Anais do V SENALIC – TEXTOS COMPLETOS
ISSN – 2175-4128
Organizadores: Gomes, Carlos; Ramalho, Christina; Ana Leal Cardoso
São Cristóvão: GELIC, Volume 05, 2014
DESLOCAMENTOS DA PERSONAGEM FEMININA EM HELENA PARENTE CUNHA
Dorinaldo dos Santos Nascimento (UFS)1
1 INTRODUÇÃO
Estudos de gênero no texto de autoria feminina têm sido uma tendência nas
universidades brasileiras nas últimas décadas. Há diversas pesquisas que versam
sobre a representação literária da mulher tendo como contraponto uma sociedade
patriarcal. Essas pesquisas trazem estudos de textos silenciados pelo passado, daí a
pesquisa busca a recuperação, o resgate de vozes femininas apagadas, bem como
também concentram as investigações no texto de escritoras que contam com relativo
prestígio de críticos e pesquisadores acadêmicos, resultando no reconhecimento de
uma literatura feminina que potencializa perspectivas ficcionais/poéticas novas e
diferenciadas, pluralizando assim o corpus da crítica literária.
Assim posto, este estudo se enquadra na segunda linha de pesquisa,
considerando que Helena Parente Cunha, hoje, é uma escritora que possui produção
literária suficiente para obter fortuna crítica respeitável (LEIRO, 2013) e suas
narrativas (contos e romances) reverberam discussões pertinentes quando se trata da
condição feminina e como esta é representada literariamente. A autora em estudo
expõe questões nevrálgicas à mulher, ficcionalizando temáticas importantes
vinculadas ao corpo, sexualidade, relações amorosas, ocupação profissional,
matrimônio, maternidade, desejos, ausências, transgressões, faixa etária. Sendo
costurados tais assuntos numa dicção muito peculiar, com recursos linguísticos
expressivos, numa sintaxe movida pelo talento de poetisa, dando a sua prosa um
caráter estético inovador, colocando-a entre as escritoras de renome nacional.
Metodologicamente, partindo do pressuposto teórico de deslocamento
(BULTLER, 2003), este estudo não visa apenas caracterizar as personagens
femininas, traçando perfis estanques ou categorizá-las em blocos, mas investigá-las
no
seu
deslocar, movimentar-se
interno e
externo,
tendo
em
vista
uma
narradora/autora prenhe de uma postura político-estética que acompanha a realidade
do seu tempo, refletindo-a em sua ficção. Neste trabalho foram analisados contos de
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Mestrando do Mestrado Profissional em Letras pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). E-mail:
[email protected]
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duas coletâneas publicadas até o momento: Festa de casamento e Mãe solteira,
respectivamente presentes nas obras Os provisórios (1980) e Vento, ventania,
vendaval (1998). O corpus foi posto em análise no intuito de permitir que os contos
dialogassem entre si e pudéssemos investigar o percurso que a narradora faz desde a
primeira coletânea no início dos anos 80 do século passado até a mais recente, no
final dos anos 90 na iminência do século XXI.
Este trabalho converge para o entendimento da representação feminina em
trânsito - como as personagens se movimentam, porque se movimentam e as
consequências desse deslocamento através da análise do corpus, primeiro investigouse o deslocamento feminino da casa como negação do destino social da mulher
vinculado ao matrimônio, depois analisou-se a crítica e resistência ao patriarcal
concomitante à consciência identitária da mulher transgressora.
2 FEMININO EM TRÂNSITO
Este estudo explora pressupostos teóricos da crítica feminista em
consonância direta ao conceito de deslocamento de gênero de Butler (2003) em que a
estudiosa repensa a “identidade definida” das mulheres face a uma realidade plural,
instável na qual exigir sujeitos estáveis é minimamente problemático, uma vez que
impediria conceber o sujeito enquanto processo, em devir permanente. A pensadora
acena para a possibilidade de existência de políticas identitárias sem haver
necessariamente constituição de uma identidade fixa, de um sujeito estável a ser
representado para que essa política se legitime. Entende-se, assim, o gênero na
inconstância e contextualidade, não indicando um ser substancial “mas um ponto
relativo de convergência entre conjuntos específicos de relações, cultural e
historicamente convergentes” (BUTLER, 2003, p.29).
Acresce nessa discussão a contribuição de Gomes (2011) que mapeia a
temática do “deslocamento do espaço da casa” de protagonistas presentes em
produções das principais escritoras brasileiras do século XX mencionando que a
representação da mulher em trânsito, em permanente movimento interno ou externo
resulta do desconforto, da inquietação frente às amarras conservadoras e normas
socais sedimentadas na família patriarcal, uma vez que:
Para essas protagonistas, a busca de um outro lugar traz uma
esperança, uma saída do espaço claustrofóbico da casa. Assim, por
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ser um deslocamento desejável, podemos considerá-lo como próprios
de espaços heterotópicos (GOMES, 2011, p.146).
