UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE TIPOS DE AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR PARTICULAR Por: Márcia Castagnet Orientador Profº Carlos Alberto Cereja de Barros Rio de Janeiro 2008 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE TIPOS DE AVALIAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR PARTICULAR Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito para obtenção do grau de especialista em Docência do Ensino Superior. Por: Márcia Castagnet 3 RESUMO A situação que relatamos aqui é a de se saber qual seria o tipo de avaliação que mais se adapta ao aluno Universitário. Sabemos que existem vários tipos de avaliação, cada um com seus pontos positivos e negativos. Nesse estudo, podemos constatar que nenhum tipo de avaliação pode ser levado ao “pé da letra” para avaliar o aluno do Ensino Universitário. Tem de haver uma junção de itens de avaliação para torná-la justa. A soma de todos esses itens deve sempre haver, todos os valores devem ser levados em conta, não somente as notas das provas e trabalhos. Ao menor descuido do avaliador ou avaliadores, o aluno pode ser desestimulado a continuar seus estudos. Deve-se estimular ao máximo o aluno, para que ele possa ir cada vez mais à frente, sempre querer aprender mais. 4 METODOLOGIA A monografia apresentada foi realizada através de método de pesquisa bibliográfica, internet e artigos que abordam o tema proposto. Foram feitas pesquisas em diversos livros, diversos sites e artigos publicados na internet. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I – Qual o tipo de avaliação mais adequada CAPÍTULO II – Tipos de avaliação CAPÍTULO III – Encontrando a melhor maneira de se avaliar o aluno CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BIBLIOGRAFIA CITADA ÍNDICE FOLHA DE AVALIAÇÃO 6 INTRODUÇÃO As propostas curriculares atuais, bem como a legislação vigente, primam por conceder uma grande importância à avaliação, reiterando que ela deve ser contínua, formativa e personalizada. O sistema tradicional de avaliação oferece uma direção, um parapeito, um fio condutor; para se saber, se há cumprimento do seu papel. A finalidade da avaliação é conhecer melhor o aluno, suas competências curriculares, seus interesses, suas técnicas de trabalho. Tem de se constatar também o que está sendo aprendido, assim sendo, o professor tem de recolher informações de forma contínua e com diversos procedimentos metodológicos, ora em relação à todo grupo-classe, ora em relação à um determinado aluno em particular. Assim sendo, nas Universidades Brasileiras, a avaliação é o tipo de procedimento muito difícil de ser aplicado na prática, devido a ser um assunto ignorado pelos professores e dirigentes. Luckesi (1995), define a avaliação como sendo “um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão”. Contudo, atualmente a avaliação na maior parte dos sistemas, encontrase centrada no professor e se caracteriza pelo autoritarismo, onde avaliar é classificar, é aprovar ou reprovar. Ao utilizar a nota como fim absoluto, o docente demonstra não ter idéia que a avaliação é um dos vários momentos de coleta de dados a ser realizado dentro do processo de ensino. Precisa o professor acabar com a prática equivocada de avaliação como julgamento de resultados de provas e testes. Avaliar é criar oportunidades de ação/reflexão, em um constante acompanhamento pelo professor, que deverá estimular o aluno à novas questões. 7 O que significa em termos de avaliação, por exemplo, em uma prova escrita, o aluno ter obtido nota 5,0? E o outro aluno que obteve na mesma prova, nota 4,0? O primeiro, na maioria das Universidades estaria aprovado e o segundo, reprovado. Os números acima são aleatórios, na verdade, cada instituição tem sua nota mínima para a aprovação do aluno. Acreditar que tais notas ou conceitos de um só trabalho ou de uma só prova, possam por si só explicar o rendimento do aluno e justificar uma decisão de aprovação ou retenção, sem que sejam analisados o processo de ensinoaprendizagem, é um erro. O maior problema da avaliação no Ensino Superior está no fato de que normalmente ela envolve sérias conseqüências para quem está sendo avaliado. As notas que o estudante recebe, não apenas determinarão se ele será aprovado ou reprovado. Elas poderão afetar sua auto-estima, influenciar sua motivação pelos estudos, reforçar o interesse pelo abandono do curso, guiá-lo na escolha do campo de sua especialização, afetar seus planos de estudos de pós-graduação e até mesmo influenciar o desenvolvimento de sua carreira. De fato, a avaliação apresenta muitos aspectos críticos. As provas e os