33393 ‘ Companhia Paranaense de Energia COPEL COPEL Distribuição Diretoria de Engenharia Medição de Energia Equipe de Implantação e Acompanhamento EQIMA RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DE TRIAGEM DE CONSULTAMEDIDORES PÚBLICA ANEEL 015/2009 CONTRIBUIÇÃO DA COPEL DISTRIBUIÇÃO 30 de abril de 2009 SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL Curitiba, 30 de abril de 2009 Sr. José Augusto da Silva Superintendente de Administrativa Setorial Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL 70830-030 Brasília – DF Formatados: Marcadores e numeração CONSULTA PÚBLICA 015/2009 Em atendimento à consulta pública supra mencionada, que tem como objetivo “coletar subsídios para formulação de regulamento acerca de implantação de medidores eletrônicos em unidades consumidoras de baixa tensão”, a COPEL vem, pela presente, se manifestar e trazer sua contribuição para esse processo. Entendemos que a iniciativa da ANEEL, ao solicitar contribuições dos agentes do setor envolvidos com as questões relacionadas ao tema, certamente trará benefícios ao documento final a ser disponibilizado pela Agência. Sendo assim, segue, em anexo, nossas sugestões visando contribuir aprimoramento da legislação, conforme proposto por essa Agência. Atenciosamente, COPEL DISTRIBUIÇÃO S.A. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 com o Companhia Paranaense de Energia COPEL Análise das funcionalidades da medição eletrônica 1. Quais grandezas elétricas eletrônico no Brasil? deveriam ser medidas pelo equipamento Para permitir ampla utilização dos equipamentos, considerando que o custo final dos medidores decorre da complexidade incorporada a estes, entendemos que o equipamento eletrônico deve permanecer medindo apenas a tensão e a corrente que circula nos condutores. Assim, além das energias ativa e reativa (indutiva/capacitiva), que já são medidas pelos equipamentos eletromecânicos, os equipamentos eletrônicos poderão disponibilizar uma série de informações adicionais aos consumidores, às concessionárias e ao próprio agente regulador, restando apenas a incorporação de “funcionalidades” a cada equipamento. Sobre este tema, fizemos uma abordagem na próxima questão. 2. Quais funcionalidades incorporadas ao medidor deveriam ser consideradas minimamente necessárias para a implantação deste novo sistema de medição? Uma questão que merece especial reflexão quanto aos sistemas em análise é a possibilidade de dispor de “módulos de funcionalidades” para os medidores, ou seja, deveria haver um modelo básico de medidor eletrônico, com firmware específico para as funções metrológicas, as quais devem ser inalteráveis, já que são homologadas pelo INMETRO, e demais módulos com as diversas funcionalidades disponíveis, agrupadas de acordo com opções de fabricantes e que atendam requisitos das distribuidoras. Ao se adotar firmware separado para a função metrológica evitar-se-á novas homologações pelo INMETRO sempre que forem disponibilizados ou atualizados os “módulos de funcionalidades”. Por outro lado, a disponibilização de “módulos de funcionalidades” permitirá a melhor aplicação dos recursos disponíveis pelos equipamentos, adaptando-os às exigências locais em cada concessionária, permitindo o gerenciamento da inadimplência e da carga e, em conseqüência, a possibilidade de otimização de custos. Com relação às mínimas funcionalidades que deveriam ser incorporadas ao medidor para a implantação deste novo sistema de medição, temos a sugerir: SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL a) Disponibilização de informação sobre níveis de tensão na unidade consumidora; b) Disponibilização de informação sobre quantidade e duração de interrupções ocorridas na unidade consumidora; c) Disponibilização de informação sobre potência ativa e reativa na unidade consumidora; d) Possibilidade de leitura mesmo na ausência temporária de alimentação; e) Melhoria da classe de exatidão (1 % ou melhor); f) Tampa do medidor soldada à base (tampa solidária). Dessa forma, o acesso ao interior do equipamento só será possível com a destruição física do medidor; g) De forma semelhante ao que ocorre com os medidores eletromecânicos, disponibilizar sinalização ao ser energizado (condição a vazio), com o objetivo de permitir ao eletricista certificar-se de que a conexão está adequada e