UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS COM FUNCIONÁRIOS QUE FAZEM USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS Por: Mônica Thomaz de Ávila Orientador Prof. Paulo José Rio de Janeiro 2012 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS COM FUNCIONÁRIOS QUE FAZEM USO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão de Recursos Humanos. Por: Mônica Thomaz de Ávila Rio de Janeiro 2012 3 AGRADECIMENTOS ...aos amigos, familiares e meu namorado... 4 DEDICATÓRIA ...dedica-se a minha mãe, filho e meu namorado... 5 RESUMO A discussão a respeito das drogas em nossa sociedade tem encontrado diferentes perspectivas e apontado diversas questões para discussão, tanto por parte da sociedade, quanto por parte das empresas que prestam a atendimento aos funcionários dependente de drogas ou profissional que atuam direto com eles. Dentro deste contexto tivemos como base de analise o trabalho dos Recursos Humanos com funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas da Casa da Moeda do Brasil. Tendo em vista esta problemática, iniciaremos o trabalho com um breve histórico sobre as drogas, as políticas de atenção de tais substância e o trabalho no âmbito dos Recursos Humanos. Assim procuramos entender a dinâmica do trabalho dos Recursos Humanos com sua junto os usuários de drogas, evidenciando os limites e possibilidades dos profissionais junto a essa demanda dentro das diretrizes da políticas antidrogas. Em face disto, evidenciamos como os profissionais dos Recursos Humanos intervêm no dia-a-dia como os funcionários que fazem uso de drogas, diante das desigualdades sociais que se apresentam na empresa e na sociedade como todo. Dessa maneira buscaremos refletir sobre os desafios que se apresentam para os Recursos Humanos na realidade da empresa da Casa da Moeda Brasil, como buscar uma melhor qualidade de vida para esses funcionários, observando também as conquistas já alcançadas, assim como detectar obstáculos que demandam, levantando em consideração à dinâmica institucional. Palavras-Chaves: Recursos Humanos – Drogas - Trabalho 6 METODOLOGIA . Tipo de pesquisa de natureza qualitativa com um estudo exploratório. Na Casa da Moeda do Brasil, os dados foram coletados através de 04 funcionários do RH, onde utilizamos entrevista aberta e semiestruturadas, porque possibilita abordagem do tema proposto. A entrevista é baseada em pontos que estão de acordo com os objetivos específicos desta pesquisa. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO .........................................................................................................08 CAPÍTULO I - ÁLCOOL E DROGAS NA SOCIEDADE E AS POLÍTICAS DE ATENDIMENTO AOS USUÁRIOS DESSA SUBSTÂNCIA. 1.1. Álcool e outras drogas: Breve histórico...........................................................10 1.2. As políticas para atenção integral aos usuários de outras drogas.................16 1.3. O trabalho no âmbito dos Recursos humanos................................................18 CAPÍTULO II - O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS DA CASA DA MOEDA COM FUNCIONÁRIOS QUE FAZEM USO DE DROGAS. 2.1 Caracterizações do campo de pesquisa (instituição, localizada, histórico, setores, objetivo).....................................................................................................................21 2.2 Descrever a dinâmica do trabalho do recurso humano com seus funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas com base nos dados................................23 2.3. Evidenciar limites e possibilidades de atuação profissional com esses funcionários...............................................................................................................25 CONCLUSÃO............................................................................................................29 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...............................................................................31 ANEXOS 8 INTRODUÇÃO A grande e legítima preocupação que o consumo de drogas lícitas ilícitas traz nos dias atuais, está fundamentada nos graves danos à qualidade de vida dos usuários, seus familiares e a sociedade como um todo. Portanto tema droga é assunto que direta ou indiretamente, diz respeito a todos nos. E notório que as questões relacionadas às drogas ocupam lugar de destaque em diferentes níveis e continentes, destaca-se, indiscutivelmente, o compromisso ético que as empresa tem com a sociedade. Tento em vista que algumas empresas hoje tem se preocupado com qualidade de vida de seus funcionários, buscamos pesquisar o trabalho Recursos Humanos com funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas. A pesquisa foi realizada na Casa da Moeda do Brasil, localizada em Santa Cruz, Rio de Janeiro, com a equipe dos Recursos Humanos, tem como objetivo analisar o trabalho desenvolvido com essa demanda tem por principio no tratamento, a abordagem dos transtornos causados pelas drogas, não se limitando, portanto, a eliminação de sintomas ou desintoxicação, mais na reinserção desse funcionário. O trabalho esta dividido em dois capítulos, na primeira parte do trabalho iremos focar sobre álcool e outras drogas, nas políticas sobre essa substância e o trabalho, nos reportaremos ao um breve histórico sobre as drogas, também retrataremos ainda esse capitulo o trabalho no âmbito dos Recursos Humanos e as políticas de atenção sobre as mesmas. No segundo capítulo buscaremos caracterização do campo da pesquisa onde iremos analisar o trabalho dos Recursos Humanos da Casa da Moeda do Brasil, descrevendo dinâmica do trabalho desses profissionais com funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas, evidenciarem os limites e possibilidades de atuação do profissional junto a essa demanda. 