Gomes (2011, p.146) utiliza o conceito foucaultiano de heterotopia como “
‘espaço de contraposicionamento real’, que nasce do desejo de fuga, isolamento,
oposição aos espaços consagrados às regras e às normas”. Dessa maneira, o
pesquisador analisa tais protagonistas em deslocamento, estudando-as didaticamente
em dois momentos distintos do século passado. O primeiro, situado a partir dos anos
30 tendo personagens femininas questionadoras do “destino da mulher”, avessas ao
matrimônio como única opção do papel social da mulher; e o segundo momento,
recortado a partir dos anos 80, traz de maneira irônica, paródica, personagens
femininas emancipadas, porém insatisfeitas com a jornada de trabalho dupla, divididas
e também oprimidas pelas responsabilidades da profissão e cuidado do marido e
filhos.
Gomes (2011) afirma de modo enfático que a “poética do deslocamento
feminino” é resultado do trabalho artístico engajado de escritoras brasileiras, fazendo
com que se acentue uma produção de autoria feminina marcada pelo híbrido, ou seja,
a mescla entre o político e o estético em contraposição aos domínios masculinos:
Assim, na história da literatura brasileira, a poética do deslocamento
se configura como uma das mais importantes estratégias estéticas
contra opressões e injustiças impostas às mulheres no espaço da
família patriarcal. Tal poética pode ser vista como própria do corpo
liberado da escritora brasileira já que se trata de uma performance
artística oposta ao espaço Pai (XAVIER apud GOMES, 2011, p.154).
Por conseguinte, a negação dos modelos tradicionais de gênero pela
escritora gera uma heterotopia capaz de levar a mulher a se liberar de amarras da
família e conhecer-se melhor dentro um processo de busca/reconhecimento de sua
identidade enquanto mulher, mesmo na contramão das convenções de gênero.
3 DESLOCAMENTOS DO FEMININO NA CONTÍSTICA PARENTIANA
3.1 Deslocamentos do casamento
O “deslocamento da casa” (GOMES, 2010), esta espaço de enclaururamento,
de cerceamento do feminino aparece no conto Festa de casamento (Os provisórios,
1980) antes mesmo que o espaço da casa, cujo lastro oficial é o casamento se
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configure efetivamente. A noiva ousa abrir uma fissura no seio da família patriarcal
fugindo do casamento durante a festa. Metonimicamente, através de elementos
simbólicos da indumentária matrimonial, a “grinalda no chão”, o “véu rasgado”, o
“vestido na privada”, a personagem nega e se despe daquilo que ritualiza a inserção
da mulher na instituição casamento, bem como rompe o perímetro androcêntrico bem
delimitado, sedimentado nas amarras das convenções sociais em busca da
ressignificação do seu lugar social, mesmo que sofra as sanções negativas advindas
dessa atitude, conforme inferimos da fala do pai “Que vergonha/Que escândalo...estou
desonrado” (CUNHA, 1990, p.96).
É como se a noiva passasse por um processo de “metamorfoseamento”, ao
jogar fora, no “lixo” aquilo que a colocaria nos padrões da família patriarcal a
personagem transita de tais padrões para sua emancipação como mulher em potencial
possibilidade para deliberar sobre sua vida. A noiva sai literalmente da cena teatral,
tendo em vista a narrativa possuir estrutura de texto dramático, o conto ganha corpo
através de diálogos; teatralizada no âmbito do previsível, a narrativa conforme se
observa no andamento do enredo com falas típicas de uma festa de casamento
repleta de mesuras, formalidades surpreende quando ocorre o sumiço da noiva,
“Enquanto o noivo continua ali, parado, no mesmo lugar” (CUNHA, 1990, p.96),
ironicamente à deriva em decorrência da decisão da personagem. O noivo paralisado
enquanto a nubente em pleno trânsito.
A autora fabula a festa de casamento numa atmosfera de pastiche, de um
ritual quase nonsense do ponto de vista da noiva, uma vez que a celebração da
instituição símbolo das convenções socioculturais mais sedimentadas na ordem do Pai
não faz sentido para ela que a considera “cafona” com “gente besta, metida a coisa”
(CUNHA, 1990, p.93). Isso porque o casamento representa um contrato de
conveniência econômica entre os pais dos noivos, manutenção da norma patriarcal em
detrimento da noiva, cujo apagamento e sufocamento de sua identidade feminina
resultaria na subserviência e alinhamento à Ordem inquestionável, que a colocaria no
papel social estabelecido de “dona de casa”, forçando-a abandonar os estudos, sua
possibilidade de emancipação via profissão, sabendo-se que a mesma fazia um curso
hegemonicamente masculino – engenharia.
