta, Região jugulocarotídea média, Região jugulo-carotídea baixa, Região supraclavicular.
2.3.3 Avaliação músculo-esquelética do Sistema Estomatognático (RDC/DTM –
DC/DTM)
É realizado por um conjunto de inspeção, palpação e avaliação funcional do Sistema
Mastigatório e dos músculos faciais.
É essencial verificar:
a) Padrão de abertura;
b) Extensão de movimento vertical: Presença de dor e amplitude de movimento
de abertura;
c) Avaliação dos movimentos excursivos: Presença de dor e amplitude de
movimentos;
d) Presença de ruídos articulares: Estalido ou crepitação nos movimentos
mandibulares;
e) Palpação músculos mastigatórios (masseter, temporal) e da ATM: investigar
o tônus muscular, presença de dor à palpação, buscar nódulos musculares,
investigar inflamações articulares.
2.3.4 Avaliação músculo-esquelética cervical
É realizado por um conjunto de inspeção, palpação e avaliação funcional
a) Avaliar a amplitude de movimentos cervicais e a presença de dor;
b) Palpação do esternocleidomastóideo, trapézio, rombóideos e cervicais
posteriores.
2.3.5 Avaliação dos pares cranianos
Consiste na avaliação das saídas neurais (Palpação da saída dos nervos: supraorbital,
supra e infratroclear, zigomaticofacial, mentoniano, auriculotemporal superior e inferior
e occipital maior e menor) e avaliação neurológica dos 12 pares cranianos.
2.4 Exames complementares
Havendo necessidade, deverão ser solicitados exames complementares.
2.4.1 Imaginologia Convencional
a) Norma Lateral:
 Transcraniana
 Transfacial
 Panorâmica
 Telerradiografia Lateral
 Lateral de ATM (Transfacial)
b) Norma Frontal:
 Transorbital
 PA
 Towne
c) Norma Axial:

Hirtz ou Submento-vértice
2.4.2 Tomografia Computadorizada
2.4.3 Ressonância Nuclear Magnética
2.4.4 Cintilografias
2.4.5 Exames laboratoriais
VHS, FAN, fator reumatóide, hemograma completo, Gama GT, TGO, TGP, creatinina e
clearance de creatinina.
2.5 Procedimentos para tratamento de disfunções temporomandibulares e dores
orofaciais:
A tentativa de isolar uma causa nítida e universal da DTM e das dores orofaciais
não tem sido bem sucedida. Estudos recentes concluem que a Disfunção
Temporomandibular e as dores orofaciais têm origem multifatorial. Em virtude da
complexidade etiológica e da variedade dos sinais e sintomas que podem também
representar outras patologias, o reconhecimento, a diferenciação e o tratamento dessas
condições requer prudência por parte do profissional.
As alternativas de tratamento sempre devem ser baseadas em evidências
científicas e, salvo raros casos, as modalidades devem ser conservadoras e reversíveis.
Deve-se valorizar o aprendizado e a importância do tratamento realizado pelo próprio
paciente em seu domicílio. Deve-se também valorizar a abrangência dos aspectos
biopsicossociais. Sabe-se que remissão espontânea e regressão à média são fatores
importantes e devem ser considerados. Os pacientes refratários, portadores de dores
crônicas, na sua grande maioria não necessitam de modalidades irreversíveis e
agressivas de tratamento.
O objetivo do tratamento é controlar a dor, recuperar a função do aparelho
mastigatório, reeducar o paciente e amenizar fatores adversos que perpetuam o
problema.
A etiologia indefinida, o caráter autolimitante e a altíssima eficácia recomendam
a utilização inicial de terapias não invasivas e reversíveis para os pacientes que sofrem
de DTM e dores orofaciais.
Educação do paciente, automanejo, intervenção comportamental, utilização de
fármacos, placas interoclusais, terapias físicas, treinamento postural, uso de
medicamentos, bloqueios e exercícios compõem a lista de opções aplicáveis a quase
todos os casos de DTM e dores orofaciais.
A prática da Odontologia Baseada em Evidência (OBE) não ampara a prescrição
de técnicas que promovem mudanças oclusais complexas e irreversíveis como o ajuste
oclusal por desgaste seletivo, terapia ortodôntica, ortopedia funcional, cirurgia
ortognática ou técnicas de reabilitação oral protética no tratamento das Disfunção
Temporomandibulares.
Com relação às cirurgias de ATM, é possível afirmar que são necessárias em
alguns poucos casos específicos, tais como anquilose, fraturas e determinados distúrbios
congênitos
ou
de
desenvolvimento.
Excepcionalmente
são
aplicáveis
para
complementar o tratamento em transtornos internos da ATM.
É função de o especialista determinar quais procedimentos terapêuticos serão
utilizados, e a seqüência de intervenção.
2.5.1 Terapia cognitivo-comportamental
Definição
Métodos a respeito da maneira como seres humanos modificam seu comportamento,
têm por fim uma melhora sistemática dos problemas tratados. Tais técnicas perseguem
objetivos concretos e operacionalizados (ou seja, claramente definidos e observáveis)
nos diferentes níveis do comportamento e da experiência pessoa.
Indicações:
Através do processo ativo da construção da percepção e da atitude de tomar um
comportamento postulado como o mais adequado, a TCC representa um papel
importante na prevenção e tratamento dos fatores predisponentes das DTMs.
Sequência de intervenção:
Orientação verbal dos pacientes em relação aos hábitos parafuncionais e aspectos
posturais.
Terapia medicamentosa:
Não se aplica.
Características:
Risco de não aprendizado por parte do paciente.
Condutas em caso de urgência/emergência:
Encaminhamento ao nível de atenção para diagnóstico.
Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica:
Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção
Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares.
Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta,
hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar a
Atenção Básica para manutenção a cada 6 meses durante 1 ano.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento da atenção média
Observações:
Não se aplica.
2.5.2 Dispositivo Interoclusal:
Definição:
Dispositivo removível confeccionado em resina acrílica a partir de um molde individual
da arcada, ou diretamente na boca do paciente.
Indicações:
Tratamento das DTMs e controle e mensuração do Bruxismo do Sono.
Seqüência de intervenção:
 Moldagem anatômica;
 Confecção do modelo de trabalho;
 Planejamento do dispositivo;
 Envio ao laboratório;
 Instalação do dispositivo; (contatos bilaterais e simultâneos das cúspides
funcionais)
 Orientações sobre uso adequado, cuidados e higienização;
 Ajustes e/ou controles periódicos.
Terapia medicamentosa:
Se necessário como adjuvantes nas algias musculares.
Características:
 Não deve interferir na normalidade;
 Atuar conforme indicação e finalidade;
 Fácil confecção;
 Biocompatibilidade;
 Depende da colaboração do paciente.
Condutas em caso de urgência/emergência:
Em casos de problemas com o dispositivo, orientar o usuário a não utilizar o mesmo e
procurar serviço para ajuste ou reconstrução.
Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica:
Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção
Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares.
Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta,
hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico.
Para realizar o encaminhamento o profissional de atenção básica deve conhecer
aspectos gerais de DTM e DOF.
Proservação:
Por meio de avaliações e/ou ajustes clínicos periódicos com a freqüência de acordo com
o tipo e indicação do dispositivo.
Observações:
Não se aplica.
2.5.3 Termoterapia
Definição:
É a aplicação terapêutica de calor ou frio local, para estimular a vasodilatação ou
vasoconstricção nos tecidos, aliviar dores musculares e articulares ou promover o
relaxamento muscular.
Indicações:
É indicada nos quadros álgicos musculares e articulares, previamente ou após exercícios
de manipulação, conforme o caso.
Seqüência de intervenção:
Aplicar as compressas de calor por 15 a 20 minutos ou Frio por 10 minutos.
Terapia medicamentosa:
Não se aplica.
Cuidados:
Deve-se considerar a temperatura utilizada para não causar danos aos tecidos.
Condutas em caso de urgência/emergência:
Realize as abordagens possíveis, de acordo com a situação de urgência/emergência e ,
quando necessário, encaminhar aos outros serviços de referência especializados.
Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica:
Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção
Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares.
Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta,
hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento adicional.
Observações:
 Lembrar sempre de proteger a pele do paciente do contato direto com a
superfície aquecida ou resfriada. Orientar o paciente a continuar a termoterapia
em domicílio.
 Cabe ao especialista determinar a escolha por compressas frias ou quentes de
acordo com o diagnóstico.
2.5.4 Cinesioterapia
Definição:
Exercícios terapêuticos que visam à reabilitação funcional através da realização de
movimentos ativos e passivos. Tem como objetivo prevenir, eliminar ou minimizar os
distúrbios temporomandibulares.
Indicações:
Dificuldade ou impedimento nos movimentos excursivos mandibulares (abertura e
fechamento, lateralidade e protrusão), incoordenações, dores musculares e articulares.
Seqüência de intervenção:
Cabe ao especialista a partir do diagnóstico, planejar a seqüência e modalidades dos
exercícios que serão aplicados.
Terapia medicamentosa:
Não se aplica.
Características ou cuidados:
Deve-se considerar o correto diagnóstico para determinar a escolha da modalidade do
exercício. Checar o aprendizado, e orientar o paciente a continuar os exercícios em
domicílio.
Condutas em caso de urgência/emergência:
Realize as abordagens possíveis, de acordo com a situação de urgência/emergência e ,
quando necessário, encaminhar aos outros serviços de referência especializados.
Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica:
Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção
Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares.
Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta,
hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento adicional.
Observações:
Não devem ser utilizados óleos ou géis durante a manipulação do paciente.
2.5.5 Agulhamento a seco
Definição:
Agulhamento a seco ou “Dry needdling” é uma técnica minimamente invasiva, na qual
agulhas de acupuntura são inseridas em pontos-gatilhos (pontos dolorosos localizados
no músculo, e que também podem referir dor à distância) utilizada para o tratamento das
disfunções temporomandibulares musculares.
Indicações:
Dor miofascial (presença de trigger points e tender points nas fibras musculares).
Seqüência de intervenção:
 Anti-sepsia do local com clorexidina saponácea a 2% ou 4% ou PVPI tópico;
 Penetração de agulhas de acupuntura.
Terapia medicamentosa:
Não se aplica.
Características ou cuidados:

Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e
para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu
consentimento.
Condutas em caso de urgência/emergência:

Medicação de controle da dor/inflamação e infecção se for o caso.

Realize
as
abordagens
possíveis,
de
acordo
com
a
situação
de
urgência/emergência e , quando necessário, encaminhar aos outros serviços de
referência especializados.
Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica:
Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção
Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares.
Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta,
hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento adicional.
Observações:

O agulhamento seco é diferente da acupuntura. A terapia chinesa (acupuntura)
utiliza pontos específicos da medicina oriental. Os pacientes que apresentarem
pontos gatilho em regiões que não seja de competência do especialista em DTM
e DOF deverão ser encaminhados.
2.5.6 Acupuntura
É uma técnica minimamente invasiva, na qual agulhas de acupuntura são
inseridas em pontos-gatilhos (pontos dolorosos localizados no músculo, e que também
podem referir dor à distância), pontos locais e adjacentes, pontos distais, pontos de
acordo com o fator patogênico, pontos de acordo com o padrão acompanhante utilizada
para o tratamento das disfunções temporomandibulares musculares.
Indicações:
Dor miofascial (presença de trigger points e tender points nas fibras musculares).
Seqüência de intervenção:
 Antissepsia do local com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou álcool
70%.
 Penetração de agulhas de acupuntura.
Terapia medicamentosa:
Não se aplica.
Características ou cuidados:

Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e
para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu
consentimento.

Gestantes e pessoas com marcapasso.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento adicional.
Observações:

A terapia chinesa (acupuntura) utiliza pontos específicos da medicina oriental.
Os pacientes que apresentarem pontos gatilho em regiões que não seja de
competência do especialista em DTM e DOF serão encaminhados ao
fisioterapeuta.
2.5.7 Terapia Medicamentosa
Definição:
É o uso de fármacos para o tratamento das DTMs e DOFs, aplicados local ou
sistemicamente, independentemente da sua via de administração.
Indicações:
DTM musculares e Articulares agudas e/ou crônicas, Osteoartrite/Osteoartrose, Dores
neuropáticas.
Seqüência de intervenção:
Cabe ao especialista a partir do diagnóstico, escolher o tipo, tempo e duração dos
medicamentos que serão usados.
Terapia medicamentosa:

Analgésicos

AINES

Glicocorticóides

Relaxantes musculares

Anticonvulsivantes

Ansiolíticos

Tranquilizantes - Benzodiapezínicos

Antidepressivos tricíclicos

Opióides

Anestésicos locais
Características e cuidados:
Observar processos alérgicos, histórico de doenças prévias, paralisias faciais.
Condutas em caso de urgência/emergência:
Realize as abordagens possíveis, de acordo com a situação de urgência/emergência e ,
quando necessário, encaminhar ao serviço de referência especializado.
Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica:
Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção
Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares.
Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta,
hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento adicional.
Observações:
Não se aplica.
2.5.8 Bloqueio anestésico
É uma técnica utilizada com o objetivo de auxiliar no diagnóstico das disfunções
temporomandibulares e dores orofaciais, interromper o impulso da dor primária,
interromper o ciclo da dor, e no tratamento do ponto de gatilho miofascial.
Indicações:
Dor miofascial (presença de trigger points e tender points nas fibras musculares), dor
neuropática periférica, dor pós-operatória, dor articular.
Seqüência de intervenção:
 Antissepsia do local com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou álcool
70%.
 Infiltração anestésica de acordo com a técnica indicada.
Terapia medicamentosa:
 Lidocaína 2% sem vasoconstritor
Características ou cuidados:

Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e
para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu
consentimento.

Contra-indicado em pessoas alérgicas ao anestésico.