exames, constituem os procedimentos mais adotados na avaliação do aprendizado de estudantes nos cursos superiores, vêm sendo objeto de muitas acusações. Muitas delas naturalmente são emocionais e podem ser entendidas como defesas psicológicas contra uma atividade facilmente reconhecida como frustradora. Mas há muitas acusações pertinentes, avalizadas mesmo por especialistas e pesquisadores no campo da educação. Não há como deixar de considerar os aspectos desagradáveis e mesmo injustos da educação, porque as pessoas não são capazes de avaliar adequadamente as outras, até mesmo porque a avaliação constitui momento favorável para a manifestação de prepotência das pessoas. No entanto, ela precisa ser entendida como elemento necessário para que o direito de aprender efetive-se da melhor maneira possível. 8 A avaliação vem se modificando ao longo dos tempos, em decorrência não apenas da incorporação de novas tecnologias, mas também da filosofia que a rege. A existência de uma diversidade cada vez maior de procedimentos avaliativos com notável nível de precisão contribui para que os professores adotem novas atitudes em relação à avaliação. A avaliação tem sido tradicionalmente concebida como algo que ocorre no fim de um ciclo didático. Mas a avaliação num sentido mais moderno deve ser vista como um processo que se desenvolve ao longo de todo um curso. No sentido, pode-se falar em três tipos de avaliação: diagnóstica, formativa e somativa. ***Avaliação diagnóstica: constitui-se num levantamento das capacidades dos estudantes em relação aos conteúdos a serem abordados. Com essa avaliação busca-se identificar as aptidões iniciais, necessidades, interesses dos estudantes com vistas a determinar os conteúdos e as estratégias de ensino mais adequadas. ***Avaliação formativa: tem a finalidade de proporcionar informações acerca do desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem, para que o professor possa ajustá-lo às características dos estudantes a que se dirige. Suas funções são as de orientar, apoiar, reforçar e corrigir. Trata-se, portanto de uma avaliação sem finalidade seletiva, incorporada ao processo de formação, que permite tanto aos estudantes como aos professores a redefinição das prioridades e o ajustamento das estratégias. ***Avaliação somativa: é uma avaliação pontual. Que geralmente ocorre no final de um curso, de uma disciplina ou de uma unidade de ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente estabelecidos. Visa elaborar um balanço somatório de uma ou várias seqüências de um trabalho de formação e pode ser realizada num processo cumulativo, quando esse balanço final leva em consideração vários balanços parciais. Tem, portanto, a finalidade de por à prova, e sua principal função é de titular ou conferir um certificado. Há professores que manifestam inequívoca preferência por determinado método de avaliação. Também há os que nunca destinaram tempo razoável 9 para o exame desta questão. E muitos são os professores que utilizam um único exame durante o semestre para aferir o aprendizado de seus alunos. Não existem boas razões para usar um único tipo de avaliação. Os professores devem diversificar suas avaliações, tanto em função das diferenças nas preferências dos estudantes pelo tipo de avaliação quanto de seu ajustamento dos diferentes objetivos. Também não existem razões plausíveis para realizar uma única seção de avaliação durante o semestre. Testar uma única vez significa negar feedback, tanto para o professor quanto para o aluno acerca de seu progresso no curso. A escolha das modalidades de avaliação deve ser determinada principalmente pela natureza dos objetivos. A quantidade de avaliações deve ser determinada pela carga horária da disciplina, pela complexidade dos temas e pelo montante do material coberto. Não há, portanto, regras para estabelecer a freqüência com que devem ser feitas avaliações. Mas convém lembrar que avaliações muito freqüentes diminuem o tempo destinado às aulas e também tempo do professor para correção das provas. Muitos dos problemas de aprendizagem não se devem ao desempenho insuficiente do estudante, mas ao planejamento inadequado das aulas, à rigidez dos conteúdos, à inadequação das estratégias de ensino, à complexidade dos textos sugeridos para leitura ou mesmo a atitudes preconceituosas do professor. Por isso, há necessidade de avaliar as ações do professor. Recomenda-se que sejam feitas duas avaliações em cada semestre, de forma tal que sugestões de mudança possam ser incorporadas ainda no semestre. Poucas coisas costumam ser tão desagradáveis para alguns professores universitários quando a necessidade de avaliar o aprendizado dos alunos. Não apenas pelos esforços que são requeridos, mas também pelo constrangimento que representa avaliar e, como conseqüência, reprovar adultos. Para muitos professores, a avaliação constitui, também, procedimento bastante crítico, o que os leva a duvidar dela e aplicá-la apenas por ser exigência das autoridades educacionais. 