Asfixia Perinatal
Gustavo Santana Ferreira
Juliana Tepedino M Alves
Internos de 5º ano Medicina – ESCS
Docente responsável: Dr Paulo R Margotto
HRAS – SES/DF
Neonatologia
Data: 19/08/05
Conceito

Injuria sofrida pelo feto ou pelo RN
devida à má oxigenação (hipoxia) e/ou
má perfusão (isquemia) de múltiplos
órgãos;

Associa-se a acidose láctica e, na
presença de hipoventilação, a
hipercapnia.
Conceito

A academia Americana de Pediatria utiliza o termo
asfixia para pacientes que apresentam:




Acidemia metabólica ou mista profunda
(pH<7,0) em sangue arterial de cordão
umbilical;
Escore de Apgar de 0-3 por mais de 5 minutos;
Manifestações neurológicas neonatais (ex:
convulsões, coma ou hipotonia);
Disfunção orgânica multisistêmica (ex:
sistemas cardiovascular, gastrintestinal,
hematológico, pulmonar ou renal).
Incidência

Varia em torno de 1-1,5% em vários
centros
correlacionada diretamente
com a idade gestacional e o peso ao
nascer.
Prematuros
• Mais frequente nos RN a termo de mães diabéticas
ou toxêmicas;
• O RCIU, a apresentação pélvica e o pós-datismo
são fatores de risco para asfixia;
Fisiopatologia

Trabalho de parto
Aumento do consumo de O2
Diminuição do fluxo sanguíneo
Desidratação
Alcalose Respiratoria
por hiperventilação

Há fundamentalmente quatro mecanismos para a
asfixia:
• 1) Alterações da oxigenação materna
• 2) Diminuição do fluxo materno-placentário ou
placento-fetal.
• 3) Alterações na troca gasosa a nível placentário
ou a nível tecidual fetal.
• 4) Incremento nos requerimentos fetais de
oxigênio.
Fisiopatologia

Adaptações em caso de hipoxemia e isquemia:
•
•
•
•
Centralização do fluxo sanguineo
Cessam os movimentos respiratorios
Queda da frequencia cardiaca
Aumento da pressao arterial
Apnéia 1ª
TTO: administração de oxigênio suplementar e o
estímulo tátil levam ao reinicio da respiração
espontânea na maioria dos pacientes;
Fisiopatologia

Persistindo a asfixia:
•
•
•
•
Movimentos respiratórios profundos(gasping),
Freqüência cardíaca continua a diminuir;
Diminuição da pressão arterial;
Hipotonia;
Apnéia 2ª
No caso o RN não responde à estimulação tátil e
não reinicia a respiração espontânea. Quanto mais
tempo ficar nesta fase maior o risco de lesão
cerebral.
Reanimação
Seqüelas

ACOMETIMENTO MULTIORGÂNICO DA ASFIXIA
PERINATAL:
• Cerebral – encefalopatia hipoxico-isquemica;
• Cardíaco – isquemia miocárdica transitória e choque
cardiogênico;
• Pulmonar – diminuição na síntese de surfactante,
hemorragia pulmonar e hipertensão pulmonar
persistente;
• Urinário – IRA por necrose tubular
• Gastrintestinais – Enterocolite Necrosante;
• Hematológica – CID, plaquetopenia;
• Metabólica – hipo/hiperglicemia, hipercalcemia;
Assistência ao RN na sala
de parto
Gustavo Santana Ferreira
Juliana Tepedino M Alves
Internos de 5º ano Medicina – ESCS
Docente responsável: Dr Paulo R Margotto
HRAS – SES/DF
Neonatologia
Data: 19/08/05
Materiais







Berço aquecido com fonte de calor
radiante:
Aquecer a toalha ou o campo
cirúrgico para receber o RN
fonte de oxigênio com fluxômetro
Aspirador a vácuo com
manômetro - fixar a pressão
máxima em 100 mmHg.
sondas de aspiração traqueal no
6, 8 e 10
caixa de reanimação contendo
laringoscópio de lâmina reta 00, 0
e 1,
CFR ou balão auto-inflável com
reservatório de O2,
Tubos endotraqueais no 2,
2,5, 3 e 3,5 e 4,0
estetoscópio
cardiomonitor
Máscaras para o RN de termo
e pré-termo
Seringas de 1,10 e 20 ml
Cânulas de Guedel
Adaptador de aspiração
meconial
Relógio com marcador de
segundos
MEDICAÇÕES:
-
Adrenalina, NaHCO3, Expansores de volume (Albumina
ou soro fisiológico),Dopamina e Naloxone
Passos Iniciais

1) PREVENÇÃO DA PERDA DE CALOR- fonte de calor radiante,
secar bem o bebe e descartar campos úmidos;

2) ESTABELECER A PERMEABILIDADE DAS VIAS AÉREAS Quando necessário, aspirar as vias aéreas, primeiro a boca e
depois o nariz

3) INICIAR A RESPIRAÇÃO - Iniciar a respiração através da
estimulação tátil, com manobras delicadas no dorso do RN,
no máximo duas vezes. Se, após o estímulo tátil, o paciente
não estabelecer um esforço respiratório suficiente para
manter a freqüência cardíaca (FC) acima de 100 bpm, iniciar
a ventilação com pressão positiva.
Avaliação do RN

