FRANCIS DUBÈ ESTUDOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS COM Eucalyptus sp. NO NOROESTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS: O CASO DA COMPANHIA MINEIRA DE METAIS Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Ciência Florestal, para obtenção do título de “Magister Scientiae”. VIÇOSA MINAS GERAIS - BRASIL NOVEMBRO - 1999 FRANCIS DUBÈ ESTUDOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS COM Eucalyptus sp. NO NOROESTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS: O CASO DA COMPANHIA MINEIRA DE METAIS Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Curso de Ciência Florestal, para obtenção do título de “Magister Scientiae”. APROVADA: 25 de julho de 1999. Prof. Rasmo Garcia (Conselheiro) Prof. Geraldo A. de Andrade Araújo (Conselheiro) Prof. Helio Garcia Leite Prof. Márcio Lopes da Silva Prof. Laércio Couto (Orientador) Aos meus pais, Suzanne e Gilles. À Hélène, minha única irmã. Ao Félix e Vincent, meus sobrinhos. Ao Rev. Pe. John Kim Badka, meu amigo. ii AGRADECIMENTO A Deus, todo poderoso, magnífico criador do nosso universo. Aos meus pais, Suzanne e Gilles, pelo amor, pelo apoio, pelo incentivo, pelo sacrifício e pela dedicação constantes ao longo da minha vida. À minha irmã, Hélène, ao meu cunhado, Gilles, e aos meus padrinhos, Raymond e Rachel, pelo amor e apoio de sempre. Ao professor Laércio Couto, pela segura orientação, pelos ensinamentos, pela experiência transmitida, pela consideração e pela grande oportunidade de convivência. Aos professores Márcio Lopes da Silva, Rasmo Garcia, Geraldo Antônio de Andrade Araújo e Helio Garcia Leite, pela oportunidade de convivência, pelo estímulo e pelas críticas e sugestões. À CMM-Companhia Mineira de Metais, nas pessoas dos engenheiros florestais Luciano Lage Magalhães, Vicente de Paula Silveira, Raul Nogueira Melido e Arnaldo Cardoso e do técnico agropecuário Wagner, pelo apoio e fornecimento de dados necessários para a realização deste estudo. Ao professor Luiz Carlos Couto, pela amizade, pelo encorajamento e pela ajuda constante, sem a qual a minha vinda ao Brasil não teria sido possível. Aos professores Alexandre Santos Pimenta, Carlos Antônio Moreira Leite, Carlos Cardoso Machado, Elias Silva, José Gabriel de Lelles, José Mauro iii Gomes, Sebastião Renato Valverde e Vidar J. Nordin, pela amizade, atenção e agradável convivência. Ao Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa, pela única oportunidade de realizar o curso neste país. Aos funcionários do Departamento de Engenharia Florestal, em especial a Ritinha, Chiquinho, José Mauro, Graça, Imaculada, Jamile, Paulo e Tadeu, pela simpatia e pelo cordial convívio. À Fondation d’Éducation Globale Laflamme, pela ajuda financeira concedida no início do Mestrado. Aos amigos Ana Márcia, Badka, Cacá, Carlos Antônio do Nascimento Santos, Carlos Gondim, Jandir e Nelsa Zanchet, Javier Gonzaléz Molina, Jules Marcelo Brum da Silveira, Lídia Maria Lopes, Louis Courtemanche, Loiola e Jeane, Lucrécia, Márcia Mascarenhas, Cristina Tavares, Mônica Ribeiro Pirozi, Enivaldo e Gislaine Minette, Otto Viana Pessôa de Mendonça, Raquel Franco, Roberta Paulino, Valdone Domingos Rabelo, Wagner Aldeir Bastos e Yvonne Sangster. Aos colegas e amigos do DEF, em especial a Alcides Gatto, Fernando Silveira Franco, Ivar Wendling, Gilson Fernando da Silva, Sebastião Lourenço de Assis Júnior, Mariângela Vidal e Omar Daniel, pela bela convivência durante este curso. A todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho. Enfim, ao povo brasileiro, pela incrível hospitalidade, gentileza e simpatia, sem as quais não teria sido possível minha integração neste lindo país! iv BIOGRAFIA FRANCIS DUBÈ, filho de Gilles Dubè e Suzanne Laplante Dubè, nasceu em Montréal, Província de Québec, Canadá, em 30 de maio de 1972. Realizou seu curso colegial em Québec, no “Petit Séminaire de Québec”. Em 1991, ingressou no Curso de Engenharia Florestal da Université Laval, cidade de Québec, Canadá. Em 1993-1994, participou de um intercâmbio acadêmico na University of British Columbia, em Vancouver, Canadá. Em maio de 1995, graduou-se Engenheiro Florestal pela Université Laval. Em março de 1996, iniciou o Curso de Mestrado em Ciência Florestal, com concentração em área de Agrossilvicultura e Sistemas Agroflorestais, na Universidade Federal de Viçosa, Minas Gerais, Brasil, defendendo tese em julho de 1999. No ano de 1998, participou ativamente da comissão organizadora do I Seminário Internacional de Produtos Sólidos de Madeira de Alta Tecnologia SIMATEC 98, juntamente com o I Encontro sobre Tecnologias Apropriadas de Desdobro, Secagem e Utilização da Madeira de Eucalipto, eventos promovidos pela Sociedade de Investigações Florestais - SIF e pelo Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Federal de Viçosa. v CONTEÚDO Página EXTRATO .............................................................................................. ABSTRACT............................................................................................ 1. INTRODUÇÃO .................................................................................. 1.1. O problema: importância e justificativas ...................................... 1.2. Objetivo......................................................................................... 2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................... 2.1. Sistemas agroflorestais: conceitos, classificação e importância ... 2.1.1. Vantagens biológicas e sócio-econômicas.............................. 2.1.1.1. Vantagens biológicas ........................................................ 2.1.1.2. Vantagens econômicas e sociais ...................................... 2.2. Sistemas agroflorestais com Eucalyptus no Brasil ....................... 2.2.1. Região Norte ........................................................................... 2.2.2. Região Nordeste...................................................................... 2.2.3 Região Centro-Oeste................................................................ 2.2.4. Região Sul............................................................................... 2.2.5. Região Sudeste........................................................................ 2.2.5.1. Sistemas silviagrícolas...................................................... 2.2.5.1.1. Eucalipto e milho........................................................ 2.2.5.1.2. Eucalipto e feijão ........................................................ 2.2.5.1.3. Eucalipto e soja........................................................... 2.2.5.1.4. Eucalipto e arroz, sorgo e outras culturas agrícolas ... 2.2.5.2. Sistemas silvipastoris........................................................ vi ix xi 1 1 3 4 4 5 5 6 7 8 10 11 11 12 12 12 14 15 16 18 Página 2.2.5.3. Sistemas agrossilvipastoris ............................................... 2.3. Avaliação econômica de projetos agroflorestais........................... 3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................... 3.1. Caracterização da macrorregião noroeste do Estado de Minas Gerais ........................................................................................... 3.2. Caracterização da área utilizada no estudo de caso ...................... 3.3. Caracterização dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM 3.3.1. Ano zero.................................................................................. 3.3.2. Ano um.................................................................................... 3.3.3. Ano dois .................................................................................. 3.3.4. Ano três................................................................................... 3.3.5. Ano quatro .............................................................................. 3.3.6. A partir do ano cinco .............................................................. 3.4. Curva de crescimento e produção ................................................. 3.5. Avaliação econômica dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM ............................................................................................ 3.5.1. Valor presente líquido (VPL) ................................................. 3.5.2. Valor esperado da terra (VET)................................................ 3.5.3. Benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE)................. 3.5.4. Taxa interna de retorno (TIR)................................................. 3.5.5. Relação benefício-custo (B/C)................................................ 3.6. Custo anual da terra (a) ................................................................. 3.7. Simulações de alternativas técnicas e econômicas ....................... 3.8. Custos e receitas............................................................................ 3.8.1. Custos de implantação de eucalipto........................................... 3.8.2. Custos de manutenção de eucalipto no primeiro ano ............. 3.8.3. Custos de manutenção de eucalipto no segundo ano.............. 3.8.4. Custos de manutenção de eucalipto no terceiro ano............... 3.8.5. Custos de manutenção de eucalipto do quarto ao décimo primeiro ano............................................................................ 3.8.6. Custos de implantação, condução e colheita de arroz ............ 3.8.7. Custos de implantação, condução e colheita de soja .............. 3.8.8 Custo de formação e manutenção de pastagens....................... 3.8.9. Custos dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de novilhos de corte..................................................................... 3.8.10. Custos anuais de depreciação relacionados à pecuária de corte....................................................................................... vii 22 23 25 25 27 30 32 36 38 39 42 42 45 45 46 46 46 46 47 47 47 48 48 48 48 48 49 49 49 49 49 49 Página 3.8.11. Receitas resultantes da comercialização dos produtos obtidos................................................................................... 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................ 4.1. Crescimento e produção................................................................ 4.2. Análise econômica do sistema agrossilvipastoril ......................... 4.2.1. Custos...................................................................................... 4.2.2. Receitas ................................................................................... 4.2.3. Avaliação econômica .............................................................. 4.3. Monocultura de eucalipto ............................................................. 4.3.1. Custos...................................................................................... 4.3.2. Receitas ................................................................................... 4.3.3. Avaliação econômica .............................................................. 4.4. Comparação econômica do sistema agroflorestal e da monocultura .................................................................................. 4.5. Simulações de alternativas ............................................................ 4.5.1. Rotação de 11 anos ................................................................. 4.5.1.1. Variação nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema.............................................................................. 4.5.1.2. Variação nos custos de produção dos componentes do sistema.............................................................................. 4.5.2. Rotação de nove anos ............................................................. 4.5.2.1. Avaliação econômica........................................................ 4.5.2.2. Variação simultânea nos preços de venda dos produtos obtidos .............................................................................. 4.5.2.3. Variação simultânea nos custos de produção ................... 5. RESUMO E CONCLUSÕES ............................................................. 6. RECOMENDAÇÕES ......................................................................... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................... APÊNDICES........................................................................................... APÊNDICE A ......................................................................................... APÊNDICES B ....................................................................................... viii 50 51 51 53 53 66 68 69 69 70 70 71 72 72 72 82 91 92 95 97 100 104 106 114 115 130 EXTRATO DUBÈ, Francis, M.S., Universidade Federal de Viçosa, novembro de 1999. Estudos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. no noroeste do Estado de Minas Gerais: o caso da Companhia Mineira de Metais. Orientador: Laércio Couto. Conselheiros: Geraldo Antônio de Andrade Araújo e Rasmo Garcia. O presente trabalho foi conduzido na Unidade Agroflorestal da Companhia Mineira de Metais - CMM, na região noroeste do Estado de Minas Gerais. Objetivou-se avaliar, detalhadamente, os aspectos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. na região de cerrado, tomando como base exemplos de sistemas ali tradicionalmente utilizados. Por meio de simulações, analisaram-se os efeitos de variações nos preços de venda dos produtos e nos custos de produção e, ainda, compararam-se os atuais sistemas agroflorestais da CMM com as novas propostas, considerando as mudanças na rotação do componente florestal. O valor presente líquido (VPL), o valor esperado da terra (VET), o benefício-custo periódico equivalente (B(C)PE), a relação benefício-custo (B/C) e a taxa interna de retorno (TIR) foram os indicadores utilizados na avaliação econômica, utilizando uma taxa de desconto de 10% ao ano Os resultados deste trabalho demonstraram que a idade técnica de ix colheita do povoamento de eucalipto em sistemas agroflorestais cai de 11 para 9 anos, de acordo com a equação linear ajustada para determinar a produção (m3.ha-1), em função da idade (anos). Os custos de implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto representaram mais de um terço dos custos totais de implantação, manutenção e colheita dos componentes dos sistemas. Mais da metade do valor da receita foi proveniente da venda dos produtos madeireiros obtidos ao longo da rotação de 11 anos. Os sistemas agroflorestais adotados pela empresa são economicamente mais atrativos que a monocultura de eucalipto, se esta fosse hoje prática vigente na empresa. Variações de ±20% no preço da arroba de boi gordo (componente animal) afetaram significativamente os indicadores financeiros, logo seguidas pelas variações nos preços de venda de madeira para serraria e energia. Variações de ±20% no custo de implantação do componente florestal afetaram também, expressivamente, os indicadores econômicos. Os sistemas agroflorestais mostraram-se menos sensíveis ao aumento simultâneo de 20% nos custos de produção de seus componentes do que à redução simultânea de 20% nos preços de venda de seus produtos. Enfim, os sistemas simulados com rotação de nove anos mostraram-se economicamente mais atrativos que os atuais sistemas com rotação de 11 anos, validando, assim, a nova idade técnica de colheita do componente florestal proposta na equação ajustada. x ABSTRACT DUBÈ, Francis, M.S., Federal University of Viçosa, November of 1999. Technical and economic studies of Eucalyptus-based agroforestry systems in Northwestern Minas Gerais: a case study of the Companhia Mineira de Metais. Adviser: Laércio Couto. Committee Members: Geraldo Antônio de Andrade Araújo and Rasmo Garcia. The present work was carried out in the Agroforestry Unit of the Companhia Mineira de Metais - CMM, Northwestern Minas Gerais State. The objective was to evaluate the technical and economic aspects of Eucalyptusbased agroforestry systems established in a savanna-like region, known as Cerrado in Brazil. Through simulations, the effects of variations in the prices of sale of the products obtained and in the costs of production were analyzed. Moreover, the current Agroforestry Systems at CMM were compared with new proposals, considering changes in the rotation age of the forest component. The net present value (VPL), the expected land value (VET), the periodical equivalent benefit-cost (B(C)PE), the benefit-cost ratio (B/C) and the internal rate of return (TIR) were the indicators used in the economic analysis, using an interest rate of 10% per year. The results of this work demonstrated that the xi technical rotation age of the forest component of the eucalypt-based Agroforestry Systems drops from 11 to 9 years, according to the linear equation adjusted to determine the production (m3.ha-1) in function of the age (years). The establishment and maintenance costs of 1 ha of eucalypt represented more than one third of the total implantation, maintenance and harvest costs of the components of the Systems. More than half of the revenue was coming from the sale of the wood products (charcoal and sawn wood) obtained along the 11 yearold rotation. The Agroforestry Systems adopted by the company are economically more attractive than the eucalypt monoculture, if this were an effective practice today in the company. Variations of ±20% in the sale price of cattle (animal component) affected significantly the sensitivity analysis, soon followed by the variations in the prices of wood for sawmill and energy. Variations of ±20% in the establishment costs of the forest component also affected significantly the economic indicators. The Agroforestry Systems appeared to be less sensitive to a simultaneous increase of 20% in the costs of production of its components than to a simultaneous reduction of 20% in the prices of sale of its products. Finally, the Systems simulated with a 9 year-old rotation age appeared economically more attractive than the current Systems adopted by the company, validating the new technical rotation age of the forest component proposed in the adjusted equation. xii 1. INTRODUÇÃO 1.1. O problema: importância e justificativas Na América do Sul, cerca de 300 milhões de hectares são cobertos por savanas, bioma este conhecido como cerrados no Brasil e llanos na Colômbia e Venezuela. Uma parte significativa dessa área tem potencial agrícola e pode ser considerada para produção de alimentos, constituindo uma alternativa de expansão de fronteira agrícola (GOEDERT, 1987). O cerrado brasileiro cobre cerca de 150 milhões de hectares, o que corresponde a 25% da superfície do país. No Estado de Minas Gerais, 21 milhões de hectares são cobertos por cerrados, ou seja, 37% do território estadual (VILELA, 1977), o que mostra a sua grande importância econômica não só para o Estado, mas também para o país. A maior parte das atividades de reflorestamento com Eucalyptus sp., espécie florestal exótica de maior importância comercial no Brasil, destinada à produção de celulose e papel, carvão vegetal, óleos essenciais, chapas de fibras e aglomerados, lenha, madeira para construção e móveis etc., concentra-se no Estado de Minas Gerais, na região do cerrado, que também possui grande potencial para o cultivo de grãos e a pecuária de corte. No entanto, para sustentar atividades pecuárias nos locais reflorestados com Eucalyptus sp., faz-se 1 necessário interplantar forrageiras entre as árvores, pois o sub-bosque natural, em geral, apresenta baixo valor forrageiro. A utilização de sistemas consorciados de florestas com culturas agrícolas e, ou, pastagens bem-planejados reduz consideravelmente os custos de implantação e manutenção das plantações de Eucalyptus sp., aumenta a produtividade do local e minimiza a erosão do solo e outros impactos negativos ao meio ambiente. Várias pesquisas realizadas no Brasil, entre outras as de GURGEL FILHO (1962), COUTO et al. (1982, 1988, 1994a e b, 1995, 1998), DUBOIS (1982), MONIZ (1987), RIBASKI (1987), MARQUES (1990), PASSOS (1990 e 1996), SANTOS (1990), ALMEIDA (1991), FERREIRA NETO (1994), GARCIA et al. (1993 e 1994), LOKER (1994), ALMEIDA (1995), CASTRO (1996) e SILVA (1998a e b), têm mostrado a importância de sistemas consorciados como forma de uso mais adequado do solo. No noroeste do Estado de Minas Gerais, no cerrado, tem-se o maior exemplo de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. no Brasil, e talvez nas Américas ou mesmo no mundo. Nessa região, os consórcios seqüenciais de Eucalyptus sp. e seus híbridos com cultivos anuais nas entrelinhas, nos primeiros anos de estabelecimento da floresta, seguidos, posteriormente, da semeadura de forrageiras perenes para engorda de gado de corte, têm sido utilizados com sucesso. Tais consorciações constituem alternativas potenciais para amortizar os custos iniciais de implantação e manutenção das plantações florestais, permitir fluxo de caixa constante ao longo do período de maturação da floresta, além de fornecer rendas complementares (OLIVEIRA e MACEDO, 1996). Entretanto, apesar de o embasamento teórico e os subsídios técnicos terem sido satisfatórios, até o presente momento, para o funcionamento dos diversos sistemas naquela região, existe ainda carência de informações científicas sobre os efeitos de determinadas técnicas silviculturais, como densidade de plantio, desrama, desbaste, capina e queima controlada, na produção dos diferentes componentes dos referidos sistemas. Por outro lado, existe também a necessidade de estudar novas opções de consorciação dos diferentes componentes que formam os sistemas agroflorestais na região. 2 Assim, são necessários estudos mais aprofundados dos diferentes sistemas agroflorestais com potencial para a macrorregião noroeste do Estado de Minas Gerais, que avaliem, inclusive, as interações existentes entre os diversos componentes e a multiplicidade de produtos possíveis de serem obtidos. 1.2. Objetivo O objetivo geral deste trabalho foi estudar, detalhadamente, os aspectos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp., na região de cerrado, no noroeste do Estado de Minas Gerais, tomando como base os exemplos de sistemas ali tradicionalmente utilizados. Especificamente, objetivou-se, por meio de simulações, analisar os efeitos de variações em parâmetros importantes como os preços de venda dos produtos e os custos de produção, bem como comparar os atuais sistemas com as novas propostas, considerando as mudanças na rotação do componente florestal. 3 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Sistemas agroflorestais: conceitos, classificação e importância Os sistemas agroflorestais são definidos como sistemas viáveis de uso da terra, segundo o princípio de rendimento sustentado, que permitem aumentar a produção total, combinando cultivos agrícolas, arbóreos e plantas forrageiras e, ou, animais, simultaneamente ou seqüencialmente, aplicando práticas de manejo compatíveis com os padrões culturais da população local (BENE et al., 1977). NAIR (1984, 1993) definiu sistema agroflorestal como o plantio deliberado de árvores, ou de outras plantas lenhosas perenes, com culturas agrícolas e, ou, animais, na mesma unidade de terra ou em alguma outra forma de arranjo espacial ou temporal, por meio das interações (ecológicas e, ou, econômicas) significativas (positivas ou negativas) entre os componentes arbóreos e os não-arbóreos do sistema. É também uma consorciação de práticas que variam entre regiões, onde são observadas as características socioeconômicas, culturais, geográficas e ecológicas locais (NAIR, 1979). Conforme BROOKS et al. (1991), as plantas lenhosas perenes em sistemas agroflorestais bem-planejados podem servir como quebra-ventos, favorecer a estabilização do solo em topografia íngreme e ajudar no controle das 4 condições de umidade do solo, proporcionando melhor manejo de bacias hidrográficas. A integração de árvores e cultivos agrícolas pode resultar numa utilização mais eficiente de água, nutrientes e radiação solar do que, geralmente, é possível em monocultivos florestais ou agrícolas (BENE et al., 1977). Uma das razões biológicas de interesse para sistemas agroflorestais é que as árvores usam porções da biosfera que plantas agrícolas ou animais geralmente não usam, o que resulta em maior produção de biomassa total. De acordo com COMBE e BUDOWSKI (1979), os sistemas agroflorestais são classificados da seguinte forma: • Sistemas Silviagrícolas: árvores associadas aos cultivos agrícolas, para produção simultânea de culturas florestais e agrícolas. • Sistemas Silvipastoris: árvores associadas aos animais e, ou, à pastagem, para produção de madeira, celulose, frutos, carvão e alimento para animais domésticos. • Sistemas Agrossilvipastoris: árvores associadas aos cultivos agrícolas e aos animais e, ou, à pastagem, ao mesmo tempo ou em seqüência temporal. 2.1.1. Vantagens biológicas e sócio-econômicas 2.1.1.1. Vantagens biológicas • Melhor ocupação do local. A consorciação de plantas com diferentes exigências de luz, água e nutrientes possibilita o uso mais eficiente desses fatores de produção, resultando em maior produção de biomassa. • Melhoramento das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo. As árvores promovem a ciclagem de nutrientes das camadas mais profundas do solo para as camadas superficiais, via translocação desses nutrientes para os galhos, as folhas e outras partes da planta, que, ao cair no solo, promoverão o aumento do teor de matéria orgânica do solo. 5 • Aumento da produtividade. A produção integrada dos sistemas agroflorestais é, freqüentemente, maior que nos monocultivos. • Controle da erosão do solo. Os sistemas agroflorestais que incluem consórcios de plantas que ocupam diferentes estratos de copas podem reduzir o impacto das chuvas e os riscos da erosão do solo. • Redução de variáveis microclimáticas. O dossel de copas das árvores nos sistemas agroflorestais funciona como protetor do solo contra a radiação solar direta durante o dia e impede que ele perca energia à noite, diminuindo a amplitude de variação de temperatura e umidade locais. • Redução do risco de perda de produção. A biodiversidade pode reduzir o risco de perda de produção devido a ataques de pragas e doenças ou a condições climáticas desfavoráveis. • Tutor ou suporte para trepadeiras. Nos sistemas agroflorestais, as árvores podem funcionar como tutores ou suportes para espécies trepadeiras de valor econômico. • Uso adequado do sombreamento. Isso é verdade principalmente em locais onde as condições de solo não são adequadas, quando a pluviosidade é muito grande ou quando a temperatura é muito alta (McDICKEN e VERGARA, 1990; NAIR, 1993). 