33393 ‘
Companhia Paranaense de Energia
COPEL
COPEL Distribuição
Diretoria de Engenharia
Medição de Energia
Equipe de Implantação e
Acompanhamento
EQIMA
RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DE TRIAGEM DE
CONSULTAMEDIDORES
PÚBLICA ANEEL
015/2009
CONTRIBUIÇÃO DA COPEL
DISTRIBUIÇÃO
30 de abril de 2009
SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570
Companhia Paranaense de Energia
COPEL
Curitiba, 30 de abril de 2009
Sr. José Augusto da Silva
Superintendente de Administrativa Setorial
Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL
70830-030 Brasília – DF
Formatados: Marcadores e
numeração
CONSULTA PÚBLICA 015/2009
Em atendimento à consulta pública supra mencionada, que tem como objetivo “coletar
subsídios para formulação de regulamento acerca de implantação de medidores
eletrônicos em unidades consumidoras de baixa tensão”, a COPEL vem, pela
presente, se manifestar e trazer sua contribuição para esse processo.
Entendemos que a iniciativa da ANEEL, ao solicitar contribuições dos agentes do setor
envolvidos com as questões relacionadas ao tema, certamente trará benefícios ao
documento final a ser disponibilizado pela Agência.
Sendo
assim,
segue,
em
anexo,
nossas
sugestões
visando
contribuir
aprimoramento da legislação, conforme proposto por essa Agência.
Atenciosamente,
COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A.
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com
o
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Análise das funcionalidades da medição eletrônica
1. Quais grandezas elétricas
eletrônico no Brasil?
deveriam
ser
medidas
pelo
equipamento
Para permitir ampla utilização dos equipamentos, considerando que o custo
final dos medidores decorre da complexidade incorporada a estes,
entendemos que o equipamento eletrônico deve permanecer medindo
apenas a tensão e a corrente que circula nos condutores.
Assim, além das energias ativa e reativa (indutiva/capacitiva), que já são
medidas pelos equipamentos eletromecânicos, os equipamentos eletrônicos
poderão disponibilizar uma série de informações adicionais aos
consumidores, às concessionárias e ao próprio agente regulador, restando
apenas a incorporação de “funcionalidades” a cada equipamento. Sobre
este tema, fizemos uma abordagem na próxima questão.
2. Quais funcionalidades incorporadas ao medidor deveriam ser consideradas
minimamente necessárias para a implantação deste novo sistema de
medição?
Uma questão que merece especial reflexão quanto aos sistemas em análise
é a possibilidade de dispor de “módulos de funcionalidades” para os
medidores, ou seja, deveria haver um modelo básico de medidor eletrônico,
com firmware específico para as funções metrológicas, as quais devem ser
inalteráveis, já que são homologadas pelo INMETRO, e demais módulos
com as diversas funcionalidades disponíveis, agrupadas de acordo com
opções de fabricantes e que atendam requisitos das distribuidoras.
Ao se adotar firmware separado para a função metrológica evitar-se-á
novas homologações pelo INMETRO sempre que forem disponibilizados ou
atualizados os “módulos de funcionalidades”.
Por outro lado, a disponibilização de “módulos de funcionalidades” permitirá
a melhor aplicação dos recursos disponíveis pelos equipamentos,
adaptando-os às exigências locais em cada concessionária, permitindo o
gerenciamento da inadimplência e da carga e, em conseqüência, a
possibilidade de otimização de custos.
Com relação às mínimas funcionalidades que deveriam ser incorporadas ao
medidor para a implantação deste novo sistema de medição, temos a
sugerir:
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a) Disponibilização de informação sobre níveis de tensão na unidade
consumidora;
b) Disponibilização de informação sobre quantidade e duração de
interrupções ocorridas na unidade consumidora;
c) Disponibilização de informação sobre potência ativa e reativa na unidade
consumidora;
d) Possibilidade de leitura mesmo na ausência temporária de alimentação;
e) Melhoria da classe de exatidão (1 % ou melhor);
f) Tampa do medidor soldada à base (tampa solidária). Dessa forma, o
acesso ao interior do equipamento só será possível com a destruição
física do medidor;
g) De forma semelhante ao que ocorre com os medidores eletromecânicos,
disponibilizar sinalização ao ser energizado (condição a vazio), com o
objetivo de permitir ao eletricista certificar-se de que a conexão está
adequada e o medidor operando;
h) Garantia da inviolabilidade dos registros armazenados no medidor. Caso
ocorra qualquer problema quanto à confiabilidade durante a transmissão
dos dados, fica garantida a possibilidade da recuperação destes através
da leitura direta no medidor.