Gestantes e pessoas com marcapasso.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento adicional.
Observações:
2.5.9 Viscossuplementação
Esta técnica busca a recuperação da viscoelasticidade do ácido hialurônico, do
líquido sinovial, e manutenção e restauração da matriz cartilaginosa e na manutenção da
homeostase da articulação, através da infiltração intrarticular de hialuronato de sódio.
Indicações:
Deslocamentos do disco e osteoartrite da ATM, em casos que não respondem
adequadamente ao tratamento convencional.
Seqüência de intervenção:
 Antissepsia do local (ATM) com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou
álcool 70%.
 Infiltração anestésica de acordo com a técnica indicada.
 Infiltração intrarticular com hialuronato de sódio.
Terapia medicamentosa:
 Hialuronato de sódio de baixo peso molecular - 1 ml.
Características ou cuidados:

Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e
para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu
consentimento.

Contra-indicado em pessoas alérgicas ao anestésico e à medicação.

Gestantes e pessoas com marcapasso.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
adequadamente
deverão
receber
acompanhamento adicional.
Observações:
2.5.10 Artrocentese
Procedimento cirúrgico que possui mínima morbidade, pouco risco de
complicações e baixo custo em relação a outros procedimentos cirúrgicos e pode ser
realizada sob anestesia local em nível ambulatorial. Tem como objetivo a lavagem do
espaço articular superior da ATM, com a finalidade primária de limpar a articulação dos
tecidos necrosados, sangue e mediadores inflamatórios, e também liberar o disco
articular e romper as adesões formadas entre as superfícies do mesmo e a fossa
mandibular.
Indicações:
Deslocamentos do disco e osteoartrite da ATM, em casos que não respondem
adequadamente ao tratamento convencional.
Seqüência de intervenção:
 Antissepsia do local (ATM) com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou
álcool 70%.
 Infiltração anestésica de acordo com a técnica indicada.
 Artrocentese.
Características ou cuidados:

Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e
para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu
consentimento.

Contra-indicado em pessoas alérgicas ao anestésico.

Gestantes e pessoas com marcapasso.
Proservação:
 Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à
Atenção Básica para manutenção.
 Pacientes
que
não
responderem
acompanhamento adicional.
Observações:
2.6 Materiais e instrumentais necessários
adequadamente
deverão
receber

alta , baixa rotação, contra ângulo e peça de mão reta;

broca para desgaste de acrílico números: RD 301, GR301.1, Maxcut 1;

peça montada de borracha ( para alisamento)

régua transparente (10 cm);

lápis cópia verde

espelho bucal

pinça Miller;

carpule;

pote dappen;

tesoura;

espátula números: 24 e 36;

espátula lecron

espátula de cera

jogo de moldeiras;

cera utilidade;

Cera rosa nº 7

Gorro descartável

gesso pedra;

gesso especial:

Grau de borracha

aparelho para aferir pressão arterial; esfigmomanômetro e estetoscópio

cubeta;

abaixadores de língua;

luvas; cirúrgica e de procedimento

máscaras;

anestésico: lidocaína 3% e mepivacaína 2%;

carbono accu film II;

acrílico auto-polimerizante (pó e líquido);

vaselina líquida;

lamparina;

cera rosa 7;

álcool 70%

clorexidina a 2% ou 4%

PVPI tópico

rolos de algodão;

gaze;

agulha de acupuntura;

alginato;

Duo-decadron;
2.7 Observações
Na impossibilidade de tratar todos os indivíduos acometidos por disfunções
temporomandibulares
e
dores
orofaciais,
recomendamos
a
priorização
por
complexidade de diagnóstico.
Portanto, para otimização do serviço, sugerimos, na etapa de avaliação média, que
sejam determinados critérios de seleção.
 Pacientes denominados A: Serão tratados somente pelo Dentista;
 Pacientes denominados B: Serão tratados pelo dentista e por profissionais de
outras especialidades;
 Pacientes denominados C: Não serão tratados pelo Dentista e serão
encaminhados.
Essa classificação, considerando-se a situação de cada paciente, facilitará a seleção dos
casos prioritários para o tratamento.
O tratamento da DTM e DOF pode ser longo e depende tanto do profissional quanto do
paciente.
Portanto, algumas considerações devem ser feitas, principalmente no que diz respeito
aos requisitos básicos profissionais que são:
 Conhecimento sobre as diferentes patologias.
 Conhecer os conceitos básicos de terapêutica utilizada;
 Possuir destreza manual;
 Saber diferenciar método/objetivo;
 Tentar alcançar os objetivos estipulados;
 Conhecer as vantagens, desvantagens e limitações dos métodos terapêuticos;
 Fornecer explicações claras e seguras sobre o tratamento em geral;
 Selecionar os pacientes priorizando a complexidade do caso.
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Manual de regulação – DTM e DOF