Por que jejuar? As Escrituras não obrigam ninguém a jejuar. Entretanto, ao longo dos tempos, os cristãos (e também membros de outras religiões) têm utilizado o jejum como disciplina espiritual. Jesus jejuou por quarenta dias, no início de seu ministério. Em Mateus 6:16-17, Jesus nos diz como devemos seguir essa prática. Ou seja: Jesus entende que o jejum é parte de nossa disciplina espiritual. Em Mateus 4:4, ele nos diz que ninguém vive somente do que entra pela boca. O jejum lida com isso concretamente, tornando-nos conscientes do apetite excessivo que temos às coisas materiais, o que nos afasta de Deus. O jejum permite-nos ir além de nossas pequenas preocupações, e descobrir as coisas que realmente nos controlam. Abster-se de comida, ou de outra coisa prazerosa, por um período de tempo, nos ajuda a focar no que realmente precisamos. E também nos permite diminuir a velocidade de nossas vidas agitadas, encontrando espaços e caminhos para a ação de Deus. Então o prazer da comida está errado? Não. Em Jesus, Deus se encarnou. Deus vestiu a carne humana. Pela Encarnação, toda a humanidade foi abençoada e sustentada, o que inclui nossos corpos. E Jesus não somente jejuou. Ele também partilhou alimentos e festejou com pessoas amigas. Assim, a comida é um dom de Deus e deve ser celebrada como tal. Por isso, jejuar nos permite também enxergar a comida de outro modo. Permite-nos ver que ela é algo importante para a sobrevivência humana, e que nem sempre nos damos conta de quão difícil é a sua falta. O jejum também nos leva a aprender como vivem nossos irmãos que não têm o que comer. Lembremo-nos que Jesus multiplicou alimentos e deu de comer aos oprimidos. Quando devemos jejuar? Os judeus jejuam em dias como o Yom Kippur e os muçulmanos jejuam até o pôr do sol durante os dias do Ramadã. Na Bíblia, aprendemos sobre pessoas que jejuaram para se achegarem a Deus, em momentos de incerteza, perigo, penitência, discernimento e luto. Justamente por ser a quadra penitencial principal do ano cristão, a Quaresma é o tempo mais comum para a prática do jejum. Assim, replicamos o jejum de Jesus no deserto, preparando-nos para o tempo pascal. Tanto a Quarta-Feira de Cinzas quanto a Sexta-Feira Santa são datas muito propícias para jejuns. Há também aquelas pessoas que jejuam nas sextas-feiras da Quaresma. Mas você pode jejuar sempre que achar necessário. Como jejuar? Não há regras específicas para isso. Algumas pessoas se abstêm de refeição enquanto outras passam longos períodos de tempo sem comer. É possível também apenas evitar alguns tipos de alimentos ou bebidas, tais como laticínios, carnes, doces e bebidas alcoólicas. O importante é começar o jejum de uma maneira modesta, sem exagerar na restrição de alimentos. Mantenha-se hidratado e termine o jejum com uma refeição leve. O cansaço que eventualmente acompanha o jejum pode ser um benefício espiritual, pois nos obriga a desacelerar nosso ritmo de vida e observarmos mais a presença de Deus ao nosso redor. Contudo, devido à fraqueza que o jejum pode trazer, pessoas com necessidades especiais, idosas, com doenças crônicas, grávidas e lactantes não devem jejuar alimentos. Podem, contudo, abdicar de outras coisas que lhes tragam prazer, com os mesmos benefícios espirituais do jejum tradicional. Quando abdicamos dessas coisas, sejam elas televisão, compras ou calendários apertados, nos tornamos conscientes do quanto elas nos separam de Deus, e passamos a ser mais gratos pelos dons de Deus em nossa vida. A Igreja possui um ritmo próprio de jejuns e festividades que nos ensina a apreciar esses dons, e a adorar aquele que nos concede tais dons. Após a Quaresma vem a festa pascal. O jejum nos torna realmente gratos pela dádiva da Ressurreição. Adaptado de “Hopkins-Greene, Nancy. FASTING. Forward Movement” O jejum combinado a outras práticas espirituais Outras práticas espirituais devem ser acrescidas ao jejum, tais como o autoexame, a leitura das Escrituras e a oração. Há também aquelas pessoas que praticam o jejum em conjunto com uma vida de serviço e auxílio aos pobres. Abster-se de alimentos pode ser um caminho de vida, em solidariedade com os pobres e famintos. Algumas pessoas aproveitam a economia que fazem ao jejuar e doam tal dinheiro a programas que auxiliam pessoas carentes. A festa ao fim do jejum Festejar é tão importante quanto jejuar. E o prazer de termos uma refeição completa, ou de voltar a um hábito que havíamos interrompido, nos faz gratos pelas bênçãos divinas sobre nós, por termos acesso a confortos que muitas vezes nem todos têm. Paróquia da Santíssima Trindade Igreja Episcopal Anglicana do Brasil Buscando viver no Espírito do Deus Triuno, como comunidade de amor e comunhão. Aqui, todas as pessoas têm o seu lugar. Rua Carolina Méier, 61 – Méier - Rio de Janeiro (21) 2501-7222 e (21) 8751-7809 www.trindademeier.org Gostaria de ajudar-nos em nossa Missão? Nossa conta bancária é: Itaú Ag. 0406 CC 12345-5. Que Deus abençoe você! JEJUM Jejum é a abstinência, geralmente de algum tipo de alimento, por um período de tempo. O jejum também pode ser uma prática espiritual.