9 Dessa maneira buscaremos refletir sobre os desafios que se apresentam para os Recursos Humanos na realidade da empresa da Casa da Moeda Brasil, como buscar uma melhor qualidade de vida para esses funcionários, observando também as conquistas já alcançadas, assim como detectar obstáculos que demandam, levantando em consideração à dinâmica institucional. 10 CAPÍTULO I - ÁLCOOL E OUTRAS NA SOCIEDADE EAS POLÍTICAS DE ATENDIMENTOS AOS USUÁRIOS DESTAS SUBSTÂNCIAS. As alterações causadas pelas drogas podem variar de acordo com as características das pessoas que as usam, das substâncias que é utilizada, da quantidade, do efeito que se espera e das circunstâncias do consumo. De acordo com Secretaria Nacional Antidrogas-SENAD (2004) ”As drogas são substâncias: psicoativas, naturais, sintéticas, entorpecente, narcóticos, substâncias usadas em químicas, farmácias, etc. As mesmas são utilizadas para produzir alterações nas sensações, grau de consciência e no estado”. Neste sentido buscamos tratar neste capítulo às questões pertinentes as drogas desde o seu uso até as políticas que visam tratar à problemática. 1.1 – Álcool e outras drogas: Um breve histórico A Dependência Química atinge dimensões mundiais. É um grave problema de saúde pública, mas ao mesmo tempo transcende as dimensões meramente médica tornando-se também uma questão econômica, social e política, trazendo consigo muitos contextos que vão além da própria dependência química. Antes de entramos no objeto central desta pesquisa é necessário percorrer pelo histórico das substâncias, citando seus primeiros registros na historias. Dessa forma se inicia uma breve reflexão sobre o consumo de drogas, lícitas e ilícitas, tais como o álcool que pode ser considerado o tipo de droga, mas consumido em todo mundo. O Vinho foi considerado uma dádiva dos Deuses tendo sido oferecido aos egípcios por Osíris, assim como Noé ofereceu aos Hebreus, as vinhas eram plantadas para o consumo como sacramento. (COHEN, 2001:19) O álcool é considerado uma droga lícita e aceita pela sociedade, sendo ponto de partida para outros tipos de dependências, estão presentes no cotidiano 11 das pessoas de forma concretas em todas as classes sociais, etnia seja meios aos homens, mulheres, jovens ou mesmo idosos, seja de forma casual ou como dependência. De acordo com dados divulgados Centro Brasileiro de informações sobre Drogas Psicotrópicas CEBRID, inicialmente as bebidas alcoólicas tinham conteúdo relativamente baixo, como exemplo do vinho e a cerveja já que dependiam exclusivamente do processo de fermentação. A partir da revolução industrial registros grande aumento na oferta desse tipo de dádiva, contribuindo para o maior consumo e consequentemente gerando aumento do numero de pessoas que passam a apresentar algum tipo de problemas decorrente do uso excessivo do álcool. (CEBRID). A droga lícita por serem aceitas pela sociedade tem sua porta de entrada aberta diante das famílias que em sua maioria, por já estarem dentro de um contexto de que a droga como álcool e cigarro já fizeram ou farão parte da vida de qualquer ser humano em algum momento, entram, se percebidas e por já estarem dentro da cultura não são vista como algo que possa levar o ser humano seu próprio cárcere. Entrar no âmbito das drogas não é meramente apenas citá-las e sim conhecer o significado que as drogas trazem para sociedade sendo entendida como um ponto de vista sociocultural para diferentes povos, sociedade em diferentes contextos históricos. Fala sobre as drogas necessita entender ou mesmo deserdar seu conteúdo simbólico, se fazendo entender oque elas significam para quem faz uso delas. O uso de drogas acompanha a trajetória do homem em sociedade e, por isso, deve ser entendida pó ponto de vista sócia cultural. Para diferentes importantes desvendar o conteúdo desses significados para que se possa pensar em atingir a droga, que é frequentemente, um artifício de contato com esse conteúdo simbólico, ou seja: o que representa a droga para quem faz uso?”(Hygie Garcia2003)” O cigarro assim como o álcool percorre grande parte a sociedade de forma aceitável, em meios aos jovens, em e todos os locais, não é visto pela sociedade como algo “ruim” se enquadra nos momentos de prazer, descontração, 12 algo que faz satisfação para quem faz uso e não precisa ser consumido como forma de proibição dos órgãos públicos. O tabaco teve seus primeiros registros aproximadamente no ano de 1000 a.C, em sociedades indígenas da América central sendo utilizado em rituais religiosos , na purificação do corpo , acreditava – se que tal substancia tinha o poder de predizer o futuro “(Carlini , Nappo ,Noto et al . , 2010)” Fumo, em latim “fumos denomina-se na chegada de Cristóvão Colombo aportou, na data de 13 de outubro de 1942, na ilha de salvador, foi recebido pelo povo indígena que por sua vez para desejar boas graças aos estrangeiros lhe ofereceu presentes e dentre eles folhas secas. Originário na América, o fumo era utilizado pelos índios em rituais religiosos e magias, antes da chegada dos europeus, sendo utilizado em rituais de bruxaria para afastar os maus espíritos. “(Ferrarini 3° ed p :59)” A maconha surge com propósitos medicinais com registros de 2.700ª. c sendo utilizada também na Europa com o mesmo propósito e foi introduzida no Brasil nos séculos XII e XIX por escravos africanos sendo difundida também entre os indígenas e utilizada com propósitos em atividades recreativas ou medicinais. ”(Andrade, D’Andrea, Espinheira, 2009)”. O cânhamo origina-se da Cannabis¹ sativa, ainda da Ásia Central. Na antiguidade foi utilizado por sacerdotes indianos em cerimoniais por suas características inebriantes. Na índia difundiu- se para o oriente próximo e para países do norte da África “(Passos, apud Souza, 2008)” Com o passar dos séculos a questão das drogas, tomou dimensões marginalizadas, se em sua inserção tinha um viés ritualístico ou mesmo medicinal, na atualidade é considerada uma doença para as pessoas que possuem a dependência sobre essas substancias , afetando os setores da saúde pública, a questão da segurança a sociedade como um todo. A cocaína é um alcaloide extraído da planta “coca”. Em 1960, o químico alemão Wohler, sob auxílio de Niemann, isolou-o. O nome cocaína é originário do princípio ativo de uma planta chamada coca e teve sendo de origem da América do sul. A coca tem como nome científico ‘Erithroxlou Coca L “e tem registros segundo o texto desde quinhentos anos antes de cristo (Ferrarini: p-43)”. 