Prova de Língua Portuguesa e Literatura
Brasileira - Redação
13/jul/2009
INSTRUÇÕES
INSTRUÇÕES
1. Verifique se este caderno contém 20 questões.
7. Verifique os dados relativos ao nome do(a)
candidato(a), número da cédula de identidade,
número de inscrição e curso. Após, assine o
2. Ao constatar qualquer irregularidade com
relação ao total de questões, solicite ao fiscal
da sala a substituição do caderno.
3. Cada questão tem apenas uma alternativa
correta ou incorreta.
gabarito no local apropriado.
8. O tempo mínimo de duração desta prova é de
1 hora (uma hora). Somente após decorrido
esse
tempo,
o(a)
candidato(a)
poderá
ausentar-se da sala, porém sem levar o
4. As respostas deverão ser transcritas no
GABARITO ou folha de respostas, com caneta
esferográfica azul ou preta.
5. Não rasure o gabarito, sob pena de ter a
questão anulada.
6. Não haverá substituição do gabarito ou folha
de respostas.
Nº de Inscrição
caderno de questões.
9. O tempo máximo de duração desta prova
(inclusive preenchimento do gabarito ou folha
de resposta) é de 3 horas (três horas). Após
as 21h30 o(a) candidato(a) poderá ausentarse levando o caderno de questões.
Nome do(a) Candidato(a)
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INVERNO 2009
PROVA DE LÍNGUA
PORTUGUESA
Texto para as questões de 1 a 6.
RELAÇÕES PERIGOSAS
Quando o amor desmedido vira doença e o
apaixonado precisa de tratamento.
MAURÍCIO SANTINI - “Quando ela não me
aceitou de volta, não acreditei. Ela sentia um amor
exagerado, morria de medo de me perder e fazia
tudo por mim, tanto que até me sufocava. Fiquei
mal. Me escondia atrás de postes para vigiá-la, não
dormia à noite, tinha disenteria. Experimentei todo
tipo de terapia, do convencional ao alternativo”.
Ele foi manipulado, enganado e roubado em
R$ 18 mil pela namorada. Mesmo assim, queria casar
com ela. O jornalista Maurício Santini, 44 anos, é
exemplo de quem amou a pessoa errada, da pior
maneira. Mas engana-se quem pensa que histórias
como essa são raras. Pelo contrário, casos
semelhantes – em que a auto-estima do apaixonado vai
pelo ralo – são corriqueiros em consultórios
psiquiátricos e em grupos de ajuda, como o Mada
(Mulheres que Amam Demais Anônimas), presente em
11 Estados brasileiros. Segundo especialistas, o amor
que faz a pessoa agir no sentido de preservar aquilo
que lhe faz mal é doença. Geralmente, este tipo de
enfermidade se manifesta nos inseguros, ciumentos e
possessivos. “São pessoas que, na infância, foram
cuidadas por pais inconstantes, que beijavam um dia e
nem ligavam no outro”, diz o psicólogo Ailton Amélio,
especialista em relacionamentos.
Maurício conheceu a mãe de seu filho, hoje com
dez anos, em 1990. Entre idas e vindas, o casal ficou
junto até 1997. Naquele ano, Maurício teve de abrir
mão de sua locadora de filmes por questões
financeiras. Para completar o drama, sua namorada lhe
contou que tinha um mioma no útero. “Ela me pedia
dinheiro (para a suposta operação), mas eu não tinha”,
diz ele. Oito meses depois, a verdade veio à tona. A
namorada de Santini começou a sentir fortes dores e –
surpreendentemente – entrou em trabalho de parto.
“Custei a entender que não havia mioma. Ela tinha
mentido e escondido que esperava um filho meu”, diz
ele.