i) Baixo consumo;
j) Corrente de partida reduzida;
k) Registro de eventos em memória (ausência de tensão, ausência de
corrente, tampa aberta...);
l) Interface bidirecional para comunicação;
m) Padrão de comunicação em formato padronizado;
n) Ativação remota para suspensão de fornecimento e religação de energia
em unidades consumidoras;
o) Possibilidade de limitação de fornecimento (kWh por dia, por semana,
por mês,...);
p) Possibilidade de carga de energia pré-paga, por cartão ou remotamente;
q) Possibilidade de controle de equipamentos do consumidor (ex.:
aquecimento);
r) Para os casos de tarifação diferenciada, possibilidade de sincronização
entre o relógio do medidor e o relógio padrão da concessionária. Nessa
condição, havendo comunicação bidirecional, os medidores poderão
receber comando do Centro de Operação da Medição para iniciar ou
encerrar períodos de tarifação diferenciada;
Justificativa:
A implementação de novas tecnologias na área de medição deve permitir a
implementação de serviços que proporcionem a melhoria do fator de carga
do sistema e, como conseqüência, a redução de custos para o consumidor
via modicidade tarifária, justificando a necessidade de substituição do
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parque de medidores existente por equipamentos que, a longo prazo,
proporcionarão benefícios a toda a sociedade.
Além de benefícios tarifários, os novos medidores devem proporcionar a
oferta de serviços que incorporem benefícios aos consumidores, como o
acionamento, pela distribuidora, de cargas existentes nas unidades
consumidoras em horários de tarifas reduzidas, dispensando cuidados do
próprio consumidor.
A possibilidade de religação remota também trará maior conforto aos
consumidores, que poderão ter o fornecimento restabelecido em prazos
muito menores.
3. Quais os parâmetros de segurança da informação deveriam ser definidos
como obrigatórios para o tráfego de dados entre a distribuidora e a unidade
consumidora? O protocolo de comunicação deve ser público ou ficar a
critério da distribuidora?
Os parâmetros de segurança devem estar embutidos no medidor e na base
de dados da distribuidora.
Considerando que a segurança do canal de comunicação não é crítica, o
protocolo de comunicação deve ser público (aberto), devendo utilizar-se de
criptografia, a fim de se garantir a confidencialidade dos dados da
concessionária.
A adoção de um protocolo público (aberto) e padronizado possibilitará o uso
de práticas e sistemas comuns entre os fornecedores do sistema de leitura
remota (aquisição de dados) e dos medidores, proporcionando maiores
investimentos em desenvolvimento de produtos e sistemas, com redução
do custo pelo aumento do número de fornecedores.
4. Como deveria ser garantido que a informação não seja perdida em caso de
falta de energia? Por quanto tempo essa informação deveria ficar guardada
no medidor?
A informação deve ficar armazenada permanentemente em memória não
volátil, como a utilizada em equipamentos do tipo "pen drive". Este tipo de
memória não necessita de fonte de energia externa para manter os dados.
Assim, em caso de falta de energia, esse tipo de memória mantém os
dados até que esta seja restabelecida.
O tamanho da memória deve ser tal que permita o armazenamento de
dados por pelo menos 3 ciclos de faturamento.
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5. O mesmo conjunto de funcionalidades mínimas do medidor eletrônico
deveria ser disponibilizado a todos os consumidores de baixa tensão ou
deveriam existir especificações distintas por classe de consumidores?
Algumas das funcionalidades serão aplicáveis a determinados perfis de
consumidores.
