Prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira - Redação 13/jul/2009 INSTRUÇÕES INSTRUÇÕES 1. Verifique se este caderno contém 20 questões. 7. Verifique os dados relativos ao nome do(a) candidato(a), número da cédula de identidade, número de inscrição e curso. Após, assine o 2. Ao constatar qualquer irregularidade com relação ao total de questões, solicite ao fiscal da sala a substituição do caderno. 3. Cada questão tem apenas uma alternativa correta ou incorreta. gabarito no local apropriado. 8. O tempo mínimo de duração desta prova é de 1 hora (uma hora). Somente após decorrido esse tempo, o(a) candidato(a) poderá ausentar-se da sala, porém sem levar o 4. As respostas deverão ser transcritas no GABARITO ou folha de respostas, com caneta esferográfica azul ou preta. 5. Não rasure o gabarito, sob pena de ter a questão anulada. 6. Não haverá substituição do gabarito ou folha de respostas. Nº de Inscrição caderno de questões. 9. O tempo máximo de duração desta prova (inclusive preenchimento do gabarito ou folha de resposta) é de 3 horas (três horas). Após as 21h30 o(a) candidato(a) poderá ausentarse levando o caderno de questões. Nome do(a) Candidato(a) Página 2 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA Texto para as questões de 1 a 6. RELAÇÕES PERIGOSAS Quando o amor desmedido vira doença e o apaixonado precisa de tratamento. MAURÍCIO SANTINI - “Quando ela não me aceitou de volta, não acreditei. Ela sentia um amor exagerado, morria de medo de me perder e fazia tudo por mim, tanto que até me sufocava. Fiquei mal. Me escondia atrás de postes para vigiá-la, não dormia à noite, tinha disenteria. Experimentei todo tipo de terapia, do convencional ao alternativo”. Ele foi manipulado, enganado e roubado em R$ 18 mil pela namorada. Mesmo assim, queria casar com ela. O jornalista Maurício Santini, 44 anos, é exemplo de quem amou a pessoa errada, da pior maneira. Mas engana-se quem pensa que histórias como essa são raras. Pelo contrário, casos semelhantes – em que a auto-estima do apaixonado vai pelo ralo – são corriqueiros em consultórios psiquiátricos e em grupos de ajuda, como o Mada (Mulheres que Amam Demais Anônimas), presente em 11 Estados brasileiros. Segundo especialistas, o amor que faz a pessoa agir no sentido de preservar aquilo que lhe faz mal é doença. Geralmente, este tipo de enfermidade se manifesta nos inseguros, ciumentos e possessivos. “São pessoas que, na infância, foram cuidadas por pais inconstantes, que beijavam um dia e nem ligavam no outro”, diz o psicólogo Ailton Amélio, especialista em relacionamentos. Maurício conheceu a mãe de seu filho, hoje com dez anos, em 1990. Entre idas e vindas, o casal ficou junto até 1997. Naquele ano, Maurício teve de abrir mão de sua locadora de filmes por questões financeiras. Para completar o drama, sua namorada lhe contou que tinha um mioma no útero. “Ela me pedia dinheiro (para a suposta operação), mas eu não tinha”, diz ele. Oito meses depois, a verdade veio à tona. A namorada de Santini começou a sentir fortes dores e – surpreendentemente – entrou em trabalho de parto. “Custei a entender que não havia mioma. Ela tinha mentido e escondido que esperava um filho meu”, diz ele. Mesmo chocado, o jornalista resolveu se casar e assumir a criança. “O que eu sentia por ela era uma coisa impregnada, uma obsessão, uma possessão”, avalia. Para isso, finalizou a venda da locadora e seguiu às compras – seu objetivo era fazer os ajustes em um imóvel para que a família pudesse morar. Foi quando descobriu, ao passar um cheque, que sua mulher havia lhe roubado R$ 18 mil. “Ela disse que era para quitar dívidas.” Logo após a separação, Santini pediu para voltar com ela e ouviu um não. “Fiquei muito mal.” Foi quando perdeu o amor-próprio. Desesperado, fazia vigília de madrugada em frente à casa dela e a seguia na rua. O sofrimento era tanto que ele recorreu a diversos tipos de terapia, tomava calmantes e antidepressivos. O calvário durou mais de um ano. Há dois, Santini conseguiu se livrar da tortura. Hoje, namora outra pessoa e vive um relacionamento tranquilo, segundo