Mesmo chocado, o jornalista resolveu se casar e
assumir a criança. “O que eu sentia por ela era uma
coisa impregnada, uma obsessão, uma possessão”,
avalia. Para isso, finalizou a venda da locadora e
seguiu às compras – seu objetivo era fazer os ajustes
em um imóvel para que a família pudesse morar. Foi
quando descobriu, ao passar um cheque, que sua
mulher havia lhe roubado R$ 18 mil. “Ela disse que era
para quitar dívidas.” Logo após a separação, Santini
pediu para voltar com ela e ouviu um não. “Fiquei muito
mal.” Foi quando perdeu o amor-próprio. Desesperado,
fazia vigília de madrugada em frente à casa dela e a
seguia na rua. O sofrimento era tanto que ele recorreu
a diversos tipos de terapia, tomava calmantes e
antidepressivos. O calvário durou mais de um ano. Há
dois, Santini conseguiu se livrar da tortura. Hoje,
namora outra pessoa e vive um relacionamento tranquilo,
segundo ele.
Não é preciso chegar ao extremo para ser infeliz no
amor. Aos 40 anos, a escritora Sandra Maia, 47, percebeu
que todos os seus relacionamentos seguiam a mesma
trajetória e não a faziam feliz. “Eu fazia tudo por meus
namorados. Acabava abrindo mão da minha personalidade
e, assim, os sufocava”, diz ela. Há cinco anos, escreveu o
livro Faço tudo por você (Editora Celebris) e, desde então,
busca o equilíbrio entre o “fazer pelo outro” e o “fazer por si
mesma”. Não é fácil. “É como ter de aprender a andar
novamente”, diz ela.
(ISTOÉ, 06/02/2008).
Questão
1
Assinale a alternativa em que o enunciado resume o tema
desenvolvido no texto.
(A) “Ele foi manipulado, enganado e roubado em
R$ 18 mil pela namorada. Mesmo assim, queria casar
com ela.”
(B) “O jornalista Maurício Santini, 44 anos, é exemplo de
quem amou a pessoa errada, da pior maneira.”
(C) “Segundo especialistas, o amor que faz a pessoa agir
no sentido de preservar aquilo que lhe faz mal é
doença.”
(D) “O que eu sentia por ela era uma coisa impregnada,
uma obsessão, uma possessão [...]”
(E) “Eu fazia tudo por meus namorados. Acabava
abrindo mão da minha personalidade e, assim, os
sufocava [...]”
Questão
2
Assinale a alternativa cujo valor nocional remete apenas a
ações realizadas no passado de forma duradoura e
repetitiva.
(A) “Mesmo chocado, o jornalista resolveu se casar e
assumir a criança.”
(B) “[...] que beijavam um dia e nem ligavam no outro [...]”
(C) “Custei a entender que não havia mioma [...]”
(D) “[...] Foi quando descobriu, ao passar um cheque, que
sua mulher havia lhe roubado R$ 18 mil.”
(E) “[...] percebeu que todos os seus relacionamentos
seguiam a mesma trajetória e não a faziam feliz.”
Questão
3
Assinale a alternativa em que os termos destacados não
correspondem à função sintática expressa entre
parênteses.
(A) “Ela me pedia dinheiro (para a suposta operação) [...]”
(Adjunto adverbial de finalidade).
(B) “São pessoas que, na infância, foram cuidadas por
pais inconstantes [...]” (Adjunto adverbial de tempo).
(C) “Hoje, namora outra pessoa e vive um relacionamento
tranquilo, segundo ele.” (Adjunto adverbial de
conformidade).
(D) “[...] Santini pediu para voltar com ela e ouviu um não.”
(Adjunto adverbial de negação).
(E) “É como ter de aprender a andar novamente.” (Adjunto
adverbial de modo).
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Questão
4
Texto para as questões 7, 8 e 9.
Nos enunciados abaixo, o conectivo destacado (que) é
uma conjunção integrante, exceto em:
(A) “[...] casos semelhantes – em que a autoestima do apaixonado vai pelo ralo – são
corriqueiros em consultórios psiquiátricos e em
grupos de ajuda [...]”
(B) “[...] sua namorada lhe contou que tinha um mioma
no útero.”