10 De fato, a avaliação apresenta muitos aspectos críticos. As provas e os exames, que constituem os procedimentos mais adotados para a avaliação de alunos nos cursos superiores, vêm sendo objeto de sérias acusações, como: ***provocar situações de ansiedade e de stress; ***conduzirem a injustiças, em virtude da liberdade concedida aos professores; ***reduzirem-se geralmente ao controle da retenção de conhecimentos, deixando de lado aspectos importantes da inteligência e da personalidade; ***apresentarem-se, com freqüência, desvinculados dos objetivos do curso; ***serem muito influenciados pelos esteriótipos e pelo efeito de halo; ***consumirem demasiado tempo e energia dos professores e dos alunos; ***enfatizarem mais a forma do que o conteúdo; ***desestimularem a expressão dos juízos pessoais dos alunos; ***incentivarem a fraude; ***favorecerem a especulação com a sorte; ***exaltarem o desempenho individual em detrimento do trabalho de grupo; ***valorizarem demasiadamente o espírito de competição; ***fazerem com que o professor ensine em função das provas; ***dificultarem aos alunos avançar segundo o seu próprio ritmo; ***não respeitarem o saber elaborado pelos alunos. O sistema de avaliação aplicado no Ensino Superior tem privilegiado a área intelectual, mais especificamente a memorização. A aprovação em muitas disciplinas e mesmo a conclusão de cursos tem sido frequentemente decorrência do que os alunos foram capazes de memorizar. O processo de avaliação deve transcender esse nível e procurar verificar em que medida o aluno foi capaz não apenas de memorizar, mais também de transferir o que foi aprendido para situações práticas. Uma educação integrada deverá estar preocupada também em avaliar as áreas psicomotoras e socioafetiva. Afinal, a Universidade não tem como objetivo apenas proporcionar conhecimentos, mas também desenvolver as habilidades e as atitudes de seus alunos. 11 CAPÍTULO I QUAL TIPO DE AVALIAÇÃO MAIS ADEQUADA Considerando que o desenvolvimento das ações ao longo do ano letivo constitui-se em um processo, e que este é um conjunto de objetivos a serem alcançados. Este processo precisa de informações contínuas no que se refere ao seu desenvolvimento (feedback), visando à correção de possíveis distorções e ao encaminhamento dos objetivos previstos. Tem de ser avaliar o aluno de várias formas, para depois sim, chegar à alguma conclusão. Os estudantes consideram que os testes objetivos de múltipla escolha ou de resposta breve são inadequados como indicadores de qualidade. Para eles, as questões de ensaio, a organização de “papers”, os resultados de discussões em classe e as reuniões de orientação com docentes fornecem informações bem mais adequadas e precisas sobre suas realizações. No que se refere aos modelos de avaliação do rendimento acadêmico, Almeida (1997), elege três modelos como os mais importantes: ***avaliação tradicional: na qual a ênfase está na verificação, apuração e interpretação das mudanças ocorridas no comportamento do aluno, decorrentes do conteúdo ensinado. ***avaliação qualitativa: que inclui as funções diagnósticas e formativas. Todavia, independentemente do modelo de avaliação adotado, Franco (1997), sugere que deve haver uma redefinição desse construto, levando-se em consideração o vínculo social e histórico do aluno, de forma a priorizar a 12 objetividade, sem descartar a subjetividade. Por um lado, o aluno deve ser considerado como parte integrante de uma estrutura social que tem uma parcela de influência no seu rendimento acadêmico. Por outro, o professor deve conhecer os motivos e objetivos da avaliação, para que, com o resultado do processo avaliativo, ele possa discutir com o aluno uma alternativa para melhorar o desempenho de ambos. Sobre esse aspecto, Esteban (2000), afirma que a avaliação é a leitura que o professor faz do conhecimento do aluno, com base nas respostas dadas em uma prova, o que a remete à classificação e à comparação por padrões previamente definidos. O professor avalia os erros que são interpretados como não saber e deficiência, e os acertos, que assumem o significado de saber e conhecimento e indicam uma boa aprendizagem. Avaliando os erros e acertos o professor obtém a medida do que foi ensinado e do que foi efetivamente aprendido. Dessa