Conforme apresentado no item 2, o modelo deve prever a possibilidade de
dispor de “módulos de funcionalidades” para os medidores, provendo um
modelo básico de medidor, com firmware específico para as funções
metrológicas, e módulos com as diversas funcionalidades disponíveis, que
poderão ser utilizadas de acordo com características específicas, como
localização dos consumidores (áreas com dificuldade de acesso, áreas de
invasão, regiões litorâneas, consumidores com dificuldade de acesso, etc.)
e níveis de inadimplência, locais que exigem aprimoramento de serviços,
etc..
Também há que se considerar a possibilidade de utilização de “módulos de
funcionalidades” destinados ao gerenciamento da carga, visando otimização
de ativos. Neste caso, não há distinção entre classes de consumidores.
6. O mesmo sistema de comunicação para tráfego de dados deveria ser
exigido para todos os consumidores da área de concessão/permissão ou a
forma de coleta das informações disponibilizadas pelo medidor eletrônico
deveria ficar a critério da distribuidora?
Entendemos que a forma de coleta deve ficar a critério da distribuidora.
Considerando que os custos envolvidos em sistemas de comunicação ainda
são elevados e que as localidades da área de concessão não possuem
características uniformes quanto aos meios de comunicação disponíveis, a
concessionária deverá optar pela melhor solução técnica e econômica.
Assim, deverá utilizar os meios de comunicação disponíveis em cada
localidade (rádio, fibra ótica, par metálico, GPRS) e considerar também a
possibilidade de comunicação ativada externamente por um leiturista.
Neste último caso, o medidor deve armazenar as informações e aguardar
um sinal para transferência de dados, o que pode ser um veículo passando
na região efetuando a leitura dos medidores.
Também deve ser considerado que, conforme o sistema de comunicação a
ser utilizado, o custo para envio dos dados de forma contínua poderá ser
muito elevado. Uma das soluções é o envio dos dados acumulados durante
determinado tempo, o que ocorre de forma otimizada e rápida.
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5. Sistemática de análise dos custos e benefícios da medição eletrônica
no Brasil
1. Quais estudos e dados poderiam embasar a definição da vida útil do
medidor eletrônico, do concentrador e do sistema de comunicação de
dados?
O desempenho e a confiabilidade dos sistemas de medição eletrônica
deverá ser compatível com os níveis apresentados pelos eletromecânicos.
Via de regra, os ensaios de envelhecimento acelerado em laboratório
constituem-se em ferramentas importantes para se determinar a vida útil
dos equipamentos, entretanto, no presente caso, tendo em vista a
necessidade de avaliação de outros fatores, além deste, a realização de
projetos piloto em diversas regiões do país certamente se constituirá numa
ferramente essencial para o sucesso do novo sistema.
No desenvolvimento de projetos piloto é possível determinar marcos de
verificação e validação, qualificando medidores eletrônicos de fornecedores
diferentes, permitindo a identificação de pontos suscetíveis e tempo entre
falhas, possibilitando estimar a vida útil dos equipamentos.
2. Qual é a destinação e quais as soluções para o descarte dos medidores
retirados de campo? Quais são as propostas e projetos para a destinação
final dos medidores e seus componentes?
Inicialmente há que se considerar que, com a instalação de medidores
novos,
muitos medidores eletromecânicos serão retirados ainda em
condições de uso, já que estavam instalados e atendendo os requisitos
regulatórios exigidos para esse fim.
Dessa forma, uma alternativa que poderá ser considerada é a possibilidade
de negociação dos equipamentos em condições de reaproveitamento para
exportação a países que tenham especificações semelhantes e ainda não
tenham migrado para a tecnologia eletrônica.
A negociação deveria ocorrer entre as concessionárias e os fabricantes ou
empresas que venham a se especializar nesse ramo. No caso dos
fabricantes, há que se considerar que, via de regra, são empresas
multinacionais e que terão melhores condições de viabilizar esse tipo de
comércio com outros países.
Também há que se considerar que, para os medidores inservíveis, não
resta alternativa a não ser a venda como sucata para empresas
especializadas, devidamente cadastradas e que atendam a legislação
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ambiental. Essas empresas deverão desmontar os medidores e reciclar seus
diversos componentes (alumínio, cobre, vidro, etc.).