(C) “Ela tinha mentido e escondido que esperava um
filho meu [...]”
(D) “Ela disse que era para quitar dívidas.”
(E) “[...] seu objetivo era fazer os ajustes em um imóvel
para que a família pudesse morar.”
Questão
5
A partir dos termos destacados no enunciado
“Geralmente, este tipo de enfermidade se manifesta
nos inseguros, ciumentos e possessivos.”, e tendo em
vista o contexto em que os vocábulos aparecem,
considere as seguintes afirmações:
Os termos destacados funcionam como adjetivos,
pois expressam qualidades.
II. Os termos destacados funcionam como advérbios,
pois estão modificando o verbo “manifesta”,
atribuindo-lhe uma circunstância.
III. Os
termos
destacados
funcionam
como
substantivos, uma vez que estão determinados
pelo artigo “os”, resultando num caso de derivação
imprópria.
I.
Assinale o que for CORRETO:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Apenas a afirmativa I.
As afirmativas I e II.
Apenas a afirmativa II.
Apenas a afirmativa III.
As afirmativas II e III.
Questão
6
Considere os seguintes enunciados:
“O jornalista Maurício Santini, 44 anos, é exemplo
de quem amou a pessoa errada, da pior maneira.”
II. “Maurício conheceu a mãe de seu filho, hoje com
dez anos, em 1990.”
III. “[...] finalizou a venda da locadora e seguiu às
compras [...]”
IV. “Santini conseguiu se livrar da tortura.”
I.
Os termos destacados funcionam, respectivamente,
como:
(A) Complemento nominal – adjunto adverbial de
modo – adjunto adnominal – objeto indireto.
(B) Adjunto adnominal – adjunto adverbial de modo –
complemento nominal – objeto indireto.
(C) Adjunto adverbial de modo – complemento
nominal – adjunto adnominal – objeto indireto.
(D) Objeto indireto – adjunto adnominal – complemento
nominal – adjunto adverbial de modo.
(E) Adjunto adverbial de modo – adjunto adnominal –
complemento nominal – objeto indireto.
O PERMANENTE E O PROVISÓRIO
O casamento é permanente, o namoro é provisório.
O amor é permanente, a paixão é provisória.
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.
Um endereço é permanente, uma estada é provisória.
A arte é permanente, a tendência é provisória.
De acordo? Nem eu.
Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não
somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos
surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam
através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui
ontem e anteontem, já é memória. Escada vencida degrau
por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que
conta, minhas decisões valem para agora, hoje é o meu
dia, nenhum outro.
Amor permanente... como a gente se agarra nessa
ilusão. Pois se nem o amor por nós mesmos resiste tanto
tempo sem umas reavaliações. Por isso nos
transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar,
de deixar para trás nossos imensuráveis erros, nossos
achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos
achando que era certo e hoje condenamos. O amor se
infiltra dentro de nós, mas seguem todos em movimento:
você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo
pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar
um do outro.
Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser
jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar
uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e
se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque
hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado
e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a
necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o
tempo vire.
Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não
guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço.
Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve,
alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e
vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto
mais e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é
provisório, inclusive nós.
(MEDEIROS, Martha. Coisas da vida. Porto Alegre: L&PM,
2005. p. 39-40).
Questão
7
De acordo com o texto, assinale a alternativa cujo
fragmento reforça a ideia de transitoriedade associada ao
casamento.
(A) “O casamento é permanente, o namoro é provisório.”
(B) “[...] mas o que eu sou neste momento é o que conta,
minhas decisões valem para agora, hoje é o meu dia,
nenhum outro.”
(C) “[...] Pois se nem o amor por nós mesmos resiste tanto
tempo sem umas reavaliações.”
(D) “Faço menos planos e cultivo menos recordações.”
(E) “[...] tudo é provisório, inclusive nós.”