13 No século XIX a cocaína foi utilizada como antídoto dos depressores do sistema nervoso. Nessa época também foi utilizada como anestésico local em cirurgias oftalmológicas, (Costa, 1999:35) o autor coloca ainda que ao longo da história da humanidade, diversas substâncias foram utilizadas com estimulantes; o café, cafeína, tabaco e nicotina são exemplos. No caso do Brasil, Carlini et al. (1995) apontam que a cocaína esteve presente também em medicamentos para alívio de problemas respiratórios e que até o inicio do século XX não havia relatos de abuso ou grandes problemas respiratórios em relação a esta. Para tanto entramos no século XIX percebendo a metamorfose quanto às drogas surgindo outras em um cenário atualizado. A questão do uso de álcool e outras drogas em nosso país e mundialmente falando têm sido cada vez, mas atuais, inúmeros jovens têm feito ou já fizeram de algum tipo de substância seja ela licita ou ilícita. Em sua retrospectiva do usa de droga, Toscano Jr.(2001) situa o sucesso dos barbitúricos, derivados a partir da uréia e do ácido malônico, sintetizados 14 desde1903, amplamente consumidos para induzir o sono, até a década de 60 quando o clordiazepóxido e em seguido os benzodiazepínicos, foram introduzido. Estes pertencem ao grupo dos hipnossedativos e são depressores do sistema nervoso central. A grande oferta destes, somada a falta de controle sobre a venda sem receituário médico e sobre a propaganda na mídia, tem levando muitos a usurários a ficarem dependentes. Assim como fizemos referência ao uso do álcool, nos mais variados níveis sociais e etários. (Silva, 2005:40). Outra droga que se destaca são as anfetaminas, utilizadas num primeiro momento para substituir a cocaína e, também no tratamento para emagrecimento. São drogas sintéticas estimulantes do sistema nervoso central que inibem a sensação de fome, sono e cansaço. Segundo Velho (1997), no Brasil, estimula-se o uso comunitário das drogas destacaram-se a maconha e o LSD, grande parte dos jovens usava com frequência diversificada, vários tipos de drogas, principalmente a maconha. “Entre meados dos anos 1960 e dos anos 1980, poucos jovens das camadas medias não tiveram algum tipo de experiência com maconha” (Velho, 1997:12). Nas últimas décadas do século XX a cocaína reaparece de modo epidêmico, no Brasil, finais dos 80anos, pela via intranasal e endovenosa. A partir do ano de 1990, o consumo com do crack, teve grande expansão entre jovens do sexo masculino e feminino. (Toscano Jr. 2001). A cocaína esta no rol das drogas ilícitas , assim como o crack , a maconha e outros tipos de drogas que entram devastando a vida de muitas pessoas, substâncias com consequências não só para o corpo mais também para a vida como um todo, tornando famílias co-dependentes, e fazendo escravos por toda parte. Com o passar dos séculos a questão das drogas, tomou dimensões marginalizadas, se em sua inserção tinha um viés ritualístico ou mesmo medicinal, na atualidade é considerada uma doença para as pessoas que possuem a dependência sobre essas substâncias, afetando os setores da saúde pública, a questão da segurança a sociedade como um todo. 15 O crack por ter efeito mais rápido tem se expandido em meio à sociedade deixando de ser uma droga consumida apenas pela população de rua e atingindo todos os níveis da sociedade, nas grandes cidades os usuários de crack se reúnem para fazer o uso da substância em lugares chamados como Cracolândia. Segundo centro brasileiro de informação sobre psicotrópicas: O Extase a MDMD (3.4-metilmooximetanfetamina) que em registros centro brasileiro de informação sobre drogas psicotrópicas CEBRID aponta que a droga foi sintetizada em 1912 e patenteada em 1914 na Alemanha com objetivo na diminuição do apetite, porém sem sucesso nos estudos clínicos foi abandonados, no fim da década de 70 volta a se discutir sobre a substância fazendo sua introdução em estudos psicoterapêuticos, já em 1985 com o grande consumo feito pelos jovens desta substância foi decidido que a MDMA entraria na lista como droga de restrição internacional. No Brasil a substância tem sua chegada ao inicio dos anos 90 com as primeiras quantidades vendidas na Europa, tendo crescido o numero de usuário a partir daí. (CABRID: P56) As drogas não fazem distinção de pessoas nem de classe social, a dependência de substância lícita ou ilícita se transformou em um problema de escala internacional, afetando vários setores de ordem pública lidar com a questão das drogas não é apenas conhecê-las ou mesmo entendermos fatores que levam a tamanha complexidade do assunto, é necessário conhecer os meios de prevenção, tratamento as políticas públicas estabelecidas que atuassem sobre esta demanda. Considerado uma droga lícita e aceita pela sociedade, sendo ponto de partida para outros tipos de dependências, está presente no cotidiano das pessoas de forma concretas em todas as classes sociais, etnias sejam meios aos homens, mulheres, jovens ou mesmo idosos, seja de forma casual ou como dependência. Nesse contexto, iremos nos reportar a trajetória das políticas de atenção sobre drogas até os dias atuais, esse conhecimento possibilitará ao setor de 16 Recursos Humanos meios de encaminhar seus trabalhadores no trato para a dependência. 