3. Quais são as considerações e sugestões sobre os itens apresentados
anteriormente para a sistemática de análise dos custos e benefícios?
Considerando a pouca experiência no assunto, em especial pelas
concessionárias, e por ainda não existir um padrão implementado no país,
há necessidade desenvolvimento de estudos específicos voltados ao do
tema, abrangendo não somente as questões relacionadas ao equipamento
propriamente dito, mas também as implicações nos diversos serviços a ele
vinculados.
O desenvolvimento de projetos piloto poderão prospectar os custos
relacionados a leitura, corte e religação de unidades consumidoras, e os
ganhos percebidos pelos consumidores, por exemplo, com a possibilidade
de redução dos prazos para religação de UCs.
Também há que se avaliar os impactos positivos aos consumidores, via
modicidade tarifária, decorrente da redução de pessoal e veículos para
execução dessas atividades, as quais estão contidas na Empresa de
Referência.
Além desses aspectos, também dese ser considerada a otimização dos
ativos, decorrente da adoção de sistemas de tarifação diferenciada, corte
seletivo de carga, por exemplo, que resultam em impactos positivos ao
fator de carga do sistema de distribuição.
Sob o aspecto ambiental, há carência de estudos que orientem ações para o
reaproveitamento dos equipamentos hoje existentes. São milhões de
medidores que não podem ser simplesmente descartados.
Dessa forma, em razão da importância do assunto, sugerimos aa ANEEL
priorizar o desenvolvimento de trabalhos voltados ao tema utilizando-se dos
recursos do P&D, tratando o tema como “estratégico” para o setor elétrico,
chamando os agentes envolvidos para participar, de forma conjunta, no
desenvolvimento de soluções que atendam a necessidade de todos os
stakeholders.
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6. Aspectos relevantes para a execução de projetos pilotos
1. Quais poderiam ser a dimensão e área de abrangência dos projetos pilotos?
Em quais regiões do país deveriam ser realizados esses projetos?
Primeiramente cabe ressaltar comentário que aqui fizemos no item 5.3,
quanto à alocação de recursos do P&D, de forma “estratégica”, no
desenvolvimento de estudos voltados ao tema.
Considerando as características encontradas nas diversas regiões do país,
há necessidade de se conhecer as necessidades de cada uma delas a fim de
desenvolver um sistema adequado à necessidade brasileira.
A simples “tropicalização” de soluções desenvolvidas em outros países
poderá não ser aderente às necessidades do Brasil.
Em não sendo possível a utilização de recursos do P&D, a ANEEL poderá
estimular, através de outros meios, o desenvolvimento do tema por todas
as distribuidoras.
2. Que estrutura tarifária (relação entre a tarifa de ponta e a tarifa fora de
ponta, tarifas diferentes nos finais de semana, etc.) poderia ser adotada
nos projetos pilotos que ajudasse a estimar as mudanças nos hábitos dos
consumidores envolvidos?
Inicialmente cabe considerar que existem horários em que há sub-utilização
dos sistemas elétricos, como durante a madrugada. Por outro lado, a fim de
se otimizar os investimentos em sistemas de distribuição, há necessidade
de se deslocar a concentração de cargas em determinados horários, como
no início da noite para a classe residencial e o período da tarde para a
classe comercial.
Se não houver tecnologia de medição capaz de estimular a mudança de
hábitos e o consumo eficiente nos horários específicos para as diversas
classes, não haverá como aperfeiçoar a utilização dos sistemas de
distribuição de energia e, por conseguinte, avanços nas questões
relacionadas à modicidade tarifária.
Assim, a adoção de novas tecnologias na área de medição de energia
permitirá a aplicação de tarifas diferenciadas, adequadas para o perfil de
carga das diversas classes de consumidores, modulando tanto em horários
diferenciados (noite/madrugada, fora de ponta/ponta) como em dias (dia
útil/feriados e finais de semana), com vistas a estimular o consumidor a
planejar seu consumo.
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Um aspecto que deve ser considerado é que, para o sucesso de um
programa de otimização de ativos com vistas a contribuir para a
modicidade tarifária, a definição das tarifas também deve estar associada a
uma política de desenvolvimento de novos produtos e equipamentos, com a
respectiva divulgação, que permitam ao usuário perceber o mesmo conforto
porém com menores custos.