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Questão
8
Questão
A partir do enunciado “[...] a amizade é fortíssima até
encontrar uma desilusão ainda mais forte [...]”, assinale
a alternativa em que o termo em destaque pode ser
substituído por um dos articuladores abaixo sem alterar
o sentido da frase.
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
se bem que
à medida que
assim que
enquanto não
ainda que
9
Leia os enunciados abaixo:
I.
II.
III.
IV.
“O amor se infiltra dentro de nós [...]”
“[...] a necessidade se manifesta [...]”
“[...] como a gente se agarra nessa ilusão.”
“[...] a vontade se impõe [...]”
Assinale a alternativa que apresenta sujeito paciente:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Apenas I, II e IV.
I, II, III e IV.
Apenas I, III e IV.
Apenas I e IV.
Apenas II.
Texto para a questão 10.
Questão
10
A partir da leitura da tira de Caco Galhardo, indique a opção em que a palavra “sentido” apresenta o mesmo significado
que na fala do soldado.
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Sentido com o que lhe fizeram, não os procurou mais.
Sua decisão apresentada não revela muito sentido.
Ninguém compreendeu o sentido de sua atitude.
O caminho bifurca em dois sentidos.
Muitos escritores buscam o sentido das coisas.
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PROVA DE LITERATURA
BRASILEIRA
Leia os dois poemas de Cacaso que seguem e resolva
as questões de 11 a 15.
Questão
13
Sobre o poema JOGOS FLORAIS I, assinale a única
alternativa INCORRETA:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
ruptura com a visão ufanista da pátria.
visão pessimista do Brasil moderno.
tom crítico que nos chama à realidade.
ironia e gozação são características do poema.
visão otimista do Brasil moderno.
JOGOS FLORAIS I
Minha terra tem palmeiras
onde canta o tico-tico.
Enquanto isso o sabiá
vive comendo o meu fubá.
Ficou moderno o Brasil
Ficou moderno o milagre:
a água já não vira vinho,
vira direto vinagre.
JOGOS FLORAIS II
Minha terra tem Palmares
memória cala-te já.
Peço licença poética
Belém capital Pará.
Bem, meus prezados senhores
dado o avançado da hora
errata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho
(será mesmo com dois esses
que se escreve paçarinho?)
Questão
Canção, de Cecília Meireles.
Mal secreto, de Raimundo Correa.
Canção do Exílio, de Gonçalves Dias.
Canção do Exílio, de José de Alencar.
Canção do exílio facilitada, de José Paulo Paes.
Questão
12
Diferentemente da seriedade do poema romântico, as
duas paródias de Cacaso caracterizam-se por um tom:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
14
Nos versos “(será mesmo com dois esses/ que se
escreve paçarinho?)”, de JOGOS FLORAIS II, há uma
crítica:
(A)
(B)
(C)
(D)
à ideia de que o poeta não é um gênio.
ao fazer poético que cultua a forma.
às reformas ortográficas.
ao pré-estabelecido e à incontestabilidade da
linguagem formal.
(E) ao poeta que se auto-censura.
Questão
15
Podemos afirmar que tanto JOGOS FLORAIS I, quanto
JOGOS FLORAIS II, caracterizam-se por serem
poemas:
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
com estrutura métrica e rímica rigorosas.
saudosistas, austeros.
que utilizam termos eruditos e versos decassílabos.
soltos, alegres, livres, nada austeros.
soltos, livres, mas com temática austera.
11
Os dois poemas de Cacaso são paródias de um poema
romântico, conhecido e considerado sério. Estamos
falando de
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
Questão
crítico, irônico, gozador.
de exaltação da natureza brasileira.
otimista sobre as belezas da pátria.
saudosista da pátria distante.
de exaltação da pátria que o acolheu.
Questão
16
Sobre o romance A Bagaceira, de José Américo de
Almeida, obra publicada em 1928, é valido afirmar.
(A) Luís da Silva contou sua própria história. O romance
toma, por isso, a forma e as dimensões do seu
próprio espírito, como se fosse um diário.
