Jornal da FEBRASGO Ano 16 – edição 112 – Março 2010 Publicação da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia FEBRASGO FAZ RAIO-X DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA haiti A lição de solidariedade dos médicos brasileiros gripe A Gestantes recebem a vacina em todo o país URGENTE Solteiras abandonam o aleitamento mais cedo Recertificação Primeiros certificados de atualização profissional serão emitidos em 2011 *Bula na página 19 um piscar de olhos já se foi o primeiro trimestre de 2010. Felizmente, um período de bastante trabalho, decisões e conquistas para a especialidade. Bom exemplo são os resultados apresentados nesta edição sobre o inédito mapeamento dos programas de residência médica brasileiros, uma ação da Coordenadoria de Ensino e Avaliação da FEBRASGO. Para compor o levantamento, os integrantes da CEA se dedicaram integralmente, sempre com o intuito de melhorar o ensino da obstetrícia e ginecologia no Brasil. Certamente é um trabalho que deve prosseguir e dele ainda colheremos muitos frutos. Nos próximos meses ainda apresentaremos outras descobertas deste estudo e também as novas etapas a serem cumpridas. Mas já aproveito para agradecer, em nome da Comissão, ao precioso apoio dos representantes estaduais e a acolhedora receptividade dos supervisores dos programas visitados, que permitiram que o cadastro fosse realizado com sucesso. Neste Jornal da FEBRASGO temos ainda uma tocante reportagem sobre o socorro às vítimas do terremoto do Haiti. ‘‘ Pesquisa identificou que mães solteiras têm cinco vezes mais risco de abandonar o aleitamento materno exclusivo do que as demais índice ’’ As lições de solidariedade de instituições como AMB, APM e do Hospital Albert Einstein nos confortam e demonstram que, acima da dedicação e da experiência, o médico deve se pautar invariavelmente pelo humanismo. Falando de atualidades, trazemos uma série de notícias relevantes sobre a saúde da mulher, razão de ser de nossa especialidade. Uma delas é a influência do meio no desmame. Uma pesquisa identificou que mães solteiras têm cinco vezes mais risco de abandonar precocemente o aleitamento materno exclusivo do que as demais. A informação serve para que possamos oferecer ainda mais atenção e incentivo às pacientes incluídas neste perfil. Por fim, registro, com tristeza, a partida da professora Ellen Hardy, em março último. Pesquisadora, professora, doutora e mulher, Ellen deixou familiares, amigos, colegas de trabalho e, acima de tudo, admiradores. Resta nos espelhar em sua luta diária e vida de grandes realizações. Boa leitura e até a próxima. editorial N balanço positivo neste primeiro trimestre Nilson Roberto de Melo Especial Residência Médica...........................................4 Haiti: uma lição de solidariedade................................. 6 Pílulas...........................................................................9 Direto da Fonte...........................................................12 Nota de falecimento...................................................13 Giro pelos estados......................................................16 Revalidação do título de especialista............................17 Portal da FEBRASGO...................................................18 Jornal da FEBRASGO – Março 2010 especialização febrasgo mapeia programas de residência médica Integrantes de comissão visitaram, em 2009, mais de 100 projetos credenciados pelo Ministério da Educação Q uando de sua constituição, em 2008, a Coordenadoria de Ensino e Avaliação da FEBRASGO traçou dois importantes objetivos. Um deles foi aperfeiçoar a prova para obtenção do TEGO, plenamente alcançado em recente avaliação, em Belo Horizonte, Minas Gerais, durante o 530 Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO). O outro propósito era a realização de um “censo nacional”, cadastrando, em minúcias, todos os programas de residência médica em obstetrícia e ginecologia credenciados pelo Ministério da Educação, o MEC. “Nossa meta era cadastrar 100% dos programas durante o ano de 2009. Infelizmente, o tempo curto não foi suficiente para visitar os mais de 150 projetos”, explica Renato Passini, que coordenou o trabalho. “Mas obtivemos avanços relevantes no processo de mapeamento.” Passini conta que a iniciativa buscou atingir um total de 7 programas de residência médica na região Norte, 23 no Nordeste, 17 no Centro-Oeste, 80 no Sudeste e 26 no Sul, a serem visitados por um dos membros do CEA entre os meses de fevereiro e outubro, totalizando 153 iniciativas. Destas, 105 foram visitadas em 2009. “Conhecemos programas em todas as regiões, sempre por intermédio do representante da FEBRASGO no respectivo estado. Após autorizados pelos supervisores destes projetos, marcávamos uma data para a visita. Durante conversa informal, seguíamos um roteiro predeterminado de oito páginas para conhecer melhor os aspectos de funcionamento de cada iniciativa. É necessário destacar o papel fundamental dos representantes das federadas da FEBRASGO na Comissão de Residência, durante o ano de 2009, que fizeram os contatos e conseguiram autorização dos responsáveis pelos programas para que os membros da CEA pudessem visitálos. Muitos, inclusive, participaram dos encontros em conjunto com os integrantes da comissão. Também é importante salientar a receptividade e atenção que tivemos nas visitas, não só pelos supervisores, mas por outros preceptores e médicos residentes dos programas que nos ajudaram com informações detalhadas.” Em meio a esse trabalho, boas surpresas foram observadas. Um exemplo, aponta um dos integrantes do CEA, José Geraldo Lopes Ramos, são os enormes benefícios que os projetos proporcionam localmente. “Em uma das regiões, a implementação da residência médica, há Residência em números 17 7 80 23 26 