1.2- As políticas de atenção para usuários de álcool e outras drogas Na década 1980, a sociedade brasileira passa por um processo de transição, o órgão nacional antidrogas no Brasil, com objetivos de delibera caminhos mais adequados para o enfrentamento da questão, priorizando a prevenção nos seus múltiplos aspectos. Diante de vários problemas o Brasil aderiu à declaração das Nações Unidas sobre o combate ás drogas em julho de 1998, neste mesmo ano foi criado a Secretaria Nacional Antidrogas, este foi à elaboração da política. Nesse período as políticas de combate ao uso de drogas ainda priorizavam a repressão ao narcotráfico em detrimento da humanização da assistência aos usuários O uso indevido de drogas lícitas ou ilícitas constitui-se, atualmente, em problema de ordem Internacional, preocupando nações do mundo inteiro. Por sua complexidade e amplitude, e um mal que ameaça estruturas dos estados afetando seus valores políticos, econômicos, sociais e culturais. Em estudo elaborado pela Secretaria Nacional Antidroga- SENAD aponta no “Levantamento Domiciliar no ano de 2001 sobre o uso Drogas”. O álcool e o tabaco aparecem como destaque, sendo as drogas mais consumidas no Brasil e as responsáveis pelos maiores índices de problemas decorrentes de seu uso indevido. (SENAD: 2006) Segundo “(Arruda, Duarte e Branco, 2006)” em 1998 o Brasil ainda não cantava com uma política pública na área da dependência química de álcool e outras drogas como consequência da XX assembléia geral especial das nações unidas é criada então a secretaria nacional antidroga (SENAD), tendo sido realizado em dezembro de 1998 o primeiro o fórum nacional antidrogas para que fosse permitido o avanço rumo à elaboração de uma política nacional antidrogas e em 26 de agosto de 2002 se constitui a política nacional antidrogas por meio do decreto de lei nº 4345. Porém devido as transformação na sociedade em diversos setores os 17 fundamentos da PNAD tiveram que ser reavaliados levando então a uma atualização em relação à realidade da sociedade. Para Olievenstein (1997), criação do SENAD vem expressar uma pressão política que demonstra à comunidade internacional a posição brasileira em assumir o “combata as drogas” como alta propriedade indicado também as drogas ilícitas como foca de preocupação quando são as drogas licitas as mais consumidas no país (p20). De acordo com Richard Bucher, (1992), os conselhos antidrogas existentes na maioria dos funcionam de modo heterogêneo, com infraestrutura conveniente, e as composições dos mesmos são por indicações, entre diversas secretarias de estado, não se levando em conta a experiência com problemas de drogas, o conhecimento a respeito do assunto e a competência profissional, o que muitas vezes vem beneficiar medidas de interesses pessoais ou políticos em detrimentos das diretrizes existente. Por conseguinte as ações propostas raramente contêm uma pertinência comprovada, não atinge os alvos prioritários (se é que são definidas) e se baseiam em vexais distorcidas sobre drogas e drogadição nas respectivas regiões, privilegiando e repressão ás drogas ilícitas e apelando freqüentemente a argumentações emocionas e/ou sensacionalistas. (RICHARD BUCHER: 1992.321). Em 2004 a política vigente passa por um processo de realinhamento parasse a uma política representativa para sociedade e a demanda em questão substituindo o termo política antidroga por política nacional sobre drogas em outubro de 2005, onde foi traçadas diretrizes que vissem dar respaldo a política adequada para este momento, onde haveria um realinhamento de nossa política sobre drogas, daí toda a sociedade foi convidada a discutir, participar e opinar para que este marco fosse alcançado. Abordando os assuntos relativos à redução da demanda e da oferta de drogas sobre apolítica que nos envolveria para que fosse alcançado êxito do combate sobre as drogas, engajando apoio às atividades preventivas com base na responsabilidade compartilhada. Tudo isso para buscar desestimular o uso inicial de 18 drogas, incentivando a diminuição do consumo e os riscos e danos associados ao uso indevido de drogas. Desta forma as diretrizes da Politica Nacionais tentam promover, estimular e apoiar a capacitação continuada, o trabalho interdisciplinar e multiprofissional com a capacitação de todos os atores sociais envolvidos no processo, possibilitando que estes se tornem multiplicadores com o objetivo de ampliar e fortalecer as redes sociais visando o desenvolvimento integrado do programa de promoção geral á saúde e de prevenção, desta forma fundamenta-se as campanhas e programas de prevenção em pesquisa e levantamento sobre o uso de drogas e suas consequências, de acordo com o público alvo, respeitadas as características regionais e as particularidades dos diversos segmentos populacionais e culturais. Dentre as diretrizes acima, temos ainda propor a inclusão, na educação básica e superior, de conteúdo que previnam o uso indevido de drogas, para tanto é preciso priorizar ações interdisciplinares e contínuas, com caráter preventivo e educativo na elaboração de programas de saúde para os trabalhadores e seus familiares, desta forma evitando o uso dessas substâncias no ambiente de trabalho, melhorando a qualidade devida e trabalho e trazendo benefícios para o empregado e empregador. Assim trataremos no próximo item sobre o trabalho surgimento dos Recursos Humanos, como se dá âmbito desse trabalho. 1.3. O trabalho no âmbito dos Recursos humanos. Podemos definir trabalho como qualquer atividade física e intelectual, realiza pelo ser humano, cujo objetivo e fazer, transformar obter algo. Este conceito pode-se ser entendido, na ordem do capitalismo, como a liberdade das empresas demitirem, aumentar ou reduzir o horário de trabalho, estabelecendo novas estratégias de contratação e de remuneração entre outras. Para Sennett (2003, p. 21 s), essa situação faz surgir um novo mundo do trabalho e, no limite, um novo trabalhador. Isto porque, a moderna estrutura dessas instituições ditas flexíveis, segue uma inédita lógica capitalista: o trabalho de “curto prazo”, Ou seja, essas mutações nesse mundo passam a criar novas formas de 19 organização, controle e gestão da força de trabalho; e, no limite, muda-se o perfil dessa força, bem como se exige alterações importantes em suas qualificações. Na verdade, na era do capitalismo flexível, para as empresas, o que está em jogo é criar condições favoráveis à confiança dos investidores, e essas condições devem ser entendidas como: o desmantelar das normas – “rígidas” - do mercado do trabalho. Dito de outra forma, para as empresas deste nexo, o trabalho flexível permite a essas organizações: moldar, cortar e enrolar. Sem, contudo, receber qualquer tipo resistência por parte dos trabalhadores. Assim, essas transformações postas atingem de um jeito ímpar, a classe trabalhadora, nas suas formas de inserção na estrutura produtiva, bem como em sua representação sindical e política (ANTUNES, 2008). Dessa forma, este estudo teórico vai refletir estes impactos na classe trabalhadora, já que essa categoria foi compelida a buscar uma formação geral e polivalente, na tentativa de se manter empregável dentro deste novo nexo. Dentro dessa nova lógica de trabalho surgem outros setores para li dar com os trabalhadores, dentre eles destacamos a atuação dos Recursos Humanos. Dessa forma a administração de Recursos Humanos surgiu dos primeiros estudos das relações industriais no inicio do século XX com o advento da Revolução Industrial, onde foram surgindo estudos cada vez mais profundos sobre o ser humano nas organizações. Nos Estados Unidos surgiu a ARH no período da 2ª Grande Guerra Mundial e no Brasil a partir do final da década de 1970. Sendo assim a Administração de Recursos Hunamos funciona em um contexto de organizações de pessoas, significa lidar com pessoas que participam de organizações, e contituem a base fundamental em que fuciona os Recursos Humanos, visando sempre o bem estar do trabalhador para que o mesmo desemprenhe suas atividades de forma satisfatória. E ao lembrarmos que o consumo de Drogas representa um grave problema de saúde pública, com consequências sociais e econômicas. E que A dependência química é responsável por grande parte das internações psiquiátricas no Brasil. O uso de Drogas no ambiente de trabalho aumenta os fatores de risco para a saúde, e segurança dos funcionários, e traz consequências de acidentes profissionais com custos materiais e humanos além de absenteísmo. A implantação 20 de programas de prevenção e controle do uso de drogas no ambiente através do setor de Recursos Humanos de trabalho irá contribuir e garantir o bem estar dos funcionários. Diante do exposto, para uma maior aproximação com o fenômeno estudado, passamos a analise de dados no próximo capitulo. 21 CAPÍTULO II O TRABALHO DOS RECURSOS HUMANOS DA CASA DA MOEDA COM FUCIONÁRIOS QUE FAZEM USO DE DROGAS A análise e interpretação que aqui serão apresentados deram-se a partir das entrevistas realizada com quarto profissionais de Recursos Humanos que atuam na Casa da Moeda do Brasil, que estão diretamente envolvidos no programa com funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas, que serviu com lócus para realização desta pesquisa. Após iremos expor o campo de pesquisa a fim de torná-lo conhecido e posteriormente a análise dos dados coletados, que ocorreu a partir dos objetivos e as questões de nosso estudo. 2.1 Caracterizações do campo de pesquisa Pode se dizer que em oito de março de 1694 , vincula ao Ministério da Fazenda foi e fundada a Casa da Moeda do Brasil, empresa pública,acumula mais de 300 anos de existência . Localiza no Distrito Industrial de Santa Cruz, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, cujo o objetivo é de fabricação e controle da moeda: A empresa dedica-se à produção de moedas, cédulas e documentos de segurança como selos postais, selos fiscais, passaportes, títulos do governo, bilhetes magnetizados para transportes públicos, cartões telefônicos, documentos de identidade, licenças para conduzir veículos, entre outros serviços, entre quais se inclui os Recursos Humanos. (Casa da Moeda do Brasil) Segundo informações da Casa da Moeda do Brasil está é uma das mais antigas instituições públicas brasileiras, conquistando assim no decorrer dos tempos o respeito de seus clientes e de toda a sociedade brasileira, de forma confiável onde os produtos são de alta segurança de alta qualidade, seguindo os mais exigentes padrões 22 internacionais além de visar à sustentabilidade. Dentre os serviços oferecidos pela Casa da Moeda, esta os Recursos Humanos que tem como uma das propostas de trabalho melhora a qualidade de vida seus funcionários. Nesse sentido foi criado um programa de apoio para todos os empregados seus familiares. Tal programa deu inicio 1990 para atender os usuários e dependentes de drogas lícitas e ilícitas. Inicialmente, as maiores demandas por atendimentos eram referentes ao uso/abuso álcool, que afetam, principalmente, o trabalhado e sua produtividade no âmbito do trabalho. Contudo, com passar dos anos, o incentivo ao consumo de substância, atrelado a indústria massiva e as mudanças de valores culturais em relação ao uso/abuso de drogas , bem como as alterações no perfil de demandas dos usuários , os atendimentos tonaram rumos multifacetados, exigindo da equipe técnica aprimoramento e atualização para novas abordagens e intervenções. (CASA DA MOEDA DO BRASIL) A equipe