(B) Um mundo sem amor e sem alegria, uma
verdadeira galeria de personagens egoístas, cruéis
e insensíveis. Em meio a esse drama todo, há a
tentativa de um idílio entre Vicente e Conceição,
idílio esse que não chega a concretizar-se.
(C) A obra abre caminhos para o romance regionalista,
que o Modernismo iria desenvolver largamente.
(D) Constrói amplo painel histórico da formação do Rio
Grande do Sul, visto através de sucessivas
gerações de duas famílias.
(E) Tenta explicar o comportamento de Fabiano e Sinhá
Vitória, tendo como base uma postura estritamente
científica, pelos fatores de raça, meio e momento.
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Questão
17
Leia as afirmações
INCORRETA.
Questão
abaixo
e
assinale
a
opção
(A) Lygia Fagundes Telles trata em seus textos
sobretudo das experiências afetivas de suas
personagens e dos sentimentos experimentados por
elas. Ódio, ciúme, amor, solidão são alguns dos
temas que povoam o universo ficcional criado pela
autora.
(B) Na narrativa de Guimarães Rosa há exploração da
linguagem, matéria-prima do texto, favorecendo
novas experiências que rompem com a estrutura
tradicional e ao mesmo tempo permitem um
mergulho na mais profunda intimidade do ser
humano.
(C) A obra de Clarice Lispector desafia o leitor a entrar
em um mundo próprio, a participar de maneira ativa
da construção do sentido e a dialogar efetivamente
com o texto.
(D) Em Vestido de Noiva, Nelson Rodrigues rompe
com a linearidade narrativa da organização
cronológica do enredo a que estava acostumado o
público nacional. Por isso o autor foi consagrado
como o melhor romancista brasileiro.
(E) Ariano Suassuna, com a obra Auto da
Compadecida (1955), influenciado pela tradição de
Gil Vicente, retrata o ambiente nordestino. Adota
uma linguagem eminentemente popular e vigorosa e
descreve as personagens por suas atividades
típicas e grande fidelidade.
Questão
18
Leia o fragmento abaixo:
“Ah! Toda alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.”
O texto transcrito faz parte do soneto intitulado “Cárcere
das Almas”, de Cruz e Sousa. Sobre o assunto, só não é
válido afirmar que:
(A) As palavras revelam uma preocupação com uma
concepção mística da vida.
(B) O poeta utiliza figuras de linguagem, principalmente
as metáforas: “alma presa num cárcere”, ”soluçando
nas trevas”, “calabouço”.
(C) A linguagem fora do campo da lógica, acentua a
atmosfera de abstração que domina o texto.
(D) Há uma preocupação de ordem emocional onde o
poeta a beira mar sonha com as estrelas, enfim,
com a natureza.
(E) As palavras escolhidas “cárcere”, “trevas” e
“calabouço” estão relacionadas com a atmosfera da
mensagem, onde as almas estão presas.
19
A respeito do Barroco, escreva (V) para verdadeiro e (F)
para falso.
1- (
2- (
3- (
4- (
) Retorno ao equilíbrio e à simplicidade dos
modelos greco-romanos.
) Linguagem trabalhada, adornada, rica de
figuras, principalmente antíteses, hipérbatos,
paradoxos e metáforas.
) Presença marcante do bucolismo, da exaltação
da vida campesina, com sua paisagem, seus
pastores e seu gado.
) Preocupação com o cultismo, na dupla
interpretação da palavra “cultura”, de que esse
termo se origina: de um lado trabalho, esforço;
de outro, memória do passado intelectual.
Assinale a alternativa CORRETA.
(A)
(B)
(C)
(D)
(E)
1-V;
1-F;
1-V;
1-F;
1-F;
Questão
2-F;
2-V;
2-V;
2-F;
2-V;
3-V;
3-F;
3-V;
3-V;
3-V;
4-F.
4-V.
4-F.
4-V.
4-F.
20
Sobre Machado de Assis e sua obra, assinale a
alternativa CORRETA.