2.1.1.2. Vantagens econômicas e sociais • Aumento das oportunidades de renda por unidade de área. Os sistemas agroflorestais aumentam a receita do produtor rural. • Maior variedade de produtos e, ou, serviços. A utilização de sistemas agroflorestais permite a obtenção de um número maior de produtos e, ou, serviços a partir de uma mesma área de terra, do que quando se utilizam monocultivos. • Melhoria da alimentação e nutrição humana. A grande diversidade de plantas e as diferentes alternativas de consorciação de espécies agrícolas com árvores e 6 espécies arbustivas permitem a obtenção de vários produtos para o consumo humano. • Diversidade de culturas e redução de riscos. A grande diversidade de plantas e as diferentes alternativas de consorciação de espécies agrícolas com árvores e espécies arbustivas permitem a obtenção de variada gama de produtos. • Amortização dos custos de plantio e manutenção florestal. Os custos de estabelecimentos de plantações florestais podem ser reduzidos quando outras culturas são plantadas simultaneamente, ou quando se utilizam consorciações com bovinos e ovinos. • Melhoria da distribuição de mão-de-obra rural ao longo do ano. Há uma melhor distribuição da demanda de mão-de-obra no decorrer do ano, em oposição ao que ocorre nas monoculturas. • Redução das necessidades de capinas. A presença da cobertura arbórea pode reduzir a radiação solar em nível de superfície do solo, diminuindo, por conseguinte, o crescimento de ervas invasoras não-tolerantes à sombra (McDICKEN e VERGARA, 1990; NAIR, 1993). • Contribuição no manejo de paisagens. A recomposição paisagística de uma área degradada pode ser feita com o uso de sistemas agroflorestais, pois estes proporcionam maior diversidade cultural e beleza cênica do que as monoculturas arbóreas, por exemplo. 2.2. Sistemas agroflorestais com Eucalyptus no Brasil Embora a maioria das pesquisas com sistemas agroflorestais com base em eucalipto concentre-se, atualmente, no Estado de Minas Gerais, a origem histórica dessa atividade remonta ao antigo Serviço Florestal do Estado de São Paulo e à Companhia Paulista de Estradas de Ferro. A primeira informação sobre sistemas agroflorestais, envolvendo eucalipto, parece ter sido registrada no trabalho de ANDRADE e VECCHI (1918), quando relataram as experiências com a criação de ovinos em pastoreio sob florestas, além da utilidade apícola do gênero. 7 O primeiro trabalho, no Brasil, que tratou de um consórcio silviagrícola do ponto de vista científico foi o de GURGEL FILHO (1962), no Estado de São Paulo. Nesse trabalho, o pesquisador testou o plantio de linhas de milho entre as linhas de Eucalyptus alba, com o objetivo de avaliar o efeito do consórcio sobre o crescimento em altura e diâmetro do eucalipto, bem como sobre a produção de grãos da gramínea. Para facilitar o entendimento e a evolução dos estudos nessa área, serão relatadas, a seguir, algumas pesquisas realizadas com sistemas agroflorestais com Eucalyptus em cada região do País. 2.2.1. Região Norte No Estado de Rondônia, COSTA et al. (1998) avaliaram o desempenho agronômico de leguminosas forrageiras tropicais que cresciam sob sombreamento de eucaliptos, com o objetivo de selecionar as mais promissoras para a formação de pastagens em sistemas silvipastoris. A semeadura foi realizada nas duas primeiras semanas de dezembro de 1996, numa área plantada com eucaliptos havia cerca de 12 anos, no espaçamento de 3 x 3 m. Considerando os rendimentos e a distribuição estacional de forragem, a composição química e a cobertura do solo, as leguminosas com melhor potencial para formação de pastagens foram Desmodium ovalifolium CIAT-350, Pueraria phaseoloides CIAT-9900 e BRA-0612 e Centrosema macrocarpum CIAT-5065. Em Paragominas, Estado do Pará, MARQUES (1990) avaliou o crescimento e o desenvolvimento do paricá (Schizolobium amazonicum), da tatajuba (Bagassa guianensis) e do eucalipto (Eucalyptus tereticornis), até os 36 meses de idade, em consórcio com milho (Zea mays) e capim-marandu (Brachiaria brizantha). As árvores foram cultivadas em linhas triplas de 3 x 3 m, distanciadas 12 m entre si. Houve tratamentos que foram cultivados nas entrelinhas e nas entrefaixas. Seus resultados e suas conclusões para os tratamentos com o eucalipto foram: 8 • o ganho em termo de matéria seca total ultrapassou 110%, enquanto o de matéria seca do lenho no eucalipto consorciado foi superior a 59%, quando comparado ao monocultivo do componente florestal, o que ocorreu em virtude do aproveitamento dos resíduos de fertilizantes aplicados no milho; • as produtividades do milho sob eucalipto alcançaram 1.086, 738 e 335 kg.ha-1, respectivamente, para o primeiro, segundo e terceiro ano, as quais, embora baixas, reduziram os custos de plantio e manutenção do componente florestal, no primeiro e segundo ano, em 21 e 64%, respectivamente, em relação ao monocultivo de eucalipto; • a produtividade de matéria seca do capim-marandu, 12 meses após a semeadura, foi de 9.029 kg.ha-1, valor que se situa na faixa média obtida na região; e • o baixo rendimento do milho no terceiro ano indica que a semeadura do capim deve ser antecipada para o segundo ano e que os animais devem ser soltos no ano seguinte. Novamente em Paragominas, um estudo semelhante foi realizado por VEIGA e MARQUES (1998), visando avaliar a viabilidade dos sistemas silvipastoris compostos pelas espécies florestais paricá (Schizolobium amazonicum), tatajuba (Bagassa guianensis) e eucalipto (Eucalyptus tereticornis) com as forrageiras capim-marandu (Brachiaria brizantha), capim-colonião (Panicum maximum) (substituído posteriormente por Brachiaria dictyoneura) e quicuio (Brachiaria humidicola). As mudas de eucalipto foram plantadas em janeiro de 1985, em faixas constituídas de três linhas, no espaçamento de 3 x 3 m, deixando um espaço entre faixas de 12 m de largura, resultando numa densidade de 555 árvores por hectare. Os sistemas silvipastoris que envolviam o paricá foram os mais promissores, do ponto de vista da produção florestal (maior altura e DAP), para as condições de Paragominas. Para a produção animal, o capim-marandu foi a forrageira mais indicada, em termos de produção de forragem e de persistência, permitindo o pastejo ao longo de todo o experimento. 9 O sistema agrossilvipastoril, além das vantagens gerais comuns a todos os SAF, potencializa o lado econômico, ambiental e de aproveitamento de recursos naturais e de insumos. Essas características o tornam particularmente importante para os plantadores do, no passado, tão criticado eucalipto, pois: apresenta maior biodiversidade, mesmo que ao longo de determinado espaço de tempo; propicia o melhor aproveitamento dos recursos edáficos, em nível horizontal e vertical; e os insumos aplicados podem ser mais eficientemente aproveitados pelas plantas florestais e agrícolas e pelos animais. Além disto, do ponto de vista econômico, o produtor poderá obter receitas intermediárias importantes para a redução de custos florestais, além dos desbastes (POTTIER, 1984), e até mesmo superávit ao longo do ciclo das rotações programadas para as árvores. O lado econômico dessa modalidade de SAF, nos moldes de obtenção de receitas intermediárias, pode torná-lo um sistema capaz de incentivar os produtores rurais a plantarem árvores de espécies nativas, de crescimento lento, porém de madeira com qualidade superior e maior valor. Os custos com as espécies florestais são diluídos ao longo do tempo, e os agrossilvicultores podem, praticamente, se “esquecer” das árvores, para se lembrarem delas somente quando estiverem em ponto de abate (COUTO et al., 1998). 2.2.2. Região Nordeste Em região semi-árida, em Petrolina, Estado de Pernambuco, RIBASKI et al. (1993) trabalharam com gado bovino sob povoamentos de Eucalyptus camaldulensis, com oito anos de idade, e com as forrageiras: capim-urochloa (Urochloa mosambicensis), capim-búfel (Cenchrus ciliaris) e capim-colonião (Panicum maximum). Os animais foram colocados a pastejarem por duas vezes, em períodos de três meses por ano. Como principal resultado, houve um incremento volumétrico de 21% no eucalipto do sistema silvipastoril, em relação ao do monocultivo. 10 O eucalipto é uma espécie apropriada para as práticas silvipastoris, pois apresenta copas estreitas, que deixam penetrar razoável quantidade de luz direta ou difusa até o nível do solo, o que permite o desenvolvimento de plantas forrageiras, quando em espaçamento e manejo adequados, e fornece sombra aos animais (COUTO et al., 1998). O desbaste e a desrama artificial podem potencializar essas condições favoráveis, resultando na redução de custos de implantação e manutenção, especialmente no controle de plantas daninhas e na prevenção de incêndios, além da receita antecipada em virtude da venda de animais, antes mesmo do final da primeira rotação. Ademais, a distribuição de esterco e a possibilidade de uso de forrageiras fixadoras de nitrogênio podem melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. 2.2.3 Região Centro-Oeste Nos cerrados de Planaltina, Distrito Federal, MELO et al. (1994) testaram o consórcio entre Eucalyptus grandis, Pinus oocarpa, mandioca, arroz e capim-andropogon, em várias combinações, durante três anos. Os autores relataram que o desenvolvimento das culturas agrícolas não foi bom quando consorciadas com eucalipto. Segundo eles, tal fato provavelmente ocorreu por causa da rápida competição por luz e do entrelaçamento de raízes, provocados por essa espécie florestal. Vale ressaltar que o espaçamento utilizado foi de 5 m entre as linhas duplas de 2 x 1,5 m. Aos 77 meses de idade, os resultados demonstraram que o crescimento do eucalipto não foi afetado pelo consórcio, quando comparado com o dos monocultivos tradicionais. 2.2.4. Região Sul SCHREINER (1989, 1992) testou o plantio de três a cinco linhas de soja entre as linhas de Eucalyptus grandis, em espaçamento de 3 x 2 m, contra 11 o monocultivo de ambas as culturas. As conclusões do autor foram: • a cultura da soja propiciou receita 30% superior, podendo compensar as despesas necessárias para o plantio e crescimento inicial do eucalipto; • a soja favoreceu em 30% o desenvolvimento juvenil do eucalipto, em comparação ao eucalipto em monocultivo; e • o uso de cinco linhas de soja, distanciadas de 0,50 m entre as linhas de eucalipto, foi o mais recomendado para esse tipo de consórcio. Na região fisiográfica da Depressão Central do Rio Grande do Sul, SILVA (1998a) avaliou a produtividade de componentes de um sistema silvipastoril constituído por Eucalyptus saligna Smith e pastagens cultivadas e nativas. Estudou também o desempenho de bovinos e seus efeitos sobre duas populações de eucalipto (1.670 e 833 árvores.ha-1, com espaçamento de 2 x 3 m e 2 x 6 m, nas linhas e entrelinhas, respectivamente) e três níveis de utilização de forragens do sub-bosque, compostas de azevém anual (Lolium multiflorum L.) e trevo-vesiculoso (Trifolium vesiculosum Savi cv. Yuchi), no período de inverno-primavera (6, 11 e 16% de oferta de matéria seca de forragem por animal.dia-1). 2.2.5. Região Sudeste 2.2.5.1. Sistemas silviagrícolas 2.2.5.1.1. Eucalipto e milho No Estado de São Paulo, GURGEL FILHO (1962) testou o plantio de uma, duas e três fileiras de milho (Zea mays L.) entre as linhas de Eucalyptus alba, plantado no espaçamento inicial de 3 x 1,5 m. Com o aumento do número de linhas de milho, diminuiu-se a distância entre a linha de árvores e a da cultura agrícola. O autor avaliou a altura e o diâmetro do eucalipto, respectivamente, aos 18 e 42 meses de idade. Concluiu que o aumento do 12 número de linhas de milho prejudicou o crescimento das árvores e que o consórcio com uma linha foi favorável a ambas as culturas. O caráter heliófilo do eucalipto deve ser considerado nessa modalidade de consórcio. O milho apresenta crescimento rápido, atingindo um porte que pode trazer prejuízo ao crescimento das árvores, principalmente, em virtude da competição por luz. A diminuição da distância entre a cultura agrícola e a linha da cultura florestal, à medida que se aumentou o número de linhas de milho, provavelmente ocasionou a redução no crescimento do eucalipto. No consórcio com culturas temporárias de porte alto, tal como o milho, nem sempre é possível manter a produtividade agrícola desejada ou esperada, utilizando os espaçamentos tradicionais para as árvores, ou um número de linhas para a cultura agrícola semelhante ao do monocultivo. No Estado de Minas Gerais, MONIZ (1987) também detectou redução no crescimento em altura, diâmetro, peso de matéria seca, número de folhas e sobrevivência do eucalipto. O autor avaliou o consórcio entre Eucalyptus torelliana F. Muell. e milho, aos seis meses após o plantio das árvores, que estavam espaçadas em 3 x 2 m. As principais conclusões de seu trabalho foram: • as receitas líquidas de todos os tratamentos em consórcio foram superiores às do milho em monocultivo; e • como o consórcio com apenas uma fileira de milho apresentou receita superior aos custos de implantação do eucalipto, tal sistema foi considerado o mais recomendado, em virtude da necessidade de menor capital inicial; ademais, esse sistema não prejudicou o crescimento e a sobrevivência do eucalipto. Resultados semelhantes foram obtidos por COUTO et al. (1994a). Os autores verificaram que mais de uma linha de milho entre as fileiras de eucalipto (espaçamento 3 x 2 m) reduziram a sobrevivência e o crescimento inicial das plantas de eucalipto, aos seis meses de idade. 