ele. Não é preciso chegar ao extremo para ser infeliz no amor. Aos 40 anos, a escritora Sandra Maia, 47, percebeu que todos os seus relacionamentos seguiam a mesma trajetória e não a faziam feliz. “Eu fazia tudo por meus namorados. Acabava abrindo mão da minha personalidade e, assim, os sufocava”, diz ela. Há cinco anos, escreveu o livro Faço tudo por você (Editora Celebris) e, desde então, busca o equilíbrio entre o “fazer pelo outro” e o “fazer por si mesma”. Não é fácil. “É como ter de aprender a andar novamente”, diz ela. (ISTOÉ, 06/02/2008). Questão 1 Assinale a alternativa em que o enunciado resume o tema desenvolvido no texto. (A) “Ele foi manipulado, enganado e roubado em R$ 18 mil pela namorada. Mesmo assim, queria casar com ela.” (B) “O jornalista Maurício Santini, 44 anos, é exemplo de quem amou a pessoa errada, da pior maneira.” (C) “Segundo especialistas, o amor que faz a pessoa agir no sentido de preservar aquilo que lhe faz mal é doença.” (D) “O que eu sentia por ela era uma coisa impregnada, uma obsessão, uma possessão [...]” (E) “Eu fazia tudo por meus namorados. Acabava abrindo mão da minha personalidade e, assim, os sufocava [...]” Questão 2 Assinale a alternativa cujo valor nocional remete apenas a ações realizadas no passado de forma duradoura e repetitiva. (A) “Mesmo chocado, o jornalista resolveu se casar e assumir a criança.” (B) “[...] que beijavam um dia e nem ligavam no outro [...]” (C) “Custei a entender que não havia mioma [...]” (D) “[...] Foi quando descobriu, ao passar um cheque, que sua mulher havia lhe roubado R$ 18 mil.” (E) “[...] percebeu que todos os seus relacionamentos seguiam a mesma trajetória e não a faziam feliz.” Questão 3 Assinale a alternativa em que os termos destacados não correspondem à função sintática expressa entre parênteses. (A) “Ela me pedia dinheiro (para a suposta operação) [...]” (Adjunto adverbial de finalidade). (B) “São pessoas que, na infância, foram cuidadas por pais inconstantes [...]” (Adjunto adverbial de tempo). (C) “Hoje, namora outra pessoa e vive um relacionamento tranquilo, segundo ele.” (Adjunto adverbial de conformidade). (D) “[...] Santini pediu para voltar com ela e ouviu um não.” (Adjunto adverbial de negação). (E) “É como ter de aprender a andar novamente.” (Adjunto adverbial de modo). Página 3 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 Questão 4 Texto para as questões 7, 8 e 9. Nos enunciados abaixo, o conectivo destacado (que) é uma conjunção integrante, exceto em: (A) “[...] casos semelhantes – em que a autoestima do apaixonado vai pelo ralo – são corriqueiros em consultórios psiquiátricos e em grupos de ajuda [...]” (B) “[...] sua namorada lhe contou que tinha um mioma no útero.” (C) “Ela tinha mentido e escondido que esperava um filho meu [...]” (D) “Ela disse que era para quitar dívidas.” (E) “[...] seu objetivo era fazer os ajustes em um imóvel para que a família pudesse morar.” Questão 5 A partir dos termos destacados no enunciado “Geralmente, este tipo de enfermidade se manifesta nos inseguros, ciumentos e possessivos.”, e tendo em vista o contexto em que os vocábulos aparecem, considere as seguintes afirmações: Os termos destacados funcionam como adjetivos, pois expressam qualidades. II. Os termos destacados funcionam como advérbios, pois estão modificando o verbo “manifesta”, atribuindo-lhe uma circunstância. III. Os termos destacados funcionam como substantivos, uma vez que estão determinados pelo artigo “os”, resultando num caso de derivação imprópria. I. Assinale o que for CORRETO: (A) (B) (C) (D) (E) Apenas a afirmativa I. As afirmativas I e II. Apenas a afirmativa II. Apenas a afirmativa III. As afirmativas II e III. Questão 6 Considere os seguintes enunciados: “O jornalista Maurício Santini, 44 anos, é exemplo de quem amou a pessoa errada, da pior maneira.” II. “Maurício conheceu a mãe de seu filho, hoje com dez anos, em 1990.” III. “[...] finalizou a venda da locadora e seguiu às compras [...]” IV. “Santini conseguiu se livrar da tortura.” I. Os termos destacados funcionam, respectivamente, como: (A) Complemento nominal – adjunto adverbial de modo – adjunto adnominal – objeto indireto. (B) Adjunto adnominal – adjunto adverbial de modo – complemento nominal – objeto indireto. (C) Adjunto adverbial de modo – complemento nominal – adjunto adnominal – objeto indireto. (D) Objeto indireto – adjunto adnominal – complemento nominal – adjunto adverbial de modo. (E) Adjunto adverbial de modo – adjunto adnominal – complemento nominal – objeto indireto. O PERMANENTE E O PROVISÓRIO O casamento é permanente, o namoro é provisório. O amor é permanente, a paixão é provisória. Uma profissão é permanente, um emprego é provisório. Um endereço é permanente, uma estada é provisória. A arte é permanente, a tendência é provisória. De acordo? Nem eu. Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem e anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro. Amor permanente... como a gente se agarra nessa ilusão. Pois se nem o amor por nós mesmos resiste tanto tempo sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar para trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro de nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro. Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire. Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós. (MEDEIROS, Martha. Coisas da vida. Porto Alegre: L&PM, 2005. p. 39-40). Questão 7 De acordo com o texto, assinale a alternativa cujo fragmento reforça a ideia de transitoriedade associada ao casamento. (A) “O casamento é permanente, o namoro é provisório.” (B) “[...] mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.” (C) “[...] Pois se nem o amor por nós mesmos resiste tanto tempo sem umas reavaliações.” (D) “Faço menos planos e cultivo menos recordações.” (E) “[...] tudo é provisório, inclusive nós.” Página 4 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 Questão 8 Questão A partir do enunciado “[...] a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte [...]”, assinale a alternativa em que o termo em destaque pode ser substituído por um dos articuladores abaixo sem alterar o sentido da frase. (A) (B) (C) (D) (E) se bem que à medida que assim que enquanto não ainda que 9 Leia os enunciados abaixo: I. II. III. IV. “O amor se infiltra dentro de nós [...]” “[...] a necessidade se manifesta [...]” “[...] como a gente se agarra nessa ilusão.” “[...] a vontade se impõe [...]” Assinale a alternativa que apresenta sujeito paciente: (A) (B) (C) (D) (E) Apenas I, II e IV. I, II, III e IV. Apenas I, III e IV. Apenas I e IV. Apenas II. Texto para a questão 10. Questão 10 A partir da leitura da tira de Caco Galhardo, indique a opção em que a palavra “sentido” apresenta o mesmo significado que na fala do soldado. (A) (B) (C) (D) (E) Sentido com o que lhe fizeram, não os procurou mais. Sua decisão apresentada não revela muito sentido. Ninguém compreendeu o sentido de sua atitude. O caminho bifurca em dois sentidos. Muitos escritores buscam o sentido das coisas. Página 5 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 PROVA DE LITERATURA BRASILEIRA Leia os dois poemas de Cacaso que seguem e resolva as questões de 11 a 15. Questão 13 Sobre o poema JOGOS FLORAIS I, assinale a única alternativa INCORRETA: (A) (B) (C) (D) (E) ruptura com a visão ufanista da pátria. visão pessimista do Brasil moderno. tom crítico que nos chama à realidade. ironia e gozação são características do poema. visão otimista do Brasil moderno. JOGOS FLORAIS I Minha terra tem palmeiras onde canta o tico-tico. Enquanto isso o sabiá vive comendo o meu fubá. Ficou moderno o Brasil Ficou moderno o milagre: a água já não vira vinho, vira direto vinagre. JOGOS FLORAIS II Minha terra tem Palmares memória cala-te já. Peço licença poética Belém capital Pará. Bem, meus prezados senhores dado o avançado da hora errata e efeitos do vinho o poeta sai de fininho (será mesmo com dois esses que se escreve paçarinho?) Questão Canção, de Cecília Meireles. Mal secreto, de Raimundo Correa. Canção do Exílio, de Gonçalves Dias. Canção do Exílio, de José de Alencar. Canção do exílio facilitada, de José Paulo Paes. Questão 12 