técnica do Programa é composta por profissionais dos Recursos Humanos e Serviço Social que atende funcionários seus familiares, utilizando-se abordagens individuais e motivacionais. A procura pode ocorrer de forma voluntária através de encaminhamento familiar e/ou por encaminhamento da chefia. Para tanto o Objetivo do programa é prestar apoio interventivo e socioeducativo a esses funcionários e seus familiares no que diz respeito e Dependência do Álcool e outras drogas acolherem esses empregados através da abordagem motivacional e reflexiva, acompanhar os usuários na recuperação do tratamento. , O período de tratamento se dá no período aproximadamente de seis meses, sendo acompanhado pela equipe técnica. (CASA DA MOEDA DO BRASIL) É importante ressaltar que, o PAE, vem passando por avaliações constantes, e a diminuição dos atendimentos ao longo dos anos, pode ser justificada pela circunstancia na recuperação dos empregados, sendo observado que a frequência de recaída tem sido baixa, devido ao pós-tratamento representado pela participação em grupos de mútua ajuda. 23 2.2 Descrever a dinâmica do trabalho do recurso humano com seus funcionários que e fazem uso de álcool e outras drogas com base nos dados O que diz respeito ao primeiro eixo de análise, qual seja a dinâmica dos Recursos Humanos com funcionários que fazem usuários de álcool e outras drogas: profissionais têm a possibilidade de desenvolver um trabalho, numa perspectiva de inclusão social, entendendo que essa é uma questão demandada pelo próprio usuário, como podemos observar nas falas abaixo: “Recursos Humanos tem atuado com os usuários de drogas com atendimento individual, onde nesse atendimento busca apreender suas reais necessidades, buscando uma reflexão com as mesmas sobre suas inquietudes, além do comprometido com uso da droga”. (E.Q). "Quando o funcionário a chega pedir ajuda pela primeira vez, realizamos o atendimento esse empregado, a fim de identificar suas demandas. É nesse atendimento que os Recursos Humanos faz uma avaliação desse as reais necessidades desses empregados”. (EW). . De acordo com a fala individual dos entrevistados a cima, fica claro que o atendimento social, é o momento primordial, onde os profissionais têm para oportunizar as tais funcionários de um tratamento que complete suas demandas além do uso de drogas. A percepção dos funcionários para além da questão do álcool e outras drogas são bem presentes na equipe, onde nossas observações e entrevistas indicaram ser muito clara para os profissionais, precisam ser escolhidos concomitantemente ao tratamento a eles proposto, como por exemplo, suas relações profissionais e familiares. Ainda nesse eixo de análise, os entrevistados evidenciam mudanças no perfil das pessoas usuárias atendidas na instituição, principalmente em relação ao tipo de droga. Entre essas mudanças, destacam o aumento do número de funcionário e o surgimento de consumidores de substância ilícitas e, também para o aumento do uso fármacos. Com relação a essa mudança, os profissionais afirmam que: 24 “Até certo tempo, tínhamos uma adesão maior dos funcionários usuários de drogas lícitas, hoje com o grupo específico de drogas ilícitas. Quando comecei a trabalhar aqui a droga mais usada pelas mulheres era o álcool, hoje são os medicamentos. (XY) "Vejo no atendimento com esse público por questões culturais, medo de perder o trabalho a dificuldades de aceitar se com um doente, próprio preconceito deles próprios.”. (EW). (...) os funcionários tem aparecido agora como chefe de família tem preocupado de perder emprego, por questões e culturais como masculino (...) (EX) “No atendimento com os funcionários percebo que eles colocam suas questões não só relacionada com as drogas, mas também as questões familiares, pois se sentem mais á vontade para falar de suas questões quando são atendidos por outros funcionários especializados”. (XY). Diante das falas dos entrevistadores percebemos que os funcionários concedem o aumento do consumo de drogas entre esses empregados como parte de um contexto social mais amplo, marcados por mudanças nos estilo de vida deste grupo populacional. . Essas mudanças, por sua vez, têm modificado o perfil de fatores de riscos e de estresses para saúde do funcionário. Em consonância com essa problemática a uma necessidade de se tornar consciente ou dependente de drogas, portanto, atualmente na sociedade no mercado de trabalho. Essa explicitação é recebida pelos usuários com surpresa, e às vezes com certa desconfiança, pois a muitas empresas acostumam enxergá-lo de uma forma tão discriminatória e preconceituosa, que acabam por isolá-los e aliena-nos de seus direitos e deveres. Nesse sentido, o enfrentamento dessa nova demanda requer, sobretudo, a ampliação de abordagem com esse funcionário âmbito da prática dos profissionais na 25 área de dependência de drogas. Tal abordagem pode promover uma tomada de consciência no sentido de marcar novas perspectivas cognitiva em relação às relações conceituais e metodológicas desses profissionais responsável pelo tratamento das demandas trazidas pelos usuários. Os Recursos Humanos busca trabalhar junto com esses usuários de drogas peculiaridades das questões trabalho, família e a própria sensibilidade social ônus da sua ação profissional e de seu histórico constante e exaustivos, tanto em meio ao seu invólucro teórico, quanto no trato com a equipe multidisciplinar, por entender que o trabalho em grupo é construído por pessoas capazes de reconhece sua singularidade e exercerem uma ação interativa em objetivos comuns. No próximo eixo trataremos os limites e possibilidades institucionais desse profissional junto a essa demanda. 