A participação da indústria neste processo é fundamental, com o
desenvolvimento, por exemplo, de equipamentos com “timer”, que
possibilitem a utilização, entre outros, de secadoras, lavadoras de roupa e
aquecedores de água em horários em que a tarifa é menor.
Cabe aos agentes reguladores, às concessionárias e demais agentes, o
desenvolvimento de programas específicos, envolvendo a indústria, com a
promoção de descontos (rebates) vinculados aos projetos de eficiência
energética.
A correta utilização do tripé - tarifas, equipamentos e divulgação –deverá
proporcionar a melhoria do fator de carga do sistema sem a necessidade de
investimentos adicionais, o que traz, como conseqüência a redução das
tarifas de energia.
Como sugestão, antes de se conhecer parâmetros de avaliação para um
projeto piloto, sugerimos avaliar a adoção das seguintes tarifas:
- ponta:
elevação em 50% em relação à tarifa normal;
- fora da ponta:
redução de 25% em relação à tarifa normal;
- madrugada:
redução de 50% em relação à tarifa normal.
3. Os consumidores mudariam seus hábitos se a tarifa no horário de ponta
fosse significantemente mais cara? Haveria risco de haver apenas um
deslocamento do pico?
Com os custos da energia diferenciados, o consumidor será incentivado a
mudar seu hábito de consumo, procurando utilizar sempre que possível a
energia em horários em que a tarifa é menor.
Porem, caso não haja um trabalho de divulgação das tarifas e das melhores
práticas de utilização dos equipamentos que se beneficiem do seu uso,
poderá sim haver apenas um simples deslocamento da ponta.
Novamente ressalta-se a importância da divulgação das tarifas e das
melhores práticas para a sua utilização (equipamentos adequados).
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4. Quais são os resultados mais significativos obtidos nos projetos já
implantados no Brasil?
A COPEL deu início a um projeto piloto voltado a desenvolver ações
relacionadas à tarifa amarela. Esse trabalho trouxe importantes conclusões
a respeito do tema, entretanto, por tratar-se de projeto experimental,
houve necessidade de encerramento.
Desse trabalho pode-se chegar a conclusões importantes para sucesso de
um programa voltado a esse tema:
a. Há necessidade de ampla divulgação das tarifas;
b. Há necessidade de desenvolvimento de um trabalho junto à
indústria, visando oferecer equipamentos mais eficientes a custos
compatíveis com os disponíveis no mercado;
c. Há necessidade de desenvolver um trabalho de divulgação aos
consumidores, orientando-os que, além das vantagens financeiras
que o sistema de tarifação oferece, também existem outras que, a
longo prazo, também causarão impacto financeiro positivo nas
tarifas,
principalmente
em
decorrência
da
otimização
de
investimentos;
d. Há necessidade de se dispor de medidores compatíveis com os
objetivos do sistema tarifário proposto.
Para alguns casos isolados em que houve investimentos em equipamentos
por parte do usuário, os resultados foram excelentes, podendo ser
comprovada a redução de custos para o usuário apesar do incremento do
consumo, e redução de demanda.
5. Quais as soluções de comunicação e de integração em sistemas deveriam
ser testadas nos projetos-pilotos?
Quanto à comunicação, os meios utilizados devem ser os mais abrangentes
possíveis (rádio, GPRS, fibra, par metálico, PLC), sem restringir para um
único meio.
O mais adequado é que a comunicação seja constituída por um módulo
separado, que se encaixa no medidor. Para tanto, deve existir uma
interface padrão para conexão e troca de dados entre medidor e módulo de
comunicação.
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O protocolo de comunicação deve ser aberto e o formato dos dados de
medição deve ser padronizado, permitindo a utilização de medidores de
diversos fabricantes.
A aquisição e tratamento dos dados de medição (servidor, sistemas,
softwares) também deve ser compatível com o protocolo e o formatos dos
dados.
