XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Perfil Estratégico da Gestão Ambiental: O Caso de uma Agroindústria Ana Tarsila de Miranda e Souza Sette Universidade Federal de Lavras Rua Esmeralda, 35 Lavras MG 37200-000 [email protected] Priscila Rezende da Costa Universidade Federal de Lavras Alojamento Feminino da UFLA s/n Lavras MG 37200-000 [email protected] Simone de Abreu Ribeiro Universidade Federal de Lavras Alameda dos Ipês, 229 Lavras MG 37200-000 [email protected] Wanderci Alves Bitencourt Universidade Federal de Lavras Rua Valdemar Novaes, 98 Lavras MG 37200-000 [email protected] Ricardo de Souza Sette Universidade Federal de Lavras Rua Esmeralda, 35 Lavras MG 37200-000 [email protected] 6 - Agricultura e Meio Ambiente Pôster 1 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Perfil Estratégico da Gestão Ambiental: O Caso de uma Agroindústria Resumo A inserção da discussão ambiental nas indústrias do agronegócio é resultado do crescimento da consciência ecológica no ambiente dos negócios, motivado pela necessidade de cumprimento dos aspectos legais e pela adoção da filosofia de responsabilidade social pelas empresas. Visando um aprofundamento deste tema, este artigo tem como objetivo avaliar as ações estratégicas de uma agroindústria, situada no Sul de Minas Gerais, no que diz respeito à responsabilidade, comprometimento e gestão ambiental e para tanto, realizou-se um estudo de caso de natureza qualitativa. A coleta de dados se processou pela análise documental, observação não-participante e pela realização de entrevistas. Como resultado, foi possível inferir que as agroindústrias devem ultrapassar a visão atual para assumir a responsabilidade que lhe confere o poder político que possuem. Passa-se assim, do simples marketing institucional, para uma atitude construtiva capaz de desenvolver instrumentos e estratégias dentro das políticas ambientais, com amparo legal, para conciliar o lucro com as atividades ambientalmente sustentáveis. Palavras-Chave: Perfil Estratégico, Gestão Ambiental, Agroindústria 2 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Perfil Estratégico da Gestão Ambiental: O Caso de uma Agroindústria 1. Introdução A inserção da discussão ambiental no agronegócio é resultado do crescimento da consciência ecológica no ambiente dos negócios, motivado pela necessidade de cumprimento dos aspectos legais e pela adoção da filosofia de responsabilidade social pelas empresas. Entretanto, esse nível de consciência pode variar entre diferentes sociedades e entre diferentes empresas, dependendo da atividade desenvolvida, dos seus objetivos, da sua cultura e do seu tamanho. Nos países desenvolvidos os recursos investidos pelas agroindústrias em ações ambientais tem aumentado substancialmente nos últimos anos. A literatura voltada para o gerenciamento ambiental aponta para o fato de que as indústrias podem aumentar a sua competitividade e ao mesmo tempo reduzir os efeitos negativos de suas atividades no meio ambiente. Christmann (2000), se refere às “melhores práticas” ambientais, através de estudos de casos de empresas que criaram vantagens competitivas devido as suas estratégias voltadas para a proteção do meio ambiente. Entre as razões que tentam explicar porque as agroindústrias adotam posturas ecológicas pode-se destacar o cumprimento da legislação, as vantagens competitivas, as preocupações éticas, e as iniciativas da alta gerência (Ransal e Roth, 2000). No entanto, esses estudos são baseados em grandes complexos, geralmente situados em países desenvolvidos, onde as sanções legais são muito mais rigorosas e a comunidade normalmente exerce várias formas de pressão. Subestima-se, sempre, a importância das pequenas industrias do agronegócio, talvez, à sua pouca visibilidade. Lima (2000), lembra que apesar das pequenas e médias empresas possuírem bases financeiras limitadas, atuarem em setores relativamente tradicionais, não terem disponibilidade de recursos humanos qualificados e carecerem de competência para planejamento, não se pode deixar de reconhecer sua importância econômica e social. Autores como, Batalha e Demori (1990) e Rattner et.al.