Com a devida vénia transcrevemos artigo publicado na edição de hoje do Jornal de Negócios on line
Reino Unido está preparado para mais resgates e
para ajudar Portugal
CarlaPedro - [email protected]
George Osborne disse que os contribuintes britânicos podem ter de ajudar Portugal,
Espanha, Itália e Grécia, depois da ajuda directa oferecida à Irlanda a acumular ao apoio
financeiro que já compete ao Reino Unido no âmbito do fundo comum da UE.
O chanceler britânico do Tesouro, George Osborne (na foto), não exclui ter de participar numa
ajuda de emergência a outros países em apuros na Zona Euro. Isto depois de ter anunciado uma
ajuda directa à Irlanda, no valor de 8,2 mil milhões de euros, além do apoio que já lhe cabia no
âmbito do fundo comum da União Europeia.
Ontem, Osborne advertiu que os contribuintes britânicos deveriam preparar-se também para pagar
avultados resgates de Portugal, Grécia e Itália, refere o “Mirror News”.
Apesar de fortes críticas por parte de membros do Parlamento em relação ao dinheiro que sairá para
ajudar Dublin no actual momento de austeridade, Osborne não descartou um resgate de emergência
a outros países.
Sobre a ajuda financeira à Irlanda, Osborne salientou que “isto é um empréstimo e esperamos ser
reembolsados”. Mas quando questionado na Câmara dos Comuns, o chanceler não negou que os
contribuintes britânicos possam ter também de pagar para revitalizar as economias da Grécia,
Portugal, Espanha ou Itália.
“Seria particularmente irresponsável se especulasse acerca de qualquer outro país neste momento”,
disse Osborne, citado pelo jornal britânico “Express”.
O chanceler relembrou que o Reino Unido assumiu o compromisso de contribuir com uma parte
para os 60 mil milhões de euros da fatia comum do fundo de resgate da UE que é aplicável a todos
os países da UE. Estes 60 mil milhões de euros integram um fundo paralelo, que é o fundo europeu
de estabilização financeira para a Zona Euro, no valor de 750 mil milhões de euros, com o
contributo da UE, Zona Euro e FMI.
A parte do Reino Unido neste mecanismo da UE no valor de 60 mil milhões de euros é de 13,6%,
referiu ontem o chanceler britânico, citado pelo "Channel 4". Este mecanismo vigor até 2013, antes
de entrar em vigor um fundo permanente de resgate.
Ian Davidson, parlamentar pelo partido trabalhista, pediu a Osborne para ser mais específico em
relação ao apoio a qualquer outro país da Zona Euro. O chanceler respondeu que parte do
empréstimo britânico será concedido através do FMI e da UE, mas que a maioria do dinheiro
provém directamente do governo britânico.
Um membro do partido conservador britânico, Douglas Carswell, disse que o Reino Unido não
deveria estar a pagar para manter a Irlanda no euro. “Se vamos pagar para solucionar esta crise,
deveríamos estar a pagar para ajudar a Irlanda a sair do euro. O tormento da Irlanda só vai acabar
quando voltar a ter a sua própria moeda”, afirmou, citado pelo “Mirror News”.
2010.11.23