(A) Percebe-se na obra machadiana um gosto pela
observação psicológica, propensão à análise de
costumes e uma ironia associada à visão pessimista
do ser humano.
(B) As histórias de amor envolvem sempre dinheiro,
família e casamento e apresentam a estrutura das
narrativas românticas, como é o caso do romance,
Dom Casmurro (1899) e Memórias Póstumas de
Brás Cubas (1881).
(C) Os romances da segunda fase machadiana
concentram-se na falsidade da vida depois do
casamento, marcado pela traição, como A Mão e a
Luva (1874) e Helena (1876).
(D) Costuma-se dizer que o ano de 1881, marca o início
do Realismo no Brasil, porque foi nessa data que
Machado
de
Assis
publicou
o
romance
Ressurreição.
(E) Em Memórias Póstumas de Brás Cubas,
Machado de Assis “parece cavar um fosso entre
dois mundos”. O narrador protagonista Brás Cubas
sabe que irá morrer brevemente, por isso adota uma
postura de humildade diante da vida, que constitui o
traço fundamental de seu caráter.
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5.
A redação que tiver menos de 20 linhas e, mais de
30, será desclassificada.
Instruções para a REDAÇÃO:
6.
Coloque TÍTULO na redação e não fuja do tema
escolhido.
1.
A redação vale 10 (dez) pontos, sendo 6 (seis)
pontos para o conteúdo e 4 (quatro) pontos para a
forma.
7.
Em hipótese alguma haverá substituição da folha
definitiva da PROVA DE REDAÇÃO.
2.
Escolha apenas um dos temas: 1, 2 ou 3 e escreva
o respectivo número no espaço próprio.
8.
Não coloque qualquer tipo de identificação na prova.
9.
Na versão definitiva, use caneta esferográfica azul
ou preta.
REDAÇÃO
3.
4.
Redija em forma DISSERTATIVA, no mínimo 20
linhas e, no máximo, 30.
Faça primeiro no RASCUNHO (que se encontra na
página 11), antes de passar para a FOLHA
DEFINITIVA releia a redação fazendo a devida
autocorreção.
10. Não destaque nenhum dos gabaritos anexados à
folha definitiva.
11. Devolva a Prova de Redação juntamente com os
dois gabaritos anexados.
TEMA 1
A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA É A NOVA FORMA DE TOTALITARISMO
COMENTÁRIO:
Na sua viagem pela América Latina para promocionar seu
novo livro, “A Caverna”, o Prêmio Nobel de Literatura 1988,
José Saramago, foi condecorado pela Universidade da
República do Uruguai com o título de “Doutor Honoris
Causa”, o máximo título que outorga essa Instituição.
Sobre seu romance “A Caverna”, José Saramago, escritor
português, comunista, marxista e um ferrenho crítico dos
valores sociais, revela que estamos “assistindo a um mundo
em extinção”. Os únicos lugares seguros são os shopping,
que curiosamente não têm janelas, e um lugar sem janelas,
é uma caverna. Eu falo de uma caverna moderna, um lugar
sem correntes onde o homem, porém, vive acorrentado. Um
mundo onde não há espaço para o ofício artesanal. O novo
“opus” remete à luta desigual e titânica que deve padecer
uma família da classe trabalhadora perante o pósmodernismo voraz de um gigantesco centro comercial. Um
mundo onde o “use e jogue fora” parece ser moeda corrente
e aonde não é necessário a polícia nem a repressão. O
novo totalitarismo se baseia na economia e nas
multinacionais, os novos donos do mundo. O mais
descartável que existe neste momento, por incrível que
pareça, é o ser humano.
Saramago: “Não podemos perder a,
capacidade de protesto, de indignação,
de espírito crítico”.
Jornal “La República” de Montevidéu (15/12/00, p. 33)
INSTRUÇÃO:
Com base no comentário acima, produza um texto DISSERTATIVO, deixando bem claro o seu ponto de vista, que deve ser
sustentado por argumentos coerentes.