(1985) dão destaque às funções macro e microeconômicas das pequena empresas. Para eles, esse segmento funciona como “amortecedores” de choques em épocas de crise econômica, desempenham as tarefas menos compensadoras, mas necessárias ao funcionamento do sistema e têm papel decisivo no processo de acumulação, concentração e dispersão de capital. Do ponto de vista microeconômico, suas vantagens são muitas em relação às grandes indústrias. As agroindústrias reconhecidamente mais flexíveis e menos burocratizadas, o que lhes permite respostas mais rápidas e mais adequadas ao ambiente. Além disso, geram tecnologias mais contextualizadas, o que lhes garante um papel de locus privilegiado de inovações tecnológicas. Para Longenecker, Moore e Petty (1997), os interesses dos proprietários de agroindústrias e dos ambientalistas não são necessariamente ou uniformemente conflitantes e muitas pequenas industrias têm atuado no sentido de eliminar elementos desagradáveis ao olhar dos clientes, melhorar o paisagismo e tomar outras medidas para aprimorar suas instalações. Outras têm modernizado seus equipamentos e modificado processos com o propósito de diminuir a emissão de poluentes do ar e da água. Em alguns casos, afirmam esses autores, pequenas industrias têm estado em posição de obter benefícios em decorrência de sua ênfase na ecologia. São as indústrias com produtos que são inofensivos ao meio ambiente e que obtém vantagem competitiva sobre produtos concorrentes que são poluentes. No Brasil, poucos estudos têm sido realizados sobre as indústrias do agronegócio, e dentre elas a questão ambiental tem sido obviamente negligenciada. Em levantamento realizado por Lima (2000), baseado em artigos científicos publicados em periódicos de 3 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” administração e anais dos Encontros Anuais da Anpad (ENANPAD), relativos ao período 1980 a 2000, não foi mencionado estudos que tratem da questão da relação dessas industrias e o meio ambiente. Portanto, o objetivo desse estudo é tentar contribuir para o preenchimento dessa lacuna e avaliar as ações estratégicas de uma agroindustria de pequeno porte da Região do Sul de Minas Gerais, no que diz respeito à responsabilidade, comprometimento e gestão ambiental. 2. Referencial teórico 2.1 Importância do Meio Ambiente para o Agronegócio Todos os elementos de uma cadeia de produção no agronegócio, desde atividades industriais na produção de insumos e processamento de produtos agropecuários, até o transporte e as atividades em empresas rurais, afetam diretamente o meio ambiente. O elemento básico do agronegócio, ou seja, a matéria-prima agropecuária, é produzido em empresas que utilizam recursos e interagem, diretamente, com o meio ambiente. A adoção de tecnologias modernas viabilizou a expansão da produção agrícola e o aumento altamente expressivo da produtividade. Por outro lado, o desmatamento de área de florestas e, principalmente, a utilização de defensivos agrícolas aumentaram o risco ambiental. A comprovação e a divulgação desses efeitos foram importantes marcos históricos do movimento ambientalista. No início da década de 60, a ecologista Rachel Carson publicou o livro “Primavera Silenciosa“, no qual os efeitos ecológicos da utilização de inseticidas e pesticidas na agricultura americana foram apresentados. Tais produtos controlavam, inicialmente com grande eficiência, a população de insetos e outras pragas, ocasionando entretanto, a morte de pássaros, predadores naturais dos insetos. A ausência de predadores possibilitava o surgimento de populações ainda maiores de insetos, as que demandavam quantidades crescentes de defensivos, levando a alta taxas de contaminação em rios e lagos. A pressão de movimentos ecológicos sobre o uso de defensivos agrícolas começou a obter resultados. Atualmente, pesquisadores têm desenvolvido técnicas de manejo e defensivos menos agressivos. Os efeitos ambientais da agropecuária sobre o meio ambiente são, entretanto, bem mais amplos que a contaminação de pássaros, rios e lagos por defensivos. Desta maneira, para que uma agroindústria se torne competitiva e ganhe consumidores neste mercado cada vez mais preocupado com as questões ambientais, é necessário levar em consideração aspectos como: • responsabilidade ambiental, • infra-estrutura ambiental, • tratamento de efluentes, • embalagens de produtos tóxicos, • reservas florestais, • condições da água, solo e ar, e • manuseio e utilização de produtos tóxicos. A legislação ambiental é cada vez mais rigorosa, e os custos de multas são crescentes. Evitar multas é somente um aspecto da preocupação com o meio ambiente no agronegócio. A fonte primária de recursos para qualquer atividade produtiva e, mais diretamente, o agronegócio, é o meio ambiente. Preservá-lo é, portanto, uma decisão econômica estratégica para qualquer empresa. 