deslumbrante visão sagrada, entenda-se, iluminação, e que inspira a renovação, passa pela escuridão, pela nossa pessoal escuridão interna, passa, sobretudo, pelo desapego e, como não podia deixar de ser, pela transmutação. Ela detém soberana, a chave que abre a porta dos mistérios e do lado oculto, do lado profundo da nossa psique. A Sua tocha ilumina tanto as riquezas, quanto os terrores do inconsciente, que precisam ser reconhecidos e transmutados. Ela, a Mãe-Morte, pode conduzir-nos pela imensurável escuridão que nos afecta, nos subjuga e escraviza, para nos revelar o caminho do renascimento e da renovação. Porém, para receber os Seus preciosos dons visionários, os seus atributos criativos ou proféticos, necessitamos de mergulhar nas profundezas do nosso mundo interior, encarar o reflexo da Deusa Escura dentro de nós, honrando o Seu poder e entregando-Lhe a guarda do nosso inconsciente. Façamos lembrar que os famosos quarenta e nove níveis da mente, os que são referenciados por exemplo, na “Doutrina Secreta”, e constante e enfaticamente pelo V. M. Samael na sua dourada obra, são precisamente desdobramentos do mundo da ilusão dentro de nós mesmos, impulsionando-nos a ser cada vez mais sinistros, mais e mais densos. O pior de tudo é que, dentro do microcosmos homem existe esse inferno interior, encontra-se esse mundo soterrado, essas regiões negras, inferiores, donde as informações que temos recebido de um modo mecânico, escravizam-nos a tal ponto que nos fazem viver e depender totalmente dessas regiões inferiores da natureza. Estes infernos individuais, estes hidrogénios mal cristalizados, permitem o movimento do EU através de todas estas regiões, tornandonos subjugados, robots, indigentes, infelizes, párias. Não esqueçamos que no nosso processo interno, a palavra morte é sinónimo de transformação, de magia. O fenómeno da morte constitui-se num acontecimento mágico, de transformação definitiva. A morte é o princípio da vida, ela põe fim a um determinado estado de coisas, que por sua vez determina o início de uma outra. Ao reconhecermos e integrarmos a presença de Hécate em nós, Ela nos irá magistralmente guiar nos processos psicológicos e espirituais e nos correspondentes ciclos de morte e renovação. Porém, devemos e teremos de sacrificar ou deixar morrer o velho, o arcaico, o indesejável e inimigo, encarando e superando medos e limitações. Somente assim, poderemos flutuar sobre as escuras e revoltas águas dos nossos conflitos e lembranças dolorosas, emergindo para o novo. Aprendamos, por exemplo, com Blavatsky, a perceber a aproximação da sombra, do sibilino sussurro, do subtil convite, do encantador desejo, muito antes, muito antes, repetimos, da chegada do monstro hediondo que o origina. Para não permitirmos que essas sombras, essas exímias vibrações do abismo nos mergulhem em escuridão e nos engulam, temos de reagir muito antes, em sábia antecipação. Então, conhecedores privilegiados da bendita Mensagem de Aquário, através da magistral dinâmica de sacrifício e amor do V. M. Samael e da benfazeja protecção, rogo, magia e sabedoria da nossa MãeMorte, personificada em Hécate, vivamos em vibratório desprendimento e numa tenaz dinâmica de morte mística. Assim, vigiando e orando, como aconselhou o Divino Mestre Jesus, entrando em conexão permanente com a Divina Mãe-Morte, pedindo-lhe, suplicando-lhe, daremos cumprimento ao primeiro factor da Revolução da Consciência a caminho do seu glorioso despertar. 18