INTERVENÇÃO DO PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA FNABA NA SESSÃO DE LISBOA DA III EDIÇÃO DA SNBA SALÃO NOBRE DA CGD Lisboa, 5 de Novembro de 2010 Senhoras e Senhores, muito boa tarde. É reafirmando os agradecimentos e saudações com que principiei a minha intervenção de boas vindas no início desta tarde, e em representação dos mais legítimos interesses das 10 Associações de Business Angels que a FNABA neste momento congrega, que participo, mais uma vez, nesta Sessão da III SNBA. O tema da edição deste ano – “Chegou a hora dos Business Angels” teve como objectivo continuar a difundir a importância dos Business Angels, como elementos chaves na criação e na expansão do tecido empresarial português, através da transmissão das melhores práticas que se vem consolidando nos mercados mais evoluídos, dando assim sequência às recomendações da Comissão Europeia em fazer das Redes de Business Angels um dos principais dinamizadores no financiamento de projectos de elevado potencial de crescimento. A III Semana Nacional de Business Angels é uma iniciativa que visa aproximar o público, e em particular os empreendedores, dos Business Angels de cada região, bem como sensibilizar potenciais investidores a conhecerem a actividade por estes desenvolvida. Ao longo desta semana decorreram conferências, fóruns de discussão e apresentações públicas de projectos à procura de financiamento, bem como de projectos que já obtiveram financiamento de Business Angels e que pretendem partilhar a sua experiência como um exemplo a seguir. A III Semana Nacional de Business Angels teve o alto patrocínio do IAPMEI e da Caixa Capital, entidades que têm ao longo dos últimos anos - em estreita parceria com a FNABA- manifestado o seu compromisso com a promoção da actividade dos Business Angels em Portugal. É sabido que a obtenção do financiamento necessário ao desenvolvimento de novas iniciativas empresariais sempre constituiu um dos principais obstáculos a ultrapassar por parte dos empreendedores. Para facilitar este processo e, consequentemente, contribuirmos para a dinamização da actividade empresarial no nosso País, a Comunidade de Business Angels, tem neste momento ao seu dispor um Fundo de CoInvestimento, no montante de 43 milhões de euros, dos quais 28 milhões de euros são provenientes do Programa COMPETE e 1,5 milhões de euros da Linha de Co-Investimento Complementar com Business Angels criada pela Caixa Capital. Este Fundo de Co-Investimento constitui uma interessante alternativa cujo conhecimento e utilização tem obrigatoriamente de passar a fazer parte das opções que os empreendedores deverão equacionar na hora de lançarem ou desenvolverem os seus projectos de elevado potencial de valorização e crescimento. Com esta Iniciativa, a FNABA, actuando em plena sintonia com os objectivos traçados pela EBAN – www.eban.org e pela WBAA – www.wbaa.biz – entidades nas quais tem assumido lugar de destaque nos respectivos órgãos de gestão – visa, através das suas redes de Business Angels, dinamizar o capital privado como meio de excelência para o aumento do volume de investimento requerido pelas empresas, em especial as promovidas por jovens empreendedores. A organização desta III edição foi coordenada pela Direcção da FNABA que mais uma vez contou com a empenhada colaboração das suas dez associadas na realização das Iniciativas que têm vindo a ocorrer um pouco por todo o País. Num contexto em que a recuperação da economia portuguesa continua a não dar sinais positivos, importa relembrar que noutras alturas em que o clima macroeconómico revelava índices semelhantes de menor actividade empresarial se geraram argumentos potenciadores para empresas jovens, entusiastas e ágeis se constituírem e prosperarem. Existe, muitas vezes, a tendência para culpar as condições económicas e a falta de financiamento dos bancos como as principais razões para justificar as dificuldades que as PMEs possuem de criar riqueza, ou seja, de conseguirem afirmar os seus produtos e serviços nos mercados nacionais e até mesmo internacionais. Pese embora este facto, é preciso que os empreendedores se responsabilizem e orientem os seus negócios de acordo com estratégias empresariais adequadas aos tempos difíceis que estamos a viver. Recordo, a propósito, que os empresários para além de precisarem de uma boa ideia de negócio, determinação, coragem e um pouco de sorte para que a mesma seja bem sucedida, também necessitam de procurar soluções capazes de contribuírem para esse sucesso. Ao nível das soluções, recomendo o conhecimento pormenorizado, por parte dos empreendedores, da linha de financiamento, criada no âmbito do Programa COMPETE, de apoio à actividade de Business Angels no montante de 28 milhões de euros aos quais acrescem 15 milhões de euros dos próprios B.A., para a criação e arranque de novas empresas com forte capacidade de desenvolvimento e valorização. Merece igualmente particular atenção por parte dos investidores, em start-ups, a aprovação em sede do Orçamento de Estado de 2010, de um estímulo fiscal que permite aos B.A. portugueses deduzir 20% do valor investido, na criação de novas empresas, até ao montante de 15% da sua correspondente colecta em sede de IRS. Recomendo, por isso, aos empreendedores e investidores portugueses que aproveitem as oportunidades existentes através da criação de novos negócios pois como diz um velho provérbio chinês, as fortunas são feitas em boas alturas; os impérios são construídos em tempos difíceis. É certo que vivemos um momento em que as circunstâncias do mundo nos interpelam e nos desafiam a encontrar caminhos mais acertados para a democracia e para o desenvolvimento, mas é, igualmente, certo que, por outro lado, os cidadãos cada vez mais querem conduzir as suas vidas e tutelar os seus próprios destinos. E, por isso, acredito, que continuar a apoiar e a dotar os Business Angels de condições atractivas para os seus investimentos é estar a criar condições reais de fortalecimento do Ecossistema empreendedor. É potenciar o desenvolvimento daqueles que serão seguramente os futuros criadores de riqueza da Economia à escala global. E Portugal, à semelhança de outros países mais evoluídos, tem de passar a encarar a actividade desenvolvida por estes investidores em start-ups como uma grande oportunidade de se tornar um país moderno que gere mais riqueza Verdadeiramente. Muito obrigado. Francisco Banha Presidente da Direcção da FNABA Lisboa, 5 de Novembro de 2010 [email protected] e mais bem-estar social.