o medidor operando; h) Garantia da inviolabilidade dos registros armazenados no medidor. Caso ocorra qualquer problema quanto à confiabilidade durante a transmissão dos dados, fica garantida a possibilidade da recuperação destes através da leitura direta no medidor. i) Baixo consumo; j) Corrente de partida reduzida; k) Registro de eventos em memória (ausência de tensão, ausência de corrente, tampa aberta...); l) Interface bidirecional para comunicação; m) Padrão de comunicação em formato padronizado; n) Ativação remota para suspensão de fornecimento e religação de energia em unidades consumidoras; o) Possibilidade de limitação de fornecimento (kWh por dia, por semana, por mês,...); p) Possibilidade de carga de energia pré-paga, por cartão ou remotamente; q) Possibilidade de controle de equipamentos do consumidor (ex.: aquecimento); r) Para os casos de tarifação diferenciada, possibilidade de sincronização entre o relógio do medidor e o relógio padrão da concessionária. Nessa condição, havendo comunicação bidirecional, os medidores poderão receber comando do Centro de Operação da Medição para iniciar ou encerrar períodos de tarifação diferenciada; Justificativa: A implementação de novas tecnologias na área de medição deve permitir a implementação de serviços que proporcionem a melhoria do fator de carga do sistema e, como conseqüência, a redução de custos para o consumidor via modicidade tarifária, justificando a necessidade de substituição do SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL parque de medidores existente por equipamentos que, a longo prazo, proporcionarão benefícios a toda a sociedade. Além de benefícios tarifários, os novos medidores devem proporcionar a oferta de serviços que incorporem benefícios aos consumidores, como o acionamento, pela distribuidora, de cargas existentes nas unidades consumidoras em horários de tarifas reduzidas, dispensando cuidados do próprio consumidor. A possibilidade de religação remota também trará maior conforto aos consumidores, que poderão ter o fornecimento restabelecido em prazos muito menores. 3. Quais os parâmetros de segurança da informação deveriam ser definidos como obrigatórios para o tráfego de dados entre a distribuidora e a unidade consumidora? O protocolo de comunicação deve ser público ou ficar a critério da distribuidora? Os parâmetros de segurança devem estar embutidos no medidor e na base de dados da distribuidora. Considerando que a segurança do canal de comunicação não é crítica, o protocolo de comunicação deve ser público (aberto), devendo utilizar-se de criptografia, a fim de se garantir a confidencialidade dos dados da concessionária. A adoção de um protocolo público (aberto) e padronizado possibilitará o uso de práticas e sistemas comuns entre os fornecedores do sistema de leitura remota (aquisição de dados) e dos medidores, proporcionando maiores investimentos em desenvolvimento de produtos e sistemas, com redução do custo pelo aumento do número de fornecedores. 4. Como deveria ser garantido que a informação não seja perdida em caso de falta de energia? Por quanto tempo essa informação deveria ficar guardada no medidor? A informação deve ficar armazenada permanentemente em memória não volátil, como a utilizada em equipamentos do tipo "pen drive". Este tipo de memória não necessita de fonte de energia externa para manter os dados. Assim, em caso de falta de energia, esse tipo de memória mantém os dados até que esta seja restabelecida. O tamanho da memória deve ser tal que permita o armazenamento de dados por pelo menos 3 ciclos de faturamento. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL 5. O mesmo conjunto de funcionalidades mínimas do medidor eletrônico deveria ser disponibilizado a todos os consumidores de baixa tensão ou deveriam existir especificações distintas por classe de consumidores? Algumas das funcionalidades serão aplicáveis a determinados perfis de consumidores. Conforme apresentado no item 2, o modelo deve prever a possibilidade de dispor de “módulos de funcionalidades” para os medidores, provendo um modelo básico de medidor, com firmware específico para as funções metrológicas, e módulos com as diversas funcionalidades disponíveis, que poderão ser utilizadas de acordo com características específicas, como localização dos consumidores (áreas com dificuldade de acesso, áreas de invasão, regiões litorâneas, consumidores com dificuldade de acesso, etc.) e níveis de inadimplência, locais que exigem aprimoramento de serviços, etc.. Também há que se considerar a possibilidade de utilização de “módulos de funcionalidades” destinados ao gerenciamento da carga, visando otimização de ativos. Neste caso, não há distinção entre classes de consumidores. 