MPB E JAZZ? O QUE TEM QUE VER?! © TITO MARTINO Tem muito a ver. Pois se é claro, muito claro, que o Jazz "AUTENTICO" foi e continua sendo o maior aliado da musica brasileira fornecendo subsídios não só na forma de conceitos musicais como também de instrumentos. Pois veja só: no aspecto rítmico, tanto o Jazz como a musica brasileira tiveram a MESMA origem nos tambores tribais da etnia Yoruba, sendo que escravos Yoruba foram transportados para apenas dois lugares na América: Louisiana nos USA, via Cuba e Caribe, e para a Bahia e Rio de Janeiro. Daí que o "arroz e feijão" (com feijão vermelho) inventado e trazido da África pelos yorubas é a comida mais típica nesses lugares, e em New Orleans é chamada de "soul food"! Gravações históricas e étnicas (na África) de tambores e danças tribais comprovam cabalmente a incrível semelhança das figurações rítmicas usadas pelo pioneiro baterista Baby Dodds na origem do Jazz, derivadas das batucadas de escravos no Congo Square de New Orleans, que ele ouvia quando criança; batucadas essas, por sua vez identicas às gravações feitas por etnólogos nas tribos africanas; e de outro lado, temos no Brasil as figurações ritmicas das baterias de escolas de samba, especialmente as primeiras da Unidos de Padre Miguel, que são reformulações dos multi-ritmos yorubas. Ainda mais, a formação clássica de um jazz-band é quase identica à formação clássica de um conjunto de choro (não diga "regional" que eles não gostam) e funcionam musicalmente com os mesmos princípios, inclusive com relação ao conceito de "improvisação coletiva", coisa exclusiva do Jazz Tradicional e do Choro Tradicional; e tem mais : quando Pixinguinha foi a Paris com os 8 batutas, nos anos 20, "descobriu" o Jazz tocado lá por três diferentes Jazz Bands de New Orleans, e trouxe para o Brasil a idéia de usar no "seu" samba o saxofone, o banjo e a bateria ( a qual, por sua vez, é invenção dos pioneiros do jazz). Várias das gravações mais famosas de Noel Rosa são acompanhadas por um assim chamado por eles - "jazz band", composto de pistão, clarinete, trombone, banjo e bateria. É só ouvir e conferir. E tem mais: os danados tocam frases "chupadas" dos primeiros jazzistas, e usam as surdinas como os pioneiros do Jazz, é só comparar as gravações cariocas e as norteamericanas, da época. E mais: a harmonização da Bossa Nova é toda derivada das harmonias distorcidas do Be-Bop, que por sua vez é uma derivação meio distorcida do Jazz das raízes. E se você ouvir o "Desafinado", vai ver que a melodia é plágio do "I ain't gonna give nobody none of my jelly-roll" Quer ouvir? Eu toco e mostro a semelhança. Não tem como negar, o Samba de Raizes e o Jazz de Raízes tem... as mesmas Raízes ! Agora, a música descartável que hoje em dia alguns chamam de "jazz", não tem nada que ver com nada, é inimiga de tudo e dos meus ouvidos, e vai ser esquecida no mês que vem. Tito Martino, janeiro 2012 QUEM É TITO MARTINO Formado em Engenharia pela Escola Politécnica, é clarinetista e saxofonista de Jazz Tradicional com uma carreira internacional. Apresentou-se nos Festivais de Jazz de New Orleans, Sacramento, Ascona, Lyon, Cantanhede, Askersund, Viena, e outros na Europa e Estados Unidos; conversou com Louis Armstrong e com Duke Ellington, tocou com Oscar Peterson, Teddy Wilson, Cat Anderson, Bob Wilber, Bob Haggart, Frank Rosolino, Roy Eldridge, Louis Nelson, Alvin Alcorn, Louis Barbarin, figuras mitológicas do jazz. Começou a tocar Jazz no banjo em 1957, no ano seguinte aprendeu a tocar clarinete de trote, ao entrar na Faculdade; e desde então sem abandonar a Engenharia tocou profissionalmente clarinete e saxofones no Brasil, Argentina, na Europa ( onde residiu e atuou durante 11 anos) e nos Estados Unidos - onde sua fotografia foi publicada com elogios no Washington Post e no New York Times. Criou e dirigiu o lendário OPUS 2004, primeira casa de Jazz no Brasil. Produziu e apresentou programas de Jazz na TV Cultura e na Rádio Cultura, além de criar em 1962, dar nome e liderar durante 20 anos o Traditional Jazz Band (o original). Tocou Jazz Tradicional com Elis Regina, com Hermeto Paschoal, e com o maestro Diogo Pacheco, que admira o conjunto. Nessa trajetória, gravou oito LP’s e cinco CD’s que ilustram musicalmente o resultado de sua dedicação ao Jazz. Continua atuando ativamente com seu Tito Martino Jazz Band em Shows, Concertos e Eventos particulares e empresariais, e criou e apresenta uma Palestra-Concerto onde mostra a surpreendente analogia entre o funcionamento de uma Jazz Band e a atuação ideal de uma equipe de trabalho dentro de uma Empresa. No dizer de Juca Chaves, “Tito toca o Jazz que lava a alma !” TITO MARTINO tocou seu clarinete e saxofone em Festivais na Europa e nos USA. O TITO MARTINO JAZZ BAND toca BLUES e JAZZ DIXIE CONTEMPORANEO. Para assistir seus Concertos ou Shows e adquirir os CDs, ligue (0xx11) 7515-5310. ARTIGO E FOTO ENVIADOS AO PORTAL CONCERTINO PELO AUTOR.