Percebe-se no índice que sintetiza o lugar social destinado à mulher: “rainha
do lar” o que lhe cabe exercer no restrito perímetro doméstico. Espaço no qual recebe
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título de nobreza apenas porque serve, obedece, é provida por outrem, está aquém,
ao mesmo tempo silenciada, apagada em seus anseios/desejos, estes sobrepujados
pela subserviência patriarcal inescapável. No entanto, na narrativa em análise a
personagem se lança no caminho da fissura que se abre na perspectiva da
emancipação da mulher em trânsito.
3.2 Deslocamentos como contestação ao patriarcal
A representação da mulher em trânsito remete ao binômio discursivo quem
fala e em nome de quem - o “outro” que assume uma voz e fala em nome de alguém.
É o que ocorre no jogo textual do conto Mãe solteira (Vento, ventania, vendaval,
1998), estruturado através do diálogo entre a protagonista e uma virtual interlocutora,
perpassadas por uma narradora onisciente que perscruta os atos e sensações da voz
narrativa dominante (primeira pessoa), em que a protagonista assume uma voz
identitária na perspectiva de manifestar crítica e resistência ao patriarcal quando
representa uma mulher transgressora no espaço da família.
A voz assumida está no âmbito da identidade da mulher contestadora,
problematizadora e combativa “Você tem que decidir sem medo de assumir fraturas e
fissuras” (CUNHA, 1998, p.114). A personagem segue o dado transgressor ao assumir
ser mãe solteira, ao fazer uma negação explícita e promover uma ruptura com o
modelo de família patriarcal, considerando nesse contexto literário que “o significado
da imagem da transgressora reforça a ideia do deslocamento da identidade de gênero
como um movimento de resistência na tradição da autoria feminina brasileira”
(GOMES, 2012, p.12).
A narrativa é introduzida pela fala questionadora da protagonista “Minha filha
é mãe solteira, sim, e daí? Minha filha é filha de mãe solteira...” (CUNHA, 1998,
p.112), o que advém disso em termos de análise é um continuum intergeracional de
mulheres - a protagonista, mãe solteira cuja filha também mãe solteira, ambas
assumem uma voz oposta à identidade tradicional frente às imposições patriarcais,
negando papeis femininos calcados em valores falocêntricos. E como decorrência do
posicionamento da protagonista numa sociedade de bases patriarcais há a punição do
pai que a expulsa de casa, da cidade, a marca indelevelmente com a violência física
“... esta cicatriz aqui no rosto, está vendo? a marca da fivela do cinto de meu pai”
(CUNHA, 1998, p.112).
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Tal cicatriz é um índice simbólico para a constituição da personagem que
redefine sua condição tomando para si a perspectiva da mulher como sujeito de sua
história, numa postura assertiva em que a cicatriz é uma espécie de documento de
liberdade, funcionando como um atestado da violência sofrida, porém, não
envergonhada e sim como marco de uma lembrança permanente de enfrentamento à
opressão do pai “a marca da fivela era um troféu de guerra [...] ela ostentava a marca
da fivela, ferida e carta de alforria” (CUNHA, 1998, p.113), que se desdobra na
protagonista num processo de deslocamento em direção à autonomia, sua
emancipação social e psíquica, não sem cobrança de ônus “...os primeiros empregos?
Empregada doméstica, balconista de lanchonete, sim, minha cara, como eu ia
sustentar minha filha? [...] Fome, sim, passei, mas nunca roubei, nunca matei...
(CUNHA, 1998, p.112-113).
Sua inserção e ascensão profissional como arquiteta premiada face também
às conquistas feministas dão a garantia da altivez do “corpo liberado” (XAVIER, 2007)
como expressão da liberdade de não submeter-se, ao contrário, assumir-se enquanto
sujeito de sua vida, num processo que culmina em independência financeira e de
pensamento diante das convenções sociais “nunca precisei dele [pai] nem de homem
nenhum para pagar as minhas contas [...] eu me lixo para o que os outros pensam ou
deixam de pensar, eu sou mais eu e não devo nada a ninguém” (CUNHA, 1998,
p.113).
Tal independência de pensamento de si e de sua representação identitária a
permite inferir que “...tantas voltas o mundo já deu e tanta gente ainda aferrolhada no
passado” (CUNHA, 1998, p.112), quando analisa o comportamento da filha que,
simultaneamente, mantinha relacionamento com um parceiro prototípico de valores
patriarcais em consonância à defesa em ser mãe solteira como opção, negando
inclusive o matrimônio sob os auspícios legais, religiosos. Indicando assim nessa
discussão que “a identidade de gênero pode ser vista como um processo sempre em
movimento, que não apresenta fixidez, pois se trata de uma prática social plural”
(GOMES, 2012, p.13). Esse painel plural, assimétrico da identidade feminina pode ser
ilustrado pela irmã da protagonista que aceita uma relação extraconjugal estabelecida
do marido com outra mulher.