2.3 Evidenciar limites e possibilidades de atuação profissional com esses funcionários. No que diz respeito ao segundo eixo de análise, isto é, os limites e possibilidades dos Recursos Humanos junto a esses usuários de drogas, a maioria dos entrevistados aponta a própria empresa como uma limitação ao seu trabalho por tratar de situações delicadas, pois tem medo de buscar ajuda adequada, dificultando o desenvolvimento do projeto, o que limita muitas vezes o profissional de RH no atendimento de primeira vez. Por outro lado esses profissionais conseguiram fazer parcerias extrâmeros com a rede de recursos que atendessem as demandas dos usuários além de questão do uso de drogas Assim como as falas: "Nós profissionais nos sentimos limitados, pois a demanda e muito grande, precisando de suporte técnico especializado principalmente para acompanhar seus familiares, isso dificulta um trabalho paralelo ao atendimento de primeira vez"(E.Y) "(...) as limitações que eu vejo, é em relação ao número de profissionais que é bem limitado, o que compromete desenvolver um trabalho diferenciado do atendimento de primeira vez”. (E.K) 26 "Eu vejo as limitações num tripé, a da instituição, a profissional e a do próprio usuário". (E.Q) "(...) uma das maiores limitações que vejo, é a falta de uma rede de apoio articulada organicamente com a instituição, o que dificulta desenvolvermos um trabalho mais eficaz com esses usuário de drogas".(E.X) Nesse contexto a atuação dos Recursos Humanos se dá no conjunto de clínica especializada desigualdade. É nessa atuação que o profissional se depara com a falta de recursos na instituição para lidar com isso, pois ao mesmo tempo existem inúmeras demandas trazidas pelo usuário e seus familiares. Fazer com que esses funcionários aceite o tratamento é fundamental e todas essas dificuldades resultam num jogo de forças contraditórias que se dá na inter-relação profissional. Os Recursos Humanos da casa da moeda tem enfrentado grandes dificuldades para a efetivação do seu trabalho junto a esses empregados usuários de drogas, pois a falta de informação dificulta o desenvolvimento de programas e projetos que possam estar intervindo nas questões trabalho, familiar que se apresentam a esses usuários. O processo de trabalho desse profissional possibilita ao profissional a oportunidade de buscar uma maior capacitação, indo além de uma simples rotina burocrática, sendo, antes, capaz de sistematizar sua prática profissional. Para tanto, é necessário que o profissional reconheça seus elementos de trabalho como a matéria prima, os meios e a atividade em si. Ao analisarmos mais duas falas verificamos que alguns dos entrevistados apontem as limitações não apenas a institucional, mas também para a fragilidade das políticas públicas atenção de rede de apoio às famílias. " para mim, a limitação do RH não está apenas na instituição, mas também nas políticas públicas, o que dificulta a atuação do RH com familiares desses funcionários acompanham o próprio. (EM). “(...) temos o limite institucional, pois não conseguimos formar um grupo desenvolvido especificamente de profissionais, a fim de acompanharmos os familiares de forma continua, a falta de uma estrutura física e de políticas públicas mais eficazes também se 27 tornam uma limitação” .(E.Z). De acordo com os entrevistados a constituição de políticas públicas requer uma atenção mais global dos interesses econômicos em fluxo, pois diante de uma ordem que se mudança, como analisar as diretrizes, princípios e ações do que é chamado de política pública para a área do álcool e outras drogas no percurso de lutas das classes sociais no capitalismo. O que se verifica é a falta de integração das ações, não só entre órgãos públicos como também de instituições da sociedade civil, mais a escassez de estudos sobre o assunto no qual abrem espaços para abordagens mais especulativas e menos realistas, dificultando a adoção de políticas adequadas e menos paliativas para a nossa realidade. Como podemos aferir nas falas abaixo: “ O profissional tem grande possibilidade de fazer um bom trabalho com as usuárias de drogas ,basta investir conjuntamente com essa usuária na busca e na valorização de elementos que possam compor a rede de apoio para o processo de reinserção “ (E.Y) “Eu como técnico vejo as clínicas especializada em dependência química, pois com as parcerias podemos viabilizar os funcionários recursos profissionais, médicos e outros “(E.X)“ (...) as parcerias se tomaram para os profissionais daqui da instituição uma real possibilidade em oportunizar um resgate desses funcionários usuários de drogas “(EW)”. O período de abuso das drogas expõe o usuário a rupturas progressivas com a família, os amigos, o trabalho e a comunidade. É preciso resgatar as redes de socialização ou estabelecer novas. O processo de reinserção deve ocorrer simultaneamente ao trabalho ambulatorial, é importante que o profissional saiba trabalhar a inclusão do usuário em programas ofertado pela empresa, motivando-o para a mudança do seu estilo de vida, que envolve, sobretudo, a reformulação de hábitos e valores adquiridos no período ingestão das drogas, e o processo em grupo de mútua ajuda de apoio no local de trabalho são de grande valia e podem funcionar como fatores de proteção .