13 PASSOS et al. (1992) reavaliaram o trabalho com Eucalyptus grandis, utilizando os mesmos tratamentos de MONIZ (1987), analisando os dados disponíveis até os 25 meses de idade. Neste caso, o consórcio permitiu redução de até 20% nos custos de implantação da cultura florestal. Além disto, a produção de grãos foi significativamente afetada pela cultura florestal, independente do número de fileiras utilizadas. Segundo COUTO et al. (1994a), a redução dos custos de implantação florestal pela utilização de sistemas agroflorestais pode atingir até 60% do total. Esses trabalhos demonstram que a redução dos custos de implantação do eucalipto é efetivo quando se utiliza um SAF com milho. 2.2.5.1.2. Eucalipto e feijão Apesar de o feijão (Phaseolus vulgaris L.) ser uma leguminosa fixadora de nitrogênio, ele não o faz tão efetivamente quanto outros representantes da família, como a soja, nem mesmo produz grande quantidade de matéria orgânica. Portanto, não se pode justificar o consórcio de árvores com feijão, com base em tal fato. Busca-se, então, a redução de custos de implantação florestal, a cobertura do solo, o aproveitamento de resíduos de adubação pelas árvores e a produção de alimentos (COUTO et al., 1998). No Estado de São Paulo, SCHREINER e BALLONI (1986) procuraram analisar os efeitos do consórcio entre Eucalyptus grandis e feijão. O espaçamento da cultura florestal foi de 3 x 2 m, e as observações foram feitas até os 35 meses de idade da floresta. O feijão foi testado mediante a utilização de quatro a seis linhas, contra os monocultivos das duas espécies. As principais conclusões dos autores foram: • a sobrevivência, a altura e o diâmetro das árvores não foram afetados pelo consórcio; • com cinco e seis linhas de feijão, os resultados foram igualmente positivos para a produção volumétrica do eucalipto; 14 • o uso de cinco linhas de feijão foi o recomendado, pois resultou em ganho de 20% em volume de madeira de eucalipto, comparado com o seu monocultivo, principalmente por causa da adubação residual da cultura agrícola; e • a produção de feijão foi maior (917 kg.ha-1) com cinco linhas do que com seis (780 kg.ha-1). No Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, PASSOS (1990) estudou o comportamento inicial de um SAF que envolvia eucalipto e feijão, sendo as árvores espaçadas de 3 x 2 m e as filas da cultura agrícola variando de duas a cinco. Pelos resultados obtidos, foi possível concluir que: • o aumento do número de fileiras de feijão causou redução nos valores obtidos para várias características (matéria seca e número de grãos por vagem e por planta, número de vagens e matéria seca de grãos por área); e • o consórcio não afetou a altura, o diâmetro e o volume do eucalipto, embora a biomassa total por hectare e a do lenho por árvore tenham tido tendência de aumento, nos tratamentos com maior número de fileiras de feijão. COUTO et al. (1995) também constataram a ocorrência de redução dos custos de implantação de eucalipto, em sistemas agroflorestais com feijão. Segundo os autores, a produtividade do feijão em consórcio foi maior do que em monocultivo, o que pode indicar a ocorrência de interações complementares. 2.2.5.1.3. Eucalipto e soja Em Bom Despacho, Estado de Minas Gerais, COUTO et al. (1982) demonstraram a viabilidade do uso dessa cultura agrícola na redução de custos da implantação florestal. Em seu experimento, os autores, utilizando de uma a cinco fileiras de soja (Glycine max) nas entrelinhas de Eucalyptus grandis, concluíram que uma cultura não prejudicou o crescimento e a produção da 15 outra e que houve, ainda, redução do custo de manutenção da plantação florestal. No município de Unaí, noroeste de Minas Gerais, CAFGV (1992), cultivando soja entre as linhas de Eucalyptus urophylla, em espaçamento de 5 x 2 m, conseguiu a produtividade de 30 sacas por hectare, o que, segundo seus pesquisadores, é idêntica à que se obtém na monocultura de soja na região. Para o eucalipto, os resultados do consórcio foram bastante significativos, ocorrendo aumento de diâmetro, altura e volume das árvores. Em Itapetininga, Estado de São Paulo, SCHREINER (1989) testou o plantio de três a cinco linhas de soja entre as linhas de Eucalyptus grandis, em espaçamento 3 x 2 m, contra o monocultivo de ambas as culturas. O autor recomendou o uso de cinco linhas de soja para esse tipo de consórcio, com o qual foi possível obter, somente com a cultura agrícola, um retorno econômico de 30%. Além disto, detectou o favorecimento do crescimento do eucalipto, pelo menos até os 18 meses de idade. O favorecimento do crescimento do eucalipto, segundo o autor, deveuse: ao aproveitamento da adubação residual da cultura da soja; ao aproveitamento do nitrogênio fixado pela leguminosa; e às condições ambientais favoráveis ao crescimento inicial, em virtude da melhor cobertura do solo. 2.2.5.1.4. Eucalipto e arroz, sorgo e outras culturas agrícolas Em Itararé, Estado de São Paulo, STAPE e MARTINI (1992) testaram o consórcio de eucalipto em várias combinações com arroz e feijão, com e sem o uso de calcário dolomítico e calcítico. O espaçamento da cultura florestal foi de 3 x 2 m. Vale a pena listar seus resultados e conclusões: • o consórcio favoreceu o crescimento em altura do eucalipto, pelo menos no início do estabelecimento da cultura florestal, assim como verificado por MONIZ (1987), para milho, e PASSOS (1990), para feijão; 16 • aos 52 meses de idade, detectou-se um acréscimo de 5% na produção de madeira de eucalipto, no consórcio com o arroz, além da inexistência de alelopatia; • a produtividade da floresta consorciada foi superior à dos monocultivos de Eucalyptus grandis e Eucalyptus saligna; • a maior produtividade das duas espécies de eucalipto resultou em maior taxa interna de retorno (TIR) e menor custo de produção no consórcio; e • os ganhos de produtividade para o Eucalyptus grandis, Eucalyptus saligna e Eucalyptus dunnii em consórcio resultaram em menores custos de colheita e remoção da madeira que os dos monocultivos florestais. Em Vazante, Minas Gerais, a Cia. Mineira de Metais, em sua Unidade Agroflorestal, além de arroz, soja e milho, tem utilizado também o sorgo como componente agrícola em seus sistemas agroflorestais com eucaliptos. Por outro lado, a GERDAU S.A., em suas pesquisas na região de Divinópolis, Minas Gerais, também utilizou, além do arroz, milho e feijão, a mandioca como um dos componentes nos sistemas agroflorestais estudados. PASSOS et al. (1996) testaram um consórcio de Eucalyptus urophylla e arroz (Oryza sativa), em Cláudio, Minas Gerais, utilizando espaçamentos que variaram de 6 a 10 m por planta, avaliando-as aos 21 meses de idade. Os dados sobre a cultura de arroz foram coletados em duas safras. Os resultados confirmaram o efeito positivo sobre a produção volumétrica do eucalipto, comparado com o do monocultivo florestal. Entre os espaçamentos menores (3 x 2 m, 4 x 1,5 m e 5 x 1,5 m) a produtividade foi a mesma, tendo sido superior à dos espaçamentos maiores. Quanto ao arroz, verificou-se que a produtividade da segunda safra teve redução de um terço a um quarto do que se obteve no primeiro ano, o que indica a inviabilidade dessa cultura em consórcio com o eucalipto a partir do segundo ano, independente do espaçamento utilizado (PASSOS, 1996). PASSOS et al. (1993) estudaram o consórcio entre eucalipto, milho e feijão, em espaçamento de 3 x 2 m para as árvores, até os 25 meses. 17 Verificaram que as culturas não se afetaram mutuamente e que o consórcio eucalipto/três fileiras de milho/seis fileiras de feijão e o consórcio milho/feijão não diferiram estatisticamente entre si, em termos de produtividade agrícola. Novamente, os resultados da pesquisa vêm comprovar a viabilidade técnica e econômica dos SAF com eucalipto, neste caso tratando-se, especificamente, do consórcio com arroz, milho, feijão e mandioca. Para o produtor agrícola, há a possibilidade de produzir alimentos nos mesmos níveis de produtividade dos monocultivos de ciclo curto, com a vantagem dos aportes financeiros futuros produzidos pela cultura florestal. No caso do produtor florestal, é uma oportunidade de reduzir os custos de implantação e manutenção da floresta, o que contribui para o melhor aproveitamento dos solos que também apresentem potencial agrícola, reduzindo, assim, a pressão ambiental gerada pela cultura de eucalipto. 2.2.5.2. Sistemas silvipastoris É possível que as primeiras experiências com a criação de animais sob florestas de eucaliptos tenham sido relatadas por ANDRADE e VECCHI (1918), no Estado de São Paulo. Neste caso, o que levou à tentativa de consórcio foi a preocupação de controlar incêndios no período da seca, agravados pelo aumento do material combustível proveniente da vegetação rasteira nativa ou de invasoras, como o capim-gordura (Melinis minutiflora). Com o passar do tempo, o capim-gordura tornou-se dominante mesmo em florestas com 15 anos de idade. Inicialmente, tais experiências visavam o aproveitamento da pastagem para criação de ovinos, mas os resultados obtidos foram negativos, por causa da falta de adaptação das raças utilizadas (ANDRADE, 1961). Em seguida, foram testados bovinos, que foram muito atacados por bernes, comuns na criação destes animais sob arvoredos, segundo o autor. Por fim, a criação de eqüídeos teve sucesso. Verificou-se que cada égua necessitou de 2,5 ha.ano-1 para se alimentar, com a vantagem de seu custo de aquisição e manutenção ter 18 sido um pouco inferior ao custo da roçada da mesma área. O inconveniente detectado estava na necessidade de descompactar o solo após a retirada dos animais. O aumento da compactação em virtude do tráfego de animais causa decréscimo na quantidade de macroporos, o que resulta em diminuição nas taxas de infiltração de água e aumento do escorrimento superficial, causando erosão do solo, impede o crescimento radicular das plantas, aumenta a atividade de microorganismos desnitrificadores e reduz a disponibilidade de nitrogênio (ADAMS, 1975; SCHNEIDER et al., 1978). No município de Bocaina-SP, SCHREINER (1988) testou a viabilidade de um sistema silvipastoril, em solos de Areia Quartzosa, sob floresta de Eucalyptus grandis em espaçamento 3 x 2 m, com 13 meses de idade no início do experimento, utilizando braquiária como forrageira. O gado permaneceu pastejando por um ano. A principal conclusão obtida foi que não houve efeito do pisoteio sobre as características físicas do solo. Resultados semelhantes foram obtidos por COUTO et al. (1988), em Dionísio, Minas Gerais, com gado bovino pastando sob Eucalyptus urophylla em idade de corte. Ademais, neste último caso, o rebanho contribuiu para a eliminação de ervas invasoras e ajudou a reduzir os formigueiros do gênero Acromyrmex. Utilizando bovinos e ovinos que pastejavam sob Eucalyptus citriodora, COUTO et al. (1994b) também registraram a compactação do solo, com o aumento do número de animais por unidade de área, especialmente na camada superficial do solo, até 15 cm de profundidade. Por outro lado, seus resultados mostram também claras vantagens do uso de ovinos para minimizar esse problema. As conclusões desses trabalhos evidenciaram que os efeitos da presença de animais, pastando sob florestas de eucalipto, dependem do tipo de solo e dos animais utilizados, além do seu manejo adequado. No município de Dionísio-MG, em área pertencente à Cia. Agrícola e Florestal Santa Bárbara, ALMEIDA (1991), trabalhando em sub-bosque de 19 povoamentos de Eucalyptus citriodora com ocorrência de capim-colonião (Panicum maximum), delineou uma série de tratamentos que envolviam várias combinações de bezerros e, ou, ovelhas. O eucalipto tinha cinco meses de idade e altura média de 2 m, enquanto os bovinos estavam com 12 meses e os ovinos, com idade variada. O experimento estendeu-se até os 24 meses de idade da floresta. Os principais resultados obtidos foram: a percentagem de árvores danificadas não foi influenciada pela presença dos animais; houve compactação do solo, percebida apenas nas camadas superficiais; nenhum dos tratamentos afetou o crescimento do eucalipto, em altura e diâmetro; enfim, a presença de rebanho permitiu reduzir os custos de manutenção dos povoamentos florestais e possibilitou diminuição do material combustível, que representava risco elevado de incêndio florestal na estação seca. Na mesma região, COUTO et al. (1994b) também trabalharam com essa espécie de eucalipto e forrageira, durante 24 meses, visando avaliar o efeito do pastoreio de bovinos e ovinos no crescimento das árvores e sobre os custos florestais, a compactação do solo e o ganho de peso dos animais. Concluíram que não houve efeito dos tratamentos sobre a sobrevivência e os incrementos em altura e diâmetro do eucalipto; que os animais não foram responsáveis pelos danos detectados nas árvores; que a redução dos custos de estabelecimento da floresta foi de 52 a 93%; e que os animais podem ser introduzidos no sub-bosque a partir dos quatro meses do plantio de eucalipto. Os resultados indicam, também, que o sistema silvipastoril pode auxiliar no controle das gramíneas, diminuindo sua competição com o eucalipto. Apesar das diferenças de tolerância de gramíneas e leguminosas a diferentes níveis de sombreamento em sub-bosque, de modo geral, a tendência é a redução da sua produtividade. MACEDO et al. (1996) verificaram que o capim-colonião (Panicum maximum var. Tanzânia) sofre muito as conseqüências do sombreamento próximo às árvores de eucalipto, tendo sido detectado que o índice de recobrimento do solo varia de 0,50%, a 1 m das linhas de árvores, até 19%, entre 4 e 6 m das linhas. 