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TEMA 2
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É u m c o n te n ta m e n to d e s c o n te n te ;
É d o r q u e d e s a ti n a s e m d o e r ;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contraditório a si, é o mesmo Amor?”
(Luís Vaz de Camões)
INSTRUÇÃO:
Redija sua dissertação a partir da interpretação do texto, atendendo ao sentido que o autor procurou imprimir a ele.
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TEMA 3
O VESTIBULAR PODE ACABAR. MAS ISSO É BOM OU RUIM?
COMENTÁRIO:
Em 1911, boa memória era sinônimo de inteligência. Até dá para entender. Naquela época, quando o governo
brasileiro tornou o vestibular obrigatório para universidades públicas e particulares, conhecimento era coisa para poucos.
Ter um baú de informações na cabeça já permitia a qualquer um ser pelo menos um bom profissional. Então não era
surpresa que os vestibulares se preocupassem em testar basicamente a capacidade de memorização.
Um século e muita decoreba depois ela continua sendo uma habilidade louvável, mas não é nem nunca foi a mais
importante – só a mais fácil de testar numa prova. Coisas fundamentais, como o raciocínio e a criatividade, ainda são
menos levadas em consideração do que deveriam na hora de selecionar quem entra na universidade. Não é de espantar,
então, que muita gente deseje a morte dos testes tradicionais. Por isso mesmo todo mundo interessado no assunto vibrou
quando o Ministério da Educação anunciou uma nova versão do Exame Nacional do Ensino Médio para substituir e unificar
as provas das universidades federais. A exemplo do Enem antigo, ela promete exigir muito mais raciocínio lógico do que
informação bruta a ser decorada. Está aí a solução para o tormento?
Vamos ver. O MEC admitiu que inspirou-se no americano SAT (sigla em inglês para Teste de Medição Escolar),
que é aplicado 7 vezes por ano (por enquanto aqui é só uma, mas a idéia é alcançar 7 também). Em duas versões: uma de
raciocínio, que avalia matemática, leitura crítica e redação, e outra que testa o aprendizado de matérias específicas – física,
história etc. Ambas reconhecidas pela qualidade das questões, que obrigam o aluno a de fato raciocinar. Apesar de bem
formulado, o SAT é o terror mais profundo dos estudantes. Igualzinho o que ocorre aqui, existe por lá toda uma indústria de
cursinhos especializados em dicas e macetes para que os alunos se saiam bem nas provas. E há quem garanta que são
necessários anos para esquecer o trauma do exame.
Os chineses que o digam. Por lá, a pressão para se sair bem em uma prova semelhante, que também é unificada
e ocorre uma vez por ano, é tão forte que o vestibular está entre as causas de altas taxas de suicídio no país, de até 3,5
milhões de pessoas por ano.
Entre as universidades mais disputadas, o método é mais complexo. É o caso das que fazem parte do grupo das 8
americanas de elite (entre as quais Yale, Harvard, Colúmbia e MIT). Elas até levam em conta as notas do SAT, mas
também avaliam currículos, exigem cartas de recomendação, fazem entrevistas pessoais... até a personalidade do
candidato entra em jogo. Tudo conta: participação em grêmio estudantil, viagem de mochilão, trabalhos comunitários...
Tudo isso, por sinal, não existe só para o bem do aluno. Mas para o da própria instituição. Um diploma de Harvard
foi importante para a carreira de Barack Obama. Mas ter formado um Barack Obama que virou presidente é ainda mais
valioso para Harvard, pois aumenta o prestígio que a universidade já tem. Daí a importância de uma seleção realmente
precisa.
E daí, qual sua opinião sobre o vestibular?
MAIO/2009/SUPER/P.19
INSTRUÇÃO:
Com base nos comentários acima, produza um texto DISSERTATIVO, deixando bem claro o seu ponto de vista,
que deve ser sustentado por argumentos coerentes.
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Prova de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira