Harish Manwani:
Profit’s not always the point
TED@BCG Singapore · 13:58 · Filmed Oct 2013
Translated by Leonardo Leidens
Reviewed by Lucas Quinn
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O modelo completo do capitalismo e o modelo econômico em que você e eu
fizemos negócio, e, de fato, continuamos a fazer, foi construído em torno do que
provavelmente Milton Friedman colocou de forma mais sucinta. E Adam Smith, é
claro, o pai da economia moderna, realmente disse há muitos, muitos anos, "a mão
invisível", que é: "Se você continuar a operar em seu próprio interesse você fará o
melhor para a sociedade."
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Bem, o capitalismo tem feito muitas coisas boas e eu tenho falado sobre muitas
coisas boas que têm acontecido, mas, igualmente, não tem sido capaz de reagir a
alguns dos desafios que nós temos visto na sociedade. O modelo em que pelo
menos eu fui criado e em que muitos de nós, que negociamos, crescemos era um
que falava sobre o que eu chamo de os três C's do crescimento: crescimento que é
consistente, de trimestre a trimestre; crescimento que é competitivo, melhor que a
outra pessoa; e crescimento que é lucrativo, em que você continua a trazer mais e
mais valor para o acionista. E eu temo que isso não seja bom o suficiente e nós
teremos que mudar esse modelo 3C para um modelo que eu chamo o quarto C: o C
do crescimento que é responsável. E é este que haverá de tornar-se uma parte
muito importante da criação de valor; de não apenas criar valor econômico, mas
criar valor social. E as empresas que irão prosperar são aquelas que realmente
adotarem o quarto C. E o modelo 4C é bastante simples: as empresas não podem se
permitir ser apenas espectadoras inocentes do que está acontecendo na sociedade.
Elas têm que começar a cumprir seu papel na questão de servir as comunidades
que realmente as sustentam. E nós queremos mudar para um modelo "e/e", que é:
como nós fazemos dinheiro e fazemos o bem? Como termos certeza de que temos
um ótimo negócio mas que temos, também, um ótimo ambiente ao nosso redor? E
esse modelo se resume em fazer bem e fazer o bem.
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Mas é mais fácil falar do que fazer. Como nós podemos realmente fazê-la? E eu
acredito que a resposta para isso será liderança. Será redefinir os novos modelos
de negócio, para que entendam que a só terão permissão para operar se combinar
essas coisas. E para isso você precisa de negócios que realmente definam seu papel
na sociedade, em termos de um propósito muito maior do que os produtos e
marcas que eles vendem. E as empresas que realmente definem um Norte
verdadeiro, coisas que não são negociáveis, ainda que os tempos estejam bons,
ruins, feios, não importa. Há coisas que você precisa defender. Valores e propósito
serão os dois comandantes do software que irá criar as empresas de amanhã.
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E eu vou mudar de assunto agora, para falar um pouco sobre minhas próprias
experiências. Eu entrei na Unilever em 1976 como um estagiário de administração,
na Índia. E, no meu primeiro dia de trabalho, eu entrei e meu chefe me disse: "Você
sabe por que está aqui?" Eu disse:"Estou aqui para vender um monte de
sabonetes." E ele disse: "Não, você está aqui para mudar vidas." Você está aqui para
mudar vidas. Eu achei aquilo um tanto engraçado. Nós somos uma empresa que
vende sabonetes e sopa. O que estamos fazendo para mudar vidas? Foi então que
percebi que atos simples como vender uma barra de sabonete pode salvar mais
vidas do que companhias farmacêuticas. Não sei quantos de vocês sabem que cinco
milhões de crianças não atingem os cinco anos de idade por causa de infecções
simples, que podem ser prevenidas lavando-se as mãos com sabonete.
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Nós temos o maior programa de lavagem de mãos no mundo. Estamos executando
um projeto de higiene e saúde que agora chega a meio bilhão de pessoas. Não se
trata de vender sabonete, há um propósito maior lá fora. E as marcas também
podem estar no comando de mudanças sociais. E a razão para isso é que quando
dois bilhões pessoas usam suas marcas esse é o amplificador. Pequenas ações
podem fazer uma grande diferença.
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Vejam outro exemplo: eu estava caminhando por um dos nossos vilarejos na Índia.
Agora, aqueles que já fizeram isso sabem que não é igual caminhar no parque. E
nós tínhamos uma senhora que era uma de nossas pequenas distribuidoras -bonita, numa casa bastante modesta -- e ela estava lá fora, bem vestida, seu marido
do lado, sua sogra atrás, e sua cunhada atrás dela. A ordem social estava mudando
porque essa mulher é parte do nosso Projeto Shakti, que está, na verdaede,
ensinando mulheres a fazer pequenos negócios e como carregar a mensagem da
nutrição e da higiene. Temos 60 mil mulheres assim hoje, na Índia.
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Não se trata de vender sabonete. Trata-se de garantir que, ao fazer isso, você possa
mudar a vida das pessoas. Pequenas ações, grande diferenças.
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Nosso pessoal de P&D [Pesquisa e Desenvolvimento] não trabalham apenas para
nos dar detergentes fantásticos, mas também para garantir que nós usamos menos
água. Um produto que nós lançamos recentemente: o One Rinse, que permite
economizar água cada vez que você lava suas roupas. Se pudermos convencer
todos nossos usuários a usar isso, serão 500 bilhões de litros de água
economizados. A propósito, é o equivalente a uma mês de água para um grande
continente inteiro. Então, pense sobre isso. Há pequenas ações que podem fazer
uma grande diferença.
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Posso continuar a dar exemplos. Nossa cadeia de alimentos, nossos produtos
brilhantes -- e sinto muito por mencionar rapidamente os patrocinadores -- Knorr,
Hellmann's e todos esses produtos maravilhosos. Nós estamos comprometidos a
garantir que nossa matéria-prima da agricultura seja produzida por fontes
sustentáveis, fontes 100% sustentáveis.
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Nós fomos os primeiros a dizer que iríamos comprar todo nosso óleo de palma de
fontes sustentáveis. Não sei quantos de vocês sabem que o óleo de palma, não
sendo comprado de fontes sustentáveis, pode criar um desmatamento que é
responsável por 20% dos gases do efeito estufa no mundo. Nós fomos os primeiros
a adotar isso, e tudo isso porque vendemos sabonete e sopa. E a colocação que
estou fazendo aqui é de que empresas como as suas, como a minha, têm que definir
um propósito que inclua reponsabilidade e compreenda que temos que fazer nossa
parte nas comunidades que operamos.
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Nós introduzimos algo chamado Plano de Vida Sustentável da Unilever, que diz:
"Nosso propósito é tornar a vida sustentável algo comum, e vamos mudar a vida de
um bilhão de pessoas até 2020." Agora a questão aqui é: aonde vamos chegar? E a
resposta é muito simples: não vamos mudar o mundo sozinhos. Há muitos de
vocês, e de nós, que entendem isso. A questão é que precisamos de parcerias,
precisamos de alianças, e, principalmente, precisamos de uma liderança que nos
permita continuarmos e sermos a mudança que queremos ver ao nosso redor.
Muito obrigado. (Aplausos)
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Fonte:
http://www.ted.com/talks/harish_manwani_profit_s_not_always_the_point/transc
ript?language=pt-br
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Harish Manwani: Profit`s not always the point