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A origem do Palácio Nacional de Queluz remonta a finais
do século XVI. Foi residência de veraneio da família real na
segunda metade do século XVIII, passando a propriedade do
Estado em 1908. Depois de algum tempo de incertezas sobre
o destino deste monumento, as suas portas foram abertas ao
público em 1940. O palácio e os seus jardins são hoje, pela sua
riqueza histórica e cultural, um dos maiores atractivos do concelho de Sintra.
Recuperação dos Jardins: o renascer de uma época
A recuperação dos Jardins do Palácio Nacional de Queluz representa um vasto programa de intervenções, cruzando as áreas
da gestão do património edificado, com o património móvel integrado e o património natural, num entendimento comum de salvaguarda de um conjunto monumental ímpar na herança cultural portuguesa.
“As maiores exigências na recuperação de jardins desta dimensão e com tanto valor histórico surgem ao nível da manutenção
dos percursos visitáveis que é necessária assegurar tendo em
vista o adequado acolhimento dos nossos visitantes e a permanente conservação deste património cultural e paisagístico.
A constante atenção à notável colecção de escultura ao ar livre
JARDINS DO
Palácio Nacional de Queluz
Um museu a céu aberto
Concebidos como um prolongamento natural das salas do palácio,
os Jardins do Palácio Nacional de Queluz são um espaço privilegiado
que convida a reviver histórias de outros tempos. Depois de algumas
obras de requalificação, estes sumptuosos jardins foram recentemente
devolvidos ao público para continuar a encantar quem por lá passa.
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que apresentamos ao longo do circuito é também importante,
sem esquecer as intervenções de conservação e restauro em
curso nos lagos e fontes”, refere a Dr.ª Isabel Cordeiro, directora do Palácio Nacional de Queluz.
O plano de recuperação dos Jardins do Palácio Nacional de
Queluz integra então um conjunto vasto de intervenções, do
qual se destacam:
UÊ A intervenção de conservação e restauro na escultura
em chumbo, da autoria de John Cheere (1709-1787),
promovida pelo World Monuments Fund (Britain e Portugal), que constitui um ponto decisivo no programa de recuperação dos jardins e no seu entendimento global.
A recuperação desta escultura envolveu um esforço notável de especialistas de diversas áreas, desde a investigação
em história da arte até à complexa intervenção de conservação e restauro, efectuada em seis grupos escultóricos e
cinco esculturas em chumbo.
UÊ A conservação, estudo e tratamento da escultura em
pedra, mais concretamente contra a biocolonização invasiva da pedra, de musgos, líquenes e outros agentes, procurando dar uma aparência uniforme a estas peças centrais na marcação de planos e perspectivas dos jardins.
Este trabalho também foi concretizado pelo World Monuments Fund.
UÊ A recuperação do Canal de Azulejos, da responsabilidade do World Monuments Fund, envolveu a elaboração
de extensos estudos de investigação sobre o Canal e os
painéis de azulejos que o recobrem, bem como a reparação já efectuada do leito da ribeira do Jamor que percorre
o Canal e a consolidação de troços da superfície azulejar
danificada na sequência da infiltração de raízes de choupos
nos muros de suporte.
UÊ A recuperação de 18 lagos e fontes, grande parte da
autoria do arquitecto Jean-Baptiste Robillion, que assumiu um papel central nas obras de ampliação do Palácio e
desenho dos jardins entre 1760 e 1786. Uma intervenção
também desenvolvida pelo World Monuments Fund, que já
se encontra iniciada e que possibilita o acompanhamento
por parte do público enquanto elemento importante de sensibilização para a salvaguarda do património cultural.
UÊ A intervenção de recuperação do coberto vegetal dos jardins, bosquetes e parque, realizada em grande parte dos
16 hectares que compõem a antiga Real Quinta de Queluz.
Um projecto em que se procurou, numa primeira fase, suster
o decaimento em que se encontrava e assegurar operações
de limpeza e manutenção continuadas, que tem vindo a ser
prosseguido pelo Palácio Nacional de Queluz.
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Jardim Pênsil e do Jardim de Malta; e a posterior introdução
de espécies arbóreas, tendo em vista robustecer a protecção
da cerca dos jardins. Um trabalho que decorrerá com o apoio
de parcerias estratégicas que estão a ser desenvolvidas com
empresas e entidades terceiras.
Assumindo-se como um espaço de lazer, convívio e cultura, “os
Jardins do Palácio Nacional de Queluz oferecem aos visitantes um percurso ímpar na fruição de um espaço com características únicas no património cultural português. Os jardins de
aparato, as esculturas de John Cheere, os magníficos lagos
e fontes que estruturam e ornamentam os jardins e, ainda, o
Canal de Azulejos onde a família real passava momentos de
lazer nas suas estadias, são alguns dos pontos mais característicos. O passeio pelos jardins, alamedas de buxo e parque, revela-se um momento único onde se privilegia o contacto
com uma paisagem de grande beleza e importância histórica”,
explica a directora, concluindo que “sendo o grande objectivo
dos jardins proporcionar novas vivências, os mesmos são também palco de algumas iniciativas culturais. A programação contempla um conjunto de actividades que vão desde visitas guiadas a actividades específicas destinadas a famílias e a decorrer
aos fins-de-semana, passando, também, pela organização de
outro tipo de eventos, como os concertos.”
“As maiores exigências na recuperação
de jardins desta dimensão e com tanto
valor histórico surgem ao nível
da manutenção dos percursos visitáveis
que é necessária assegurar tendo
em vista o adequado acolhimento
dos nossos visitantes e a permanente
conservação deste património cultural
e paisagístico.”
A recuperação faseada da componente botânica do jardim
envolve o tratamento de espécies mais envelhecidas, como as
magnólias; a introdução de novas espécies de plantas (pautada
pelo equilíbrio entre a possibilidade de introdução de espécies
documentadas nos inventários de 1763 – documentos de despesas da Real Quinta de Queluz atestam que, neste mesmo
ano, foram feitas largas encomendas de flores como o rainúnculo e as anémolas para preparar a residência de Verão para
a chegada da família real – e de outras espécies que necessitem de manutenção mais esporádica); o tratamento das sebes
de buxo e a recuperação gradual da topiaria característica do
Palácio Nacional de Queluz
Largo do Palácio – 2745 -1914 Queluz
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E-mail: [email protected]
www.pnqueluz.imc-ip.pt
Horários
Palácio: De 4ª feira a 2ª feira, das 9h00 às 17h00
Jardins: Janeiro/Abril e Outubro/Dezembro: De 4ª feira a 2ª feira, das 9h00 às 17h00
Maio/Setembro: De 4ª feira a 2ª feira, das 9h00 às 18h00
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