Diferentemente da seriedade do poema romântico, as duas paródias de Cacaso caracterizam-se por um tom: (A) (B) (C) (D) (E) 14 Nos versos “(será mesmo com dois esses/ que se escreve paçarinho?)”, de JOGOS FLORAIS II, há uma crítica: (A) (B) (C) (D) à ideia de que o poeta não é um gênio. ao fazer poético que cultua a forma. às reformas ortográficas. ao pré-estabelecido e à incontestabilidade da linguagem formal. (E) ao poeta que se auto-censura. Questão 15 Podemos afirmar que tanto JOGOS FLORAIS I, quanto JOGOS FLORAIS II, caracterizam-se por serem poemas: (A) (B) (C) (D) (E) com estrutura métrica e rímica rigorosas. saudosistas, austeros. que utilizam termos eruditos e versos decassílabos. soltos, alegres, livres, nada austeros. soltos, livres, mas com temática austera. 11 Os dois poemas de Cacaso são paródias de um poema romântico, conhecido e considerado sério. Estamos falando de (A) (B) (C) (D) (E) Questão crítico, irônico, gozador. de exaltação da natureza brasileira. otimista sobre as belezas da pátria. saudosista da pátria distante. de exaltação da pátria que o acolheu. Questão 16 Sobre o romance A Bagaceira, de José Américo de Almeida, obra publicada em 1928, é valido afirmar. (A) Luís da Silva contou sua própria história. O romance toma, por isso, a forma e as dimensões do seu próprio espírito, como se fosse um diário. (B) Um mundo sem amor e sem alegria, uma verdadeira galeria de personagens egoístas, cruéis e insensíveis. Em meio a esse drama todo, há a tentativa de um idílio entre Vicente e Conceição, idílio esse que não chega a concretizar-se. (C) A obra abre caminhos para o romance regionalista, que o Modernismo iria desenvolver largamente. (D) Constrói amplo painel histórico da formação do Rio Grande do Sul, visto através de sucessivas gerações de duas famílias. (E) Tenta explicar o comportamento de Fabiano e Sinhá Vitória, tendo como base uma postura estritamente científica, pelos fatores de raça, meio e momento. Página 6 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 Questão 17 Leia as afirmações INCORRETA. Questão abaixo e assinale a opção (A) Lygia Fagundes Telles trata em seus textos sobretudo das experiências afetivas de suas personagens e dos sentimentos experimentados por elas. Ódio, ciúme, amor, solidão são alguns dos temas que povoam o universo ficcional criado pela autora. (B) Na narrativa de Guimarães Rosa há exploração da linguagem, matéria-prima do texto, favorecendo novas experiências que rompem com a estrutura tradicional e ao mesmo tempo permitem um mergulho na mais profunda intimidade do ser humano. (C) A obra de Clarice Lispector desafia o leitor a entrar em um mundo próprio, a participar de maneira ativa da construção do sentido e a dialogar efetivamente com o texto. (D) Em Vestido de Noiva, Nelson Rodrigues rompe com a linearidade narrativa da organização cronológica do enredo a que estava acostumado o público nacional. Por isso o autor foi consagrado como o melhor romancista brasileiro. (E) Ariano Suassuna, com a obra Auto da Compadecida (1955), influenciado pela tradição de Gil Vicente, retrata o ambiente nordestino. Adota uma linguagem eminentemente popular e vigorosa e descreve as personagens por suas atividades típicas e grande fidelidade. Questão 18 Leia o fragmento abaixo: “Ah! Toda alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza.” O texto transcrito faz parte do soneto intitulado “Cárcere das Almas”, de Cruz e Sousa. Sobre o assunto, só não é válido afirmar que: (A) As palavras revelam uma preocupação com uma concepção mística da vida. (B) O poeta utiliza figuras de linguagem, principalmente as metáforas: “alma presa num cárcere”, ”soluçando nas trevas”, “calabouço”. (C) A linguagem fora do campo da lógica, acentua a atmosfera de abstração que domina o texto. (D) Há uma preocupação de ordem emocional onde o poeta a beira mar sonha com as estrelas, enfim, com a natureza. (E) As palavras escolhidas “cárcere”, “trevas” e “calabouço” estão relacionadas com a atmosfera da mensagem, onde as almas estão presas. 19 A respeito do Barroco, escreva (V) para verdadeiro e (F) para falso. 