20 Visando avaliar o efeito de algumas forrageiras (Calopogonium. mucunoides, Cajanus cajan, Melinis minutiflora, Brachiaria brizantha, Panicum maximum e Andropogon gayanus) sobre o crescimento de Eucalyptus clöeziana, SANTOS (1990) implantou um experimento no município de Montes Claros-MG, quando o eucalipto, em espaçamento 3 x 1,5 m, apresentava dois anos de idade. As forrageiras foram então semeadas, coletando-se os dados após um ano. Suas principais conclusões foram: • não houve prejuízos ao eucaliptal, em decorrência do consórcio; • as forrageiras Panicum maximum e Cajanus cajan apresentaram maiores valores de massa verde e seca; e • a produção de massa verde e seca nos consórcios com Panicum maximum, Melinis minutiflora e Brachiaria brizantha foi considerada satisfatória. Na Zona da Mata de Minas Gerais, GARCIA et al. (1993, 1994), ao testarem o consórcio entre Eucalyptus grandis, Brachiaria decumbens e Melinis minutiflora, em vários espaçamentos das árvores com dois a três anos de idade, concluíram que o espaçamento mais adequado para o consórcio foi de 6 x 2 m, podendo ser de 4 x 2 m ou 5 x 2 m para o caso da B. decumbens, que se mostrou menos exigente em luz que M. minutiflora. No período do experimento, o consórcio não afetou o crescimento do eucalipto. No consórcio de árvores, é comum o questionamento sobre a melhor época para semear as forrageiras. COUTO e MEDEIROS (1993) responderam essa questão para Eucalyptus grandis x Brachiaria decumbens. Concluíram em seu trabalho que o eucalipto não tolera a convivência com essa forrageira desde o seu plantio, necessitando de controle pelo menos até aproximadamente os 120 dias de idade. A convivência não afetou o crescimento em altura, mas sim a massa seca de folhas e galhos, além do diâmetro e da massa seca do caule. Em Dionísio, região do médio Rio Doce, Minas Gerais, FERREIRA NETO (1994) avaliou o comportamento inicial do Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden em plantio consorciado com leguminosas forrageiras. 21 Em pesquisas realizadas no cerrado de Minas Gerais, detectou-se que as leguminosas que produziram maior quantidade de massa verde e melhor cobertura do solo, como é o caso de Calopogonium mucunoides e Cajanus cajan, prejudicaram o crescimento em altura e diâmetro de Eucalyptus grandis, E. camaldulensis, E. citriodora, E. clöeziana e E. urophylla. Tal fato ocorreu, provavelmente, em conseqüência da competição por nutrientes e água, pois tais forrageiras apresentam sistema radicular profundo e ramificado (FERREIRA NETO, 1994; ALMEIDA, 1995). No entanto, quando os componentes foram a Crotalaria juncea e Desmodium heterophylium, houve tendência ao aumento da produção de biomassa da parte aérea e à sobrevivência do eucalipto (ALMEIDA, 1995). Em Coronel Pacheco, Zona da Mata de Minas Gerais, CASTRO (1996) testou a tolerância de seis gramíneas forrageiras tropicais ao sombreamento. O autor estudou a influência de três níveis de sombreamento artificial (0, 30 e 60%) sobre o crescimento, a produtividade, o valor nutritivo e a composição mineral de Andropogon gayanus, Brachiaria brizantha, Brachiaria decumbens, Melinis minutiflora, Panicum maximum e Setaria sphacelata. Todos os resultados apresentados até aqui estão relacionados com a produção de madeira, especificamente. Entretanto, é possível o manejo silvipastoril com outros objetivos, como a produção de óleos essenciais, resinas, taninos ou de madeira para energia. LIMA (1993) referiu-se a essas atividades em Barra Bonita, Estado de São Paulo, onde foram utilizados gado bovino e produção de óleos essenciais de Eucalyptus globulus, de E. staigeriana e de E. citriodora, com sucesso. 2.2.5.3. Sistemas agrossilvipastoris No município de Vazante-MG, um sistema agrossilvipastoril rotativo utilizado pela CMM tem apresentado bons resultados (OLIVEIRA e MACEDO, 1996). A tecnologia consiste no cultivo seqüencial de arroz e soja até o segundo ano, entre as linhas de eucalipto em espaçamento de 10 x 4 m. 22 No segundo ano, há formação de pastagens manejadas para engorda de gado de corte. Buscando diminuir os efeitos da competição do eucalipto com as culturas agrícolas e conferir maior valor aos fustes, as árvores são desramadas até a altura de 4 m. No terceiro ano, nos módulos com pastagens, manejam-se animais para engorda. Neste mesmo ano, é feita uma segunda desrama até a altura de 6 m. No quarto ano, prossegue o manejo com animais em módulos de pastagens formadas. A partir do quinto ano, há opção de desbaste seletivo das árvores, visando a redução de competição e antecipação de receita; a venda bianual de animais; e a previsão de corte raso, de reforma da floresta e de pastagens a partir do 11o ano. 2.3. Avaliação econômica de projetos agroflorestais Segundo REZENDE e OLIVEIRA (1993), a avaliação econômica de um projeto baseia-se em seu fluxo de caixa, o que é definido como a relação dos custos e das receitas, distribuídos ao longo da vida útil do empreendimento. Para analisar a viabilidade econômica de projetos agroflorestais, são usados os indicadores valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra (VET), benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), taxa interna de retorno (TIR) e relação benefício custo (B/C). O valor presente líquido de um projeto consiste na soma algébrica dos valores descontados, a uma dada taxa de juros, do fluxo de caixa a ele associado (OLIVEIRA e MACEDO, 1996). Conforme LIMA JÚNIOR (1995), um projeto será economicamente viável se o seu VPL for positivo, de acordo com determinada taxa de desconto, ou seja, o valor descontado das receitas futuras é superior ao valor do investimento. Quanto maior o VPL, mais economicamente atrativo será o projeto. Um projeto será economicamente inviável se o seu VPL for negativo. Por outro lado, o valor esperado da terra é o nome dado pelos técnicos florestais ao valor presente líquido de um projeto de reflorestamento, quando se considera a ocorrência de rotações idênticas, repetidas infinitamente (Platais, 1989, citado por ALBUQUERQUE, 1993). Ademais, utiliza-se esse 23 critério na determinação da idade ótima de corte de povoamentos florestais e em situações em que se deseja comparar projetos com durações diferentes (LEUSCHNER, 1984). De acordo com LIMA JÚNIOR (1995), o benefício (custo) periódico equivalente é definido como o valor anual simples do lucro, ou seja, receitas menos custos. O B(C)PE representa também a parcela periódica e constante necessária ao pagamento de uma quantia igual ao VPL da opção de investimento em análise, ao longo de sua vida útil (REZENDE e OLIVEIRA, 1993). Conforme SILVA (1992), o B(C)PE é de uso relevante para comparar projetos com diferentes horizontes de planejamento, uma vez que os valores equivalentes obtidos, por período, corrigem, implicitamente, as diferenças de horizontes. A taxa interna de retorno é definida como sendo a taxa de desconto que iguala o valor presente das receitas ao valor presente dos custos de um projeto, ou seja, é a taxa média de crescimento de um investimento. É a taxa de desconto na qual o VPL do fluxo de caixa é nulo (PEARSE, 1990). A aceitação de um projeto avaliado por esse critério, isto é, sendo economicamente viável, ocorrerá se a sua TIR for superior a uma taxa de juros correspondente à taxa de remuneração alternativa do capital, ou seja, a taxa mínima de atratividade (OLIVEIRA e MACEDO, 1996). De acordo com LIMA JÚNIOR (1995), os projetos podem ser comparados diretamente pelo método da TIR só se tiverem o mesmo investimento inicial; neste caso, o de maior taxa interna de retorno é o melhor. Finalmente, cabe mencionar que a relação benefício-custo de um projeto representa a divisão do valor presente dos benefícios futuros pelo valor presente dos custos futuros, para uma determinada taxa de desconto (AZEVEDO FILHO, 1996). Um projeto é considerado economicamente viável se apresentar B/C superior a 1, sendo mais viável quanto maior for esse valor. Ele será rejeitado se sua B/C for inferior a 1. Ademais, quando o valor da B/C é igual a 1, a taxa de desconto utilizada é a própria taxa interna de retorno do empreendimento (REZENDE e OLIVEIRA, 1993). 24 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Caracterização da macrorregião noroeste do Estado de Minas Gerais O noroeste do Estado de Minas Gerais abrange cerca de 19 municípios, cujas características populacionais são apresentadas a seguir (Quadro 1). A região noroeste do Estado de Minas Gerais, localizada entre os graus de latitude sul 14o30’ e 18o30’ e de longitude W-Gr 45o e 47o30’ (FJP, 1994; IGA, 1997), abrange as regiões bioclimáticas 6, 7 e 9, segundo GOLFARI (1975). O clima da região bioclimática 6 é subtropical úmido, com temperatura média anual variando entre 20 e 23 oC e com índice pluviométrico de 1.300 a 1.800 mm, sendo as chuvas concentradas no verão. No inverno, a seca, que pode durar de três a cinco meses, gera déficit hídrico que varia de 30 a 90 mm.ano-1. A evapotranspiração potencial anual atinge de 1.000 a 1.200 mm. A altitude varia entre 300 e 1.000 m, com relevo variando de suave ondulado a forte ondulado. A formação vegetal predominante é o cerrado, com ocorrência de floresta subperenifólia. Os solos dominantes são ferralsolos ácricos, litossolos, ferralsolos órticos e luvissolos férricos. 25 Quadro 1 - Tabela, por município, segundo a população total, a população por sexo, a área e a sua densidade populacional Municípios Total – MG Arinos Bonfinópolis de Minas Brasilândia de Minas Buritis Cabeceira Grande Dom Bosco Formoso Guarda-Mor João Pinheiro Lagoa Grande Natalândia Paracatu Pintópolis Riachinho Santa Fé de Minas Unaí Uruana de Minas Urucuia Vazante População Total Homens Mulheres Área (km²) 16.672.613 17.149 6.611 10.436 19.796 5.407 4.078 6.263 6.411 39.032 6.940 2.986 68.047 5.692 7.942 4.017 65.216 3.041 7.222 18.938 8.259.009 8.942 3.421 5.353 10.299 2.900 2.176 3.329 3.461 19.948 3.657 1.628 34.462 2.961 4.189 2.133 33.362 1.599 3.755 9.623 8.413.604 8.207 3.190 5.083 9.497 2.507 1.902 2.934 2.950 19.084 3.283 1.358 33.585 2.731 3.753 1.884 31.854 1.442 3.467 9.315 588.383,60 5.338,50 1.825,80 2.523,70 5.238,10 1.035,20 824,50 3.833,40 2.072,30 10.768,40 1.223,10 473 8.241,10 1.236,80 1.739,40 2.926,50 8.492,00 592,60 2.082,80 1.913,00 Densidade Populaciona l (hab.km-²) 28,336 3,212 3,621 4,135 3,779 5,223 4,946 1,634 3,094 3,625 5,674 6,313 8,257 4,602 4,566 1,373 7,680 5,132 3,467 9,900 Fonte: IBGE (1996). O clima da região bioclimática 7 é subtropical úmido-subúmido, com temperatura média anual variando de 19 e 22 °C e com precipitação média anual de 1.100 a 1.450 mm. No inverno, a seca, que pode durar de quatro a seis meses, gera um déficit hídrico entre 60 e 120 mm.ano-1. A evapotranspiração potencial alcança de 900 a 1.150 mm.ano-1. A altitude varia entre 600 e 1.000 m, compreendendo chapadões baixos e colinas com relevo variando de ondulado suave a forte ondulado. A formação vegetal predominante é o cerrado. Os solos dominantes são ferralsolos ácricos. Finalmente, o clima da região bioclimática 9 é tropical seco-subúmido, com temperatura média variando entre 22 e 24 °C por ano e com índice pluviométrico de 900 e 1.200 mm, sendo as chuvas concentradas no verão. No inverno, a seca, que pode durar de cinco a sete meses, gera déficit hídrico anual que varia de 90 a 210 mm, reduzindo significativamente o incremento volumétrico dos plantios. A evapotranspiração potencial anual varia de 1.100 a 1.250 mm. A altitude varia de 400 a 900 m, com planaltos, chapadões e planícies 26 com relevo desde plano a forte ondulado. A formação vegetal predominante é o cerrado, com seus diferentes tipos, desde cerradões a campos. Os solos dominantes são ferralsolos ácricos, luvissolos férricos e arenossolos ferrálicos. Segundo o Instituto Estadual de Florestas (IEF, 1998), o Estado de Minas Gerais possui 2.514.161,04 ha reflorestados com Eucalyptus e Pinus, dos quais 284.718,48 ha estão localizados na região noroeste, ou seja, 11,32% do território estadual. O município de João Pinheiro possui a maior área de reflorestamento do Estado, ou seja, 199.069,30 ha. Aparecem, a seguir (Quadro 2), as principais áreas de reflorestamento por município no noroeste do Estado de Minas Gerais. Quadro 2 - Principais áreas de reflorestamento por município na macrorregião noroeste do Estado de Minas Gerais Município Lagamar Buritis Bonfinópolis de Minas Arinos Urucuia Vazante Unaí Paracatu João Pinheiro Total noroeste Total Minas Gerais Área (ha) 0,25 104,00 1.456,50 3.571,00 11.198,25 13.542,75 16.419,25 39.357,18 199.069,30 284.718,48 2.514.161,04 %* 0,00 0,04 0,51 1,25 3,93 4,76 5,77 13,82 69,92 100,00 - %** 0,00 0,00 0,06 0,14 0,44 0,54 0,65 1,56 7,93 11,32 100,00 * % é relativa às áreas de reflorestamentos totais do noroeste de Minas Gerais. **% é relativa às áreas de reflorestamentos totais do Estado de Minas Gerais. Fonte: IEF (1998). 