OS TRÊS SINAIS
 Respiração
 Freqüência Cardíaca
 Cor

BOLETIM DE APGAR – não indica o início da
reanimação. Pórem, avalia a resposta do
RN às manobras de reanimação.
Modificado de Apgar, 1953
Cuidados Gerais

CUIDADOS COM O COTO UMBILICAL – laquear o
cordão umbilical e verificar presença das duas
artérias e uma veia umbilical

Engerix B – 0,5 ml- IM
(prevenção da hepatite Virus B)

PROFILAXIA:
• DA OFTALMIA E DA VULVOVAGINITE
GONOCÓCICA – instilar uma gota de nitrato
de prata a 1% em cada olho e duas gotas
na vagina.
• DA DOENÇA HEMORRÁGICA DO RN –
Vitamina K IM- (1 mg)
Cuidados Gerais


IDENTIFICAÇÃO
• impressão digital da mãe e das impressões digital e plantar do
RN.
• pulseira com os seguintes dados: nome da mãe, nº do registro
hospitalar, data e hora do nascimento e sexo do RN.
PROCEDIMENTOS FINAIS –
• Peso, Comprimento, Perímetro cefálico e peso da placenta
• Classificar o RN e Placenta
• Estimar o risco de patologia
• RN PIG / GIG Fitas reagentes – glicemia
- Sorologia para infecção perinatal crônica ( RN PIG)
- Exame físico Completo
- Detectar anormalidades anatômicas
- Determinar o estado de saúde do RN
- Diminuir o máximo período de separação mãe – RN
- Sempre que possivel encaminha-lo ao alojamento conjunto
Recomendações Gerais





Utilizar sempre luvas estéreis; O uso de gorro, máscara,
propé e avental
se impõe quando se tratar de um
ambiente cirúrgico.
Não se recomenda a realização da ordenha do cordão
É contra-indicada a limpeza da cavidade oral do RN com
gaze
Não segurar o RN pelos pés, verticalmente, com a cabeça
solta.
Após o clampeamento do cordão umbilical, recepcionar o
RN em ligeiro céfalo-declive, em campos estéreis
previamente aquecidos.
Conduta no RN deprimido

Frente a um RN em apnéia na sala de
parto, sempre considerar que ele
apresenta apnéia secundária e iniciar
imediatamente a ventilação com pressão
positiva e oxigênio a 100%.

O oxigênio inalatório só deve ser
oferecido quando o RN apresentar
respiração espontânea e efetiva,
ausência de bradicardia e presença de
cianose central.
Conduta no RN deprimido

Iniciar imediatamente a VPP (Ventilação com Pressão
Positiva) com O2 a 100% quando o RN estiver em apnéia,
com respiração do tipo “gasping” com respiração
espontânea, porém com FC inferior a 100 bpm. Lembrar
que a VPP deve, sempre, ser acompanhada de O2 a 100%.

Se não for notada uma expansibilidade torácica adequada,
observar os seguintes quesitos, em seqüência, e corrigí-los
se necessário:
• Adaptação da máscara à face do RN
• Permeabilidade das vias aéreas
• Se a pressão é suficiente.

Se a VPP com máscara se prolongar além de 2 min.,
inserir uma sonda orogástrica nº 8 ou 10, aspirar o
conteúdo gástrico e deixá-la aberta para descomprimir o
estômago, possibilitando, assim, uma melhor
expansibilidade torácica.
Conduta no RN deprimido
A intubação traqueal está indicada
quando:
a VPP e máscara se prolongada além de
5 min.
 a VPP e máscara é inefetiva.
 há necessidade de aspiração traqueal
sob visualização direta (ex., mecônio)
 em qualquer suspeita de Hérnia
Diafragmática, que necessite de VPP.

Conduta no RN deprimido

A massagem cardíaca deve ser aplicada nos
casos onde após a realização de todos os outros
procedimentos a FC permanecer inferior a 100
bpm. Deve ser acompanhada de ventilação com
pressão positiva e oxigênio a 100%.

Após 30 segundos de VPP com O2 a 100% e
massagem cardíaca, reavaliar a FC:
 Se o RN apresentar FC superior a 80 bpm,
suspender a massagem cardíaca, mantendo a
VPP com O2 a 100%;
 Se a FC continuar abaixo de 80 bpm, iniciar a
administração das MEDICAÇÕES.
Conduta no RN deprimido

Manter sempre à disposição as seguintes
medicações: adrenalina, bicarbonato de
sódio, expansor de volume, naloxone e
dopamina.

A via preferencial para a administração de
medicações na sala de parto é a veia
umbilical, através de um cateter
Abaixo de 80
Acima de 80
Conduta no RN com
mecônio




A utilização de sondas - gástrica ou traqueal para a aspiração da traquéia não é efetiva para
a retirada do mecônio.
o pediatra deve aspirar imediatamente a
hipofaringe e a traquéia sob visualização direta,
através da cânula traqueal conectada a um
aspirador a vácuo.
É dispensável a aspiração nos casos em que o
RN se apresenta com choro vigoroso e
respiração rítmica e regular.
A ventilação com pressão positiva, se
necessária, deve ser iniciada somente após a
aspiração da maior quantidade possível de
mecônio das vias aéreas.
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Assistência ao RN na sala de parto