Comissão de Saúde Pública Rede Pública de Saúde Manual de Regulação – Proposta Preliminar DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR & DOR OROFACIAL 2013 Manual de Regulação Especialidade: Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial é a especialidade que tem por objetivo promover e desenvolver uma base de conhecimentos científicos para melhor compreensão do diagnóstico e no tratamento das dores e distúrbios do sistema mastigatório, região orofacial e estruturas relacionadas. Motivos mais freqüentes de encaminhamento: a) Estalidos ou crepitações na articulação temporomandibular b) Dores na articulação e/ou nos músculos da mastigação c) Dificuldade ou impedimento dos movimentos excursivos da mandíbula (abertura, fechamento, lateralidade ou protrusão). d) Dores orofaciais: Nociceptiva, Neurogênica, Psicogênica e Mista 1. Responsabilidade por nível de atenção 1.1 Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas, e o reconhecimento da disfunção Temporomandibular e dores orofaciais. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico. 1.2 Média: Avaliação do paciente para o diagnóstico das disfunções temporomandibulares e dores orofaciais. Realização de anamnese e exame físico e havendo necessidade, a solicitação de exames complementares. Classificação diagnóstica da DTM e da Dor Orofacial. Serão realizados procedimentos conservadores e reversíveis para o controle da Disfunção Temporomandibular e dores orofaciais, como Exercícios Terapêuticos, Terapias Térmicas, Confecção de Dispositivos Intra Orais, Terapia Medicamentosa, Terapia Cognitivo Comportamental. 1.3 Alta: Avaliação do paciente para o diagnóstico das disfunções temporomandibulares e dores orofaciais. Realização de anamnese e exame físico e havendo necessidade, a solicitação de exames complementares. Pacientes refratários, portadores de dores crônicas e de comorbidades como diabetes, hipertensão arterial sistêmica, alterações endocrinológicas, alterações hormonais, doenças reumáticas, cefaléias e doenças mentais. Pacientes em uso crônico de medicação, portadores de dor orofacial neuropática, dores orofaciais secundárias a tumores e outras dores orofaciais. Pacientes que necessitem de tratamentos medicamentosos, tratamento através de infiltrações anestésicas, agulhamento seco, bloqueio anestésico, acupuntura, viscossuplementação, artrocentese, e tratamentos realizados em conjunto com outras especialidades (Neurologistas, Reumatologistas, Psiquiatras, Psicólogos, Fisioterapeutas, Assistentes Sociais, Endocrinologistas, Anestesistas entre outros). Justificativa para encaminhamento Complexidade de diagnóstico, ausência de possibilidades ou técnicas para a realização do procedimento na Atenção Básica e Secundária, pacientes com suspeita de outras doenças sistêmicas. 2. Manual Clínico Especialidade: Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial 2.1 Observação dos critérios de referência e contra-referência Avaliar, por meio da ficha de encaminhamento e procedimento do usuário, se os critérios estabelecidos no Manual de Regulação de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial estão sendo respeitados na situação referenciada. 2.2 Anamnese Realizar anamnese detalhada. Em se tratando de paciente poliqueixoso, cada queixa deve ser analisada de forma separada e seus relacionamentos devem ser pesquisados. Devem-se observar os seguintes aspectos considerados essenciais: Local anatômico e tempo da queixa; Tipo de dor e sua irradiação; Intensidade (escala numérica, escala visual analógica, dentre outras). Horários e freqüência de ocorrência; Duração da dor; Fenômenos acompanhantes, locais ou sistêmicos (ocorrência de sintomas associados: fotofobia, fonofobia, náusea, vômitos, vertigem, insônia, diminuição a acuidade auditiva ou zumbidos, alterações de sensibilidade, cansaço muscular, fadiga); Fatores de precipitação; Fatores de melhora e de piora; Presença de sons ou travamentos; Hábitos parafuncionais e alimentares; Medicações em uso; Avaliação de sistemas (tratamentos médicos e odontológicos e tratamentos em andamento); História médica pregressa (tratamentos anteriores, doenças, fatores emocionais); Avaliação social, familiar e emocional. 2.3 Exame físico 2.3.1 Intraoral Verificar estabilidade oclusal (investigar má oclusão súbita), bem como a presença de doença periodontal e lesões cariosas ou nos tecidos moles. 2.3.2 Palpação da cadeia linfática cervical Região sublingual, Região submandibular, Região jugulo-carotídea alta, Região jugulocarotídea média, Região jugulo-carotídea baixa, Região supraclavicular. 