3.2. Caracterização da área utilizada no estudo de caso Escolheu-se, para o estudo de caso, a Companhia Mineira de MetaisCMM, uma empresa do Grupo Votorantim, a maior corporação industrial de capital privado nacional. No setor metalúrgico do Grupo, a CMM é responsável 27 por 50% da produção nacional de zinco e, aproximadamente, 1% da produção mundial. Além do zinco, a CMM produz zamac, óxido de zinco, pó de zinco, concentrados de chumbo e calcário dolomítico. No Brasil, a produção de zinco eletrolítico começou na década de 50. Nessa época, foi fundada, em 1956, a CMM, com o objetivo principal de industrializar os minérios wilemita e calamina para a produção de zinco e seus derivados. Os minérios são extraídos e concentrados em sua usina, no município de Vazante-MG. O concentrado é transportado para outra unidade fabril, no município de Três Marias, às margens da BR-040 e do rio São Francisco. Na década de 70 foi criada a unidade de reflorestamento, com o objetivo de produzir lenha e carvão vegetal para alimentar os fornos que concentravam o zinco, em sua usina de Vazante-MG. Todavia, a partir do início da década de 90, a siderúrgica mudou sua tecnologia de produção, concentrando o metal por meio de processo químico, fazendo com que seus autofornos parassem de consumir lenha e carvão vegetal. Hoje, o complexo Agrossilvipastoril ou apenas CMM-AGRO, que tem como missão principal trabalhar a terra, promovendo o pleno desenvolvimento sustentado, é a empresa que possui a maior área ocupada por sistemas agroflorestais no Brasil. Ela produz madeira para serraria e construção, lenha e carvão vegetal para uso doméstico, paletes, arroz, soja, feijão, gado para abate, reprodutores Simental e manga. A melhor madeira é vendida para serrarias e construção civil, enquanto a de qualidade inferior é vendida para as carvoarias (serviço terceirizado para empreiteiros). O carvão de qualidade superior, empacotado para churrasco sob a marca Corisco, é comercializado no mercado varejista nacional (600.000 kg.mês-1). O restante é vendido para abastecer os fornos do parque siderúrgico de Sete Lagoas (ANÔNIMO, 1998; FRANCO, 1998). São 83.912 ha de terra, divididos em cinco fazendas (Bom Sucesso, no município de Vazante; Riacho e Carrapato, no município de Paracatu; e Santa Cecília e Santa Rita, no município de João Pinheiro) (Figura 1 e Quadro 3), 19.088 ha de florestas plantadas (área útil para reflorestamento: 42.200 ha), 6.801 cabeças de gado Zebu e azebuado (Bos indicus), das quais 3.000 são matrizes aneloradas e 500 Nelore, e mais 300 animais de raça Simental (Bos taurus). 28 Figura 1 - Localização das fazendas da CMM-AGRO, em relação às principais rodovias na região noroeste do Estado de Minas Gerais. Quadro 3 - Áreas dos componentes do sistema agrossilvipastoril por fazenda Fazendas Área Eucalipto Pastagem Agricultura (ha) (ha) (ha) (ha) Bom Sucesso 28.330,04 11.164,01 13.464 3.241 Santa Cecília 24.985,30 2.216,71 500 1.075 Santa Rita 12.690,19 1.679,20 350 580 Riacho 17.592,11 3.929,08 (1) 5.485 360 314,36 100,00 (2) 200 142 20.000 360 Carrapato TOTAL 83.912 19.089 1) Tem 658 ha de florestas consorciadas. 2) Área totalmente consorciada. 3) Área plantada com arroz. Fonte: FRANCO (1998). 29 (3) A CMM emprega 150 funcionários diretos e 300 indiretos, mantém uma vila residencial na fazenda Bom Sucesso, com posto de saúde, luz elétrica, escola de 1o grau e associação dos empregados. Por outro lado, a fazenda Bom Sucesso mantém uma reserva particular de Patrimônio Natural, numa área contínua de 1.650 ha, distribuídos pelas duas margens do rio Escuro, no limite dos municípios de Paracatu e Vazante. Esse santuário, preservado desde 1974 pela CMM, abriga centenas de espécimes de mamíferos, répteis, aves e peixes, inclusive algumas ameaçadas de extinção. Ele constitui, também, um dos locais que o IBAMA utiliza para soltar animais silvestres capturados. Os dados utilizados neste trabalho foram fornecidos pela equipe técnica da Unidade Agroflorestal, de propriedade da Companhia Mineira de Metais (CMM), em Vazante (latitude 17o 36’ 09”, longitude 46o 42’ 02”), município pertencente à região bioclimática 6 (GOLFARI, 1975), do Estado de Minas Gerais. O clima predominante nessa região é do tipo subtropical úmido (megatérmico) de savana, com temperatura média máxima de 32 oC e mínima de 16 oC. As precipitações médias anuais variam, conforme os locais, de 1.300 a 1.800 mm; seu regime de distribuição é periódico, concentrando-se no semestre mais quente. Há seca de sete meses por ano, de abril a outubro, gerando déficit hídrico médio de 171 mm.ano-1. A evapotranspiração potencial anual atinge de 1.000 a 1.200 mm. A altitude média é de 550 m e o relevo varia de plano a suave ondulado. A formação vegetal predominante é o cerrado, com suas variações de campo limpo até capões ou matas (cerradões), nas manchas de terras mais férteis. Conforme os dados de inventário florestal da CMM, o solo é classificado como Latossolo Vermelho-Escuro distrófico, textura argilosa (71,7% de argila, 14,4% de silte e 13,9% de areia), fase cerrado, de baixa fertilidade e alta acidez. 3.3. Caracterização dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM As áreas produtivas eram constituídas, inicialmente, de vegetação típica do cerrado, que foi derrubada para a produção de carvão vegetal, o qual foi, 30 subseqüentemente, colocado no mercado ou utilizado pelo setor metalúrgico da Companhia Mineira de Metais, para a produção de zinco. As atividades de reflorestamento na empresa começaram em 1974. Desta época até a década de 90, as florestas passaram por uma importante evolução tecnológica, cujas principais fases e características são apresentadas a seguir. No ano de 1974 ocorreu o primeiro plantio, com adubação, de Eucalyptus grandis, E. saligna, E. alba e E. tereticornis, a partir de sementes nacionais. A produtividade alcançada era de 20 a 25 st.ha-1.ano-1, no corte aos sete anos. De 1974 a 1980, foram realizados plantios não-adubados de E. grandis, E. saligna, E. camaldulensis e E. urophylla (sementes nacionais). A produtividade atingida foi de apenas 10 a 12 st.ha-1.ano-1, aos sete anos. De 1981 a 1983, plantios adubados de E. grandis, E. saligna e E. urophylla (sementes nacionais) produziram de 12 a 15 st.ha-1.ano-1, aos sete anos. De 1984 a 1992, estabeleceram-se principalmente plantios adubados de E. camaldulensis, cujas sementes foram importadas da região de Petford, norte da Austrália, alcançando, aos sete anos de idade, a produtividade de 20 a 22 st.ha-1.ano-1. A partir de 1993, a CMM desenvolveu uma tecnologia própria de implantação de reflorestamentos com clones híbridos de eucalipto (Eucalyptus camaldulensis X Eucalyptus grandis, Eucalyptus camaldulensis X Eucalyptus urophylla e Eucalyptus camaldulensis X Eucalyptus tereticornis) bem-adaptados às condições edafoclimáticas locais, produtivos e apresentando madeira de qualidade superior para fins de multiprodutos (OLIVEIRA e MACEDO, 1996). No momento de estabelecimento do sistema agrossilvipastoril rotativo, foram utilizados esses clones de eucalipto plantados no espaçamento de 10 m entre as linhas e 4 m entre as árvores, para possibilitar os consórcios entrelinhas, com culturas agrícolas nos primeiros anos e pastagens a partir do terceiro ano. As unidades de manejo para o gado são compostas por piquetes de 37,5 ha cada um, dispostos lado a lado em áreas contíguas; todavia, plantados com diferentes clones de eucalipto. Essa disposição proporciona um adequado plano de manejo seqüencial/rotativo de explorações agrossilvipastoris ao longo do ciclo de rotação das plantações de eucalipto (11 anos). 31 O sistema agrossilvipastoril rotativo, iniciado em 1993, ainda está em fase de implantação, ocupando no momento apenas 758,5 ha dos 20.000 ha envolvidos no projeto agropecuário da empresa. Da área florestal já integrada ao sistema (nas fazendas Riacho e Carrapato), apenas 250 ha foram formados com forrageiras, onde se estabeleceram pastagens de Brachiaria humidicola, Panicum maximum vars. mombaça e tanzânia e Panicum maximum var. vencedor (fazenda Carrapato); o restante ainda está sendo explorado em fase agrícola (20.000 ha de pastagens, dos quais 17.000 ha em pastos naturais). O objetivo da empresa era formar mais 300 ha de pastagem até o final de 1998 e, a partir de 1999, incorporar ao sistema 500 ha.ano-1, até atingir 15.000 ha de floresta consorciada (FRANCO, 1998). Para a pecuária, o objetivo é chegar ao ano 2000 com um rebanho de 10.000 cabeças de gado de corte. Apesar de a produtividade da lavoura entre as linhas de eucalipto ser baixa (23,33 sacos de arroz e 25 sacos de soja por ha), ela permite reduzir os custos de plantio das árvores e prepara o solo para introdução das forrageiras melhoradas (braquiárias, tanzânia e mombaça). A seguir, são apresentados os consórcios e as técnicas de manejo seqüencial de exploração do sistema agrossilvipastoril rotativo atualmente adotados pela Cia. Mineira de Metais, na sua fazenda Riacho. 3.3.1. Ano zero No ano zero, início das atividades, ocorre o preparo das áreas anteriormente reflorestadas com monocultivos de eucaliptos. As áreas são preparadas para plantio de clones híbridos de Eucalyptus sp., no espaçamento de 10 x 4 m (250 árvores por hectare), consorciado com arroz (Oryza sativa cv. Guarani). O arroz é a primeira cultura plantada, por causa da sua menor exigência em fertilidade, mantendo 1 m de distância das covas para não prejudicar as raízes das árvores, para facilitar os tratos culturais e para diminuir os efeitos competitivos, principalmente por luz. O preparo de solo necessário para a semeadura consiste em uma destoca de cepas de eucalipto, anteriormente em monocultivo nessas áreas, à 32 profundidade de 10 a 15 cm no solo, com trator de esteira com lâmina, seguida de um desmatamento da regeneração de vegetação de cerrado. A seguir, há uma aração à profundidade de 20 cm, com arado de disco acoplado a trator, seguida de uma gradagem niveladora, para homogeneizar e aplainar a superfície do solo, e de uma limpeza de área, para tirar as raízes e os tocos mortos. As operações de plantio e adubação são conduzidas simultaneamente com semeadeira – adubadeira, acionada por trator agrícola convencional. Para a calagem, são anteriormente incorporadas ao solo 4,0 t.ha-1 de calcário Zincal 200 MMA (PRNT 85%), no mês de julho do mesmo ano. Enfim, a adubação mineral consiste em 200 kg.ha-1 de NPK 05-25-15, ou seja, 9,0 g por metro linear, sendo o adubo localizado no solo abaixo e ao lado das sementes. A semeadura do arroz ocorre na última semana de outubro de cada ano, início da estação chuvosa, ocupando uma área de efetivo plantio de 325 ha. O número de sementes de arroz Guarani por metro é de 80, ou seja, 50 kg.ha-1, semeadas à profundidade de 3 cm, com espaçamento de 0,45 m entre as linhas (18 linhas de arroz por entrelinha de eucaliptos). Nota-se que todas as sementes são inicialmente tratadas com inseticida Furazin - 1,7 l.100-1 kg de sementes. Caso haja infestação de lagartas, é feita uma aplicação de inseticida Dipel PM, na dosagem de 0,60 kg por hectare. O cultivar Guarani é de ciclo curto e floresce num período de 75 a 90 dias após a semeadura; seu ciclo de maturação é de 105-120 dias. Ele alcança, conforme a fertilidade do solo, uma altura média de 100 cm, e sua produção é de 23,33 sc.ha-1. Ademais, o ‘Guarani’ apresenta tolerância média à brusone nas folhas, além de ser bastante resistente à seca. Observa-se que todos os restos culturais da colheita do arroz são incorporados ao solo. Não há gradagem logo após a colheita, mas, sim, no momento de incorporação do calcário no solo, no mês de julho a seguir. O plantio das mudas de eucalipto ocorre entre 15 de novembro e 15 de dezembro de cada ano, na mesma área já parcialmente coberta pelo arroz; portanto, o ano da implantação é aquele em que as mudas são plantadas como referência em dezembro. As linhas de eucalipto são plantadas no sentido lesteoeste, para proporcionar plena radiação solar para as culturas consorciadas nas 33 entrelinhas. Os clones híbridos utilizados possuem boa resistência contra déficit hídrico e ataque de lagartas, além de excelente capacidade de brotação após o corte. No momento do preparo de solo para a semeadura do arroz, são feitas duas gradagens suplementares, para formação dos camalhões, seguido de coveamento, para plantio das mudas de eucalipto, conforme ilustrado na Figura 2. Figura 2 - Formação dos camalhões para plantio das mudas de eucalipto, no momento de preparo das áreas. As mudas são plantadas em terra molhada pela chuva ou irrigação, ficando aprumadas, alinhadas e enterradas até o coleto (região do caule bem próxima da terra), prevenindo-se o ataque de formigas. A Figura 3, apresentada a seguir, ilustra as mudas de eucaliptos plantadas no meio da lavoura de arroz. 34 Para a distribuição de corretivos na cova de eucalipto, é utilizada uma mistura de 240 kg.ha-1 de fosfato natural (Araxá, Catalão ou Patos de Minas), 120 kg.ha-1 de gesso agrícola e 48 kg.ha-1 de óxido de magnésio, totalizando 408 kg.ha-1. Enfim, a adubação mineral consiste em 37,5 kg.ha-1 de NPK 10-2806 ou 06-30-06, ou seja, 150 g.muda-1. Figura 3 - Eucaliptos plantados nos camalhões no meio da lavoura de arroz. O controle de cupins é feito por meio de aplicação de cupinicida na cova, à razão de 2,5 kg.ha-1, ou seja, 10 g.planta-1. Não há uso de herbicida na hora do plantio. 35 São realizados três combates a formigas no momento de implantação da floresta, o primeiro sendo o mais rigoroso, com 6,00 kg.ha-1 de formicida granulado Atamex (iscas), e os demais com 0,50 kg.ha-1. 