Quando o medidor enviar os dados para o servidor, é necessário que se
tenha garantia de que o dado foi recebido integralmente. Caso o dado
tenha sido truncado durante o transporte ele deverá ser reenviado, o que
deve ser garantido pelo protocolo de comunicação entre o medidor e o
servidor.
Conforme o tipo de comunicação, pode ser muito caro enviar dados
constantemente. Deve-se então, criar uma forma de transferência de
dados, acumulados durante um tempo, mais otimizada e rápida. Para isto
necessita-se de memória de massa. Com a redução de custos das
memórias será possível o armazenamento de muitos dados por um longo
período, sem um custo muito alto.
Em resumo, tanto o medidor (aquisição dos dados), o servidor
(armazenagem dos dados) e o sistema da concessionária (utilização dos
dados) deverão estar integrados.
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7. Aspectos regulatórios relevantes
1. Existe a necessidade da definição regulatória de um plano de substituição
em massa no Brasil ou isso seria uma definição de estratégia comercial das
distribuidoras?
A substituição em massa dos medidores exige grande investimento das
distribuidoras, o que causará impacto nas tarifas. Além disso, o modelo
atual prevê que a vida útil dos medidores eletrônicos é de 20 anos,
enquanto que para os medidores eletromecânicos é de 30. Esse fator afeta
o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão das
concessionárias.
Assim, é natural que o processo de substituição seja estimulado por
incentivos regulatórios, que contemplem a modicidade tarifária e não
comprometam financeiramente as distribuidoras.
Ao decidir por um programa de substituição em massa, o regulador deverá
considerar que esse processo encontra uma série de dificuldades de ordem
operacional. Devem ser consideradas, em especial, a disponibilidade de
mão-de-obra e equipamentos para substituição imediata de todos os
medidores.
2. Caso exista a necessidade de determinação de um plano por parte da
ANEEL, e considerando-se o número de medidores a substituir no país
(cerca de 62 milhões) e as experiências de outros países, qual seria o prazo
adequado para a substituição dos medidores?
Esta definição merece um estudo mais detalhado, analisando os aspectos
de distribuição geográfica dos medidores e do investimento a ser realizado,
para se definir um prazo adequado, e principalmente a capacidade de
fornecimento pela indústria.
A substituição de 62 milhões de medidores em um prazo de 10 anos por
exemplo, implica em uma capacidade de produção adicional de 6,2 milhões
de medidores/ano (além do crescimento vegetativo). É um número
considerável, lembrando ainda que, quando a meta for atingida, esta
produção adicional não será mais necessária, levando as indústrias à
ociosidade.
3. Todos os consumidores em baixa tensão devem ter seus medidores
substituídos, ou apenas aqueles acima de um determinado valor de
consumo mensal?
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Considerando os diversos “módulos de funcionalidades” aqui apresentados,
entendemos que a adoção do critério de “consumo mensal” para
substituição dos medidores não se apresenta como o mais adequado.
Há necessidade de definição de diretrizes específicas para direcionar a
substituição dos medidores. Entre as diversas alternativas possíveis, há a
substituição à medida em que os eletromecânicos não mais atenderem as
necessidades metrológicas e tecnológicas do mercado, o desenvolvimento
de programas de melhoria de fator de carga, programas especiais de
redução de perdar não-técnicas, entre outros.
4. Como poderia ser a conscientização da sociedade sobre os benefícios da
medição eletrônica?
Como apresentado anteriormente, a substituição deverá ocorrer devido à
aplicação de critérios específicos, definidos regulatoriamente a partir de
estudos que visem melhorar os serviços prestados pelas distribuidoras sem
onerar os consumidores, muito pelo contrário, que tragam benefícios às
tarifas.
Assim, cada um dos temas deverá ser apresentados à sociedade,
esclarecendo-os sobre os objetivos do projeto.
Entre os temas que merecem especial destaque, fazemos menção ao
esclarecimento quanto à confiabilidade dos novos medidores. Já temos
experiência com os sistemas de medição centralizada, que ainda encontram
empecilhos à sua aplicação em decorrência de questionamentos sem
fundamentação técnica, originados pela falta de conscientização da
população.
O trabalho de comunicação deverá se utilizar dos principais meios de
comunicação e ser contínuo ao longo do período de substituição.
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