2.3.3 Avaliação músculo-esquelética do Sistema Estomatognático (RDC/DTM – DC/DTM) É realizado por um conjunto de inspeção, palpação e avaliação funcional do Sistema Mastigatório e dos músculos faciais. É essencial verificar: a) Padrão de abertura; b) Extensão de movimento vertical: Presença de dor e amplitude de movimento de abertura; c) Avaliação dos movimentos excursivos: Presença de dor e amplitude de movimentos; d) Presença de ruídos articulares: Estalido ou crepitação nos movimentos mandibulares; e) Palpação músculos mastigatórios (masseter, temporal) e da ATM: investigar o tônus muscular, presença de dor à palpação, buscar nódulos musculares, investigar inflamações articulares. 2.3.4 Avaliação músculo-esquelética cervical É realizado por um conjunto de inspeção, palpação e avaliação funcional a) Avaliar a amplitude de movimentos cervicais e a presença de dor; b) Palpação do esternocleidomastóideo, trapézio, rombóideos e cervicais posteriores. 2.3.5 Avaliação dos pares cranianos Consiste na avaliação das saídas neurais (Palpação da saída dos nervos: supraorbital, supra e infratroclear, zigomaticofacial, mentoniano, auriculotemporal superior e inferior e occipital maior e menor) e avaliação neurológica dos 12 pares cranianos. 2.4 Exames complementares Havendo necessidade, deverão ser solicitados exames complementares. 2.4.1 Imaginologia Convencional a) Norma Lateral: Transcraniana Transfacial Panorâmica Telerradiografia Lateral Lateral de ATM (Transfacial) b) Norma Frontal: Transorbital PA Towne c) Norma Axial: Hirtz ou Submento-vértice 2.4.2 Tomografia Computadorizada 2.4.3 Ressonância Nuclear Magnética 2.4.4 Cintilografias 2.4.5 Exames laboratoriais VHS, FAN, fator reumatóide, hemograma completo, Gama GT, TGO, TGP, creatinina e clearance de creatinina. 2.5 Procedimentos para tratamento de disfunções temporomandibulares e dores orofaciais: A tentativa de isolar uma causa nítida e universal da DTM e das dores orofaciais não tem sido bem sucedida. Estudos recentes concluem que a Disfunção Temporomandibular e as dores orofaciais têm origem multifatorial. Em virtude da complexidade etiológica e da variedade dos sinais e sintomas que podem também representar outras patologias, o reconhecimento, a diferenciação e o tratamento dessas condições requer prudência por parte do profissional. As alternativas de tratamento sempre devem ser baseadas em evidências científicas e, salvo raros casos, as modalidades devem ser conservadoras e reversíveis. Deve-se valorizar o aprendizado e a importância do tratamento realizado pelo próprio paciente em seu domicílio. Deve-se também valorizar a abrangência dos aspectos biopsicossociais. Sabe-se que remissão espontânea e regressão à média são fatores importantes e devem ser considerados. Os pacientes refratários, portadores de dores crônicas, na sua grande maioria não necessitam de modalidades irreversíveis e agressivas de tratamento. O objetivo do tratamento é controlar a dor, recuperar a função do aparelho mastigatório, reeducar o paciente e amenizar fatores adversos que perpetuam o problema. A etiologia indefinida, o caráter autolimitante e a altíssima eficácia recomendam a utilização inicial de terapias não invasivas e reversíveis para os pacientes que sofrem de DTM e dores orofaciais. Educação do paciente, automanejo, intervenção comportamental, utilização de fármacos, placas interoclusais, terapias físicas, treinamento postural, uso de medicamentos, bloqueios e exercícios compõem a lista de opções aplicáveis a quase todos os casos de DTM e dores orofaciais. A prática da Odontologia Baseada em Evidência (OBE) não ampara a prescrição de técnicas que promovem mudanças oclusais complexas e irreversíveis como o ajuste oclusal por desgaste seletivo, terapia ortodôntica, ortopedia funcional, cirurgia ortognática ou técnicas de reabilitação oral protética no tratamento das Disfunção Temporomandibulares. Com relação às cirurgias de ATM, é possível afirmar que são necessárias em alguns poucos casos específicos, tais como anquilose, fraturas e determinados distúrbios congênitos ou de desenvolvimento. Excepcionalmente são aplicáveis para complementar o tratamento em transtornos internos da ATM. É função de o especialista determinar quais procedimentos terapêuticos serão utilizados, e a seqüência de intervenção. 