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Um dos conceitos que tem grande aceitação nas sociedades dos diversos países é
o conceito de desenvolvimento, reforçando-se com o termo sustentado. Sem querer
fugir a esse senso comum de desejar para o país um desenvolvimento sustentado e de
um modo particular para o distrito de Bragança, surge de imediato a questão:
“desenvolvimento para Bragança, sustentado em quê?
Dois dos principais vectores que têm sido motores de desenvolvimento das
populações são as auto-estradas e as universidades. Entre outras razões, salienta-se que
as auto-estradas facilitam com rapidez e segurança a movimentação de pessoas e bens,
enquanto que as universidades para além de proporcionarem o acesso ao conhecimento
à investigação e à inovação, validam o conhecimento ao mais alto nível.
Bragança ao longo dos últimos anos tem, por um lado sido objecto de promessas
destes dois bens, por outro tem sido o palco daqueles que insistem em argumentos para
justificarem que não são necessários. Não vou repetir as muitas expressões associadas
ao IP4, salientando apenas as designações de “estrada da morte” e “fora de validade”.
Se estes atributos lhe são reconhecidos por grande parte daqueles que a utilizam, de que
forma devemos mudar esta forma de sentir?
É do conhecimento público, que há bem pouco tempo foi prometido pelo Sr.
Primeiro-ministro uma auto-estrada para Bragança, porquê não lutarmos pela
concretização deste objectivo, independentemente do partido ou dos partidos que
suportam o governo. Os governos mudam mas a auto-estrada poderá ficar.
Vamos agarrar a intenção e depois lutar pela melhor forma de a concretizar. Diz
o povo que “quem promete faz dívida”. Se há outras dívidas por saldar em termos de
vias de comunicação, e sabemos que há, já não é recente o termo de FDORWHLURpara quem
não salda as dívidas no momento acordado, assim, pensamos que quem não quer ter este
sobrenome, tanto na vida privada como na pública, que salde as suas dívidas, honrando
os seus compromissos. Assim, a auto-estrada para Bragança deve ser exigida por todos
e muito mais por quem democraticamente nos representa.
A universidade em Bragança é outro dos assuntos que permite avaliar o valor de
muitos dos políticos que tão simpaticamente lutam pelo QRVVREHPHVWDU. Há objectivos
que são universais no mundo em que vivemos. Saliento que a maioria dos países do
mundo luta por conseguir garantir, a cada vez maior número de habitantes o acesso à
educação e à formação ao longo da vida, tentando fazê-lo com os menores custos e com
a maior qualidade possível.
A educação e a formação ao longo da vida já não assenta nos mesmos
paradigmas de há alguns anos atrás, pois cada vez tem menos sentido dizermos que
queremos que todas as pessoas possuam uma formação básica, no sentido de
aprenderem a ler, a escrever e a contar. Isso já passou ou deveria ter passado, hoje, para
além de querermos manter essa formação básica, é fundamental dar a possibilidade de
educação e formação às pessoas dos vários sectores de actividade que querem
especializar-se numa área do seu interesse ou evoluir científica e tecnicamente e, além
disso garantir-lhes o reconhecimento dessa formação.
Que condições existem em Bragança para dar resposta aos licenciados que
queiram, por exemplo, obter o grau de mestre e aos mestres que queiram obter o grau de
doutor? Bragança tem pessoas especializadas para o fazerem, tem instalações físicas e
tem vontade de o fazer. O que falta para que isso aconteça? Falta apenas que aqueles
que reconhecem estas potencialidades durante as campanhas eleitorais o reconheçam
quando estão no poder. Neste sentido esperamos que aqueles que nos representam lutem
por cumprir as promessas feitas e criem em Bragança a universidade, por poder ser um
dos factores conducentes ao desenvolvimento sustentado que todos desejamos.
Morais, C. (2004). Educação, ciência e tecnologia: Professores e critérios de colocação. 0HQVDJHLUR
GH%UDJDQoD, de 26 de Novembro de 2004, p.6.
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Um dos conceitos que tem grande aceitação nas sociedades dos