3.3.2. Ano um No ano um, é semeada a soja (Glycine max cv. Doko, Conquista e Vitória) no lugar do arroz, na entrelinha do eucalipto, mantendo novamente 1 m de distância das árvores. A soja é inoculada, inicialmente, com a bactéria Bradyrhizobium japonicum. A semeadura da soja ocorre na primeira semana de novembro; o número de sementes por metro linear é de 22 a 26, ou seja, 60 kg.ha-1 (produção de 25 sc.ha-1), semeadas à profundidade de 3 a 5 cm, com espaçamento de 0,45 m entre as linhas (18 linhas de soja por entrelinha de eucaliptos). A densidade populacional é de 200.000 plantas.ha-1. As sementes são tratadas com fungicida Tecto 100 (150 g.100-1 kg de sementes), molibdato de sódio (135 g.100-1 kg de sementes) e sulfato de cobalto (42 g.100-1 kg de sementes). A operação é realizada simultaneamente à inoculação, sendo feita à sombra, e o plantio é realizado no mesmo dia. No momento da inoculação, as sementes são umedecidas com solução de sacarose (625 g de açúcar.100-1 kg de sementes). Posteriormente, elas são misturadas ao inoculante (1,0 kg.100-1 kg de sementes), de maneira a promover uma boa distribuição sobre as sementes. Quanto ao controle de invasoras do meio da cultura, é utilizado o herbicida Trifluralina 1,8 l.ha-1 - diluição 150 l.ha-1, associado a 1,0 l.ha-1 de óleo natural, misturados antes de serem colocados no pulverizador. A mistura é aplicada, antes da semeadura, ao solo úmido isento de torrões e restos vegetais, e incorporada imediatamente à profundidade de 5 a 10 cm, conforme ilustrado na Figura 4. Caso ocorra infestação de pragas, são feitas aplicações do inseticida Pounce, na dosagem 0,05 l.ha-1, e Thiodan, na dosagem 0,50 kg.ha-1. A Figura 5 mostra a soja já formada nas entrelinhas de eucalipto. 36 Figura 4 - Aplicação de herbicida ao solo úmido nas entrelinhas de eucalipto, antes da semeadura da soja. Figura 5 - Soja formada nas entrelinhas de eucalipto. 37 O preparo de solo necessário para a semeadura consiste de uma gradagem aradora e duas gradagens niveladoras. Para a calagem, são anteriormente incorporadas ao solo 3,0 t.ha-1 de calcário Zincal 200 MMA, PRNT 85%, no mês de julho do mesmo ano. Enfim, a adubação consiste em 300 kg.ha-1 de 02-20-20 (N-P-K), ou seja, 13,5 g.m-1 linear, sendo o adubo localizado no solo abaixo e ao lado das sementes. Mais uma vez, todos os restos culturais da colheita da soja são incorporados ao solo. Nesse ano, ocorre também a primeira manutenção de florestas de eucalipto (capinas manuais, conservação de estradas e aceiros e combate às formigas com formicida granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1). 3.3.3. Ano dois No ano dois, há formação de pastagens manejadas para engorda de gado de corte, isto é, com capacidade de suporte estimada em 1,0 UA (unidade animal) .ha-1 no inverno e 2,0 UA.ha-1 no verão. Para a calagem, é anteriormente incorporada ao solo 1,0 t.ha-1 de calcário dolomítico Zincal 200 MMA (PRNT 85%), em julho do mesmo ano. O preparo de solo necessário para a semeadura consiste de uma gradagem pesada à profundidade de 20 cm, com arado de disco de 20 x 32” no centro das entrelinhas e 16 x 26” nas laterais das entrelinhas, seguida de uma gradagem niveladora com arado de disco de 48 x 20”, para homogeneizar e aplainar a superfície do solo. Após a semeadura, é feita uma gradagem niveladora de incorporação, com a finalidade de cobrir as sementes lançadas. A semeadura do capim (Brachiaria brizantha) ocorre no mês de novembro. A quantidade de sementes de capim é de aproximadamente 10 kg.ha1 . Essas são misturadas com fosfato natural (400 kg.ha-1) e superfosfato simples (100 kg.ha-1). A mistura é espalhada com carreta Jan, distribuidora de calcário a lanço acoplada a trator agrícola. De três em três anos após a implantação das pastagens, é feita uma adubação de manutenção, cuja composição é de 1.000 kg.ha-1 de calcário dolomítico, 300 kg.ha-1 de fosfato natural, 200 kg.ha-1 de superfosfato simples e 80 kg.ha-1 de cloreto de potássio. Quando necessário, é feita a limpeza da pastagem com roçadas e combate a cupins, com cupinicida na dosagem de 2,5 kg.ha-1. 38 Nesse mesmo ano, os eucaliptos, com 6 m de altura e aproximadamente 18 meses de idade, são desramados até a altura de 4 m do solo e no máximo 50% da copa. A desrama permite amenizar os efeitos competitivos com as culturas agrícolas e forrageiras, além de proporcionar, no futuro, fustes livres de nós, com maior valor agregado na época do seu corte, melhorando a qualidade da madeira para serraria e aumentando seu valor comercial (PETRUNCIO, 1994). As ferramentas utilizadas são a foice, para galhos finos de diâmetro inferior a 2 cm; o serrote, para galhos médios de diâmetro superior a 2 cm e inferior a 4 cm; e a motosserra, para galhos grossos de diâmetro superior a 4 cm. Em todos os casos, a poda deve ficar rente ao tronco, não deixando lascas nem ferimentos no caule. Os galhos cortados são enleirados, para se decomporem naturalmente no sentido da linha do plantio. A Figura 6 ilustra a pastagem formada nas entrelinhas de eucaliptos já desramados. No segundo ano, ocorre novamente a manutenção das florestas de eucalipto (roçada manual, conservação de estradas e aceiros e combate a formigas com formicida granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1). 3.3.4. Ano três No ano três, 90 dias após a implantação das pastagens, inicia-se o período de utilização para engorda de bois, conforme ilustrado na Figura 7. Os novilhos são adquiridos bianualmente, considerando um prazo necessário de dois anos para engorda. Assim, a cada dois anos os bois gordos são vendidos e substituídos por novilhos, para iniciar um novo ciclo de engorda. Deste modo, é prevista a compra de novilhos para engorda nos anos 3, 5, 7 e 9, e a venda de bois gordos nos anos 5, 7, 9 e 11. Os novilhos azebuados (Bos indicus) com um ano de idade são adquiridos com um peso médio de 5 arrobas e vendidos, decorridos dois anos, com peso vivo de 15 arrobas, prontos para o abate. Após o abate, o rendimento de carcaça alcança, em média, 5 arrobas de carne por hectare, por ano. Hoje, a empresa abate 1.500 bois.ano-1. No futuro, os novilhos colocados no sistema agrossilvipastoril serão produtos do cruzamento industrial (Simental x Nelore). 39 Figura 6 - Pastagem de braquiária formada nas entrelinhas de eucaliptos, desramados até a altura de 4 m do solo. Figura 7 - Início do sistema silvipastoril, com bois pastejando forrageiras perenes no meio da floresta de eucalipto. 40 No terceiro ano, há novamente a manutenção de florestas de eucalipto (roçada manual, conservação de estradas e aceiros e combate a formigas com formicida granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1), assim como uma segunda desrama, feita até 6 m de altura, por meio de serrote e motopoda. No momento da desrama, os eucaliptos estão com, aproximadamente, 42 meses de idade. Além do mais, há estabelecimento de cercas vivas e instalação de aguadas para os animais. Para delimitar as bordaduras das áreas reflorestadas e manter o subbosque sob controle, as árvores, a partir dessa idade, são utilizadas como mourões vivos, lascas e esticadores, para formar a chamada “eucacerca”. Nesta, o arame pantaneiro liso é passado através de furos nas próprias árvores, como se fosse em lascas normais. Com o passar do tempo, as árvores vão fechando os furos, travando o arame na madeira, formando uma cerca de alta resistência, conforme ilustrado na Figura 8. Figura 8 - Utilização dos eucaliptos bordando os piquetes do sistema silvipastoril como mourões, para formar a chamada “eucacerca”. 41 A “eucacerca” custa aproximadamente US$ 300 por quilômetro construído, enquanto a cerca convencional custa US$ 1.200 (ANÔNIMO, 1998). Assim, a cerca viva permite reduzir as despesas com material e mão-de-obra, deixando apenas o gasto com o arame galvanizado. Hoje, a empresa conta com 20 km de “eucacerca”. 3.3.5. Ano quatro No ano quatro, há simplesmente a manutenção de florestas de eucalipto (conservação de estradas e aceiros e combate a formigas com formicida granulado Atamex, na dosagem de 2,0 kg.ha-1). 3.3.6. A partir do ano cinco A partir do ano cinco, tem-se o estabelecimento do sistema silvipastoril, envolvendo eucalipto e produção de carne de gado de corte. Ocorre também, até o ano 11, a manutenção de florestas de eucalipto (conservação de estradas e aceiros e combate a formigas com formicida granulado Atamex, sempre na dosagem de 2,0 kg.ha-1). Se preciso, é realizado um desbaste seletivo para a espécie florestal, com o objetivo de reduzir a competição e o sombreamento sobre as pastagens e, com a venda desta madeira, antecipar receitas ao fluxo de caixa do sistema. A partir do quinto ano, tem-se uma periodicidade bianual de vendas de bois gordos. A partir do ano 11, há coincidência de venda de boi gordo e de corte raso da floresta de eucalipto, com produção de madeira de 385 st.ha-1, devendose ressaltar que 231 st.ha-1 são para energia (60% da madeira produzida) e 154 st.ha-1 são para serraria (40% da madeira). Na Figura 9 estão descritas as principais operações do sistema agroflorestal, da implantação e manutenção de seus componentes até a comercialização de seus produtos. O croqui ilustra (Figura 10), de maneira seqüencial, as disposições espacial e temporal das culturas que compõem o sistema agroflorestal. 42 FLUXOGRAMA DAS OPERAÇÕES Venda da Madeira de Destoca de Regeneração de Cerrado ANO 0 1) Preparo das Áreas Colheita e Venda do Arroz 2) Semeadura do Arroz 3) Plantio das Mudas de Eucalipto ANO 1 1) Semeadura da Soja Entrelinhas Eucalipto Colheita e Venda da Soja 2) Manutenção das Florestas de Eucalipto ANO 2 1) Semeadura da Braquiária Entrelinhas de Eucalipto a 2) Manutenção das Florestas de Eucalipto e 1 Desrama ANO 3 1) Formação da “Eucacerca” a 2) Manutenção das Florestas de Eucalipto e 2 Desrama a 3) 1 Aquisição de Novilhos para Engorda ANO 4 Manutenção das Florestas de Eucalipto ANO 5 a 1) 1 Venda de Boi Gordo a 2) 2 Aquisição de Novilhos para Engorda 3) Manutenção das Florestas de Eucalipto a 1 Manutenção da Pastagem ANO 8 a 2 Manutenção da Pastagem ANO 11 1) Última Venda de Boi Gordo 2) Corte e Venda da Madeira, com 60% para Energia e 40% para Serraria Figura 9 - Fluxograma das principais operações. 43 ANO 0 • AAAAAAAAAAAAAAAAAA ANO 1 • • AAAAAAAAAAAAAAAAAA • AAAAAAAAAAAAAAAAAA AAAAAAAAAAAAAAAAAA • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS AAAAAAAAAAAAAAAAAA • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS • SSSSSSSSSSSSSSSSSS • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS ANOS de 3 a 11 • GGGGGGGGGGGGGGGGG GGGGGGGGGGGGGGGGG • • GGGGGGGGGGGGGGGGG • • GGGGGGGGGGGGGGGGG PPPPPPPPPPPPPPPPPP • A S P G • • PPPPPPPPPPPPPPPPPP • 4,0 m PPPPPPPPPPPPPPPPPP • • PPPPPPPPPPPPPPPPPP 10,0 m • • PPPPPPPPPPPPPPPPPP GGGGGGGGGGGGGGGGG • PPPPPPPPPPPPPPPPPP PPPPPPPPPPPPPPPPPP GGGGGGGGGGGGGGGGG • • ANO 2 GGGGGGGGGGGGGGGGG • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS AAAAAAAAAAAAAAAAAA • • SSSSSSSSSSSSSSSSSS AAAAAAAAAAAAAAAAAA • SSSSSSSSSSSSSSSSSS clone híbrido de eucalipto (Eucalyptus sp.); arroz (Oryza sativa); soja (Glycine max); pastagem de braquiária (Brachiaria brizantha); e pastejo para engorda de bois (Bos indicus). Figura 10 - Croqui de uma área do sistema agroflorestal. 44 • 3.4. Curva de crescimento e produção Com os dados do inventário florestal oriundo das florestas consorciadas, foi ajustado um modelo de crescimento e produção para determinar a idade ótima de rotação do eucalipto. Empregou-se o modelo LnV = ß0 + ß1.I-1 + ε, em que Ln = logaritmo neperiano; V = volume de madeira (m3.ha-1); I = idade do povoamento florestal (anos); ß0 e ß1 = parâmetros do modelo; e ε = erro aleatório, ε ~ NID(0, σ2). A escolha desse modelo teve por base algumas análises preliminares. Inicialmente, foram elaborados gráficos que relacionam as variáveis DAP, altura, área basal (B), área basal por hectare (BHA), volume por hectare (VHA) e idade, com o objetivo de conhecer o relacionamento entre estas variáveis. Um primeiro modelo, relacionando a produção com a idade e a área basal, foi descartado por causa da insignificância da área basal. Por outro lado, o índice do local não foi incluído nos modelos visualizados, por não estarem disponíveis os dados de altura de árvores dominantes. Apesar disto, constatou-se não haver grandes diferenças de produtividade no povoamento, com base em produções observadas em uma mesma idade. Assim, depreendeu-se não haver problemas ao incluir apenas o efeito da variável idade, resultando no modelo mencionado. Alguns dados discrepantes, caracterizados como “outliers”, foram eliminados antes do ajuste do modelo. De posse da equação ajustada, obteve-se a idade técnica de colheita (rotação), definida como -ß1. 3.5. Avaliação econômica dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM Empregaram-se os seguintes critérios e fórmulas para analisar a viabilidade econômica dos sistemas agroflorestais utilizados pela CMM: 45 3.5.1. Valor presente líquido (VPL) VPL = [Σ Rj (1+i)-j] - [Σ Cj (1+i)-j] em que Rj = receita líquida no final do ano ou do período j considerado; Cj = custos no final do ano ou do período j considerado; j = período (anos); e i = taxa de desconto anual. 3.5.2. Valor esperado da terra (VET) VET = RLP [(1+i)P - 1] em que RLP = receita líquida ao fim de cada P anos; P = duração de cada cíclo produtivo da floresta; e i = taxa de desconto anual. 3.5.3. Benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE) B(C)PE = VPL x i 1 - (1+i)-n em que VPL = valor presente líquido; n = número de anos do ciclo completo; e i = taxa de desconto anual. 3.5.4. Taxa interna de retorno (TIR) Σ Rj (1+TIR)-j = Σ Cj (1+TIR)-j Os termos são os mesmos definidos na equação 1. 46 3.5.5. Relação benefício-custo (B/C) B/C = [Σ Rj (1+i)-j] / [Σ Cj (1+i)-j] Os termos são os mesmos definidos na equação 1. 3.6. Custo anual da terra (a) A consideração do custo de oportunidade do capital investido na terra é imprescindível para a análise econômica de um projeto, uma vez que a terra constitui um fator de produção essencial para obtenção de madeira e culturas agrícolas. As alternativas existentes no mercado para investimento desse capital justificam a necessidade de considerar tal custo (PEARSE, 1990). De acordo com Haley (1966), citado por ALBUQUERQUE (1993), a determinação do custo da terra é necessária no caso de florestas de rotações curtas e quando não se tem perfeito conhecimento da curva de crescimento dos povoamentos. O custo anual da terra é obtido pelo produto da taxa de desconto anual, ou seja, a taxa de juros, pelo capital investido em terra. A equação para o cálculo do custo anual da terra é: a = Vt x i em que a = custo anual da terra; Vt = valor da terra; e i = taxa de desconto anual. 