6. O mesmo sistema de comunicação para tráfego de dados deveria ser exigido para todos os consumidores da área de concessão/permissão ou a forma de coleta das informações disponibilizadas pelo medidor eletrônico deveria ficar a critério da distribuidora? Entendemos que a forma de coleta deve ficar a critério da distribuidora. Considerando que os custos envolvidos em sistemas de comunicação ainda são elevados e que as localidades da área de concessão não possuem características uniformes quanto aos meios de comunicação disponíveis, a concessionária deverá optar pela melhor solução técnica e econômica. Assim, deverá utilizar os meios de comunicação disponíveis em cada localidade (rádio, fibra ótica, par metálico, GPRS) e considerar também a possibilidade de comunicação ativada externamente por um leiturista. Neste último caso, o medidor deve armazenar as informações e aguardar um sinal para transferência de dados, o que pode ser um veículo passando na região efetuando a leitura dos medidores. Também deve ser considerado que, conforme o sistema de comunicação a ser utilizado, o custo para envio dos dados de forma contínua poderá ser muito elevado. Uma das soluções é o envio dos dados acumulados durante determinado tempo, o que ocorre de forma otimizada e rápida. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL 5. Sistemática de análise dos custos e benefícios da medição eletrônica no Brasil 1. Quais estudos e dados poderiam embasar a definição da vida útil do medidor eletrônico, do concentrador e do sistema de comunicação de dados? O desempenho e a confiabilidade dos sistemas de medição eletrônica deverá ser compatível com os níveis apresentados pelos eletromecânicos. Via de regra, os ensaios de envelhecimento acelerado em laboratório constituem-se em ferramentas importantes para se determinar a vida útil dos equipamentos, entretanto, no presente caso, tendo em vista a necessidade de avaliação de outros fatores, além deste, a realização de projetos piloto em diversas regiões do país certamente se constituirá numa ferramente essencial para o sucesso do novo sistema. No desenvolvimento de projetos piloto é possível determinar marcos de verificação e validação, qualificando medidores eletrônicos de fornecedores diferentes, permitindo a identificação de pontos suscetíveis e tempo entre falhas, possibilitando estimar a vida útil dos equipamentos. 2. Qual é a destinação e quais as soluções para o descarte dos medidores retirados de campo? Quais são as propostas e projetos para a destinação final dos medidores e seus componentes? Inicialmente há que se considerar que, com a instalação de medidores novos, muitos medidores eletromecânicos serão retirados ainda em condições de uso, já que estavam instalados e atendendo os requisitos regulatórios exigidos para esse fim. Dessa forma, uma alternativa que poderá ser considerada é a possibilidade de negociação dos equipamentos em condições de reaproveitamento para exportação a países que tenham especificações semelhantes e ainda não tenham migrado para a tecnologia eletrônica. A negociação deveria ocorrer entre as concessionárias e os fabricantes ou empresas que venham a se especializar nesse ramo. No caso dos fabricantes, há que se considerar que, via de regra, são empresas multinacionais e que terão melhores condições de viabilizar esse tipo de comércio com outros países. Também há que se considerar que, para os medidores inservíveis, não resta alternativa a não ser a venda como sucata para empresas especializadas, devidamente cadastradas e que atendam a legislação SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL ambiental. Essas empresas deverão desmontar os medidores e reciclar seus diversos componentes (alumínio, cobre, vidro, etc.). 