2.5.1 Terapia cognitivo-comportamental Definição Métodos a respeito da maneira como seres humanos modificam seu comportamento, têm por fim uma melhora sistemática dos problemas tratados. Tais técnicas perseguem objetivos concretos e operacionalizados (ou seja, claramente definidos e observáveis) nos diferentes níveis do comportamento e da experiência pessoa. Indicações: Através do processo ativo da construção da percepção e da atitude de tomar um comportamento postulado como o mais adequado, a TCC representa um papel importante na prevenção e tratamento dos fatores predisponentes das DTMs. Sequência de intervenção: Orientação verbal dos pacientes em relação aos hábitos parafuncionais e aspectos posturais. Terapia medicamentosa: Não se aplica. Características: Risco de não aprendizado por parte do paciente. Condutas em caso de urgência/emergência: Encaminhamento ao nível de atenção para diagnóstico. Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar a Atenção Básica para manutenção a cada 6 meses durante 1 ano. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento da atenção média Observações: Não se aplica. 2.5.2 Dispositivo Interoclusal: Definição: Dispositivo removível confeccionado em resina acrílica a partir de um molde individual da arcada, ou diretamente na boca do paciente. Indicações: Tratamento das DTMs e controle e mensuração do Bruxismo do Sono. Seqüência de intervenção: Moldagem anatômica; Confecção do modelo de trabalho; Planejamento do dispositivo; Envio ao laboratório; Instalação do dispositivo; (contatos bilaterais e simultâneos das cúspides funcionais) Orientações sobre uso adequado, cuidados e higienização; Ajustes e/ou controles periódicos. Terapia medicamentosa: Se necessário como adjuvantes nas algias musculares. Características: Não deve interferir na normalidade; Atuar conforme indicação e finalidade; Fácil confecção; Biocompatibilidade; Depende da colaboração do paciente. Condutas em caso de urgência/emergência: Em casos de problemas com o dispositivo, orientar o usuário a não utilizar o mesmo e procurar serviço para ajuste ou reconstrução. Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico. Para realizar o encaminhamento o profissional de atenção básica deve conhecer aspectos gerais de DTM e DOF. Proservação: Por meio de avaliações e/ou ajustes clínicos periódicos com a freqüência de acordo com o tipo e indicação do dispositivo. Observações: Não se aplica. 2.5.3 Termoterapia Definição: É a aplicação terapêutica de calor ou frio local, para estimular a vasodilatação ou vasoconstricção nos tecidos, aliviar dores musculares e articulares ou promover o relaxamento muscular. Indicações: É indicada nos quadros álgicos musculares e articulares, previamente ou após exercícios de manipulação, conforme o caso. Seqüência de intervenção: Aplicar as compressas de calor por 15 a 20 minutos ou Frio por 10 minutos. Terapia medicamentosa: Não se aplica. Cuidados: Deve-se considerar a temperatura utilizada para não causar danos aos tecidos. Condutas em caso de urgência/emergência: Realize as abordagens possíveis, de acordo com a situação de urgência/emergência e , quando necessário, encaminhar aos outros serviços de referência especializados. Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento adicional. Observações: Lembrar sempre de proteger a pele do paciente do contato direto com a superfície aquecida ou resfriada. Orientar o paciente a continuar a termoterapia em domicílio. Cabe ao especialista determinar a escolha por compressas frias ou quentes de acordo com o diagnóstico. 2.5.4 Cinesioterapia Definição: Exercícios terapêuticos que visam à reabilitação funcional através da realização de movimentos ativos e passivos. Tem como objetivo prevenir, eliminar ou minimizar os distúrbios temporomandibulares. Indicações: Dificuldade ou impedimento nos movimentos excursivos mandibulares (abertura e fechamento, lateralidade e protrusão), incoordenações, dores musculares e articulares. Seqüência de intervenção: Cabe ao especialista a partir do diagnóstico, planejar a seqüência e modalidades dos exercícios que serão aplicados. Terapia medicamentosa: Não se aplica. Características ou cuidados: Deve-se considerar o correto diagnóstico para determinar a escolha da modalidade do exercício. Checar o aprendizado, e orientar o paciente a continuar os exercícios em domicílio. Condutas em caso de urgência/emergência: Realize as abordagens possíveis, de acordo com a situação de urgência/emergência e , quando necessário, encaminhar aos outros serviços de referência especializados. Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento adicional. Observações: Não devem ser utilizados óleos ou géis durante a manipulação do paciente. 