SINEPE Online Temas que fascinam as crianças Castelos, dinossauros e bichinhos estão entre os assuntos que mais fascinam as crianças quando elas estão fora da sala de aula. O interesse por esses e outros temas pode servir de estímulo para que eles sejam incorporados ao conteúdo didático como forma de despertar a atenção de meninos e meninas e tornar o aprendizado mais eficaz. Embora os educadores concordem que o planejamento pedagógico não possa ser constantemente alterado, eles defendem que o professor esteja atento ao que desperta interesse nos alunos durante as aulas e fora da escola. Com essas informações, é comum o desenvolvimento de projetos extracurriculares que entretenham as crianças. Na escola Umbrella, por exemplo, o currículo da educação infantil contempla assuntos de interesse das crianças. A cada ano, os professores trabalham com quatro temas diferentes, como dinossauros e castelos. “Por meio desses assuntos ensinamos conteúdos que estão no programa, como eras históricas diferentes. Fica muito mais fácil de eles entenderem e prestarem atenção”, conta a supervisora pedagógica da escola, Anna Carolina Jordan. Atenção Segundo os especialistas, essa é uma técnica primordial para garantir a atenção dos mais novos, que, a cada sete ou oito minutos, precisam ser fisgados por alguma coisa nova para manter o foco no que estão ouvindo. Joey Garcia, professor da pós-graduação em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), explica que a forma de prender a atenção dos alunos mudou significativamente nos últimos 20 anos. Antes, era muito usado o contraste de cores vibrantes ou o barulho, como bater na mesa de tempo em tempo. Hoje, são usados assuntos e personagens que despertam o interesse e mexem com o imaginário da criançada. O mesmo artifício costuma ser usado com estudantes de até 14 anos. Além de aparatos tecnológicos e jogos eletrônicos, falar sobre guerras e a Antiguidade – mesmo que por um curto período na grade curricular – atrai os jovens para o desenvolvimento de pesquisas em projetos de extensão. Com moderação Entretanto, a escola não pode e não deve absorver tudo que faz a cabeça dos alunos. Professores e pedagogos são contra desenhos, filmes e brinquedos que, além de serem extremamente divulgados pela mídia, reforçam o consumismo. “O papel da escola é justamente trabalhar com outros valores, despertar interesses diferentes dos quais os alunos são bombardeados a todo tempo pela televisão”, explica a diretora da Escola Projeto 21, Yara Amaral. SINEPE Online Sem medo Provas com personagens infantis motivam os alunos O uso de personagens que povoam desenhos animados e o imaginário das crianças também pode ajudar na hora da prova. Para que a criança tenha menos medo de fazer a avaliação e se sinta motivada, a Escola Santo Anjo usa uma técnica infalível: elabora questões com personagens como Peter Pan e Pequena Sereia, da Disney; os animais da série Backyardigans e a garotada da Casa Monstro. Isso vale para todas as crianças, do 1º ao 6º ano. “Quando eles começam a ler e percebem que o assunto interessa, a atenção dobra e sentem vontade de ir para a próxima questão para ver o que ela fala do personagem”, conta a coordenadora pedagógica da escola, Michele Fátima de Almeida. Família Pais têm a chance de estreitar os laços de afeto com os filhos Assim como a escola, os pais também podem aproveitar os assuntos que fascinam as crianças para estreitar os laços de afeto, que, segundo pedagogos, afeta indiretamente o desempenho escolar. A dica da diretora da Escola Projeto 21, Yara Amaral, é que os pais separem um tempo por semana para brincar ou conversar com a criança sobre os temas de que ela gosta, sem se preocupar com o fato de ser didático ou não. “Perceber que assuntos do jornal chamam a atenção do filho e discutir isso com ele, por exemplo, não só faz ele se interessar pelo que acontece no mundo desde cedo como aproxima a família.” A pedagoga explica que os filhos que têm esse contato com os pais tendem a ficar mais próximos, inclusive na adolescência, fase em que ocorre um afastamento. Fonte: Gazeta do Povo