3. Quais são as considerações e sugestões sobre os itens apresentados anteriormente para a sistemática de análise dos custos e benefícios? Considerando a pouca experiência no assunto, em especial pelas concessionárias, e por ainda não existir um padrão implementado no país, há necessidade desenvolvimento de estudos específicos voltados ao do tema, abrangendo não somente as questões relacionadas ao equipamento propriamente dito, mas também as implicações nos diversos serviços a ele vinculados. O desenvolvimento de projetos piloto poderão prospectar os custos relacionados a leitura, corte e religação de unidades consumidoras, e os ganhos percebidos pelos consumidores, por exemplo, com a possibilidade de redução dos prazos para religação de UCs. Também há que se avaliar os impactos positivos aos consumidores, via modicidade tarifária, decorrente da redução de pessoal e veículos para execução dessas atividades, as quais estão contidas na Empresa de Referência. Além desses aspectos, também dese ser considerada a otimização dos ativos, decorrente da adoção de sistemas de tarifação diferenciada, corte seletivo de carga, por exemplo, que resultam em impactos positivos ao fator de carga do sistema de distribuição. Sob o aspecto ambiental, há carência de estudos que orientem ações para o reaproveitamento dos equipamentos hoje existentes. São milhões de medidores que não podem ser simplesmente descartados. Dessa forma, em razão da importância do assunto, sugerimos aa ANEEL priorizar o desenvolvimento de trabalhos voltados ao tema utilizando-se dos recursos do P&D, tratando o tema como “estratégico” para o setor elétrico, chamando os agentes envolvidos para participar, de forma conjunta, no desenvolvimento de soluções que atendam a necessidade de todos os stakeholders. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL 6. Aspectos relevantes para a execução de projetos pilotos 1. Quais poderiam ser a dimensão e área de abrangência dos projetos pilotos? Em quais regiões do país deveriam ser realizados esses projetos? Primeiramente cabe ressaltar comentário que aqui fizemos no item 5.3, quanto à alocação de recursos do P&D, de forma “estratégica”, no desenvolvimento de estudos voltados ao tema. Considerando as características encontradas nas diversas regiões do país, há necessidade de se conhecer as necessidades de cada uma delas a fim de desenvolver um sistema adequado à necessidade brasileira. A simples “tropicalização” de soluções desenvolvidas em outros países poderá não ser aderente às necessidades do Brasil. Em não sendo possível a utilização de recursos do P&D, a ANEEL poderá estimular, através de outros meios, o desenvolvimento do tema por todas as distribuidoras. 2. Que estrutura tarifária (relação entre a tarifa de ponta e a tarifa fora de ponta, tarifas diferentes nos finais de semana, etc.) poderia ser adotada nos projetos pilotos que ajudasse a estimar as mudanças nos hábitos dos consumidores envolvidos? Inicialmente cabe considerar que existem horários em que há sub-utilização dos sistemas elétricos, como durante a madrugada. Por outro lado, a fim de se otimizar os investimentos em sistemas de distribuição, há necessidade de se deslocar a concentração de cargas em determinados horários, como no início da noite para a classe residencial e o período da tarde para a classe comercial. Se não houver tecnologia de medição capaz de estimular a mudança de hábitos e o consumo eficiente nos horários específicos para as diversas classes, não haverá como aperfeiçoar a utilização dos sistemas de distribuição de energia e, por conseguinte, avanços nas questões relacionadas à modicidade tarifária. Assim, a adoção de novas tecnologias na área de medição de energia permitirá a aplicação de tarifas diferenciadas, adequadas para o perfil de carga das diversas classes de consumidores, modulando tanto em horários diferenciados (noite/madrugada, fora de ponta/ponta) como em dias (dia útil/feriados e finais de semana), com vistas a estimular o consumidor a planejar seu consumo. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL Um aspecto que deve ser considerado é que, para o sucesso de um programa de otimização de ativos com vistas a contribuir para a modicidade tarifária, a definição das tarifas também deve estar associada a uma política de desenvolvimento de novos produtos e equipamentos, com a respectiva divulgação, que permitam ao usuário perceber o mesmo conforto porém com menores custos. A participação da indústria neste processo é fundamental, com o desenvolvimento, por exemplo, de equipamentos com “timer”, que possibilitem a utilização, entre outros, de secadoras, lavadoras de roupa e aquecedores de água em horários em que a tarifa é menor. Cabe aos agentes reguladores, às concessionárias e demais agentes, o desenvolvimento de programas específicos, envolvendo a indústria, com a promoção de descontos (rebates) vinculados aos projetos de eficiência energética. A correta utilização do tripé - tarifas, equipamentos e divulgação –deverá proporcionar a melhoria do fator de carga do sistema sem a necessidade de investimentos adicionais, o que traz, como conseqüência a redução das tarifas de energia. Como sugestão, antes de se conhecer parâmetros de avaliação para um projeto piloto, sugerimos avaliar a adoção das seguintes tarifas: - ponta: elevação em 50% em relação à tarifa normal; - fora da ponta: redução de 25% em relação à tarifa normal; - madrugada: redução de 50% em relação à tarifa normal. 3. Os consumidores mudariam seus hábitos se a tarifa no horário de ponta fosse significantemente mais cara? Haveria risco de haver apenas um deslocamento do pico? Com os custos da energia diferenciados, o consumidor será incentivado a mudar seu hábito de consumo, procurando utilizar sempre que possível a energia em horários em que a tarifa é menor. Porem, caso não haja um trabalho de divulgação das tarifas e das melhores práticas de utilização dos equipamentos que se beneficiem do seu uso, poderá sim haver apenas um simples deslocamento da ponta. Novamente ressalta-se a importância da divulgação das tarifas e das melhores práticas para a sua utilização (equipamentos adequados). SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL 4. Quais são os resultados mais significativos obtidos nos projetos já implantados no Brasil? A COPEL deu início a um projeto piloto voltado a desenvolver ações relacionadas à tarifa amarela. Esse trabalho trouxe importantes conclusões a respeito do tema, entretanto, por tratar-se de projeto experimental, houve necessidade de encerramento. Desse trabalho pode-se chegar a conclusões importantes para sucesso de um programa voltado a esse tema: a. Há necessidade de ampla divulgação das tarifas; b. Há necessidade de desenvolvimento de um trabalho junto à indústria, visando oferecer equipamentos mais eficientes a custos compatíveis com os disponíveis no mercado; c. Há necessidade de desenvolver um trabalho de divulgação aos consumidores, orientando-os que, além das vantagens financeiras que o sistema de tarifação oferece, também existem outras que, a longo prazo, também causarão impacto financeiro positivo nas tarifas, principalmente em decorrência da otimização de investimentos; d. Há necessidade de se dispor de medidores compatíveis com os objetivos do sistema tarifário proposto. Para alguns casos isolados em que houve investimentos em equipamentos por parte do usuário, os resultados foram excelentes, podendo ser comprovada a redução de custos para o usuário apesar do incremento do consumo, e redução de demanda. 5. Quais as soluções de comunicação e de integração em sistemas deveriam ser testadas nos projetos-pilotos? Quanto à comunicação, os meios utilizados devem ser os mais abrangentes possíveis (rádio, GPRS, fibra, par metálico, PLC), sem restringir para um único meio. O mais adequado é que a comunicação seja constituída por um módulo separado, que se encaixa no medidor. Para tanto, deve existir uma interface padrão para conexão e troca de dados entre medidor e módulo de comunicação. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL O protocolo de comunicação deve ser aberto e o formato dos dados de medição deve ser padronizado, permitindo a utilização de medidores de diversos fabricantes. A aquisição e tratamento dos dados de medição (servidor, sistemas, softwares) também deve ser compatível com o protocolo e o formatos dos dados. Quando o medidor enviar os dados para o servidor, é necessário que se tenha garantia de que o dado foi recebido integralmente. Caso o dado tenha sido truncado durante o transporte ele deverá ser reenviado, o que deve ser garantido pelo protocolo de comunicação entre o medidor e o servidor. Conforme o tipo de comunicação, pode ser muito caro enviar dados constantemente. Deve-se então, criar uma forma de transferência de dados, acumulados durante um tempo, mais otimizada e rápida. Para isto necessita-se de memória de massa. Com a redução de custos das memórias será possível o armazenamento de muitos dados por um longo período, sem um custo muito alto. Em resumo, tanto o medidor (aquisição dos dados), o servidor (armazenagem dos dados) e o sistema da concessionária (utilização dos dados) deverão estar integrados. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL 7. Aspectos regulatórios relevantes 1. Existe a necessidade da definição regulatória de um plano de substituição em massa no Brasil ou isso seria uma definição de estratégia comercial das distribuidoras? A substituição em massa dos medidores exige grande investimento das distribuidoras, o que causará impacto nas tarifas. Além disso, o modelo atual prevê que a vida útil dos medidores eletrônicos é de 20 anos, enquanto que para os medidores eletromecânicos é de 30. Esse fator afeta o equilíbrio econômico-financeiro do contrato de concessão das concessionárias. Assim, é natural que o processo de substituição seja estimulado por incentivos regulatórios, que contemplem a modicidade tarifária e não comprometam financeiramente as distribuidoras. Ao decidir por um programa de substituição em massa, o regulador deverá considerar que esse processo encontra uma série de dificuldades de ordem operacional. Devem ser consideradas, em especial, a disponibilidade de mão-de-obra e equipamentos para substituição imediata de todos os medidores. 2. Caso exista a necessidade de determinação de um plano por parte da ANEEL, e considerando-se o número de medidores a substituir no país (cerca de 62 milhões) e as experiências de outros países, qual seria o prazo adequado para a substituição dos medidores? Esta definição merece um estudo mais detalhado, analisando os aspectos de distribuição geográfica dos medidores e do investimento a ser realizado, para se definir um prazo adequado, e principalmente a capacidade de fornecimento pela indústria. A substituição de 62 milhões de medidores em um prazo de 10 anos por exemplo, implica em uma capacidade de produção adicional de 6,2 milhões de medidores/ano (além do crescimento vegetativo). É um número considerável, lembrando ainda que, quando a meta for atingida, esta produção adicional não será mais necessária, levando as indústrias à ociosidade. 3. Todos os consumidores em baixa tensão devem ter seus medidores substituídos, ou apenas aqueles acima de um determinado valor de consumo mensal? SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570 Companhia Paranaense de Energia COPEL Considerando os diversos “módulos de funcionalidades” aqui apresentados, entendemos que a adoção do critério de “consumo mensal” para substituição dos medidores não se apresenta como o mais adequado. Há necessidade de definição de diretrizes específicas para direcionar a substituição dos medidores. Entre as diversas alternativas possíveis, há a substituição à medida em que os eletromecânicos não mais atenderem as necessidades metrológicas e tecnológicas do mercado, o desenvolvimento de programas de melhoria de fator de carga, programas especiais de redução de perdar não-técnicas, entre outros. 4. Como poderia ser a conscientização da sociedade sobre os benefícios da medição eletrônica? Como apresentado anteriormente, a substituição deverá ocorrer devido à aplicação de critérios específicos, definidos regulatoriamente a partir de estudos que visem melhorar os serviços prestados pelas distribuidoras sem onerar os consumidores, muito pelo contrário, que tragam benefícios às tarifas. Assim, cada um dos temas deverá ser apresentados à sociedade, esclarecendo-os sobre os objetivos do projeto. Entre os temas que merecem especial destaque, fazemos menção ao esclarecimento quanto à confiabilidade dos novos medidores. Já temos experiência com os sistemas de medição centralizada, que ainda encontram empecilhos à sua aplicação em decorrência de questionamentos sem fundamentação técnica, originados pela falta de conscientização da população. O trabalho de comunicação deverá se utilizar dos principais meios de comunicação e ser contínuo ao longo do período de substituição. SUPERINTENDÊNCIA DE MERCADO E REGULAÇÃO - RUA JOSÉ IZIDORO BIAZETTO, 158 BLOCO C - CEP 81200-240 - CURITIBA - PR - BRASIL - FONE: (41) 3331-2664 - FAX: (41) 3331-2570