2.2 A gestão ambiental nas organizações 4 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” A discussão da questão ambiental tem tido muita repercussão no dia-a-dia das organizações e no ambiente dos negócios em que elas operam. A idéia de desenvolvimento sustentado tem trazido nova visão ao conceito de gestão ambiental das organizações, direcionando-as no sentido de maior responsabilidade na manutenção da estabilidade e da diversidade dos recursos naturais utilizados. Até a década de 80, a proteção ambiental era vista pelas empresas como uma questão marginal, custosa e muito indesejável, pois diminuiria a vantagem competitiva de custos das empresas. Proteção ambiental era sinônimo de incremento de custos, investimentos que dificilmente seriam recuperados, constituindo-se em um obstáculo ao crescimento da produção. Contudo, a partir dos anos 80, esta postura contrária à proteção ambiental tem mudado. Paulatinamente, as empresas perceberam que preservar a qualidade ambiental poderia ser uma oportunidade de investimento e de ganhos futuros e, paradoxalmente, transformar-se numa vantagem competitiva sustentável. Atualmente, as empresas não podem ignorar o meio ambiente na sua gestão, sob o risco de aumentar os custos e perder oportunidades de mercado. Segundo Donaire (1999), os motivos pelos quais as empresas se sentem encorajadas a aceitar a responsabilidade pela proteção ao meio ambiente envolvem disposição política e recursos financeiros que serão utilizados em Política Ambiental para estabelecer objetivos e metas, especificações da atividade e responsabilidade que permitirão alcançar os resultados esperados pela atuação dos responsáveis na produção, na área de P&D, suprimentos, marketing e recursos humanos entre outras. Para a consolidação definitiva da área de meio ambiente, a organização deve potencializar ao máximo suas atividades, buscando integração profissional com todos os demais setores da empresa a fim de que os objetivos organizacionais sejam atingidos. A área de meio ambiente dentro da organização requer a execução de estudos especiais, como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e/ou estudos específicos para a avaliação da quantidade e da qualidade de efluentes. Vários aspectos dessa integração dependem da disponibilidade de recursos, da atuação e da reputação do responsável no meio ambiente. Bateman e Sneel (1998) discutem a importância para as empresas da incorporação da variável ambiental na sua gestão e sugerem que as empresas seriam induzidas à gestão ambiental porque: a) há necessidade de obedecer as leis; b) empresas devem tornar-se mais eficazes, reduzindo custos com reciclagem, diminuição do consumo de matérias-primas, energia e evitando desperdícios; c) elas devem ser mais competitivas e abrir novos mercados; d) elas não devem correr o risco de comprometer sua imagem junto à opinião pública, associando suas atividades com poluição e degradação ambiental; e e) devido à responsabilidade social e ética das empresas com a sociedade no presente e no futuro. Diante disso, muitas organizações passaram gradualmente a incluir a dimensão ecológica na gestão de seus negócios. Na década de 70, a política ambiental das empresas dos países desenvolvidos limitou-se a incorporar tecnologias de depuração face às exigências dos órgãos governamentais de controle. A partir da década de 80, a ênfase recaiu no ciclo de vida do produto, aquisição de matéria-prima, processo de fabricação, destinação do lixo industrial, até a disposição final do produto após o uso pelo consumidor. Fabricantes, fornecedores distribuidores, consumidores deviam observar os danos que seus produtos causavam ao ambiente em todos os estágios. Atualmente, a questão principal tem sido a operacionalização da administração da variável ambiental nas empresas, pois elas podem se encontrar em diferentes estágios do desenvolvimento da gestão ambiental, reflexo de ações e posturas adotadas em relação ao meio ambiente. As respostas das empresas não são uniformes e variam conforme o grau de consciência ecológica e a fase de implantação da gestão ambiental. 5 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” 2.3 Tipologia de Estratégias Ambientais Empresariais Nessa mesma linha de raciocínio, Meredith (1994) sugeriu uma tipologia de possíveis estratégias ambientais empresariais desenvolvidas durante o processo de internalização da dimensão ambiental nas organizações, segundo uma escala de evolução das atitudes dos agentes econômicos em relação ao meio ambiente. Esta escala começa com a estratégia reativa, passa por um estágio intermediário, denominado estratégia ofensiva, e termina com a estratégia inovativa. Na estratégia reativa, as empresas confinam suas ações em um atendimento mínimo e relutante com relação à legislação ambiental local e ao gerenciamento mínimo de seus riscos, os quais assumem papel dominante na estratégia ambiental das mesmas. Não modificam a estrutura produtiva e os produtos, atendo-se somente à incorporação de equipamentos de controle de poluição nas saídas dos seus efluentes para o meio ambiente (end-of-pipe). A percepção das empresas está baseada na proposição de que não há oportunidade de mercado para compensar os aumentos de custos proporcionados pela internalização da dimensão ambiental. Existe uma incompatibilidade entre a responsabilidade ambiental da empresa e a maximização de lucros. A dimensão ambiental é vista como uma ameaça, não havendo, portanto, integração entre o meio ambiente e as unidades estratégicas de negócio, as decisões quanto às soluções dos problemas ambientais só atingem o nível de estratégia funcional e são tomadas na base do ad hoc. Este é o mais baixo estágio de classificação das estratégias ambientais, onde a gestão ambiental das organizações é orientada à conformidade. Na estratégia ofensiva, segundo estágio de classificação, os princípios básicos adotados pelas empresas é a prevenção da poluição, a redução do uso de recursos ambientais e o cumprimento além das leis, através de mudanças incrementais (não fundamentais), nos seus processos/produtos/serviços antes que os concorrentes façam: seleção de matérias-primas, alterações na embalagem e estabelecimento de padrões industriais. O objetivo é obter vantagem competitiva, onde possível, sem muito investimento. Técnicas de marketing são usadas pelas empresas para atrair um maior número de consumidores já conscientizados com a questão ambiental. As empresas percebem a variável ambiental como uma oportunidade, porém o controle da poluição ainda é uma função eminentemente da produção. Há interface entre as estratégias ambientais e de negócio, no nível de planejamento estratégico das companhias, porém forma pouco clara e imprecisa. Na estratégia inovativa, as empresas se antecipam aos problemas ambientais futuros, através da sua resolução e fortalecem suas posições no mercado. A excelência ambiental torna-se condição necessária para o sucesso das empresas, porém não o suficiente. Há necessidade da integração da excelência ambiental e comercial. Envolve desenvolvimento, produção e comercialização de novos produtos, mudanças substanciais de performance ambiental e gerenciamento dos ciclos de vida dos mesmos. O princípio básico adotado é o acoplamento total e sinérgico entre estratégias ambiental e de negócio, de tal forma que elas tornam-se quase indiferenciáveis, sendo guiadas pela estratégia corporativa. A integração da variável ambiental ocorre ao nível do gerenciamento ambiental estratégico, considerado função da administração e questão de mercado, em um quadro de alta ameaça e alta oportunidade. Neste terceiro estágio, a questão ambiental é incorporada nas estratégias empresariais mais gerais e torna-se um elemento importante de construção de vantagens competitivas duradouras. 2.4 Benefícios da Gestão ambiental 6 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” Para North (1992), os benefícios da gestão ambiental são inúmeros de ordem econômica e estratégica e podem ser assim categorizados: a. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS: envolvem a redução de alguns custos e o incremento das receitas derivadas da atuação inovadora verdes. - Economia de custos no processo • Redução do consumo de materiais: água, energia e outros insumos. • Aumento nos rendimentos do processo. • Reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição de efluentes. • Redução de multas e penalidades por poluição. - Incremento de receitas • Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser vendidos a preços mais altos. • Aumento da participação no mercado devido à inovação dos produtos e menos concorrência. • Linhas de novos produtos para novos mercados. • Aumento da demanda para produtos que contribuam para a diminuição da poluição. b. BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS: incluem a melhoria da imagem institucional, ao compromisso da alta gerência ao chão de fábrica e a elevação da demanda por produtos sustentáveis. • Melhoria da imagem institucional. • Renovação do “portfólio” de produtos. • Aumento da produtividade. • Alto comprometimento do pessoal. • Melhoria das relações de trabalho. • Melhoria e criatividade para novos desafios. • Melhoria das relações com órgãos governamentais, comunidade e grupos ambientalistas. • Acesso assegurado ao mercado externo. • Melhor adequação aos padrões ambientais. Porter (1999) complementa afirmando que a melhoria na relação com o meio ambiente é capaz de beneficiar a produtividade dos recursos utilizados na organização, porque traz benefícios para o processo e para o produto. Os benefícios para o processo envolvem : a) economias de materiais, resultantes