2.5.5 Agulhamento a seco Definição: Agulhamento a seco ou “Dry needdling” é uma técnica minimamente invasiva, na qual agulhas de acupuntura são inseridas em pontos-gatilhos (pontos dolorosos localizados no músculo, e que também podem referir dor à distância) utilizada para o tratamento das disfunções temporomandibulares musculares. Indicações: Dor miofascial (presença de trigger points e tender points nas fibras musculares). Seqüência de intervenção: Anti-sepsia do local com clorexidina saponácea a 2% ou 4% ou PVPI tópico; Penetração de agulhas de acupuntura. Terapia medicamentosa: Não se aplica. Características ou cuidados: Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu consentimento. Condutas em caso de urgência/emergência: Medicação de controle da dor/inflamação e infecção se for o caso. Realize as abordagens possíveis, de acordo com a situação de urgência/emergência e , quando necessário, encaminhar aos outros serviços de referência especializados. Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento adicional. Observações: O agulhamento seco é diferente da acupuntura. A terapia chinesa (acupuntura) utiliza pontos específicos da medicina oriental. Os pacientes que apresentarem pontos gatilho em regiões que não seja de competência do especialista em DTM e DOF deverão ser encaminhados. 2.5.6 Acupuntura É uma técnica minimamente invasiva, na qual agulhas de acupuntura são inseridas em pontos-gatilhos (pontos dolorosos localizados no músculo, e que também podem referir dor à distância), pontos locais e adjacentes, pontos distais, pontos de acordo com o fator patogênico, pontos de acordo com o padrão acompanhante utilizada para o tratamento das disfunções temporomandibulares musculares. Indicações: Dor miofascial (presença de trigger points e tender points nas fibras musculares). Seqüência de intervenção: Antissepsia do local com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou álcool 70%. Penetração de agulhas de acupuntura. Terapia medicamentosa: Não se aplica. Características ou cuidados: Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu consentimento. Gestantes e pessoas com marcapasso. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento adicional. Observações: A terapia chinesa (acupuntura) utiliza pontos específicos da medicina oriental. Os pacientes que apresentarem pontos gatilho em regiões que não seja de competência do especialista em DTM e DOF serão encaminhados ao fisioterapeuta. 2.5.7 Terapia Medicamentosa Definição: É o uso de fármacos para o tratamento das DTMs e DOFs, aplicados local ou sistemicamente, independentemente da sua via de administração. Indicações: DTM musculares e Articulares agudas e/ou crônicas, Osteoartrite/Osteoartrose, Dores neuropáticas. Seqüência de intervenção: Cabe ao especialista a partir do diagnóstico, escolher o tipo, tempo e duração dos medicamentos que serão usados. Terapia medicamentosa: Analgésicos AINES Glicocorticóides Relaxantes musculares Anticonvulsivantes Ansiolíticos Tranquilizantes - Benzodiapezínicos Antidepressivos tricíclicos Opióides Anestésicos locais Características e cuidados: Observar processos alérgicos, histórico de doenças prévias, paralisias faciais. Condutas em caso de urgência/emergência: Realize as abordagens possíveis, de acordo com a situação de urgência/emergência e , quando necessário, encaminhar ao serviço de referência especializado. Preparo prévio a ser realizado na Atenção Básica: Deverão ser observados sinais e sintomas para o reconhecimento da disfunção Temporomandibular. Observação de dor e dificuldade nos movimentos mandibulares. Orientação de ações preventivas e educativas, tais como: Aconselhamentos sobre dieta, hábitos nocivos, higiene do sono. Encaminhamento para Diagnóstico. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento adicional. Observações: Não se aplica. 2.5.8 Bloqueio anestésico É uma técnica utilizada com o objetivo de auxiliar no diagnóstico das disfunções temporomandibulares e dores orofaciais, interromper o impulso da dor primária, interromper o ciclo da dor, e no tratamento do ponto de gatilho miofascial. Indicações: Dor miofascial (presença de trigger points e tender points nas fibras musculares), dor neuropática periférica, dor pós-operatória, dor articular. Seqüência de intervenção: Antissepsia do local com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou álcool 70%. Infiltração anestésica de acordo com a técnica indicada. Terapia medicamentosa: Lidocaína 2% sem vasoconstritor Características ou cuidados: Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu consentimento. Contra-indicado em pessoas alérgicas ao anestésico. Gestantes e pessoas com marcapasso. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento adicional. Observações: 2.5.9 Viscossuplementação Esta técnica busca a recuperação da viscoelasticidade do ácido hialurônico, do líquido sinovial, e manutenção e restauração da matriz cartilaginosa e na manutenção da homeostase da articulação, através da infiltração intrarticular de hialuronato de sódio. Indicações: Deslocamentos do disco e osteoartrite da ATM, em casos que não respondem adequadamente ao tratamento convencional. Seqüência de intervenção: Antissepsia do local (ATM) com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou álcool 70%. Infiltração anestésica de acordo com a técnica indicada. Infiltração intrarticular com hialuronato de sódio. Terapia medicamentosa: Hialuronato de sódio de baixo peso molecular - 1 ml. Características ou cuidados: Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu consentimento. Contra-indicado em pessoas alérgicas ao anestésico e à medicação. Gestantes e pessoas com marcapasso. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem adequadamente deverão receber acompanhamento adicional. Observações: 2.5.10 Artrocentese Procedimento cirúrgico que possui mínima morbidade, pouco risco de complicações e baixo custo em relação a outros procedimentos cirúrgicos e pode ser realizada sob anestesia local em nível ambulatorial. Tem como objetivo a lavagem do espaço articular superior da ATM, com a finalidade primária de limpar a articulação dos tecidos necrosados, sangue e mediadores inflamatórios, e também liberar o disco articular e romper as adesões formadas entre as superfícies do mesmo e a fossa mandibular. Indicações: Deslocamentos do disco e osteoartrite da ATM, em casos que não respondem adequadamente ao tratamento convencional. Seqüência de intervenção: Antissepsia do local (ATM) com clorexidina a 2% ou 4% ou PVPI tópico ou álcool 70%. Infiltração anestésica de acordo com a técnica indicada. Artrocentese. Características ou cuidados: Técnica contra-indicada para pacientes com infecções locais ou sistêmicas e para pacientes com problemas emocionais que o impeça de colaborar ou dar seu consentimento. Contra-indicado em pessoas alérgicas ao anestésico. Gestantes e pessoas com marcapasso. Proservação: Pacientes que responderem adequadamente ao tratamento devem retornar à Atenção Básica para manutenção. Pacientes que não responderem acompanhamento adicional. Observações: 2.6 Materiais e instrumentais necessários adequadamente deverão receber alta , baixa rotação, contra ângulo e peça de mão reta; broca para desgaste de acrílico números: RD 301, GR301.1, Maxcut 1; peça montada de borracha ( para alisamento) régua transparente (10 cm); lápis cópia verde espelho bucal pinça Miller; carpule; pote dappen; tesoura; espátula números: 24 e 36; espátula lecron espátula de cera jogo de moldeiras; cera utilidade; Cera rosa nº 7 Gorro descartável gesso pedra; gesso especial: Grau de borracha aparelho para aferir pressão arterial; esfigmomanômetro e estetoscópio cubeta; abaixadores de língua; luvas; cirúrgica e de procedimento máscaras; anestésico: lidocaína 3% e mepivacaína 2%; carbono accu film II; acrílico auto-polimerizante (pó e líquido); vaselina líquida; lamparina; cera rosa 7; álcool 70% clorexidina a 2% ou 4% PVPI tópico rolos de algodão; gaze; agulha de acupuntura; alginato; Duo-decadron; 2.7 Observações Na impossibilidade de tratar todos os indivíduos acometidos por disfunções temporomandibulares e dores orofaciais, recomendamos a priorização por complexidade de diagnóstico. Portanto, para otimização do serviço, sugerimos, na etapa de avaliação média, que sejam determinados critérios de seleção. Pacientes denominados A: Serão tratados somente pelo Dentista; Pacientes denominados B: Serão tratados pelo dentista e por profissionais de outras especialidades; Pacientes denominados C: Não serão tratados pelo Dentista e serão encaminhados. Essa classificação, considerando-se a situação de cada paciente, facilitará a seleção dos casos prioritários para o tratamento. O tratamento da DTM e DOF pode ser longo e depende tanto do profissional quanto do paciente. Portanto, algumas considerações devem ser feitas, principalmente no que diz respeito aos requisitos básicos profissionais que são: Conhecimento sobre as diferentes patologias. Conhecer os conceitos básicos de terapêutica utilizada; Possuir destreza manual; Saber diferenciar método/objetivo; Tentar alcançar os objetivos estipulados; Conhecer as vantagens, desvantagens e limitações dos métodos terapêuticos; Fornecer explicações claras e seguras sobre o tratamento em geral; Selecionar os pacientes priorizando a complexidade do caso.