1- ( 2- ( 3- ( 4- ( ) Retorno ao equilíbrio e à simplicidade dos modelos greco-romanos. ) Linguagem trabalhada, adornada, rica de figuras, principalmente antíteses, hipérbatos, paradoxos e metáforas. ) Presença marcante do bucolismo, da exaltação da vida campesina, com sua paisagem, seus pastores e seu gado. ) Preocupação com o cultismo, na dupla interpretação da palavra “cultura”, de que esse termo se origina: de um lado trabalho, esforço; de outro, memória do passado intelectual. Assinale a alternativa CORRETA. (A) (B) (C) (D) (E) 1-V; 1-F; 1-V; 1-F; 1-F; Questão 2-F; 2-V; 2-V; 2-F; 2-V; 3-V; 3-F; 3-V; 3-V; 3-V; 4-F. 4-V. 4-F. 4-V. 4-F. 20 Sobre Machado de Assis e sua obra, assinale a alternativa CORRETA. (A) Percebe-se na obra machadiana um gosto pela observação psicológica, propensão à análise de costumes e uma ironia associada à visão pessimista do ser humano. (B) As histórias de amor envolvem sempre dinheiro, família e casamento e apresentam a estrutura das narrativas românticas, como é o caso do romance, Dom Casmurro (1899) e Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). (C) Os romances da segunda fase machadiana concentram-se na falsidade da vida depois do casamento, marcado pela traição, como A Mão e a Luva (1874) e Helena (1876). (D) Costuma-se dizer que o ano de 1881, marca o início do Realismo no Brasil, porque foi nessa data que Machado de Assis publicou o romance Ressurreição. (E) Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis “parece cavar um fosso entre dois mundos”. O narrador protagonista Brás Cubas sabe que irá morrer brevemente, por isso adota uma postura de humildade diante da vida, que constitui o traço fundamental de seu caráter. Página 7 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 5. A redação que tiver menos de 20 linhas e, mais de 30, será desclassificada. Instruções para a REDAÇÃO: 6. Coloque TÍTULO na redação e não fuja do tema escolhido. 1. A redação vale 10 (dez) pontos, sendo 6 (seis) pontos para o conteúdo e 4 (quatro) pontos para a forma. 7. Em hipótese alguma haverá substituição da folha definitiva da PROVA DE REDAÇÃO. 2. Escolha apenas um dos temas: 1, 2 ou 3 e escreva o respectivo número no espaço próprio. 8. Não coloque qualquer tipo de identificação na prova. 9. Na versão definitiva, use caneta esferográfica azul ou preta. REDAÇÃO 3. 4. Redija em forma DISSERTATIVA, no mínimo 20 linhas e, no máximo, 30. Faça primeiro no RASCUNHO (que se encontra na página 11), antes de passar para a FOLHA DEFINITIVA releia a redação fazendo a devida autocorreção. 10. Não destaque nenhum dos gabaritos anexados à folha definitiva. 11. Devolva a Prova de Redação juntamente com os dois gabaritos anexados. TEMA 1 A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA É A NOVA FORMA DE TOTALITARISMO COMENTÁRIO: Na sua viagem pela América Latina para promocionar seu novo livro, “A Caverna”, o Prêmio Nobel de Literatura 1988, José Saramago, foi condecorado pela Universidade da República do Uruguai com o título de “Doutor Honoris Causa”, o máximo título que outorga essa Instituição. Sobre seu romance “A Caverna”, José Saramago, escritor português, comunista, marxista e um ferrenho crítico dos valores sociais, revela que estamos “assistindo a um mundo em extinção”. Os únicos lugares seguros são os shopping, que curiosamente não têm janelas, e um lugar sem janelas, é uma caverna. Eu falo de uma caverna moderna, um lugar sem correntes onde o homem, porém, vive acorrentado. Um mundo onde não há espaço para o ofício artesanal. O novo “opus” remete à luta desigual e titânica que deve padecer uma família da classe trabalhadora perante o pósmodernismo voraz de um gigantesco centro comercial. Um mundo onde o “use e jogue fora” parece ser moeda corrente e aonde não é necessário a polícia nem a repressão. O novo totalitarismo se baseia na economia e nas multinacionais, os novos donos do mundo. O mais descartável que existe neste momento, por incrível que pareça, é o ser humano. Saramago: “Não podemos perder a, capacidade de protesto, de indignação, de espírito crítico”. Jornal “La República” de Montevidéu (15/12/00, p. 33) INSTRUÇÃO: Com base no comentário acima, produza um texto DISSERTATIVO, deixando bem claro o seu ponto de vista, que deve ser sustentado por argumentos coerentes. Página 8 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 TEMA 2 “Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É u m c o n te n ta m e n to d e s c o n te n te ; É d o r q u e d e s a ti n a s e m d o e r ; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contraditório a si, é o mesmo Amor?” (Luís Vaz de Camões) INSTRUÇÃO: Redija sua dissertação a partir da interpretação do texto, atendendo ao sentido que o autor procurou imprimir a ele. Página 9 FAFIPA – Vestibular INVERNO 2009 TEMA 3 O VESTIBULAR PODE ACABAR. MAS ISSO É BOM OU RUIM? COMENTÁRIO: Em 1911, boa memória era sinônimo de inteligência. Até dá para entender. Naquela época, quando o governo brasileiro tornou o vestibular obrigatório para universidades públicas e particulares, conhecimento era coisa para poucos. Ter um baú de informações na cabeça já permitia a qualquer um ser pelo menos um bom profissional. Então não era surpresa que os vestibulares se preocupassem em testar basicamente a capacidade de memorização. Um século e muita decoreba depois ela continua sendo uma habilidade louvável, mas não é nem nunca foi a mais importante – só a mais fácil de testar numa prova. Coisas fundamentais, como o raciocínio e a criatividade, ainda são menos levadas em consideração do que deveriam na hora de selecionar quem entra na universidade. Não é de espantar, então, que muita gente deseje a morte dos testes tradicionais. Por isso mesmo todo mundo interessado no assunto vibrou quando o Ministério da Educação anunciou uma nova versão do Exame Nacional do Ensino Médio para substituir e unificar as provas das universidades federais. A exemplo do Enem antigo, ela promete exigir muito mais raciocínio lógico do que informação bruta a ser decorada. Está aí a solução para o tormento? Vamos ver. O MEC admitiu que inspirou-se no americano SAT (sigla em inglês para Teste de Medição Escolar), que é aplicado 7 vezes por ano (por enquanto aqui é só uma, mas a idéia é alcançar 7 também). Em duas versões: uma de raciocínio, que avalia matemática, leitura crítica e redação, e outra que testa o aprendizado de matérias específicas – física, história etc. Ambas reconhecidas pela qualidade das questões, que obrigam o aluno a de fato raciocinar. Apesar de bem formulado, o SAT é o terror mais profundo dos estudantes. Igualzinho o que ocorre aqui, existe por lá toda uma indústria de cursinhos especializados em dicas e macetes para que os alunos se saiam bem nas provas. E há quem garanta que são necessários anos para esquecer o trauma do exame. Os chineses que o digam. Por lá, a pressão para se sair bem em uma prova semelhante, que também é unificada e ocorre uma vez por ano, é tão forte que o vestibular está entre as causas de altas taxas de suicídio no país, de até 3,5 milhões de pessoas por ano. Entre as universidades mais disputadas, o método é mais complexo. É o caso das que fazem parte do grupo das 8 americanas de elite (entre as quais Yale, Harvard, Colúmbia e MIT). Elas até levam em conta as notas do SAT, mas também avaliam currículos, exigem cartas de recomendação, fazem entrevistas pessoais... até a personalidade do candidato entra em jogo. Tudo conta: participação em grêmio estudantil, viagem de mochilão, trabalhos comunitários... Tudo isso, por sinal, não existe só para o bem do aluno. Mas para o da própria instituição. Um diploma de Harvard foi importante para a carreira de Barack Obama. Mas ter formado um Barack Obama que virou presidente é ainda mais valioso para Harvard, pois aumenta o prestígio que a universidade já tem. Daí a importância de uma seleção realmente precisa. E daí, qual sua opinião sobre o vestibular? MAIO/2009/SUPER/P.19 INSTRUÇÃO: Com base nos comentários acima, produza um texto DISSERTATIVO, deixando bem claro o seu ponto de vista, que deve ser sustentado por argumentos coerentes. 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