No cerne da crítica identitária da protagonista frente ao discurso patriarcal há
uma reconfiguração das relações amorosas empreendida pela personagem que vive a
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experiência do amor, porém, mantendo uma postura de pertencimento ao lugar social
conquistado por uma mulher emancipada, contestadora das bases falocêntricas “...se
os homens pensam que são donos, comigo nunca teve nada disso, escute aqui,
benzinho, eu são sou obrigada a lhe pedir permissão para atender um cliente em outra
cidade [...] escravizar, não, isso nunca, homem nenhum me controla” (CUNHA, 1998,
p.114).
Numa relação amorosa ressignificada na instância de gênero enquanto
identidade feminina em deslocamento por mulheres contestadoras do sistema familiar
e afetivo patriarcal, o parceiro redefine o papel masculino em negociação à parceira,
promovendo assim uma revisão de aspectos fulcrais da cultura androcêntrica,
sobretudo, nessa discussão no que tange aos cruzamentos ideológicos na perspectiva
de uma sociedade mais plural o homem é impelido a estabelecer uma abordagem não
tradicional em relação ao feminino:
De noite, quando volto pra casa, ele está à minha espera, a mesa
posta, flores e velas acesas, nunca me pediu certidão negativa do
que faço durante o dia, ele me entrega a toalha limpa e cheirosa para
eu usar depois do banho” (CUNHA, 1998, p.114).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do recorte de ficções curtas, de Helena Parente Cunha evidencia-se
uma autora atenta à condição da mulher na sociedade contemporânea. Seus contos
reverberam discussões da identidade de gênero, cujo conceito de deslocamento
(BUTLER, 2003) serve como referência metodológica uma vez que nos permite
observar as personagens femininas em pleno trânsito, considerando que o
deslocamento da identidade de gênero pode ser lido como um lugar original de
resistência feminista (GOMES, 2012).
O corpus em estudo aponta para o lugar político, fabulado esteticamente de
uma das escritoras brasileiras que se posiciona num movimento de contestação e
resistência ao patriarcado. Isso está explicitado nas duas compilações de contos. Há
uma interlocução interna nessa ficção curta parentiana que corrobora para os
“questionamentos da mulher em relação à representação e a organização da
sociedade construída pela voz masculina e que estabelecem lugares e papéis sociais
assimétricos a serem desempenhados por entre homens e mulheres” (LEIRO, 2013,
p.1).
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Neste estudo tem-se um conjunto de representações do feminino pautado em
construções identitárias fundadas na transgressão. Essa transgressão manifesta-se no
deslocamento espacial da casa enquanto locus opressor, legitimado pelo casamento,
cuja personagem nega o destino social da mulher via matrimônio. O dado transgressor
também se materializa em outras protagonistas situadas no contexto da mulher
emancipada que ressignificam seus papeis mediante enfrentamento da ordem do Pai;
as mesmas assumem a direção autônoma de suas vidas, mesmo frente aos interditos,
sanções punitivas, convenções sociais, traçando para si novos papeis ancorados pela
carreira profissional, bem como trazem uma consciência identitária capaz de mantê-las
no âmbito do “corpo liberado” (XAVIER, 2007), negando sem remorso, por exemplo, o
direito de escolher a maternidade, de configurar casamentos sob novos parâmetros (e
mesmo desfazê-los).
REFERÊNCIAS
BUTLER, Judith. Problemas de gênero. Trad. de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2003.
CUNHA, Helena Parente. Festa de casamento. In: Os provisórios. 2 ed. Rio de Janeiro:
Antares, 1990.
_________. Mãe solteira. In: Vento, ventania, vendaval. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro,
1998.
GOMES, Carlos Magno S. O deslocamento feminino no romance contemporâneo. Revista
Criação & Crítica, v.8, p.12-19, 2012.
_________. A poética dos deslocamentos da escritora brasileira. Cerrados (UNB. Impresso),
v.31, p.145-155, 2011.
LEIRO, Lúcia Tavares. A recepção crítica das produções de Helena Parente Cunha. Santa
Catarina: ?. Disponível em: http://http://www.amulhernaliteratura.ufsc.br/8lucialeirobh.htm.
Acesso em: 28 jan. 2013.
XAVIER, Elódia. Que corpo é esse?: O corpo no imaginário feminino. Florianopólis: Mulheres,
2007.
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1 1 INTRODUÇÃO Estudos de