forma, restringe-se o caráter pedagógico da avaliação e configura-se uma relação de controle, visto que impera uma conotação excludente, não havendo consideração dos entornos estabelecidos pelos diversos contextos sociais dos quais os alunos advêm. Bzuneck (2001), observa que o feedback é importante para o processo do ensino-aprendizagem, sendo que a maneira e a forma de avaliação constituem peças importantes na motivação do aluno. Neste contexto, o feedback que o professor fornece deveria possibilitar ao estudante reconhecer os erros não como fracasso, mais como algo que pode ser trabalhado e melhorado, favorecendo seu crescimento pessoal e social. Este tipo de avaliação auxilia o aluno a adquirir sua própria concepção do mundo, por meio da consciência daquilo que foi aprendido. Almeida (1992) e Esteban (2000) apontam que a avaliação é importante para orientar tanto o aluno quanto o docente, pois proporciona ao estudante a revisão de sua atuação e ao professor uma contínua melhora de sua metodologia. A avaliação é o primeiro passo para que ocorra um diagnóstico do rendimento escolar e do nível de conhecimento, sendo que sua importância na educação superior é evidente. 13 No que concerne ao papel da universidade, a instituição deve assumir sua responsabilidade quanto ao fracasso ou sucesso do aluno. A avaliação da aprendizagem merece um lugar de destaque, visto tratar-se de uma prática indispensável no nível superior, no qual se espera o domínio de conteúdo e de práticas profissionais necessárias a quem pretende ingressar no mercado de trabalho. Nota-se que o tipo de avaliação em que o aluno seria melhor avaliado é o trabalho em grupo. É importante ressaltar que a prova dissertativa individual fica em segundo lugar, juntamente com a modalidade debates em grupo em sala de aula. 14 CAPÍTULO II TIPOS DE AVALIAÇÃO Para que uma avaliação possa desempenhar as funções que a educação moderna exige, faz-se necessário o uso combinado de várias técnicas e instrumentos. Não medimos a aprendizagem e sim alguns comportamentos que nos permita saber se houve ou não aprendizagem. Tendo reconhecido a importância da avaliação no processo de aprendizagem, o professor deverá procurar a estratégia que melhor se ajuste aos objetivos que pretende alcançar. É verdade que algumas estratégias já se impuseram pela tradição, porém o professor deverá estar consciente de suas vantagens e limitações antes de decidir por sua utilização. Muitas vezes, o professor verifica que as estratégias disponíveis não são perfeitamente adequadas para atingir os seus propósitos. Nesses casos, ele poderá adaptar algumas disponíveis, ou mesmo criar novas estratégias; considerando sempre que estratégias são meios e, como tal, utilizadas de acordo com as necessidades. Embora no ensino superior a avaliação venha sendo feita quase sempre da mesma forma, o professor dispõe de grande diversidade de estratégias que podem ser utilizadas conforme os diversos objetivos de aprendizagem. Quanto maior for a amostragem, mais perfeita será a avaliação. ***Procedimentos para que a avaliação proceda de forma satisfatória: *a avaliação deve ser constante e contínua; *verificações periódicas fornecem o maior número de amostras; *as verificações podem ser informais (trabalhos, exercícios, seminários, debates, dinâmicas); 15 *é importante que o aluno conheça suas dificuldades para poder afirmar seus acertos, isso garante a eficácia da avaliação. Uma síntese da produção acadêmica publicada por Boud (1990) aponta que os tipos de avaliação adotadas pelos docentes muitas vezes levam os alunos à aquisição de uma visão estreita e instrumental do aprendizado. Os principais aspectos abordados pela pesquisa educacional na área revelam: ***Os alunos geralmente são avaliados naqueles tópicos do conteúdo que exigem habilidades intelectuais de nível mais baixo, isto é, aquelas que requerem apenas memorização. Criar questões de nível mais elevado, que envolvam um processamento cognitivo mais complexo, não é impossível, mais exigiria dos docentes um preparo técnico que a maioria não possui. ***É comum a avaliação encorajar os alunos para que centrem sua atenção naqueles tópicos que, supostamente, será o objetivo de verificação, em detrimento de outros que poderiam despertar maior interesse. ***A natureza das tarefas de avaliação solicitadas influencia as estratégias de estudo adotadas pelos alunos. Se eles percebem que será solicitada a reprodução de informações, dirigem seus esforços num trabalho de memorização e, se imaginam que será enfatizada a solução de problemas procuram praticar esta habilidade resolvendo problemas. ***O fato dos estudantes apresentarem bom desempenho nos exames não significa que eles dominam os conceitos fundamentais dos conteúdos testados. Alguns resultados de pesquisas têm mostrado que o sucesso nos exames não indica que os alunos tenham domínio dos conceitos que o corpo docente acredita que o exame foi capaz de medir. ***Os alunos dão prioridade a avaliações que recebem nota. ***Alunos bem-sucedidos procuram encontrar pistas que possibilitem a identificação do que é importante numa avaliação formal. Eles assistem às aulas procurando por indícios sobre o que será enfatizado numa prova ou exame. 16 Os tipos de avaliação mais utilizados pelos professores Universitários são: ***Provas dissertativas individuais ***Provas objetivas individuais ***Apresentação de seminários em grupo ***Trabalhos dissertativos em grupo ***Participação em sala de aula ***Provas dissertativas em grupo ***Trabalhos dissertativos individuais ***Debates em grupo em sala de aula ***Estudo de caso Provas discursivas São aquelas em que o professor apresenta temas ou questões para que os alunos discorram sobre elas ou respondam a elas. Constituem um dos mais tradicionais instrumentos adotados para a avaliação da aprendizagem nos cursos de graduação e pós-graduação. Há duas modalidades de prova discursiva: a dissertativa e a prova de perguntas curtas. ***Prova dissertativa Também conhecido como ensaio, ou de resposta longa, é constituída por um tema que é desenvolvido livremente pelo estudante, que tem como única limitação o tempo disponível para a resposta. Estas provas são adequadas para avaliar o raciocínio lógico do aluno, a capacidade de analisar, hierarquizar e sintetizar as idéias, justificativa de opiniões e a clareza de expressão. Também conferem oportunidade para que os estudantes manifestem sua criatividade e originalidade. 17 Mas, apesar de seu uso tão disseminado, as provas discursivas não são consideradas pelos educadores como instrumentos técnicos de larga aplicabilidade. Dentre suas limitações, podemos citar: o excessivo gasto de tempo na correção, a influência da subjetividade do professor, a dificuldade de avaliar o aprendizado de toda matéria, a interpretação inadequada de seus propósitos pelos estudantes e a dificuldade para fornecer feedback específico. A popularidade deste tipo de avaliação deve-se mais ao tradicionalismo dos professores e ao desconhecimento de outros instrumentos de avaliação. Tanto é que muitos professores, apesar de utilizarem-no continuamente, não manejam com habilidade este tipo de prova, cometendo erros tanto na formulação das questões quanto na sua correção. ***Prova de respostas curtas O professor apresenta algumas questões abertas para que os estudantes respondam a elas. As questões são formuladas de forma tal que fiquem explícitos os limites relativos à extensão e ao gênero das respostas. Este tipo de prova tem praticamente o mesmo valor das provas dissertativas no referente aos objetivos que se pretende avaliar. Mas, por definir mais exatamente o problema e por apresentar restrições quanto às respostas, obriga o estudante a dar respostas de forma mais direta. Sua principal vantagem é, pois, a de evitar uma exagerada verbosidade nas respostas, tornando menos cansativo corrigir as provas, sobretudo quando são em grande número. Outro tipo de prova discursiva é aquela em que se permite ao aluno consultar livros e apontamentos. solicitações dos alunos. Muitas vezes, é aplicada em face das Todavia, o professor precisa considerar que uma prova dessa natureza é adequada para avaliar em que medida o aluno é capaz de aplicar os conhecimentos sobre a matéria, as provas com consulta poderão ser vistas como uma espécie de “cola autorizada”. 18 Também pode-se falar em provas “feitas em casa”, muitas vezes designadas como “trabalhos”. São constituídas por fichas de leitura, resumos, monografias, etc. Quando bem orientadas, podem ser muito úteis à medida que possibilitam aos alunos desenvolvê-las segundo seu próprio ritmo, ao mesmo tempo em que servem de treinamento para pesquisa bibliográfica ou documental. Em virtude, porém, de baixo nível de controla por parte do professor, essas provas ficam frequentemente sujeitas à “colaboração externa”. Provas objetivas São aquelas que satisfazem às características básicas da objetividade na avaliação, ou seja: brevidade da resposta e exatidão da correção. Assim, as respostas nestes tipos de prova são constituídas por um sinal, número, palavra ou frase. A elaboração destas provas, por sua vez, permite que sua resposta seja avaliada por meio duma chave, possibilitando a qualquer pessoa que a aplicar corretamente obter o mesmo resultado. Estas provas são muito comuns nos vestibulares e concursos públicos e vêm sendo utilizadas com freqüência cada vez maior dos professores universitários. A aplicação deste tipo de prova no Ensino Superior, no entanto, tem sido objeto de muitas críticas. Alega-se que não é adequada aos propósitos de seus cursos, pois mediria apenas a capacidade de memorização. Também se alega que inibe a criatividade dos alunos, que os desestimula a escrever, que é uma loteria, que degrada o trabalho universitário. A maioria dessas alegações carece de comprovação. Mas não há como negar que as provas objetivas apresentam muitas limitações. O fato de não oferecer oportunidade para uma resposta livre, dando ensejo a palpites, por exemplo, é uma grande deficiência. Mas suas maiores deficiências devem-se à falta de habilidades de seus preparadores. Quando são elaboradas com base na crença de que seus itens são fáceis de redigir e de corrigir, podem se tornar inadequadas para medir o que se espera. E de fato muitas provas objetivas aplicadas no Ensino Superior têm sido elaboradas com tão pouca competência que seus efeitos podem ser definidos como desastrosos. 19 Mas as provas objetivas, quando bem elaboradas, aplicadas e corrigidas, contribuem para o fornecimento de informações úteis para tornar mais efetivo o processo de aprendizagem. Em favor das provas objetivas, pode-se alegar que: ***promovem um julgamento imparcial; ***garantem rapidez na correção; ***proporcionam imediato feedback ao estudante; ***permitem a verificação extensa da matéria; ***possibilitam a comparação entre turmas; ***permitem a identificação das diferenças individuais; ***contribuem para a avaliação do trabalho docente. As provas objetivas podem assumir diferentes formas, em decorrência do tipo de questão utilizada. Os principais tipos são: de lacuna, certo-errado, múltipla escolha, associação e ordenação. O que precisa ficar claro é que as provas objetivas exigem de seu preparador certos conhecimentos e habilidades técnicas. Quando, portanto, um professor se propõe a elaborar uma prova objetiva desconhecendo seus princípios e técnicas (e isso é muito freqüente), é pouco provável que os resultados obtidos sejam satisfatórios. Provas práticas Em muitas disciplinas, torna-se necessário avaliar destrezas cuja medição não pode ser feita com provas escritas, como por exemplo: manejar instrumentos, operar máquinas, tocar instrumentos musicais, etc. São disciplinas cujos objetivos são de natureza psicomotora, já que envolvem atividades de natureza neuromuscular. Devido à impossibilidade de avaliar estas habilidades mediante provas objetivas, muitos professores acabam por proceder a avaliações subjetivas do rendimento dos estudantes. Mas a destreza na execução dessas tarefas pode ser avaliada com razoável nível de 20 objetividade mediante a utilização de observação sistematicamente planejada, registrada e controlada. Este tipo de avaliação pode referir-se tanto à execução de atividades quanto ao resultado de qualquer execução. A execução pode consistir numa aula expositiva, num trabalho de laboratório, clínica ou oficina, no manejo de equipamentos, etc. Tanto com folhas de cotejo quanto com escalas de avaliação, é necessário garantir que todos os itens se refiram a comportamentos observáveis. Não convém, por exemplo, na avaliação da apresentação de um discurso, tentar avaliar itens como “tensão”, pois este termo corresponde a um fator interno que favorece interpretação subjetiva. Melhor seria tratar de comportamentos que podem indicar tensão, como, por exemplo: “gesticulação”, “mãos no bolso”, “posição do corpo”, etc. Os professores que se dispuserem a aplicar escalas para avaliar as destrezas dos estudantes precisam levar em conta alguns problemas que são favorecidos por instrumentos deste tipo. Um erro bastante comum é o de generalização, em que o professor tende a atribuir indiscriminadamente altos níveis ao estudante. Ou, então, a atribuir baixos níveis, em virtude de sua impressão global do estudante. Para evitar esse erro, o professor deve avaliar a destreza ou habilidade em si, sem considerar a pessoa que as demonstra. Outro erro muito comum entre professores é o da generosidade, que decorre da tendência para assinalar em toda a escala opções mais favoráveis. Esse erro tende a neutralizar as diferenças entre os estudantes avaliados e comprometer o conceito do valor absoluto da habilidade que está sendo avaliada. Por essa razão é que não são recomendadas escalas numéricas, em que o professor atribui para cada item uma nota, de um a cinco, por exemplo. 21 Provas orais As provas orais já foram muito utilizadas no Ensino Superior, tanto para seleção quanto para promoção. Hoje são bem raras. Poucas são as circunstâncias que recomendam sua utilização. Podem ser necessárias para a avaliação de estudantes portadores de necessidades especiais. Também podem ser utilizadas para verificar as habilidades para o desempenho de tarefas que exijam locução, como as de entrevistador, intérprete ou guia de turismo, por exemplo. E nos cursos de pós-graduação, em que interessa verificar habilidades de argumentação, provas orais também podem ser úteis. Observação A observação é uma estratégia privilegiada para a avaliação do desempenho dos alunos. Entretanto, para que possa ser útil, precisa ser realizada de forma sistemática, em intervalos regulares e com listas exaustivas de verificação. É preciso, também, que o professor esteja treinado para observar. Fica claro, portanto, que essa estratégia só pode ser aplicada com eficiência em turmas pequenas e em disciplinas de cunho eminentemente prático. Entrevistas As entrevistas, muitas vezes, se confundem com as provas orais, pois ambas colocam professor e aluno face a face. Porém, enquanto na prova oral o objetivo fundamental é avaliar conhecimentos, nas entrevistas o que geralmente se pretende é identificar crenças, opiniões, sentimentos, preferências, valores, padrões de ação, etc. Trata-se, pois, de um instrumento adequado para a avaliação da aprendizagem no domínio efetivo. 22 Questionários Os questionários apresentam certa semelhança com as provas escritas. Entretanto, cabe notar que num questionário não existem questões verdadeiras ou falsas. O que se pretende com esse instrumento, à semelhança da entrevista, é identificar opiniões, sentimentos, etc. Em contraste com a entrevista, o questionário tem a vantagem de poder ser aplicado coletivamente e de tornar mais simples a análise de seus resultados. Em contrapartida, apresenta uma séria limitação: as questões geralmente são em pequeno número e apresentam nível relativamente baixo de profundidade. Diários de curso O diário de curso é constituído pelo registro diário e conciso das atividades realizadas no curso. Para que se torne útil, o diário deve apresentar visão crítica do curso. Tanto no referente à forma de sua apresentação quanto à utilidade de seus conteúdos e de seu desempenho pessoal. O diário de curso é uma estratégia que envolve a auto-avaliação e serve fundamentalmente para avaliar a atitude do aluno em relação ao curso. Requer, portanto, todo um trabalho do professor e do aluno para que este, de forma honesta, seja capaz de observar a si mesmo, relacionar o seu desempenho com os objetivos propostos e reconhecer tanto os seus sucessos quanto suas falhas. 23 CAPÍTULO III ENCONTRANDO A MELHOR MANEIRA DE SE AVALIAR O ALUNO A avaliação é, também, um termômetro dos esforços do professor. O professor deve perguntar-se: ***Meus objetivos estão suficientemente claros? ***Os conteúdos estão acessíveis, significativos e bem dosados? ***Os métodos e recursos auxiliares estão adequados? ***Estou conseguindo comunicar-me adequadamente com todos os alunos? ***Estou dando a necessária atenção aos alunos com mais dificuldade? ***Estou ajudando os alunos a ampliarem suas aspirações, a terem perspectivas de futuro, a valorizarem o estudo? A verificação e a qualificação dos resultados da aprendizagem visam, sempre, diagnosticar e superar dificuldades, corrigir falhas e estimular os alunos a que continuem dedicando-se aos estudos. Sendo que uma das funções da avaliação é determinar o quanto e em que nível de qualidade estão sendo atingidos os objetivos, são necessários instrumentos e procedimentos de verificação adequados. O processo de avaliação assume várias formas, umas mais sistemáticas, outras menos, umas mais formais, outras mais informais. As verificações por meio de provas escritas dissertativas, de questões objetivas ou práticas são de caráter mais formal. Os processos que visam o acompanhamento dos alunos nas várias situações diárias, como a observação e a entrevista, são de caráter menos formal, embora de grande valor na compreensão e apreensão da real aprendizagem do aluno. 24 A avaliação tem a função de controle, expressando os resultados em notas ou conceitos que comprovam a quantidade e a qualidade dos conhecimentos adquiridos em relação aos objetivos. A análise dos resultados de cada aluno e do conjunto de alunos permite determinar a eficácia do processo de ensino como um todo e as reorientações necessárias. As notas ou conceitos traduzem, de forma abreviada, os resultados do processo de ensino e aprendizagem. A nota ou conceito não é objetivo do ensino, apenas expressa níveis de aproveitamento em relação aos objetivos propostos. Tanto as notas como os conceitos têm caráter relativo, podendo não corresponder ao nível real de aproveitamento. Se o trabalho docente é conduzido criteriosamente, com articulação de objetivos-conteúdos-métodos às condições de aprendizagem dos alunos, não fará diferença notas ou conceitos. A melhor maneira de se avaliar um aluno é pelo “todo”, usar todos os métodos existentes, para não haver injustiças. A nota e o conceito têm legitimidade quando a maioria ou todos os alunos experimentam a satisfação do êxito e a alegria do bom aproveitamento, condição para que fortaleçam o gosto pelo estudo. Certos tipos de avaliação geram indignação nos alunos e os induzem a uma submissão com a qual não concordam. Para Almeida (1992) é fato que a avaliação gera insatisfação nos universitários, sendo esse descontentamento observado pelas manifestações de desaprovação quanto às formas de avaliação que seguem o modelo tradicional, que estabelecem uma relação de poder que exclui o diálogo. Desse modo, muitos são os episódios em que os alunos se unem e recusam-se a realizar prova de determinada disciplina. No Ensino Superior a avaliação deve assumir um papel de transformação, que proporcione ao aluno uma voz ativa, não se submetendo ao seu controle e que o erro não deve ser visto como uma forma de fracasso, mas como uma possibilidade de melhora. O aluno deve deixar de centrar no professor a figura de poder, para que a avaliação seja vivenciada com tranqüilidade, pois ela não deve ter um caráter negativo, mas ser considerada 25 como um processo que envolve coletas de evidências, a fim de que sejam realizadas as mudanças necessárias. A avaliação deve ser entendida como um recurso que requer referência a um padrão explícito, que estabeleça os diversos níveis de aproveitamento, havendo um canal de liberdade e comunicação na relação professor/aluno. Observa-se, então, a necessidade de se caracterizar os tipos de avaliações mais frequentemente usados por docentes na universidade. Verificar como a avaliação da aprendizagem dos diferentes conteúdos e disciplinas vem sendo realizada, resulta em forma de controle eficaz da função do ensino, verificando se este está realmente sendo efetivo no seu papel, que é a formação de um aluno com um bom conhecimento técnico e uma visão crítica, como se espera de um estudante de nível universitário. 26 CONCLUSÃO Diante do que foi exposto no trabalho, podemos concluir que a avaliação é um termômetro tanto para os alunos, quanto para os docentes. Alunos e professores devem chegar a um denominador comum quanto ao tipo de avaliação a ser usada. A melhor maneira de se avaliar, seria o emprego de vários tipos de avaliação e depois seria tirada uma média. É injusto alguns professores avaliarem o aluno apenas por uma prova ou um trabalho, ainda mais sendo este um aluno universitário. Várias pessoas que cursam Universidades são casadas, tem filhos, trabalham, e por vezes estão fazendo muito esforço (físico e financeiro) para estarem ali. Pode acontecer de, no dia da prova, o aluno não estar bem por algum motivo, e por isso tirar uma nota ruim. Além do que, deve haver por parte do docente, um incentivo ao aluno, para que este não desanime, não se distancie dos estudos. Por outro lado, também não podemos formar profissionais sem a menor competência, deve-se ajustar a balança, nem 8 nem 80, mas sempre com o devido cuidado para não haver desistência por parte do aluno. 27 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ***Gil, Antônio Carlos (2007) Metodologia do Ensino Superior ***Gil, Antônio Carlos (2007) Didática do Ensino Superior ***Libâneo, José Carlos Didática ***Internet www.serprofessoruniversitário.pro.br www.centrorefeducacional.pro.br http://scielo.bvs-psi.org.br 28 BIBLIOGRAFIA CITADA ***Almeida, A.M.F.P.M (1997) Avaliação da aprendizagem e seus desdobramentos ***Franco, M.L.P.B (1997) Pressupostos epistemológicos da avaliação educacional ***Esteban, M.T. (2000) Exigências democráticas/exigências pedagógicas: avaliação e tecnologia Educacional ***Bzuneck, J.A. (2001) O esforço nas aprendizagens 29 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 RESUMO 3 METODOLOGIA 4 SUMÁRIO 5 INTRODUÇÃO 6 CAPÍTULO I 11 CAPÍTULO II 14 CAPÍTULO III 23 CONCLUSÃO 26 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 27 BIBLIOGRAFIA CITADA 28 ÍNDICE 29 30 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes Título da Monografia: Tipos de Avaliação no Ensino Superior Particular Autor: Márcia Castagnet Data da Entrega: 26 de janeiro de 2008 Profº Carlos Alberto Cereja de Barros Conceito: 31