cerca de três, anos já garantiu melhora nos índices de qualidade de atendimento à população. Somente neste período, houve redução de quase 80% da taxa de mortalidade materna“. Necessidades especiais “Um fato que pudemos verificar foi que algumas unidades com dificuldade para conseguir treinamentos específicos têm recorrido a convênios com outras com o fim de suprir problemas momentâneos. A partir dessa constatação, passamos a deixar a FEBRASGO à disposição desses hospitais e maternidades para auxiliar na identificação de locais para treinamento de pessoal”, informa Passini. Segundo ele, a FEBRASGO poderá intermediar estes convênios, sempre que do interesse das Instituições, de preferência dentro da própria cidade ou do estado. Mais do que capacitação de residentes, a meta é treinar os próprios preceptores. Tudo isso, vale ressaltar, custeado pelas próprias instituições interessadas. O papel da FEBRASGO será de facilitador do processo. Próximos passos Renato Passini esclarece que as instituições não contatadas em 2009 receberão, em breve, o convite para a visita de um Jornal da FEBRASGO – Março 2010 •A maior parte dos programas de GO ocorre em instituições públicas •Praticamente 100% deles possuem UTII, serviço de ultrassonografia, dopplervelocimetria, cardiotocografia e colposcopia •O número de leitos, em média, é de 15 a 20 para internação ginecológica e 30 a 40 para internações obstétricas •Ambulatórios especializados, principalmente de ginecologia, têm sido implantados em número cada vez maior •O número de preceptores variou, em média, de 2 a 5 por programa. A maioria deles possui TEGO e residência médica em GO •O número médio de vagas credenciadas é de cerca de 5 para cada uma das fases do programa (R1, R2, R3) representante da Comissão de Residência Médica (CORE), que dará continuação ao trabalho iniciado pela CEA. “Os novos membros da Comissão já estão se organizando e devem recomeçar os encontros nas próximas semanas. A ideia é, além de comparecer às instituições, manter o banco de dados atualizado, acrescentando, sempre, informações recentes. A média de procedimentos que os residentes realizam durante os três anos, quantidade de partos normais e cesáreas, de partos operatórios, de histerectomias abdominais e vaginais, por exemplo, são informações importantes para conhecer melhor o tipo de treinamento cirúrgico e obstétrico oferecido no país.” Outro objetivo a ser adicionado ao estudo é o melhor conhecimento do treinamento dos residentes em cirurgias e procedimentos específicos. “É necessário incluir questões sobre alguns pontos específicos, como as cirurgias uroginecológicas, videoendoscópicas e de mama, assim como os atendimentos a pacientes mais graves.” Por fim, é importante conhecer os métodos de avaliação a que os médicos residentes são submetidos. “Constatamos que a maioria passa por avaliações teóricas (provas) e por conceito, que é uma nota dada por desempenho à ao final de cada estágio.” A opinião de alguns membros da CEA “O grande benefício da CEA foi mapear a residência médica em GO no país, ainda que tenhamos verificado grande heterogeneidade no que se ensina. Este cadastro também nos permitiu iniciar a discussão sobre as competências na formação do especialista. Neste momento, devemos começar a pensar em ações colaborativas entre os programas.” Vera Borges “Acredito que o processo de cadastramento in loco realizado permite ter ideia bem mais real da situação das residências em GO no Brasil do que a simples avaliação por meio de um documento.” Paulo Leão “Foi uma experiência gratificante, pois, na maioria dos serviços visitados, seja em capitais ou no interior, observamos que o ponto em comum é a vontade de aprimorar a residência, mesmo frente a dificuldades financeiras e estruturais, infelizmente marcantes no nosso sistema de saúde. Os coordenadores dos programas foram sempre solícitos e entenderam nosso papel, não hesitando em mostrar os aspectos positivos e até as deficiências de cada serviço.” Mario Dias “O mapeamento significou um amplo diagnóstico de como estão os treinamentos dos especialistas em GO em todo o Brasil. Pudemos verificar como se comportam os diversos tipos de programas e de que forma cada um consegue realizar, da melhor maneira possível, as normativas da Comissão Nacional de Residência Médica. Também constatamos que, pelo fato de o país ser muito grande, e as necessidades extremamente diversas nas diferentes regiões, temos tanto programas comparáveis aos do Primeiro Mundo, como alguns com necessidades primárias. Ou seja, enquanto certos residentes saem aptos a realizar uma cirurgia oncológica, outros não conseguem manter uma relação médico-paciente adequada.” José Geraldo Lopes Ramos “Esse processo de cadastramento foi muito importante para um primeiro contato com a realidade da residência médica no Brasil. A ação deve ser permanente para que problemas e soluções sejam encontrados rapidamente, permitindo melhoria estrutural e funcional dos programas, a fim de que possam ser nivelados por cima. Se todos os preceptores e residentes dominarem as competências mínimas da residência médica em GO, isso redundará em beneficio no atendimento da população como um todo.” Gutemberg Leão de Almeida Filho especialização Por dentro dos serviços Conheça os representantes estaduais da Comissão de Residência Médica em 2010 AC –Edvaldo Amorim de Sousa AL –José Antonio Morais Martins AM–Maria Grasiela Correira Leite AP –Carlos Glenny Valente Pó BA –Omar Ismail Santos Pereira Darzé CE –Flávio Lucio Pontes Ibiapina DF –Antonio César Paes Barbosa ES –Luiz Alberto Sobral Vieira Junior GO –Washington Luiz Ferreira Rios MA–Rosy Ane de Jesus P. Araujo Barros MG–Anderson de Souza Bruno MS –Maithê Vendas Galhardo MT –José Meirelles Filho PA –Lílian Cristina Caldeira Thomé PB –Roberto Magliano de Morais PE –Aurélio Antonio Ribeiro da Costa PI –Ione Maria Ribeiro Soares Lopes PR –Renato Luiz Sbalqueiro RJ –Augusta Maria B. de Assumpção RN –Patrícia Costa F. Meireles Bezerra RO–Maria Conceição R. Simões RR –José Antonio do Nascimento Filho RS –João Sabino da Cunha Filho SC –Ricardo Nascimento SE –Menilson Menezes SP –Gilberto Uemura TO –Fabio Roberto Ruiz de Moraes Jornal da FEBRASGO – Março 2010 SEM FRONTEIRAS Haiti: a lição de solidarieda Em acampamento, voluntários prestam atendimento à população haitiana Profissionais relatam os desafios e a satisfação de prestar ajuda às vítimas do terremoto U m mês após os fortes tremores que destruíram o já frágil Haiti, 16 voluntários brasileiros (médicos, enfermeiros e um técnico em radiologia) chegaram à cidade de Les Cayes, localizada a aproximadamente 200 quilômetros da região mais atingida, a capital, Porto Príncipe. O atendimento médico foi realizado no Instituto Brenda Strafford, que resistiu intacto à catástrofe. O primeiro grupo de médicos brasileiros que prestou socorro ao país, organizado pela parceria entre a ONG Expedicionários da Saúde e a Associação Médica Brasileira (AMB), havia estado no mesmo local, para os atendimentos mais urgentes durante as semanas subsequentes à tragédia. O segundo e terceiro grupos resultaram do cadastro promovido pela AMB, no qual mais de mil profissionais voluntários se inscreveram. A seleção foi feita por Maria Cecília Damasceno, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Jornal da FEBRASGO – Março 2010 A iniciativa teve apoio da Associação Paulista de Medicina e das Sociedades de Especialidade: FEBRASGO, Sociedade Brasileira de Anestesiologia, Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Sociedade Brasileira de Cirurgia Vascular e Colégio Brasileiro de Cirurgiões, entre outras, além das faculdades USP e Universidade Federal de São Paulo. As indústrias farmacêuticas e de equipamentos foram os patrocinadores do engajamento. “A ação só foi possível com a ajuda de todas essas entidades, que uniram profissionais, meios de transporte, equipamentos, suprimentos médicos e recursos financeiros diretos”, destaca José Luiz Gomes do Amaral, coordenador da missão e presidente da AMB. As equipes utilizaram duas enfermarias, uma central de esterilização e duas salas de cirurgia. “Tínhamos um total de 40 leitos para os pacientes e também assistimos as crianças de um orfanato local e os haitianos desalojados que se abrigaram em um campo de futebol próximo”, conta Amaral. Chegada “Partimos de avião até a República Dominicana e depois foram mais 13 horas em um micro-ônibus até Les Cayes”, informou o ortopedista Robson Azevedo. A equipe levou 1,5 tonelada de insumos, medicamentos e aparelhagem, dividida em 75 caixas. O cirurgião André Canesso Pierro, integrante do primeiro grupo, descreve o trajeto. “Cerca de 30 quilômetros de muita destruição, rachaduras de 60 centímetros de diâmetro no asfalto, cheiro de plástico e lixo queimados.” A visão tampouco era animadora. “Pessoas vagando, muito angustiadas, pelas ruas e estradas. Bastante pobreza e sujeira.” Improvisos Com a destruição do sistema de saneamento básico, as pessoas cozinhavam e improvisavam banheiros ao ar livre. Como suas moradias foram destruídas, alojavamse em barracas, espalhadas por terrenos abandonados e praças. Mesmo com o cenário difícil, a missão brasileira montou uma estrutura adequada a um trabalho de qualidade: “Ficamos instalados no pátio do hospital, que também nos ofereceu quatro quartos para guardarmos nossos pertences, alimentação e sanitários”, diz o presidente da AMB. “Apesar da gravidade da situação, fizemos o atendimento e as cirurgias no mesmo padrão de hospitais de alto nível, com total segurança, sem improvisação”, relata. “Esses fatores, aliados à competência e fibra de toda a equipe, nos permitiram obter resultados satisfatórios”, comemora. Sérgio Lobo, anestesiologista, explica que foi possível levar medicamentos, kits laboratoriais, materiais de anestesia e equipamentos cirúrgicos que ajudaram a realizar cirurgias de médio e grande porte. Equipe e atendimentos Eles passaram por 12 horas diárias de trabalho, totalizando 180 horas de assistência; centenas de atendimentos ambulatoriais, 61 internações e 83 cirurgias. “Foi um prazer imenso poder melhorar a vida dessas pessoas e constatar que a equipe toda trabalhou com muito amor e carinho”, comenta Azevedo. “Aos 20 anos de carreira, tive uma experiência incrível ao atuar nessa ação solidária”, emociona-se. “Ninguém, em nenhum momento, se negou a ajudar, a colaborar”, lembra. Tal dedicação era reconhecida por todos. “Fomos elogiados pelo atendimento humano; fazíamos questão de chamar os pacientes pelo nome, nos esforçamos para falar a língua deles, oferecíamos carinho, atenção”, diz o ortopedista. “Quando iniciamos o alistamento de médicos, a inscrição de mais de 700 voluntários em uma semana nos deu a certeza de que estávamos no caminho certo, que poderíamos expressar a solidariedade dos médicos brasileiros em relação ao povo haitiano”, afirma Amaral. E, ainda que em meio a tanto sofrimento, a população do Haiti recebeu os médicos muito bem. Conversavam sobre futebol, pois adoram jogadores como Kaká e Ronaldo. “Antes de ir, tínhamos receio em relação à segurança, mas em nenhum momento nos sentimos ameaçados nem vimos qualquer cena de violência”, garante Azevedo. Apoio O trabalho em equipe foi fundamental para o sucesso da missão. “Sem o técnico em radiologia, os enfermeiros ou as pessoas que se ocuparam da logística, nada teria sido possível”, reconhece o coordenador da iniciativa. As famílias dos voluntários tiveram papel fundamental: “Não houve oposição. Todos entenderam que a medicina é assim: um dia se trabalha num hospital; no outro, em condições mais complicadas”, ressalta. “Todos ficaram muito satisfeitos por nós”, emociona-se. Einstein também faz missão humanitária Claudio Lottenberg, presidente do hospital, relata como tem sido esse importante trabalho D esde o início de fevereiro, poucos dias após o terremoto que vitimou mais de 200 mil pessoas no Haiti, o Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) vem enviando missões humanitárias com médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais das áreas de saúde e também técnica. Ao todo, cerca de 50 profissionais, divididos em três grupos, já participaram das missões de socorro e solidariedade. O atendimento do HIAE é prestado em um hospital de campanha organizado pela Universidade Harvard, na cidade de Fond Parisien, a cerca de 60 quilômetros da capital haitiana. Segundo Claudio Lottenberg, presidente do Albert Einstein, logo após o terremoto, uma equipe foi designada a ir ao Haiti identificar um local seguro e com estrutura adequada para que o hospital pudesse montar uma tenda de assistência às vítimas. “O primeiro grupo, composto por 15 profissionais, viajou em 5 de fevereiro. Tanto essa primeira equipe como as outras duas posteriores tinha médicos de diversas Futuro Se a preocupação inicial era resgatar os sobreviventes e atender os que apresentavam riscos de morte e corrigir lesões graves, agora o maior perigo são as doenças infectocontagiosas, que prevalecem à época de chuvas e podem comprometer a recuperação das vítimas. “A necessidade atual é de intervenções cirúrgicas corretivas e a preparação para próteses e reabilitação, o que pode ser ainda mais complicado que o próprio terremoto”, avalia Amaral. Um terceiro grupo, também formado a partir do cadastro promovido pelas entidades, encaminhou-se para Les Cayes no fim de fevereiro. Foram novamente 15 profissionais, entre os quais oito médicos. “A AMB tem buscado articular-se com os serviços médicos das Forças Armadas no sentido de criar uma força-tarefa permanente, destinada a assistir ocorrências tanto no território nacional como no estrangeiro”, finaliza José Luiz Gomes do Amaral, presidente da entidade. à Fonte: APM, por Karina Tambellini SEM FRONTEIRAS ade dos médicos brasileiros áreas, como pediatras, cirurgiões e ortopedistas, além de farmacêuticos, engenheiros, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogo, fisiatra, técnico de manutenção, entre outros.” As missões do HIAE têm enfrentado algumas dificuldades relativas à absoluta falta de infraestrutura, consequência do próprio terremoto, relata Lottenberg. “Ainda assim, já foram enviadas 4 toneladas de medicamentos e materiais.” Formadas por voluntários, as equipes são do corpo profissional do hospital, destacadas de acordo com as principais necessidades do povo haitiano. “Essa também foi uma das atribuições dos primeiros enviados ao local, estudar o que seria indispensável, inclusive em termos de pessoal.” No momento, adianta Lottenberg, o hospital estuda, junto do governo federal, maneiras que colaborar com o esforço para a reabilitação da população, pois é enorme o trabalho a realizar. Jornal da FEBRASGO – Março 2010 SEM FRONTEIRAS Tocoginecologista integra uma das equipes Que avaliação faz do cenário encontrado no Haiti? Mais do que ajuda humanitária e atendimento pós-terremoto, o país precisa de um sistema de saúde. Para aquelas pessoas, a cada dia que passa, o simples fato de estarem vivas é uma vitória. Eduardo Cordiolli, durante missão no Haiti A ginecologia e obstetrícia esteve bem representada no Haiti. Integrante do primeiro grupo do Hospital Israelita Albert Einstein a desembarcar em Porto Príncipe, Eduardo Cordiolli, presidente da Comissão de Urgências em Obstetrícia da FEBRASGO e coordenador da maternidade do hospital que o enviou, permaneceu por dez dias em Fond Parisien. Lá, ele acompanhou de perto a tragédia que assola a região. Confira, na entrevista a seguir, seu relato emocionante sobre a participação na missão. Por quanto tempo ficou no Haiti e como foi a experiência? A missão aconteceu entre 5 e 16 de fevereiro. Fizemos um voo até a República Dominicana, e de lá partimos para Fond Parisien, que fica bem próxima à fronteira. Fomos direto para o orfanato Love a Child, base da Harvard Humanitarian Iniciative, junto com o pessoal da Universidade de Chicago, que reúne 14 outros hospitais de diversas partes do mundo. O Einstein era o único hospital brasileiro, aliás, o único de língua portuguesa. Quem eram os pacientes atendidos por sua equipe? Lá recebíamos os pacientes que já haviam passado por um primeiro atendimento oferecido pelo próprio pessoal do exército americano, realizado em um de câncer de ovário ou outro, de uma mulher com sangramento havia dois anos, que tinha câncer de colo de útero. Jornal da FEBRASGO – Março 2010 ‘‘ Tivemos muitas vezes até falta de água. A comida era restrita a arroz e milho, todos os dias ’’ navio. Eles nos traziam os pacientes que necessitavam de pós-operatório ortopédico, muitos casos de amputação. Como era a estrutura para socorro? Neste local existia um corpo clinico de médicos, mas também outro posto avançado, em Porto Príncipe, onde tive a oportunidade de atuar. Era um orfanato arrasado pelo terremoto; foi montado um acampamento na frente do desmoronamento. O senhor chegou a realizar atendimento ginecológico e obstétrico? Sim, nestas tendas pude atender grávidas com as mais diversas necessidades. Desde curativos em amputadas, até prénatal. Tudo utilizando um aparelho de ultra-sonografia portátil que levei comigo. Algum caso lhe chamou a atenção, em especial? Sim, atendi diversas mulheres com necessidades que não tinham nenhuma relação com o terremoto, como um caso Como era a rotina dos profissionais na missão? Assim como para a população, as condições de sobrevivência do corpo clínico de médicos era muito difícil. O calor intenso, os insetos estavam por toda a parte, como as mais variadas doenças, por exemplo, a malária. Isso sem falar nas dificuldades de logística, imensas. Tivemos muitas vezes até falta de água. A comida ficava restrita a arroz e milho, todos os dias. Que conselho dá para quem quer embarcar como voluntário para o Haiti? Para fazer atendimento, é indispensável ter a própria comida, a própria água. Não basta apenas colocar uma mochila nas costas e ir, pois esta atitude pode atrapalhar mais do que ajudar. Vimos diversos voluntários, infelizmente, sem a organização necessária. É preciso muita organização, como tem feito o Einstein. Estudar o que a população necessita, quais as especialidades em falta na região. Neste momento, por exemplo, é necessário pensar na recuperação das pessoas. Foi a sua primeira missão humanitária? Uma missão deste tipo, deste nível, neste grau de dificuldade, foi a primeira. O que ficou da viagem? Não falo apenas por mim, mas é unânime entre aqueles que estiveram lá: voltamos valorizando demais o que temos aqui. Desde as pequenas coisas, como comer sentado ou ter água sempre que necessário. Lá, quando tínhamos, mesmo para beber, estava com temperatura de 40ºC. Para o banho, era ainda mais difícil. Podíamos tomar banho a cada dois dias, à e restrito a 3 litros de água. Um dos maiores clássicos da literatura da especialidade, ganha agora diagramação mais moderna e novas ilustrações A Editora Guanabara Koogan lança a 11a edição de Rezende Obstetrícia, um dos mais importantes livros do Brasil na área de saúde. Quase cinco décadas após o lançamento da primeira edição, a obra, escrita pelo renomado professor Jorge de Rezende, e continuada por Rezende Filho e Carlos Antonio Barbosa Montenegro, continua sendo referência indispensável na biblioteca de estudantes e obstetras. Na atualização, totalmente revisada, alguns capítulos foram reescritos e reorganizados, com a participação de novos colaboradores. A obra já está disponível em livrarias de todo o país ou pelo site www.grupogen.com.br. OS AUTORES Jorge de Rezende Filho é chefe das Enfermarias 27a e 33a (Maternidade) da Santa Casa da Misericórdia do Rio de Janeiro, professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e professor associado da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Carlos Antonio Barbosa Montenegro é professor titular de Obstetrícia da Facul- dade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro titular da Academia Nacional de Medicina. à DADOS SOBRE A OBRA Título: Rezende Obstetrícia Autores: Jorge de Rezende Filho e Carlos Antonio Barbosa Montenegro Edição: 11ª / 2010 Quantidade de páginas: 1.118 Preço: R$ 495,00 Revistas Científicas são disponibilizadas ao associado O conteúdo de quatro importantes revistas científicas internacionais da especialidade está disponível gratuitamente ao associado no site da FEBRASGO. O serviço é um dos mais acessados em www.febrasgo.org.br. Para os interessados, é possível visitar as páginas de American Journal of Obstetrics & Gynecology; British Journal of Obstetrics & Gynaecology; Current Opinion in Obstetrics and Gynecology e Obstetrics & Gynecology. Não deixe de aproveitar essa importante ferramenta de educação científica continuada que a FEBRASGO proporciona aos tocoginecologistas. à INTERNACIONAIS • Foi aprovada, em 3 de março, na Nicarágua, a lei de saúde sexual e reprodutiva e da interrupção voluntária da gravidez. Estabelece que no exercício de seus direitos à liberdade, intimidade e autonomia pessoal, todas as pessoas têm o direito a adotar livremente decisões que afetem suas vidas sexual e reprodutiva. A aprovação aconteceu justamente em meio a uma polêmica naquela país. O “caso Amélia” (nome fictício adotado pela imprensa local), vinha sensibilizando a sociedade havia cerca de um mês para a luta de uma mulher de 27 anos pelo direito de realizar aborto terapêutico para iniciar tratamento contra um câncer metastático. De acordo com o Centro Nicaraguense de Direitos Humanos, à frente da discussão, sem quimioterapia o estado de saúde da jovem estava se agravando. E o tratamento não poderia ser iniciado durante a gestação, pois o feto muito provavelmente seria afetado e poderia acarretar danos severos à sua constituição física. PÍLULAS Lançada nova edição de Rezende Obstetrícia • A Espanha aprovou em 24 de fevereiro, de forma definitiva, a Lei Orgânica de Saúde Sexual e Reprodutiva e a de Interrupção Voluntária da Gravidez, também conhecida como Lei do Aborto. O senado espanhol aceitou a livre interrupção da gravidez antes da 14a semana, incluindo jovens a partir de 16 anos, desde que autorizadas por um dos pais, tutor legal ou responsável. A normativa entrará em vigor 120 dias após a publicação no Diário Oficial espanhol. Também permite a interrupção da gestação de até 22 semanas em caso de risco para a saúde da mãe ou má-formação do feto. Após a 22a semana, somente será autorizado o aborto em caso de doença grave ou incurável do feto. Jornal da FEBRASGO – Março 2010 direto da fonte Cirurgia fetal para hipoplasia pulmonar A Antonio Moron inovadora cirurgia intrauterina para tratamento de hipoplasia pulmonar relacionada à hérnia diafragmática tem apresentado excelentes resultados e pode vir a ser o caminho natural para tratamento da hérnia diafragmática de mau prognóstico, uma malformação congênita que leva ao desenvolvimento incompleto dos pulmões. No entanto, a técnica é restrita aos casos mais graves, e ainda em fase experimental. “Ainda é cedo para afirmar que a cirurgia deve ser implantada em todo o país. Como toda nova técnica, é necessário Solteiras abandonam o aleitamento mais cedo M ães adultas e solteiras têm 5,3 vezes mais possibilidade de abandonar precocemente o aleitamento materno exclusivo do que aquelas com companheiro. Essa é uma das conclusões de um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Epidemiologia, da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (Abrasco), avaliou as respostas de 1.057 mães atendidas em 27 unidades básicas de saúde do Rio de Janeiro. 12 Jornal da FEBRASGO – Março 2010 Para Corintio Mariani Neto, presidente da Comissão Nacional de Aleitamento Materno da FEBRASGO, a mãe solteira tem menos apoio para seguir as orientações sobre a prática. Segundo ele, o principal suporte entre os familiares seria o do companheiro. “Sem um estímulo de outra pessoa para acordar no meio da noite e dar de mamar, pode ser mais difícil para a mãe solteira amamentar por mais tempo’’, afirma Mariani Neto. Outro fator com provável influência na desistência precoce do aleitamento é que a maioria das mães solteiras precisa trabalhar. “Essa mãe geralmente chega cansada em casa e ainda não tem ninguém para ajudar. As dificuldades são maiores.’’ A pesquisa mostra que as mais jovens, tanto solteiras quanto casadas, tendem a amamentar os filhos por mais tempo. à Fonte: Folha de S. Paulo obedecer a um planejamento para que, no futuro, esteja disponível para toda a população, com segurança”, explica Antonio Moron, professor titular do Departamento de Obstetrícia da Unifesp. A sobrevida, que era de até 10%, com a cirurgia pode chegar a 50%. Estes dados foram constatados no acompanhamento de 35 casos tratados no Hospital das Clínicas de São Paulo. Dos 17 fetos operados no sétimo mês de gestação, nove sobreviveram ao procedimento e sete já estão em casa. Já entre os 18 bebês tratados após o nascimento, apenas um sobreviveu. à Seguridade aprova prioridade no SUS para vítimas de violência no lar A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou, em março, a determinação de que mulheres, crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica tenham atendimento prioritário nos serviços públicos de saúde. De acordo com o substitutivo da deputada Elcione Barbalho, as vítimas terão atenção integral no tratamento das lesões corporais, inclusive nos procedimentos cirúrgicos reparadores e estéticos, no atendimento psicológico e na assistência social. O projeto, que tramita em caráter conclusivo, ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Jusà tiça e de Cidadania. Fonte: Agência Câmara O ex-presidente da AMB e atual deputado federal, Eleuses Paiva (DEM-SP), protocolou na Câmara Projeto de Lei nº 6989/10, que altera a lei 9.656/98 ao propor gratificação anual ao médico a ser paga pelas operadoras de planos de saúde as quais o profissional é credenciado. Pela proposta de Eleuses Paiva, no mês de dezembro de cada ano, a operadora de plano de assistência à saúde pagará gratificação ao médico credenciado, independente dos honorários que lhe for devido. A gratificação vai corresponder a 1/12 dos honorários médicos pagos entre dezembro do ano anterior e novembro do ano corrente. Segundo o deputado Eleuses Paiva, a gratificação será um meio de incentivo para o aprimoramento profissional do médico, devendo ser utilizada em seu aperfeiçoamento profissional, ou seja, na participação em cursos, congressos, conferências, simpósios e especializações. “Com isso, o pagamento da gratificação vai refletir na melhoria e na qualidade do atendimento médico, que com conhecimentos atualizados poderá usar o melhor do progresso científico em beà nefício do paciente”, afirma Eleuses Paiva. Fonte: APM Gripe A: a imunização continua no brasil C ontinua a todo vapor a campanha de imunização contra o vírus da influenza A (H1N1). De 22 de março a 23 de abril, ocorreu a etapa voltada a gestantes, crianças de 6 meses a 2 anos de idade e pessoas portadoras de doenças crônicas. No caso das gestantes, no entanto, não há prazo de encerramento, pois podem ser imunizadas em qualquer outra etapa, até 21 de maio. Antes delas, em processo iniciado em 8 de março, médicos e demais profissionais que atuam na rede de atenção à saúde já haviam sido imunizados. Foram incluídos nesta fase enfermeiros, recepcionistas, pessoal de limpeza e segurança, motoristas de ambulância, equipes de laboratório e profissionais que atuam na investigação epidemiológica, além da população indígena. A terceira fase, de 5 a 23 de abril, recebeu os adultos de 20 a 29 anos, e depois, de 24 de abril a 7 de maio, os idosos. Na quinta e última etapa, de 10 a 21 de maio, serão vacinados os adultos de 30 a 39 anos. A estimativa do Ministério da Saúde é imunizar pelo menos 62 milhões de pessoas. à direto da fonte PL propõe 13º salário a médicos de planos de saúde NOTA DE FALECIMENTO Consternados, médicos, familiares, colegas de trabalho e admiradores lamentam a morte da professora Ellen Hardy, em 13 de março. Além do companheirismo ao lado do prof. Anibal Faundes, com quem foi casada, seu exemplo de vida e dedicação ao trabalho foram ensinamentos que contribuíram para a melhoria da qualidade de vida das mulheres, na defesa de seus direitos humanos e fizeram-na inesquecível. Certamente, Ellen será lembrada e admirada, eternizada por sua incansável luta. Graduada em sociologia pela Universidade Católica do Chile (1970), tinha Master of Arts pelo Goddard College, nos Estados Unidos (1981), e doutorado em saúde pública pela USP (1988). Foi professora associada do Departamento de Tocoginecologia da FCM e pesquisadora sênior voluntária do Centro de Pesquisas em Saúde Reprodutiva de Campinas (Cemicamp). Responsável pela disciplina metodologia de pesquisa em reprodução humana I, ligada aos cursos de mestrado e doutorado em tocoginecologia na área de ciências biomédicas do departamento de tocoginecologia, de 1991 a 2008. Presidiu a Associação Latino-Americana de Investigadores em Reprodução Humana (ALIRH) de 1997 a 2001. à Jornal da FEBRASGO – Março 2010 13 giro pelos estados SOMAGO completa três décadas de luta no mato grosso A SOMAGO (Associação Matogrossense de Ginecologia e Obstetrícia), fundada em 19 de junho de 1980, completa este ano três décadas de existência. No início, contava com apenas 21 associados. Hoje, alcança mais de 230 membros, reflexo da consolidação da organização, que a tornou a maior associação do Mato Grosso. Grande parte dos sócios possui título de especialista em ginecologia e obstetrícia (TEGO), avanço significativo comparado à época de sua criação, quando apenas três membros tinham tal título. De acordo com Zuleide Cabral, a nova presidente, eventos voltados ao profissional da área e debates sobre temas relevantes são promovidos pela SOMAGO regularmente. Entre eles, palestras mensais de atualização em Cuiabá e, a cada três meses, no interior do Estado. Há também a Jornada de Ginecologia e Obstetrícia, que ocorre anualmente reunindo especialistas do Brasil inteiro. “A SOMAGO realiza congressos e simpósios regionais, nacionais e locais. Os dade do gênero. Para participar, o associado deverá doar um quilo de alimento não perecível, que será encaminhado para uma instituição de caridade”, explica Zuleide. Para manter-se ativa em prol da saúde das mulheres da região e atender às solicitações de aperfeiçoamento dos médicos associados, a SOMAGO mantém uma parceria com a Unimed de Cuiabá e também com algumas indústrias farmacêuticas. à Zuleide Aparecida Félix Cabral dois maiores, sem dúvida, foram o Brasil Central, em 2006, que este ano acontece em Brasília; e o Brasileiro da Infância e da Adolescência, em 2002, em parceria com a Sociedade Brasileira de Obstetrícia e Ginecologia da Infância e Adolescência.” Além dos encontros tradicionais, está nos planos da nova diretoria a realização do Domingo da SOMAGO. “É uma ação esportiva que deve ocorrer a cada quatro meses, sob a forma de uma caminhada, passeio ciclístico ou qualquer outra modali- nova Diretoria Presidente: Zuleide Aparecida Félix Cabral Vice-presidente: Dalton Ferreira Secretário: Giovana da Gama Fortunato Secretário adjunto: Candice Castro de Barros Taques Tesoureiro: Ranuce Ribeiro Aziz Ydy Tesoureiro adjunto: Angelo Barrionuevo Gil Júnior Hospital Universitário é referência em Sergipe A ala de ginecologia e obstetrícia do Hospital da Universidade Federal de Sergipe foi fundada em 1987. É referência no atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) nas áreas de cirurgia ginecológica e mastologia. Os serviços atraem até pacientes de cidades próximas dos estados da Bahia e de Alagoas, que chegam a percorrer mais de 200 quilômetros por ter a certeza de que receberão atendimento de qualidade. De acordo com Menilson Menezes, representante da residência médica na Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Sergipe – SOGISE, professor assistente, mestre e doutor em ginecologia, o bloco Materno-Infantil do HU está em acelerada construção, 16 Jornal da FEBRASGO – Março 2010 com previsão de entrega para 2011. A nova maternidade, adianta ele, pretende se tornar exemplo no Estado. “Contaremos com ambulatório geral de ginecologia; uroginecologia; patologia cervical; centro cirúrgico – cirurgia ginecológica; videoendoscopia ginecológica; mastologia; ambulatório de obstetrícia de baixo e alto risco, conveniado com o ambulatório de referência da mulher Estadual; maternidade de atendimento obstétrico de baixo risco, conveniada com a maternidade Santa Izabel; e maternidade de atendimento obstétrico de alto risco, conveniada com a maternidade N. S. de Lourdes.”O Hospital Universitário dispõe hoje de um corpo médico de aproximadamente 20 tocoginecologistas que desenvolvem as atividades teóricas, ambulatoriais e cirúrgi- cas ginecológicas. São 87 leitos, distribuídos em 12 para a enfermaria cirúrgica, 25 para a maternidade de alto risco e 50 para a maternidade de baixo risco. Além da eficácia do atendimento no HU, dá respaldo ao ensino de medicina da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Segundo Menilson, o hospital realiza, ainda, por meio de convênios, assistência ambulatorial de pré-natal de baixo e alto riscos (Referência da Mulher Estadual), atendimento obstétrico e partos de baixo risco (Maternidade Santa Izabel) e atendimento obstétrico e partos de alto risco (Maternidade N. S. Lourdes). “Estas parcerias possibilitam a realização de cerca de 600 partos por mês, além de 30 à cirurgias ginecológicas”. Segundo AMB, mais de 12 mil médicos já estão cadastrados e acumulando pontos E ncerra-se em dezembro o prazo de cinco anos estipulado pela Comissão Nacional de Acreditação AMB/ CFM para a recertificação de títulos de especialistas ou de área de atuação. Conforme a Resolução 1772/05, o procedimento é obrigatório para os que obtiveram títulos ou certificados a partir de janeiro de 2006. Para os demais, inclusive os graduados até 31 de dezembro de 2005, mesmo que o registro nos conselhos regionais de medicina tenha sido efetuado depois, a adesão ao processo é opcional. Receberão os certificados todos aqueles que, devidamente cadastrados no CNA, reunirem um mínimo de 100 pontos acumulados entre cursos, simpósios ou congressos, presenciais ou virtuais, certificados pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA). Também valem créditos de conclusão de mestrado, doutorado ou livre-docência e a publicação de artigos científicos. O principal objetivo da Resolução 1772/05 é garantir a reciclagem profissional regular do médico, por meio de eventos devidamente cadastrados no CNA. A FEBRASGO tem feito a sua parte, proporcionando aos tocoginecologistas a possibilidade de alcançar um mínimo de 40 créditos/ano, sendo 50% deles em cada região geográfica e um adicio- nal mínimo de 10 créditos/ano correspondente a atividades a distância. implementação de diretrizes Mais uma etapa do acordo assinado com a AMB e CFM, em fevereiro de 2009, foi concretizada pela Agência Nacional de Saúde Como obter o certificado? Suplementar (ANS). Em 3 de mar- O médico já habituado a participar de congressos e outras atividades científicas esporádicas conseguirá facilmente reunir os pontos necessários para a certificação ao final do prazo de cinco anos. A pontuação pode ser acompanhada no site da CNA (www.cna-cap.org.br), que traz ainda informações e respostas às principais dúvidas. No último balanço da CNA, realizado em fevereiro, já estavam computados 18.548 eventos aprovados, sendo 1.855 a distância. Os eventos presenciais distribuíam-se entre as diversas regiões do país: 58% no Sudeste, 12% no Sul, 7% no Centro-Oeste, 11% no Nordeste e 2% na Região Norte. Segundo o relatório da CNA, a ginecologia e obstetrícia tem participado ativamente do processo de recertificação, oferecendo aos especialistas diversas oportunidades de acumular pontos por meio de atividades de atualização científica. Desde 2006, já foram aprovados cerca de 1.500 eventos, que oferecem um total de 15 mil pontos. Outras informações podem ser obtidas junto à Comissão Nacional de Acreditação pelos telefones (11) 3178-6824, 3178-6828 à ou pelo e-mail [email protected]. ço, durante o evento Diretrizes Clí- eventos aprovados por região urgente Primeiros Certificados de Atualização Profissional começam a ser emitidos em 2011 nicas na Saúde Suplementar: Construindo Parcerias, a ANS firmou termo de cooperação técnica com nove instituições hospitalares que se comprometeram a implementar algumas das diretrizes. Assinaram a parceria a ANAHP, o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Casas de Saúde do Município do Rio de Janeiro (SINDHRIO), Hospital Moinho de Vento, Hospital PróCardíaco, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital de Clínicas Niterói, Fleury, Semeando Saúde – Hospital Santa Celina e a Pronep. “Já é consenso a importância das diretrizes, mas como aplicá-las e monitorá-las gera muitos conflitos. Esse esforço de várias instituições, com tantos parceiros agregados, faz parte da nossa estratégia de implementação. Por isso, agradeço a confiança depositada”, afirma Fausto Pereira dos Santos, diretor-presidente da ANS. Para o presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, o que tem sido feito é um excelente caminho para melhorar a assistência à saúde. “Essa parceria, que agora se estende às operadoras de planos de saúde e hospitais, é uma iniciativa que deve ser apoiada e conduzida adequadamente, pois potencializará a relação médico-paciente.” Jornal da FEBRASGO – Março 2010 17 curtas agenda MAIO 20 a 23 XXVI Congresso Nordestino e 360 Congresso Pernambucano de Ginecologia e Obstetrícia Local: Summerville Beach Resort – Porto de Galinhas – PE Realização: SOGOPE Tel: (81) 3222-5112 [email protected] www.sogope.com.br 27 a 28 V Congresso Paraense de Ginecologia e Obstetrícia e XII Jornada Paraense de Ginecologia e Obstetrícia Local: Hangar Centro de Convenções da Amazônia Realização: APGO Tel: (91) 3249-3888 [email protected] www.apgo.com.br 26 a 29 XV Congresso Sul Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia Local: Estação Embratel Convention Center – Curitiba - PR Realização: SOGIPA Tel: (41) 3022-1247 [email protected] www.sogipa.org.br JUNHO 17 a 19 35a Jornada Goiana de Ginecologia e Obstetrícia Local: Centro de Convenções de Goiânia – GO Realização: SGGO Tel: (62) 3285-4607 www.sggo.com.br 24 a 25 II Congresso Amazonense de Ginecologia e Obstetrícia Local: Manaus - AM Realização: ASSAGO Tel: (92) 3584-9016 [email protected] www.assago.com.br 18 Jornal da FEBRASGO – Março 2010 AGOSTO 4a7 XXV Congresso de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul Local: Centro de Convenções e Exposições Albano Franco – Campo Grande/ MS Realização: SOGOMAT-SUL Tel: (67) 3321-8209 / 3042-2131 www.sogomatsul.org.br 13 a 14 III Jornada SOGIMIG do Triângulo de Ginecologia - Obstetrícia Local: Belo Horizonte - MG Realização: SOGIMIG Tel: (31) 3222-6599 [email protected] www.sogimig.org.br 18 a 20 22a Jornada de G. e O. do Rio Grande do Norte e Fórum Popular Local: Hotel SERHS - Natal/ RN Realização: SOGORN Tel: (84) 3222-7415 [email protected] www.sogorn.com.br 20 a 22 X Congresso Sul Mineiro de Ginecologia e Obstetrícia Local: Belo Horizonte – MG Realização: SOGIMIG Tel: (31) 3222-6599 [email protected] www.sogimig.org.br SETEMBRO 2a4 XV Congresso Paulista de Obstetrícia e Ginecologia Local: Transamérica Expo Center Realização: SOGESP Tel: (11) 3884-7100 [email protected] www.sogesp.com.br 2a4 V Jornada Sogimig-Unimontes de G. e O. do Norte de Minas Local: Minas Gerais - MG Realização: SOGIMIG Tel: (31) 3222-6599 [email protected] www.sogimig.org.br Jornal da FEBRASGO Febrasgo – Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia www.febrasgo.org.br [email protected] (11) 5573-4919 Presidente: Nilson Roberto de Melo Secretário executivo Francisco Eduardo Prota Secretária executiva adjunta Vera Lúcia Mota da Fonseca Tesoureiro Ricardo José de Oliveira e Silva Tesoureira adjunta Mariângela Badalotti Vice-presidente da Região Norte Pedro Celeste Noleto e Silva Vice-presidente da Região Nordeste Francisco Edson de Lucena Feitosa Vice-presidente da Região Centro-Oeste Hitomi Miura Nakagava Vice-presidente da Região Sudeste Cláudia Navarro Duarte Lemos Vice-presidente da Região Sul Almir Antonio Urbanetz Jornal da Febrasgo Editor: Nicolau D’Amico Filho Jornalista responsável: Chico Damaso – MTB: 17.358/SP - Redação: acontece@ acontecenoticias.com.br - Impressão: Zeppelini Editorial - zeppelini@zeppelini. com.br - Tel.: (11) 2978-6686 fórum do associado O Jornal da Febrasgo mantém um espaço para interlocução permanente com os leitores: o Fórum do Associado. 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