Ciências da Saúde / Psicologia / Neuropsicologia
A RELAÇÃO ENTRE CEFALÉIA E OUTROS SINTOMAS PSICOLÓGICOS - A ESCUTA DO PSICÓLOGO
Malu Argôlo Melquíades
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Ana Carolina Tavares de Andrade
Graduandas em Psicologia – Universidade Salvador – UNIFACS
Roberta Ferrari Marback
Profa. Dra./Orientadora
Introdução
A dor é um sintoma comum na sociedade atual. O aumento do estresse e dos sintomas psíquicos estão diretamente
associados à dor de cabeça. Muitas vezes, essa queixa não está vinculada a alguma patologia que a justifique. É um
sintoma que muitas vezes paralisa e atrapalha a vida do paciente, seja numa criança ou um adulto.
O objetivo geral deste estudo é investigar como se dá a relação da queixa de dor cabeça com outros sintomas do
paciente e a escuta que o psicólogo realiza. Assim, visa compreender as queixas trazidas no discurso do paciente que
está buscando psicoterapia, as possíveis relações com outros sintomas e com a demanda apresentada por ele e,
compreender também como o estudante de psicologia tem manejado tal queixa e quais técnicas ou procedimentos
usados com esses pacientes.
Metodologia
A pesquisa começou com um levantamento de todos os pacientes com faixa etária entre os 4 e 13 anos e que estavam
em atendimento no Núcleo de Estudos e Práticas Psicológicas (NEPPSI), clínica-escola do curso de Psicologia da
UNIFACS e apresentavam a cefaleia entre as queixas, sem associação com outras patologias clínicas. Foram
encontrados pacientes atendidos entre os anos de 2009 e 2012. Em 2013 a pesquisa foi ampliada para outra população
(crianças, adolescentes, adultos e idosos), se estendendo a todos os pacientes inscritos no NEPPSI, bem como aos
estudantes que estavam atendendo tais pacientes. Foram aplicadas entrevistas direcionadas para cada população-alvo,
como foco na cefaléia e seus sintomas; e aos graduandos de psicologia, perguntas relacionada à escuta e aos métodos
utilizados no acompanhamento daqueles pacientes. Estima-se uma amostra de 10 indivíduos entre 5 e 17 anos (crianças
ou adolescentes), 10 indivíduos maiores de 18 anos (adultos ou idosos) e 10 graduandos do curso de Psicologia. Os
dados estão sendo processados e analisados estatisticamente, mediante o programa SPSS.
Resultados e Discussão
A pesquisa em 2012 apresentou cinco casos de crianças entre 4 e 13 anos que mencionaram a cefaleia no momento da
entrevista de triagem. Essa entrevista foi realizada com o responsável e/ou criança. Nenhuma das crianças tinha
realizado tratamento médico voltado especificamente para a cefaleia. Foram identificados quatro elementos de possível
associação com as dores de cabeça: ingestão de determinados alimentos, bulliyng na escola, resistência em ir para a
escola e descrença da família diante da queixa. Além disso, alguns sintomas foram mencionados, como a irritabilidade,
tristeza, ansiedade, preocupação e bruxismo. Essa fase da pesquisa demonstrou a relevância do acompanhamento da
família com esses pacientes, inclusive para tentativa de localizar a causa do sintoma. O psicólogo também deve ter uma
escuta diferenciada e aberta, para compreender o que há por trás dessa queixa trazida pelo paciente. Tais resultados
mostraram também que é preciso um estudo maior sobre a associação da cefaléia e outros sintomas, como ansiedade
na população infantil brasileira, além da necessidade de um atendimento integrado médico-psicológico do paciente
infantil com queixa de cefaléia.
Em 2013 a pesquisa evoluiu em relação à coleta de dados na nova população-alvo. Foram realizadas seis entrevistas a
adultos em 2014, mas ainda não foi atingido o número ideal de entrevistas. Espera-se que a obtenção dos resultados
desta pesquisa contribua cientificamente para o desenvolvimento de conhecimento referente à problemática,
contribuindo com publicações acerca dos resultados encontrados na continuação da coleta dos dados.
Assim, serão identificadas relações que o ser humano estabelece entre a cefaléia e outros sintomas no corpo, bem como
a escuta que o psicólogo faz dessa relação, na amostra estudada. Presume-se que os sujeitos pesquisados apresentem
outros sintomas e os associe à cefaleia, já que se trata de aspectos presentes na prática clínica (escuta) do psicólogo e
na vida da nossa sociedade atual.
Conclusões
Entende-se que há uma grande importância do acompanhamento psicológico ao paciente que apresenta a cefaleia como
um dos sintomas expostos na demanda. A dor de cabeça traz consequências em qualquer fase do desenvolvimento do
ser humano, como atrasos cognitivos, problemas psicossociais, transtornos no trabalho. Assim, é preciso que o
profissional de Psicologia esteja atento às diversas queixas expressas pelo paciente, pois o diagnóstico feito
precocemente facilita no tratamento. A participação da família torna-se imprescindível em todo o processo, para que haja
um trabalho em equipe e com o mesmo objetivo, que é o tratamento do sujeito que sofre com sintomas de cefaléia.
Instituição de fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq
Trabalho de Iniciação Científica
Palavras-chave: Cefaleia; Psicologia; Sintomas; Escuta.
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Malu Argolo Melquiades