É dentro do contexto das transformações da sociedade contemporânea , que o profissional tem que articular novas propostas , alternativas e possibilidades dentro da 28 realidade social trazida pelo usuário que procura atendimento de primeira vez na instituição . Assim, tem se mostrando um dos grandes desafios para o RH, não só no seu enfrentamento do cotidiano, mas também no resgate das redes desses funcionários. Os profissionais devem investir conjuntamente com os outros profissionais busca no tratamento e na valorização de elementos que possam compor o serviço especializado para o processo de reinserção dos usuários. Percebemos ainda que dois dos entrevistados sinalizaram a própria atuação do Serviço social como a grande possibilidade de mudanças: Como podemos observar nas falas abaixo: “O profissional precisa estar atento para as transformações do mundo do trabalho, mudando de acordo com que lhe vem demandado, propondo, construindo, senão suas possibilidades se Tornarão limitações”. (E.W). “ O RH e Serviço Social por ser a porta de entrada precisam estar sem unindo em um só ideal, se tornando uma equipe homogênea, assim poderemos desenvolver um bom trabalho com as usuárias de drogas “(E.Q). Entendemos que a realidade com a qual nos deparamos todos os dias, está sempre a nos desafiar em nossa prática profissional e, por esta razão devemos estar atentos ás mudanças societárias em curso na sociedade a fim de podemos oferecer respostas apropriadas. Neste espaço profissional não é diferente, sua demanda peculiar potencialidades de intervenção que devem ser exploradas por este profissional e que para isto é preciso estar preparado para tal. E partido deste princípio, que o RH pode buscar fundamentos pra ampliar o âmbito de sua prática, a fim de consolidar novas estratégias de intervenção que possam ir de encontro ás demandas latentes dos funcionários que trabalha nessa instituição. A fim de finaliza a pesquisa iremos apresentar a conclusão do trabalho, para que possamos refletir do todo exposto trazido até aqui. 29 CONCLUSÃO Este estudo pretendeu analisar o trabalho dos Recursos Humanos junto aos funcionários que fazem uso de álcool e outras drogas, realizada na Casa da Moeda do Brasil. Possibilitando confirmar certos pressupostos, formular novas questões e identificar certas lacunas, onde percebemos que o trabalho desse profissional nesse projeto é voltado mais para atendimento de primeira vez, ao analisarmos o trabalho junto aos empregados, por eles se diferenciarem em relação ao seu comprometimento com uso de drogas. As questões desses drogadictos vão além da droga, pois os mesmos trazem outras questões que geram em torno de problemas imediatos e ligados à sobrevivência, com a geração de renda (trabalho), moradia, saúde e família. Dessa forma, iniciaremos junto a esses profissionais uma pesquisa, a fim de entendemos como esses profissionais atuam junto com esses empregados usuários de drogas. Nas últimas décadas as empresas tem se preocupado com qualidades de vida de seus funcionários, para tanto busca a competência técnica e política necessária á nova posição, investindo na qualificação profissional permanente. A partir de nossa aproximação com o fenômeno estudado, verificamos o quanto à intervenção desses profissionais é rotineiro, entendemos porque suas ações são tão focalizadas. Assim, tivemos a possibilidade de afirmar nossa hipótese inicial que existem sim possibilidades e limites para atuação do RH, frente à situação desses funcionários, verificamos que a própria dinâmica institucional, dificulta o reconhecimento das possibilidades de sua atuação. Diante do exposto, apresentamos o presente trabalho que visa proporcionar aos Recursos Humanos em uma percepção de como poderíamos buscar alternativas para o enfretamento da questão em epígrafe ainda que tenhamos que esbarra com inúmeras limitações existentes neste campo de atuação. Pode-se motivar o trabalhador, criando um ambiente de participação, de integração com superiores, com colegas de trabalho, partindo sempre da compreensão 30 das necessidades dos empregados, precisa estarem sempre demonstrando que as pessoas têm um papel importante na organização e que outras pessoas contam com elas. Sendo conscientes de que o trabalho é vital para o ser humano, torná-lo mais participativo, utilizando potencialidades e talentos, dar-lhes condições de trabalho adequadas, isso resultará no aumento da saúde mental e física dos trabalhadores. Para tanto, é necessário canalizar esforços para alcançar qualidade, mas sem esquecer o comprometimento humano e que elas são as peças mais importante da organização. Com isso haverá qualidade e qualidade de vida no trabalho, onde os entrevistados poderão ser grandes contribuintes para que não ocorra drogadição entre os demais trabalhadores. Contudo tal temática requer mais estudo sobre o assunto abordado, onde buscaremos expansioná-lo no mestrado. 31 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ABESS / CEDEPESS, proposta básica para o projeto de formação profissional, 1996, ANTUNES. Adeus ao trabalho? Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade do mundo do trabalho: As metamorfoses no mundo do trabalho. 13ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.14 p. BRASIL/Gabinete de Segurança Institucional. Secretaria Nacional Antidrogas. Um Guia para a família. Brasília, 2003. BRASIIL/Secretaria especial de Políticas para mulheres. Brasília, dezembro de 2004. BRASIL/Gabinete de segurança Institucional. 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In: Jornal Brasileiro de Dependências Químicas, vl,02si1,ABEAD/UNDCP.BR, Ministério da Saúde, Governo Federal, 2004. 32 MINISTERIO DA SAÚDE, A Política do Ministério da Saúde para Atenção INTEGRAL AOS USUÁRIOS Álcool e outras Drogas,2ªed, ver. Ampl. BR. MS, 2004 TOSCANO JR.A."Um breve histórico sobre o uso de drogas"In:SEIBEL, S.D;TOSCANA JR. (ORGS). Dependência de drogas. ED: Atheneu, 2001. VELHO, G."Drogas e Construção Social da Realidade”. In: BATISTA, M; INEM; Clara (orgs). Toxicomanias: Abordagem multidisciplinar. RJ, NEPAD/UERJ, Ed: SetteLetras 33 ANEXOS Questionário: Falar sobre o trabalho que é desenvolvido na empresa? Descrever como se dá atendimento para aos funcionários que são usuário de droga? Evidenciar os limites de atuação profissional com esses funcionários? Evidenciar as possibilidades de atuação profissional com os mesmos? Identificar a organização do trabalho com esses funcionários? .