do processamento mais completo, da substituição, da reutilização ou da reciclagem dos insumos de produção; b) aumentos nos rendimentos do processo; c) melhor utilização dos subprodutos; d) conversão dos desperdícios em forma de valor; e) menor consumo de energia durante o processo de produção; f) redução dos custos de armazenamento e manuseio de materiais; e g) eliminação ou redução do custo das atividades envolvidas nas descargas ou no manuseio, transporte e descarte de resíduos. Os benefícios para o produto incluem : a) produtos com melhor qualidade e mais uniformidade; b) redução dos custos do produto; c) redução nos custos de embalagem; d) utilização mais eficiente dos recursos pelos produtos; e) aumento da segurança dos produtos; f) redução do custo líquido do descarte do produto pelo cliente; e g) maior valor de revenda e de sucata do produto. A inclusão da dimensão ambiental nas empresas amplia o conceito de administração, pois objetivos e propósitos das empresas deixam de ser puramente econômicos e influem na 7 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” estrutura organizacional e no planejamento estratégico. A incorporação da componente ambiental na estrutura organizacional deve ser vista como um processo que se inicia com a absorção da proteção ambiental na função de produção e desloca-se paulatinamente para as outras funções administrativas - planejamento e gestão de recursos. Donaire (1999) salienta que algumas variáveis devem ser consideradas para se entender a estrutura das atividades de proteção ambiental como tipo de atividade, o porte da empresa e a visão da alta administração a respeito da questão ambiental. O risco de atividade pode envolver maiores riscos de poluição ou degradação ambiental, o que por sua vez exigirá diferentes ações por parte da administração das empresas, e portanto, podem resultar em diferentes arranjos organizacionais. Empresas de médio e pequeno porte, geralmente, não têm um departamento ou setor específico que cuida do meio ambiente, nesses casos, a responsabilidade e desenvolvimento das atividades pode estar inserida na função de produção. Finalmente, a maneira como a alta administração se posiciona em relação à questão ambiental determina os arranjos organizacionais e a efetividade das atividades de proteção ambiental. Se esta for um reflexo do compromisso da alta administração, inserida nos objetivos, as políticas e diretrizes da empresa, considerada importante e portanto prestigiada, possuidora de status e autoridade, a função ecológica será parte integrante da estrutura organizacional e não apenas uma atividade acessória e figurativa. 3. Metodologia Os trabalhos de investigação científica necessitam da descrição da trajetória metodológica percorrida pelos pesquisadores para alcançar os objetivos que orientam a sua investigação. No alcance dos objetivos deste trabalho, adotaram-se os postulados do paradigma interpretativo de análise organizacional. Os estudos desenvolvidos sob esta ótica partem do pressuposto de que os integrantes de uma organização são os principais atores da sua construção social, ou seja, pressupõem que os membros de uma organização são os criadores, mantenedores de valores, crenças, significados e os principais agentes de transformação da realidade organizacional. Portanto, a organização, de acordo com essas concepções teóricas, é descrita como o resultado das interpretações que os seres humanos fazem do que ocorre a sua volta e dos cursos de ação que eles escolhem tomar diante das interpretações que realizam acerca de uma realidade (Brito, 2000). Os estudos organizacionais que seguem esse paradigma de análise procuram produzir descrições e explicações de eventos e práticas de gestão de acordo com a experiência vivenciada pelos membros da organização. Um método de pesquisa considerado adequado para o desenvolvimento de uma investigação qualitativa é o estudo de caso, pois esse tipo de abordagem procura trabalhar com cenários sociais bastantes específicos. A presente investigação constitui um estudo de caso, uma vez que circunscrita a uma unidade de estudo (Laticínio), tendo caráter de profundidade e detalhamento. Como a análise esteve embasada na localidade e nas contingências situacionais, achou-se necessária à adoção de uma perspectiva interpretativa, a fim de se proporcionar maior dinamismo e precisão de estudo (Fleury, 1986; Demo, 1987). 3.1 O universo da pesquisa O universo em que se realizou a investigação abrange uma agroindústria de pequeno porte, inserida no ramo de laticínios, localizada no município de Lavras, Sul do estado de Minas Gerais. Está inserida no mercado há 19 anos e tem um quadro composto por 90 8 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” funcionários. Essa organização foi escolhida para ser o objeto de estudo deste trabalho por apresentar práticas ambientais consideradas inovadoras pela opinião pública local. 3.2 Natureza da pesquisa e procedimento de coleta de dados Foi realizada uma pesquisa qualitativa no laticínio, por envolver a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes cotidianas dos indivíduos e as práticas ambientais desenvolvidas. Devido ao tipo de abordagem escolhida, essa pesquisa procurou avaliar as ações do laticínio, no que diz respeito à responsabilidade e comprometimento com o meio ambiente. A obtenção dos dados para a análise deste estudo de caso embasou-se na triangulação de algumas técnicas de pesquisa, tais como entrevista com o diretor-presidente da referida organização, observação não-participante e análise documental. A entrevista foi pautada em um questionário semi-estruturado, previamente formulado. Cabe ressaltar que a realização de uma única entrevista foi satisfatória para fins desta pesquisa de natureza qualitativa, que não exige tratamento estatístico dos dados nem estabelecimento de coeficientes de fidedignidade nos instrumentos utilizados para sua realização (Triviños,1992). Para a realização desta entrevista, procurou-se seguir as orientações de Triviños (1992), como ouvir mais e falar menos, perguntar quando não compreender a resposta ou quiser obter mais informações acerca do assunto tratado, pedir aos participantes para contar episódios ocorridos na organização, evitar reforçar as respostas, partilhar experiências, dentre outra técnicas. A escolha da entrevista como método de coleta de dados foi considerada adequada ser menos rígida, no sentido de conservar uma certa padronização das perguntas sem impor opções de respostas; e menos constrangedoras, por permitir ao entrevistado formular uma resposta pessoal, que melhor descrevesse suas opiniões acerca das práticas ambientais vigentes nas empresas pesquisadas (Vergara,1998; Laville e Dionne,1999). A entrevista teve o propósito de corrigir, confirmar, complementar e ilustrar os resultados obtidos pela observação, além de possibilitar a obtenção de outras informações relevantes para a pesquisa, principalmente a respeito das percepções e interpretações de significados individuais quanto à gestão ambiental vigente na empresa estudada (Fleury, 1986; Vergara, 1998). 4. Resultados obtidos 4.1 Aspectos gerais da gestão ambiental vigente no Laticínio pesquisado A conscientização ambiental do laticínio iniciou-se por pressões legais, uma vez que o mesmo não possuía infra-estrutura de tratamento de resíduos e efluentes, e somente depois de ser penalizado legalmente por órgãos ambientais regulamentares é que algumas práticas ambientais começaram a ser desenvolvidas. Estes fatos evidenciam que o laticínio pesquisado apresentava no início de suas atividades uma estratégia reativa, uma vez que as ações ambientais do mesmo estavam associadas unicamente ao atendimento da legislação ambiental local e existia uma incompatibilidade entre a responsabilidade ambiental e a maximização de lucros. Conseqüentemente, a dimensão ambiental era vista como uma ameaça, não havendo, portanto, integração entre o meio ambiente e as práticas estratégicas de negócio do laticínio pesquisado. No entanto, tempos depois com a profissionalização do negócio o Laticínio passou de uma estratégia reativa para uma estratégia pró-ativa, pois atualmente os princípios ambientais 9 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” básicos adotados pelo mesmo estão pautados na prevenção da poluição, na redução do uso de recursos ambientais e no cumprimento além das leis, através de mudanças incrementais (não fundamentais), nos seus processos. No contexto organizacional interno estas mudanças se concretizam pela prática de inúmeras ações ambientais e podem ser assim classificadas: - Manutenção de um processo de tratamento de resíduos e efluentes que resulta na recuperação da água utilizada no processo produtivo e a subtilização dos resíduos na elaboração de fertilizantes. Desenvolvimento de programa de economia de matéria –prima; Realização de um programa de treinamento para redução dos desperdícios – uso adequado de material de limpeza; Realização de cursos/treinamentos para funcionários a fim de se promover a conscientização ambiental dos mesmos; e Utilização de tecnologias limpas. Além destas ações ambientais internas, no âmbito externo estas também se fazem presentes, uma vez que o laticínio mantém uma parceria com a Fundação Pró Defesa Ambiental (Entidade sem fins lucrativos com o objetivo de organizar, implantar e apoiar ações que visem preservação ambiental, promoção social, construção de cidadania e avaliação dessas ações no meio urbano e rural dos ecossistemas brasileiros, tendo como critério principal para a elaboração, execução e avaliação de projetos, o envolvimento popular), na qual é concedido por parte do Laticínio um apoio financeiro às práticas desta fundação e em contra partida lhe é concedido o direito de uso da marca da fundação nas embalagens dos produtos fabricados pelo mesmo. É também importante ressaltar que o laticínio não possui certificação ambiental e está sujeito à fiscalização do FEAM (Fundação Estadual de Meio Ambiente, que é uma entidade ligada à secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, do estado de Minas Gerais). A FEAM tem por finalidade propor e executar a política de proteção, conservação e melhoria do meio ambiente no que concerne à prevenção e à correção da poluição ou da degradação ambiental provocada por atividades industriais e de infra-estrutura, bem como promover e realizar estudos e pesquisas sobre a poluição, qualidade do ar, da água e do solo. Tal fiscalização é processada com o envio mensal de relatórios emitidos pela empresa e com a fiscalização “in loco”, (consiste na visita de um técnico da FEAM semestralmente à empresa). No que tange os benefícios oriundos das ações ambientais do laticínio, constatou-se que todos os programas e ações realizadas pelo mesmo, apresentam retornos expressivos. A diminuição de desperdícios de matéria-prima e suprimentos, melhoria da auto-estima dos funcionários, melhoria da produtividade e diminuição dos custos de produção, foram os retornos mais significativos relacionados ao ambiente interno, e a melhoria da imagem e adequação às exigências legais de exportação os retornos relacionados ao âmbito externo. Com relação aos fatores que impulsionaram o desenvolvimento de programas ambientais tanto externos quanto internos, pode-se listar por ordem de importância os principais, que são: pressão de órgão especializado/legislação;vantagem competitiva; imagem perante a comunidade; e pressão dos consumidores/clientes. Diante do exposto, constata-se que o objetivo das estratégias ambientais propaladas pelo o Laticínio é obter vantagem competitiva, onde possível, sem muito investimento, pois o mesmo percebe a variável ambiental como um diferencial competitivo. Conseqüentemente, há 10 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” interface entre as estratégias ambientais e de negócio, no nível de planejamento estratégico do Laticínio pesquisado, porém de forma pouco clara e imprecisa. 4.2 Diagnóstico das ações ambientais A política ambiental adotada pela agroindústria pesquisada está hoje internalizada de uma forma ofensiva, uma vez que o objetivo desta organização é obter vantagem competitiva, onde possível, sem muito investimento. Técnicas de marketing, como a presença do selo do programa pró defesa ambiental nas embalagens dos produtos do laticínio, são usadas pela empresa para atrair um maior número de consumidores já conscientizados com a questão ambiental. Paralelamente, embora haja consciência por parte do laticínio quanto ao impacto ambiental das suas ações, muito ainda pode ser feito e são várias as práticas ambientais a serem implementadas, tais como: proteção aos funcionários no ambiente de trabalho, coleta seletiva de lixo, reciclagem de embalagens e auditoria ambiental interna. Cabe ressaltar que a operacionalização destas práticas sofre algumas restrições em função da falta de recursos financeiros, ausência de informações técnicas e dificuldades em estabelecer parcerias com entidades governamentais e privadas. Quanto aos objetivos e metas ambientais, o laticínio vem realizando esforços para melhorar seu atual desempenho ambiental e tem como metas centrais o reconhecimento da gestão ambiental como uma das principais prioridade da organização e como fato determinante do desenvolvimento sustentável e o estabelecimento de políticas, programas e procedimentos que conduzam as atividades organizacionais à uma lógica ambiental sustentável. Com referência ao tratamento de efluentes e de resíduos, o laticínio procura identificar e conhecer o fluxo destes nas suas atividades, classificá-los segundo suas periculosidades e suas possibilidades de reaproveitamento, eliminar ou reduzir a existência de resíduos na origem e desenvolver métodos seguros de transporte dos seus produtos. No entanto, a grande dúvida do laticínio é de não saber se o investimento realizado com a questão ambiental será rentável, pois alega que muitas vezes pode levar muito tempo para conseguir o retorno desse investimento. Quanto à conscientização ambiental organizacional, o laticínio percebe que se uma empresa pretende implantar a gestão ambiental em sua estrutura organizacional deve ter em mente que seu pessoal pode transformar-se na maior ameaça ou no maior potencial para que os resultados esperados sejam alcançados. No entanto, a conduta do laticínio no que se refere à conscientização dos empregados quanto à importância das práticas ambientais ainda é bastante superficial, estando associada somente à discussão das características gerais e processuais das mesmas. Portanto, alguns temas específicos poderiam ser incluídos nos treinamentos existentes de forma a promover a plena conscientização ambiental da organização e dos agentes sociais a ela associados, como: auditoria ambiental, auditoria energética, e responsabilidade social da empresa etc. Finalizando, observa-se que os projetos ambientais já efetuados pelo laticínio, muitas vezes não são plenamente avaliados quanto ao seu desempenho e que as melhorias contínuas, na maioria das vezes, são induzidas por pressões externas à empresa, por parte da sociedade civil. Dessa forma, é necessário à agroindústria avaliada, continuar melhorando as políticas corporativas, os programas e performance ambiental tanto no mercado interno quanto externo, levando em conta o desenvolvimento tecnológico, o conhecimento científico, as necessidades dos consumidores e os anseios da comunidade, tendo como ponto de partida as regulamentações ambientais. 11 Ribeirão Preto, 24 a 27 de Julho de 2005 Sociedade Brasileira de Economia e Sociologia Rural XLIII CONGRESSO DA SOBER “Instituições, Eficiência, Gestão e Contratos no Sistema Agroindustrial” 5. Considerações finais Os estudos discutidos neste artigo sobre a gestão ambiental nas organizações agroindustriais ressaltam algumas considerações importantes que merecem ser destacadas. Primeiro, mostram que tem havido evolução na natureza das ações ambientais empresariais, evolução esta em que o laticínio analisado mostrou-se inicialmente mais reativo e conformista, e posteriormente mais ativo e atento às questões ambientais. Segundo, embora persistam as regulamentações como fonte contigenciadoras das estratégias ambientais empresariais, outros fatores têm-se tornado importantes, em particular a melhoria na reputação da empresa e a busca de redução de riscos. Terceiro, observou-se que as questões ambientais têm atualmente dimensões econômicas (redução de custos, melhoria de eficiência ) e simbólicas (melhoria na reputação e na imagem da organização). Na verdade, estas dimensões econômicas e simbólicas das ações, estruturas e estratégias entrelaçam-se para prover as condições necessárias à sobrevivência e ao crescimento das organizações. A pesquisa também demonstrou que um dos grandes desafios para o desenvolvimento sustentável é a ausência de profissionalização. Não existe ainda uma formação profissional atuante no mercado. Torna-se imprescindível distinguir que a natureza dos objetivos e ações decorrentes das políticas ambientais são distintas daquelas perseguidas pelas organizações que possuem finalidade lucrativa. É preciso buscar um enfoque adequado para as esferas de formulação, acompanhamento e avaliação de projetos nessa área. Se o que se pretende é o desenvolvimento sustentável, torna-se fundamental o acompanhamento do processo através do qual o objetivo será alcançado, muito embora, seja igualmente importante os resultados obtidos. Dessa forma, conclui-se que agroindústrias e em específico o laticínio pesquisado devem ultrapassar a visão atual, constatada na pesquisa, para assumir a responsabilidade que lhe confere o poder político que têm. Passa-se assim, do simples marketing institucional, para uma atitude construtiva capaz de desenvolver instrumentos e estratégias dentro das políticas ambientais, com amparo legal, para conciliar o lucro com as atividades ambientalmente sustentáveis. 6. Bibliografia ACKERMAN, R.; BAUER, R. Corporate Social Responsiveness: the modern dilemma. New York: Keston, 1976. P. 128. BATALHA, M. O.; DEMORI, F. A pequena e média indústria em Santa Catarina. Florianópolis: Ed. da UFSC::Florianópolis, 1990. BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração – management: construindo a vantagem competitiva. São Paulo: Atlas, 1998. BRITO, M. J. Mudança e cultura organizacional: a construção social de um novo modelo de gestão de P & D na Embrapa. São Paulo: FEA/USP, 2000. 261p. CHRISTMANN, P. Effects of “Best Practices of environmental management on cost advantage: the role of complementary assets. Academy of Management Journal, Vol.43. 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