Polígonos, Poliedros e Polítopos Teorema de Yannakakis João Gouveia CMUC - Universidade de Coimbra 17 de Março de 2012 - Oráculo Delfos - Coimbra João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 1 / 29 1. Geometria Convexa João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 2 / 29 Convexidade Um conjunto S ⊆ Rn é convexo se dados quaisquer dois pontos de S o segmento que os une estiver contido em S. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 3 / 29 Convexidade Um conjunto S ⊆ Rn é convexo se dados quaisquer dois pontos de S o segmento que os une estiver contido em S. Conjunto Convexo João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 3 / 29 Convexidade Um conjunto S ⊆ Rn é convexo se dados quaisquer dois pontos de S o segmento que os une estiver contido em S. Conjunto Convexo João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 3 / 29 Convexidade Um conjunto S ⊆ Rn é convexo se dados quaisquer dois pontos de S o segmento que os une estiver contido em S. Conjunto Convexo João Gouveia (UC) Conjunto Não Convexo Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 3 / 29 Polígonos Convexos Como definir Polígono Convexo? João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 4 / 29 Polígonos Convexos Como definir Polígono Convexo? João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 4 / 29 Definição por Vértices Dado um número finito de pontos S no plano, um polígono convexo é o mais pequeno conjunto convexo que os contém. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 5 / 29 Definição por Vértices Dado um número finito de pontos S no plano, um polígono convexo é o mais pequeno conjunto convexo que os contém. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 5 / 29 Definição por Vértices Dado um número finito de pontos S no plano, um polígono convexo é o mais pequeno conjunto convexo que os contém. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 5 / 29 Definição por Vértices Dado um número finito de pontos S no plano, um polígono convexo é o mais pequeno conjunto convexo que os contém. O polígono designa-se por invólucro convexo de S, conv(S). João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 5 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Definição por Semiplanos Um polígono convexo é um conjunto limitado obtido por intersecção de semiplanos. As duas definições são equivalentes. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 6 / 29 Exemplo: Quadrado Consideremos o quadrado unitário. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 7 / 29 Exemplo: Quadrado Consideremos o quadrado unitário. Vértices: É o invólucro convexo dos pontos (0, 0), (1, 0), (0, 1) e (1, 1). João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 7 / 29 Exemplo: Quadrado Consideremos o quadrado unitário. Vértices: Semiplanos: É o invólucro convexo dos pontos (0, 0), (1, 0), (0, 1) e (1, 1). É a intersecção dos semiplanos dados por x ≥ 0, y ≥ 0, 1 − x ≥ 0 e 1 − y ≥ 0. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 7 / 29 Poliedros Convexos E para definir Poliedros Convexos? João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 8 / 29 Poliedros Convexos E para definir Poliedros Convexos? João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 8 / 29 Poliedros Convexos E para definir Poliedros Convexos? As mesmas ideias funcionam, trocando pontos no plano por pontos no espaço e semiplanos por semi-espaços. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 8 / 29 Exemplo: Tetraedro Consideremos o tetraedro unitário. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 9 / 29 Exemplo: Tetraedro Consideremos o tetraedro unitário. Vértices: É o invólucro convexo dos pontos (0, 0, 0), (1, 0, 0), (0, 1, 0) e (0, 0, 1). João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 9 / 29 Exemplo: Tetraedro Consideremos o tetraedro unitário. Vértices: Semiplanos: É o invólucro convexo dos pontos (0, 0, 0), (1, 0, 0), (0, 1, 0) e (0, 0, 1). É a intersecção dos semiplanos dados por x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0 e 1 − x − y − z ≥ 0. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 9 / 29 E em Rn ? Tudo o que dissemos funciona em qualquer dimensão. Assim podemos definir polítopo convexo: João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 10 / 29 E em Rn ? Tudo o que dissemos funciona em qualquer dimensão. Assim podemos definir polítopo convexo: Definição por vértices Um polítopo convexo P ⊆ Rn é o invólucro convexo de um número finito de pontos em Rn . João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 10 / 29 E em Rn ? Tudo o que dissemos funciona em qualquer dimensão. Assim podemos definir polítopo convexo: Definição por vértices Um polítopo convexo P ⊆ Rn é o invólucro convexo de um número finito de pontos em Rn . Ou equivalentemente, Definição por semi-espaços Um polítopo convexo P ⊆ Rn é um conjunto limitado obtido pela intersecção de semi-espaços, isto é, o conjunto de pontos (x 1 , · · · , x n ) verificando um número finito de desigualdades do tipo a1 x 1 + a2 x 2 + · · · + an x n ≤ a0 . João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 10 / 29 Exemplos de polítopos Dois exemplos de famílias simples de polítopos convexos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 11 / 29 Exemplos de polítopos Dois exemplos de famílias simples de polítopos convexos. n-cubo unitário É o invólucro convexo de todos os pontos em Rn cujas componentes são zero ou um. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 11 / 29 Exemplos de polítopos Dois exemplos de famílias simples de polítopos convexos. n-cubo unitário É o invólucro convexo de todos os pontos em Rn cujas componentes são zero ou um. É o espaço cortado pelas desigualdades x1 ≥ 0, · · · , xn ≥ 0 e 1 − x1 ≥ 0, · · · , 1 − xn ≥ 0. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 11 / 29 Exemplos de polítopos Dois exemplos de famílias simples de polítopos convexos. n-cubo unitário É o invólucro convexo de todos os pontos em Rn cujas componentes são zero ou um. É o espaço cortado pelas desigualdades x1 ≥ 0, · · · , xn ≥ 0 e 1 − x1 ≥ 0, · · · , 1 − xn ≥ 0. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 11 / 29 Exemplos de polítopos Dois exemplos de famílias simples de polítopos convexos. n-cubo unitário n-símplice unitário É o invólucro convexo de todos os pontos em Rn cujas componentes são zero ou um. É o invólucro convexo da origem e dos n vectores unitários canónicos em Rn . É o espaço cortado pelas desigualdades x1 ≥ 0, · · · , xn ≥ 0 e 1 − x1 ≥ 0, · · · , 1 − xn ≥ 0. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 11 / 29 Exemplos de polítopos Dois exemplos de famílias simples de polítopos convexos. n-cubo unitário n-símplice unitário É o invólucro convexo de todos os pontos em Rn cujas componentes são zero ou um. É o invólucro convexo da origem e dos n vectores unitários canónicos em Rn . É o espaço cortado pelas desigualdades x1 ≥ 0, · · · , xn ≥ 0 e 1 − x1 ≥ 0, · · · , 1 − xn ≥ 0. É o espaço cortado pelas desigualdades x1 ≥ 0, · · · , xn ≥ 0 e 1 − x1 − x2 − · · · − xn ≥ 0. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 11 / 29 Exemplos de polítopos Dois exemplos de famílias simples de polítopos convexos. n-cubo unitário n-símplice unitário É o invólucro convexo de todos os pontos em Rn cujas componentes são zero ou um. É o invólucro convexo da origem e dos n vectores unitários canónicos em Rn . É o espaço cortado pelas desigualdades x1 ≥ 0, · · · , xn ≥ 0 e 1 − x1 ≥ 0, · · · , 1 − xn ≥ 0. É o espaço cortado pelas desigualdades x1 ≥ 0, · · · , xn ≥ 0 e 1 − x1 − x2 − · · · − xn ≥ 0. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 11 / 29 Faces e Facetas de Polígonos Convexos Dado um polígono P um subconjunto ∅ ( F ( P é uma face própria de P, se existir uma recta L tal que L ∩ P = F e P está todo do mesmo lado da recta. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 12 / 29 Faces e Facetas de Polígonos Convexos Dado um polígono P um subconjunto ∅ ( F ( P é uma face própria de P, se existir uma recta L tal que L ∩ P = F e P está todo do mesmo lado da recta. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 12 / 29 Faces e Facetas de Polígonos Convexos Dado um polígono P um subconjunto ∅ ( F ( P é uma face própria de P, se existir uma recta L tal que L ∩ P = F e P está todo do mesmo lado da recta. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 12 / 29 Faces e Facetas de Polígonos Convexos Dado um polígono P um subconjunto ∅ ( F ( P é uma face própria de P, se existir uma recta L tal que L ∩ P = F e P está todo do mesmo lado da recta. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 12 / 29 Faces e Facetas de Polígonos Convexos Dado um polígono P um subconjunto ∅ ( F ( P é uma face própria de P, se existir uma recta L tal que L ∩ P = F e P está todo do mesmo lado da recta. Tudo se pode generalizar para Rn substituindo rectas por hiperplanos. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 12 / 29 Faces e Facetas de Polígonos Convexos Dado um polígono P um subconjunto ∅ ( F ( P é uma face própria de P, se existir uma recta L tal que L ∩ P = F e P está todo do mesmo lado da recta. Tudo se pode generalizar para Rn substituindo rectas por hiperplanos. Faces próprias de dimensão máxima dizem-se facetas. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 12 / 29 2. Programação Linear João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 13 / 29 Exemplo Um criador de porcos pretende determinar as quantidades de cada tipo de ração que devem ser dadas diariamente a cada animal por forma a conseguir uma certa qualidade nutritiva a um custo mínimo. Proteína Vitamina Hid. Carbono Custo João Gouveia (UC) Ração A 20 50 30 10 Ração B 50 10 30 5 Teorema de Yannakakis Quantidade Requerida ≥ 200 ≥ 150 ≤ 600 Oráculo Delfos 14 / 29 Exemplo Um criador de porcos pretende determinar as quantidades de cada tipo de ração que devem ser dadas diariamente a cada animal por forma a conseguir uma certa qualidade nutritiva a um custo mínimo. Proteína Vitamina Hid. Carbono Custo João Gouveia (UC) Ração A 20 50 30 10 Ração B 50 10 30 5 Teorema de Yannakakis Quantidade Requerida ≥ 200 ≥ 150 ≤ 600 Oráculo Delfos 14 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Proteína Vitamina Hid. Carbono Custo João Gouveia (UC) Ração A 20 50 30 10 Ração B 50 10 30 5 Teorema de Yannakakis Quantidade Requerida ≥ 200 ≥ 150 ≤ 600 Oráculo Delfos 15 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Ração A Ração B Quantidade Requerida Proteína 20 50 ≥ 200 Vitamina 50 10 ≥ 150 Hid. Carbono 30 30 ≤ 600 Custo 10 5 x→ Quantidade de Ração A y → Quantidade de Ração B. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 15 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Ração A Ração B Quantidade Requerida Proteína 20 50 ≥ 200 Vitamina 50 10 ≥ 150 Hid. Carbono 30 30 ≤ 600 Custo 10 5 x→ Quantidade de Ração A y → Quantidade de Ração B. x ≥ 0 e y≥ 0 João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 15 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Ração A Ração B Quantidade Requerida Proteína 20 50 ≥ 200 Vitamina 50 10 ≥ 150 Hid. Carbono 30 30 ≤ 600 Custo 10 5 x→ Quantidade de Ração A y → Quantidade de Ração B. 20x + 50y ≥ 200 João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 15 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Ração A Ração B Quantidade Requerida Proteína 20 50 ≥ 200 Vitamina 50 10 ≥ 150 Hid. Carbono 30 30 ≤ 600 Custo 10 5 x→ Quantidade de Ração A y → Quantidade de Ração B. 50x + 10y ≥ 150 João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 15 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Ração A Ração B Quantidade Requerida Proteína 20 50 ≥ 200 Vitamina 50 10 ≥ 150 Hid. Carbono 30 30 ≤ 600 Custo 10 5 x→ Quantidade de Ração A y → Quantidade de Ração B. 30x + 30y ≤ 600 João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 15 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Ração A Ração B Quantidade Requerida Proteína 20 50 ≥ 200 Vitamina 50 10 ≥ 150 Hid. Carbono 30 30 ≤ 600 Custo 10 5 x→ Quantidade de Ração A y → Quantidade de Ração B. Minimizar 10x + 5y João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 15 / 29 Exemplo - Interpretação Geométrica Ração A Ração B Quantidade Requerida Proteína 20 50 ≥ 200 Vitamina 50 10 ≥ 150 Hid. Carbono 30 30 ≤ 600 Custo 10 5 x→ Quantidade de Ração A y → Quantidade de Ração B. x = 55/23, João Gouveia (UC) y = 70/23 Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 15 / 29 Programa Linear - Definição Programa Linear Um Programa Linear (PL) é um problema do tipo min c1 x 1 + c2 x 2 + · · · cn x n sujeito a a11 x 1 + a21 x 2 + · · · + an1 x n ≥ b1 , .. . a1m x 1 + a2m x 2 + · · · + anm x n ≥ b2 . João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 16 / 29 Programa Linear - Definição Programa Linear Um Programa Linear (PL) é um problema do tipo min c1 x 1 + c2 x 2 + · · · cn x n sujeito a a11 x 1 + a21 x 2 + · · · + an1 x n ≥ b1 , .. . a1m x 1 + a2m x 2 + · · · + anm x n ≥ b2 . Ou de outra forma: Programa Linear (versão 2) Um Programa Linear (PL) é um problema do tipo min c1 x 1 + c2 x 2 + · · · cn x n sujeito a x pertencer a um polítopo P. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 16 / 29 Programação Linear - Complexidade Quão difícil é resolver um programa linear? João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 17 / 29 Programação Linear - Complexidade Quão difícil é resolver um programa linear? Complexidade O tempo que demora a optimizar sobre um polítopo P, cresce polinomialmente com o mínimo entre o número de facetas e o número de vértices de P. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 17 / 29 Programação Linear - Complexidade Quão difícil é resolver um programa linear? Complexidade O tempo que demora a optimizar sobre um polítopo P, cresce polinomialmente com o mínimo entre o número de facetas e o número de vértices de P. Mas o que fazer quando P tem muitos vértices e facetas? João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 17 / 29 3. De Volta aos Polítopos João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 18 / 29 Projecções de Polítopos A projecção de um polítopo P ∈ Rn para Rm , com m ≤ n é o conjunto πm (P) = {(x 1 , · · · , x m ) : ∃(x 1 , · · · , x m , x m+1 , · · · , x n ) ∈ P}. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 19 / 29 Projecções de Polítopos A projecção de um polítopo P ∈ Rn para Rm , com m ≤ n é o conjunto πm (P) = {(x 1 , · · · , x m ) : ∃(x 1 , · · · , x m , x m+1 , · · · , x n ) ∈ P}. Projecção do Cubo em R2 : Quadrado João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 19 / 29 Projecções de Polítopos A projecção de um polítopo P ∈ Rn para Rm , com m ≤ n é o conjunto πm (P) = {(x 1 , · · · , x m ) : ∃(x 1 , · · · , x m , x m+1 , · · · , x n ) ∈ P}. Projecção do Cubo em R2 : Quadrado João Gouveia (UC) Projecção do Cubo em R2 : Hexágono Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 19 / 29 Facetas e Projecções A projecção de um polítopo pode ter muito mais facetas que o politopo original. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 20 / 29 Facetas e Projecções A projecção de um polítopo pode ter muito mais facetas que o politopo original. Polítopo de Paridade O polítopo de paridade em Rn é o invólucro convexo Pn de todos os vectores de zeros e uns em Rn com um número ímpar de uns. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 20 / 29 Facetas e Projecções A projecção de um polítopo pode ter muito mais facetas que o politopo original. Polítopo de Paridade O polítopo de paridade em Rn é o invólucro convexo Pn de todos os vectores de zeros e uns em Rn com um número ímpar de uns. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 20 / 29 Facetas e Projecções A projecção de um polítopo pode ter muito mais facetas que o politopo original. Polítopo de Paridade O polítopo de paridade em Rn é o invólucro convexo Pn de todos os vectores de zeros e uns em Rn com um número ímpar de uns. Tem 2n−1 vértices e 2n−1 facetas. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 20 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k . João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k .Temos portanto (n + 1)dn/2e + n variáveis. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k .Temos portanto (n + 1)dn/2e + n variáveis. Consideremos as relações: (z 1 )i + (z 3 )i + · · · + (z n )i = x i , para i = 1, · · · , n; João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k .Temos portanto (n + 1)dn/2e + n variáveis. Consideremos as relações: (z 1 )i + (z 3 )i + · · · + (z n )i = x i , para i = 1, · · · , n; α1 + α3 + · · · + αn = 1; João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k .Temos portanto (n + 1)dn/2e + n variáveis. Consideremos as relações: (z 1 )i + (z 3 )i + · · · + (z n )i = x i , para i = 1, · · · , n; α1 + α3 + · · · + αn = 1; (z k )1 + (z k )2 + · · · (z k )n = k αk para todo o k ímpar; João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k .Temos portanto (n + 1)dn/2e + n variáveis. Consideremos as relações: (z 1 )i + (z 3 )i + · · · + (z n )i = x i , para i = 1, · · · , n; α1 + α3 + · · · + αn = 1; (z k )1 + (z k )2 + · · · (z k )n = k αk para todo o k ímpar; 0 ≤ (z k )i ≤ αk , para todo o i e k . João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k .Temos portanto (n + 1)dn/2e + n variáveis. Consideremos as relações: (z 1 )i + (z 3 )i + · · · + (z n )i = x i , para i = 1, · · · , n; α1 + α3 + · · · + αn = 1; (z k )1 + (z k )2 + · · · (z k )n = k αk para todo o k ímpar; 0 ≤ (z k )i ≤ αk , para todo o i e k . A projecção sobre as variáveis x dá o polítopo de paridade Pn . Este só tem n2 facetas. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Facetas e Projecções - Continuação Pn tem uma descrição mais pequena. Consideremos x, e z k com k ímpar e 1 ≤ k ≤ n todos em Rn e αk ∈ R para os mesmos valores de k .Temos portanto (n + 1)dn/2e + n variáveis. Consideremos as relações: (z 1 )i + (z 3 )i + · · · + (z n )i = x i , para i = 1, · · · , n; α1 + α3 + · · · + αn = 1; (z k )1 + (z k )2 + · · · (z k )n = k αk para todo o k ímpar; 0 ≤ (z k )i ≤ αk , para todo o i e k . A projecção sobre as variáveis x dá o polítopo de paridade Pn . Este só tem n2 facetas. Podíamos optimizar no polítopo com mais variáveis em vez de optimizar na sua projecção. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 21 / 29 Exemplo - Optimização em Projecções Queremos optimizar sobre um polítopo H João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 22 / 29 Exemplo - Optimização em Projecções Queremos optimizar sobre um polítopo H Consideramos o polítopo C cuja projecção é H. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 22 / 29 Exemplo - Optimização em Projecções Queremos optimizar sobre um polítopo H Consideramos o polítopo C cuja projecção é H. Optimizamos sobre C. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 22 / 29 Exemplo - Optimização em Projecções Queremos optimizar sobre um polítopo H Consideramos o polítopo C cuja projecção é H. Optimizamos sobre C. Projectamos a solução. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 22 / 29 Exemplo - Optimização em Projecções Queremos optimizar sobre um polítopo H Consideramos o polítopo C cuja projecção é H. Optimizamos sobre C. Projectamos a solução. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 22 / 29 Problema O nosso problema é então dado um polítopo P, encontrar um polítopo Q com o mínimo possível de facetas cuja projecção seja P. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 23 / 29 Problema O nosso problema é então dado um polítopo P, encontrar um polítopo Q com o mínimo possível de facetas cuja projecção seja P. Precisamos de uma definição. Matriz de Folga Se P é um polítopo com vértices p1 · · · pn e facetas dadas por l 1 (x) ≥ 0, · · · , l f (x) ≥ 0, então a matriz de folga de P é l 1 (p1 ) l 1 (p2 ) l 1 (p3 ) · · · l 1 (pv ) l 2 (p1 ) l 2 (p2 ) l 2 (p3 ) · · · l 2 (pv ) .. .. .. .. . . . . l f (p1 ) l f (p2 ) l f (p3 ) · · · l f (pv ) João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 23 / 29 Exemplo - Cubo João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 24 / 29 Exemplo - Cubo 0 0 0 x ≥0 y ≥0 z≥0 1−x ≥0 1−y ≥0 1−z ≥0 João Gouveia (UC) 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 24 / 29 Exemplo - Cubo x ≥0 y ≥0 z≥0 1−x ≥0 1−y ≥0 1−z ≥0 João Gouveia (UC) 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 24 / 29 Exemplo - Cubo x ≥0 y ≥0 z≥0 1−x ≥0 1−y ≥0 1−z ≥0 João Gouveia (UC) 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 24 / 29 Exemplo - Cubo x ≥0 y ≥0 z≥0 1−x ≥0 1−y ≥0 1−z ≥0 João Gouveia (UC) 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 1 0 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 0 0 1 0 1 0 1 0 1 1 1 0 0 0 Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 24 / 29 Factorizações não negativas Seja M uma matriz m por n, não negativa. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 25 / 29 Factorizações não negativas Seja M uma matriz m por n, não negativa. M tem uma factorização não negativa de ordem k , se existirem vectores negativos não a1 , · · · , am e b1 , · · · bn em Rk tais que M i,j = ai , bj . João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 25 / 29 Factorizações não negativas Seja M uma matriz m por n, não negativa. M tem uma factorização não negativa de ordem k , se existirem vectores negativos não a1 , · · · , am e b1 , · · · bn em Rk tais que M i,j = ai , bj . Ou seja, se existirem A, m por k , e B, k por n, não negativas com M = A × B. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 25 / 29 Factorizações não negativas Seja M uma matriz m por n, não negativa. M tem uma factorização não negativa de ordem k , se existirem vectores negativos não a1 , · · · , am e b1 , · · · bn em Rk tais que M i,j = ai , bj . Ou seja, se existirem A, m por k , e B, k por n, não negativas com M = A × B. Exemplo 10 4 0 2 M= 6 4 4 4 3 6 12 9 João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 25 / 29 Factorizações não negativas Seja M uma matriz m por n, não negativa. M tem uma factorização não negativa de ordem k , se existirem vectores negativos não a1 , · · · , am e b1 , · · · bn em Rk tais que M i,j = ai , bj . Ou seja, se existirem A, m por k , e B, k por n, não negativas com M = A × B. Exemplo 2 0 10 4 0 2 5 2 0 1 6 4 4 4 = 1 1 × , M= 1 2 4 3 0 3 3 6 12 9 João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 25 / 29 Factorizações não negativas Seja M uma matriz m por n, não negativa. M tem uma factorização não negativa de ordem k , se existirem vectores negativos não a1 , · · · , am e b1 , · · · bn em Rk tais que M i,j = ai , bj . Ou seja, se existirem A, m por k , e B, k por n, não negativas com M = A × B. Exemplo 2 0 10 4 0 2 5 2 0 1 6 4 4 4 = 1 1 × , M= 1 2 4 3 0 3 3 6 12 9 Logo M tem uma factorização não negativa de ordem 2. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 25 / 29 Teorema de Yannakakis Teorema de Yannakakis-1991 Seja P um polítopo e S a sua matriz de folga. Então os dois seguintes números são iguais. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 26 / 29 Teorema de Yannakakis Teorema de Yannakakis-1991 Seja P um polítopo e S a sua matriz de folga. Então os dois seguintes números são iguais. O menor número de facetas possível de um polítopo Q cuja projecção seja P. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 26 / 29 Teorema de Yannakakis Teorema de Yannakakis-1991 Seja P um polítopo e S a sua matriz de folga. Então os dois seguintes números são iguais. O menor número de facetas possível de um polítopo Q cuja projecção seja P. O menor número k tal que S tenha uma factorização não negativa de ordem k . João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 26 / 29 Teorema de Yannakakis Teorema de Yannakakis-1991 Seja P um polítopo e S a sua matriz de folga. Então os dois seguintes números são iguais. O menor número de facetas possível de um polítopo Q cuja projecção seja P. O menor número k tal que S tenha uma factorização não negativa de ordem k . Mais ainda, é possível encontrar o polítopo Q a partir da factorização de S. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 26 / 29 O Hexágono Considere o hexágono regular. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 27 / 29 O Hexágono Considere o hexágono regular. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 27 / 29 O Hexágono Considere o hexágono regular. Tem uma matriz de folga 6 × 6. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 27 / 29 O Hexágono Considere o hexágono regular. Tem uma matriz de folga 6 × 6. 0 1 2 2 1 0 0 0 1 2 2 1 1 0 0 1 2 2 2 1 0 0 1 2 João Gouveia (UC) 2 2 1 0 0 1 1 2 2 1 0 0 Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 27 / 29 O Hexágono Considere o hexágono regular. Tem uma matriz de folga 6 × 6. 0 1 2 2 1 0 0 0 1 2 2 1 1 0 0 1 2 2 2 1 0 0 1 2 João Gouveia (UC) 2 2 1 0 0 1 1 2 2 1 0 0 = 1 0 1 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 1 2 0 1 0 0 1 0 1 1 0 0 0 0 2 1 0 Teorema de Yannakakis 0 0 0 1 2 1 1 2 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 1 Oráculo Delfos 27 / 29 Hexágono - continuação. É a projecção da fatia de R5+ cortada por y1 + y2 + y3 + y5 = 2, João Gouveia (UC) y3 + y4 + y5 = 1. Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 28 / 29 Hexágono - continuação. É a projecção da fatia de R5+ cortada por y1 + y2 + y3 + y5 = 2, João Gouveia (UC) y3 + y4 + y5 = 1. Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 28 / 29 Hexágono - continuação. É a projecção da fatia de R5+ cortada por y1 + y2 + y3 + y5 = 2, y3 + y4 + y5 = 1. Hexágonos Irregulares não são projecções de polítopos de 5 faces. João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 28 / 29 Fim da Apresentação João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 29 / 29 Fim da Apresentação Mas muitos problemas por resolver João Gouveia (UC) Teorema de Yannakakis Oráculo Delfos 29 / 29