3.7. Simulações de alternativas técnicas e econômicas Com o objetivo de melhorar a metodologia proposta, foram simuladas alternativas técnicas e econômicas para os atuais sistemas agroflorestais adotados pela empresa, a saber: variação da idade de rotação da floresta e variação (±20%) dos preços dos produtos obtidos e dos custos de produção. Para cada alternativa foi feita uma avaliação econômica, usando os critérios anteriormente definidos. 47 3.8. Custos e receitas Todos os dados utilizados para montar os quadros de custos e receitas foram compilados a partir do banco de dados encontrado na empresa. Para análise dos fluxos de caixa, foram considerados os seguintes custos e receitas. A taxa de desconto utilizada foi de 10% ao ano, sendo a taxa real de juros, excluindo a inflação. 3.8.1. Custos de implantação de eucalipto Os custos de implantação incluem as seguintes operações: elaboração do projeto e topografia; construção de estradas e aceiros; desmatamento da regeneração de cerrado; destoca de cepas de eucalipto; limpezas da área; gradagem Rome; combates a formigas; alinhamento e balizamento; mistura e distribuição de corretivos; gradagem “bedding”; coveamento; distribuição de adubo e cupinicida na cova; mistura de adubo com cupinicida; reforma de aceiros; transporte, distribuição, plantio e replantio de mudas; e irrigação. 3.8.2. Custos de manutenção de eucalipto no primeiro ano Estes custos compreendem as seguintes atividades: capinas manuais; conservações de estradas e aceiros; e combate a formigas. 3.8.3. Custos de manutenção de eucalipto no segundo ano Estes custos envolvem: roçada manual; primeira desrama até 4 m do solo; conservações de estradas e aceiros; e combate a formigas. 3.8.4. Custos de manutenção de eucalipto no terceiro ano Estes custos incluem: roçada manual; segunda desrama até 6 m do solo; conservações de estradas e aceiros; e combate a formigas. 48 3.8.5. Custos de manutenção de eucalipto do quarto ao décimo primeiro ano Estes custos compreendem as operações a seguir: conservações de estradas e aceiros e combates a formigas. 3.8.6. Custos de implantação, condução e colheita de arroz Estes custos envolvem gradagem aradora; limpeza de área; gradagem niveladora; calagem; tratamento de sementes; plantio e adubação; e colheita. 3.8.7. Custos de implantação, condução e colheita de soja Estes custos incluem as atividades: gradagens aradora e niveladora; calagem; inoculação e tratamento de sementes; aplicações de herbicida; plantio e adubação; aplicações de inseticida; e colheita. 3.8.8 Custo de formação e manutenção de pastagens Estes custos incluem as seguintes atividades: calagem e gradagens aradora e niveladora; plantio a lanço; gradagem de incorporação; mistura de corretivos e adubos; distribuição de corretivos; aplicação de cupinicida; roçada manual; construção de “eucacercas”; e instalação de aguadas e saleiras. 3.8.9. Custos dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de novilhos de corte Estes custos compreendem os seguintes itens: vaqueiro; aquisição de novilhos com 5 arrobas; vacinas contra aftosa e carbúnculo; vermífugo; sal mineral; sal comum; e carrapaticida e bernicida. 3.8.10. Custos anuais de depreciação relacionados à pecuária de corte Estes custos envolvem: moradia para vaqueiros; depósito; curral; eucacercas elétricas; aguadas; saleiras; acessórios para montaria; e cavalos. 49 3.8.11. Receitas resultantes da comercialização dos produtos obtidos As receitas são obtidas pela venda dos seguintes produtos: arroz; soja; boi gordo; madeira de destoca da regeneração de cerrado; e madeira para serraria e energia. A produção de cada um é multiplicada pelo preço de venda correspondente, para obter o valor da receita por produto. Considerou-se que a produtividade é de 35 st.ha-1.ano-1 e que 60% da madeira produzida é para energia e 40% é para serraria. Cortando-se o eucalipto com 11 anos de idade, obtém-se uma produção de 385 st.ha-1, sendo 231 st (60% de 385 st) para energia e 154 st (40% de 385 st) para serraria. O preço de venda considerado foi o da madeira em pé, ficando os custos de exploração, transporte, carbonização e serração por conta do comprador. 50 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Crescimento e produção Conforme os dados de inventário florestal do sistema agroflorestal (Quadro 1C), foi ajustado um modelo linear para determinar o volume por hectare (m3.ha-1), em função da idade (anos) do povoamento. A equação obtida foi LnV = 6,27793 - 8,98803.Idade-1, com R 2 = 0,727 e CV = 10,9%. O incremento corrente anual (ICA) é obtido ao derivar a equação de produção. Então, pode-se escrever que: LnV = 6,27793 - 8,98803.I-1 ou V = e6,27793 - 8,98803.I-1. Fazendo dV/dI, resulta em dV/dI = e6,27793 - 8,98803.I-1 (8,98803) * I-2. O incremento médio anual (IMA) é obtido por V/I, ou seja, IMA = (e6,27793 - 8,98803.I-1) * I-1. Pode-se demonstrar que existe um ponto de máximo de IMA quando IMA=ICA. Então, segue que: (e6,27793 - 8,98803.I-1) * I-1 = e6,27793 - 8,98803.I-1 (8,98803) * I-2. Isolando I, obtém-se I2/I = 8,98803 ou I = 8,98803 Assim, considerando a rotação como sendo a idade de máximo IMA, pode-se inferir que a rotação encontrada é de aproximadamente nove anos. Estas relações entre V, ICA e IMA são apontadas nas Figuras 11 e 12. 51 250,00 Volume (m 3.ha-1) 200,00 150,00 100,00 50,00 0,00 0 1 2 3 4 5 6 Idade (anos) 7 8 9 10 11 Figura 11 - Curva de produção de madeira de eucalipto híbrido (m3.ha-1) em sistema agrossilvipastoril, em função da idade do povoamento, na região de Paracatu, noroeste de Minas Gerais. IMA 35,00 ICA Incremento (m 3.ha-1.ano-1) 30,00 25,00 20,00 15,00 10,00 5,00 0,00 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Idade (anos) Figura 12 - Curvas de incremento corrente anual (ICA) e de incremento médio anual (IMA) de eucalipto híbrido (m3.ha-1.ano-1) em sistema agrossilvipastoril, em função da idade do povoamento, na região de Paracatu, noroeste de Minas Gerais. 52 4.2. Análise econômica do sistema agrossilvipastoril O Quadro 4 mostra o fluxo de caixa para os sistemas agroflorestais atualmente encontrados na empresa. Os dados de custos usados para montar esse fluxo de caixa encontram-se nos Quadros de 1A a 7A, enquanto os dados de receitas encontram-se no Quadro 8A. 4.2.1. Custos No Quadro 1A são mostrados o rendimento e o custo das operações necessárias à implantação de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m. No final da última coluna, aparece o valor de R$ 457,28, que representa o custo total, por hectare, para a implantação de povoamentos de eucalipto. Este valor é transcrito para a coluna de custos do Quadro 4. No Quadro 2A estão descritos o rendimento e o custo das operações necessárias às manutenções anuais de florestas de eucalipto, plantado no espaçamento de 10 x 4 m. Assim, na primeira manutenção o custo por hectare é de R$ 52,75, na segunda é de R$ 82,75, na terceira é de R$ 85,75, e assim por diante, até a 11a manutenção, cujo custo.ha-1 é de R$ 16,75. Esses valores são transcritos para a coluna de custos do Quadro 4. Para obter o custo total por hectare das operações necessárias à implantação, condução e colheita de culturas de arroz e de soja semeadas entre fileiras de eucalipto, distanciadas de 10 m, basta consultar os Quadros 3A e 4A, respectivamente. Os custos por hectare das operações necessárias à formação de pastagens, à instalação de infra-estrutura e à manutenção de pastagens formadas entre fileiras de eucalipto, distanciadas de 10 m, encontram-se no Quadro 5A. Já os custos anuais por hectare dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de novilhos para a pecuária de corte e os custos anuais por hectare de depreciação relacionados à atividade de pecuária de corte estão descritos nos Quadros 6A e 7A, respectivamente. 53 Quadro 4 - Fluxo de caixa para o atual sistema agrossilvipastoril Atividade Ano Custo (R$.ha-1) Receita (R$.ha-1) Saldo (R$.ha-1) Custo Atual (R$.ha-1) Receita Atual (R$.ha-1) Cus. At.Acum. (R$.ha-1) Rec.At.Acum. (R$.ha-1) Tempo Ret. Cap. (R$.ha-1) · Implantação dos povoamentos de eucalipto 0 457,28 - - - - - - · Plantio, condução e colheita de arroz 0 236,09 - - - - - - - Subtotal 1 · Venda de arroz 0 279,96 - 693,37 - - - 0 693,37 - - - - - - · Venda de madeira de regeneração de cerrado 0 - 100,00 - - - - - - 0 - 379,96 - - 379,96 - - - 0 - - -313,41 - - 693,37 379,96 -313,41 Subtotal 2 TOTAL - 54 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto 1 52,75 - - - - - - - · Plantio, condução e colheita de soja 1 283,91 - - - - - - - Subtotal 1 ** · Venda de soja 1 386,66 - 315,00 - 351,51 - - - 1 - - - - - 1 - 315,00 - - 286,36 1 - - -71,66 - - 2 2 82,75 122,29 - - - - Subtotal 1 ** 2 255,04 - - 210,78 - - - - Subtotal 2 2 - 0,00 - - 0,00 - - - Subtotal 2 TOTAL · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Formação de pastagem com braquiária TOTAL 1.044,88 - -378,56 - - 2 - - -255,04 - - 666,32 -589,33 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Infra-estrutura da pecuária 3 3 85,75 118,45 - - - - - - - · Insumos da pecuária 3 13,74 - - - - - - - · Mão-de-obra da pecuária 3 1,67 - - - - - - - · Aquisição de novilhos 3 125,00 - - - - - - - · Depreciação * 3 6,21 - - - - - - - Subtotal 1 ** 3 400,82 - - 301,14 - - - - Subtotal 2 3 - 0,00 - - 0,00 - - - 3 - - -400,82 - - 666,32 -890,47 TOTAL 1.255,66 666,32 1.556,80 Continua... 54 Quadro 4, Cont. Atividade · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Depreciação * Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 55 4 4 4 4 4 4 Custo (R$.ha-1) 16,75 13,74 1,67 6,21 88,37 - Receita (R$.ha-1) 0,00 Saldo (R$.ha-1) - 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 6 6 7 7 7 7 7 7 7 7 16,75 13,74 1,67 125,00 6,21 107,58 320,95 16,75 13,74 1,67 6,21 88,37 16,75 13,74 1,67 125,00 6,21 213,37 - 375,00 375,00 0,00 375,00 375,00 -88,37 54,05 -88,37 - 199,28 49,88 109,49 - 232,85 0,00 192,43 1.617,16 1.816,44 1.866,32 - 666,32 899,17 899,17 - -950,83 -917,27 -967,15 - 7 - - 161,63 - - 1.975,82 1.091,60 -884,21 Ano · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Aquisição de novilhos · Depreciação * · Manutenção de pastagens Subtotal 1 ** · Venda de boi gordo Subtotal 2 TOTAL · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Depreciação * Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Aquisição de novilhos · Depreciação * Subtotal 1 ** · Venda de boi gordo Subtotal 2 TOTAL Custo Atual (R$.ha-1) 60,36 - Receita Atual (R$.ha-1) 0,00 Cus. At.Acum. (R$.ha-1) - Rec.At.Acum. (R$.ha-1) - Tempo Ret. Cap. (R$.ha-1) - Continua... 55 Quadro 4, Cont. Atividade Ano · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Depreciação * · Manutenção de pastagens Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 56 · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Aquisição de novilhos · Depreciação * Subtotal 1 ** · Venda de boi gordo Subtotal 2 TOTAL · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Depreciação * Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL · Manutenção dos povoamentos de eucalipto · Insumos da pecuária · Mão-de-obra da pecuária · Depreciação * Subtotal 1 ** · Venda de boi gordo · Venda de madeira para energia · Venda de madeira para serraria Subtotal 2 TOTAL 8 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 9 9 9 9 10 10 10 10 10 10 10 11 11 11 11 11 11 11 11 11 11 Custo (R$.ha-1) 16,75 13,74 1,67 6,21 107,58 195,95 16,75 13,74 1,67 125,00 6,21 213,37 16,75 13,74 1,67 6,21 88,37 16,75 13,74 1,67 6,21 88,37 - Receita (R$.ha-1) Saldo (R$.ha-1) Custo Atual (R$.ha-1) 0,00 375,00 375,00 0,00 375,00 1.848,00 1.848,00 4.071,00 - -195,95 161,63 -88,37 3.982,63 91,41 90,49 34,07 30,97 - Receita Atual (R$.ha-1) 0,00 159,04 0,00 1.426,86 - Cus. At.Acum. (R$.ha-1) 2.067,23 2.157,72 2.191,79 2.222,76 Rec.At.Acum. (R$.ha-1) 1.091,60 1.250,64 1.250,64 2.677,50 Tempo Ret. Cap. (R$.ha-1) -975,62 -907,08 -941,15 454,74 * Casas, curral, depósitos, cavalos, arreios e cercas, ** ao subtotal 1 foi adicionado o custo anual da terra de R$ 50,00.ha-1 e *** na época de coleta dos dados, R$ 1,00 = US$ 0,80 56 Nota-se que todos os subtotais anuais de custos por hectare do Quadro 4 foram descontados para o ano zero, os quais foram usados para calcular os custos atuais acumulados por hectare. Essa atualização proporciona um padrão de comparação real dos custos futuros, aumentando, assim, a consistência da análise. A participação percentual dos custos das operações necessárias à implantação de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 13 e 14. Observa-se na Figura 13 que as operações mecanizadas representam mais do que a metade (55%) dos custos totais de implantação. Dentre o custo total das operações mecanizadas e manuais, incluindo os insumos (Figura 14), o desmatamento de regeneração de cerrado e a destoca de cepas de eucalipto constituem, juntos, 34% das despesas, seguidos de longe pelas atividades de transporte, distribuição, plantio e replantio de mudas (16%) e de combates a formigas (10%). insumos 26% manual 19% mecanizado 55% Figura 13 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de atividades, necessárias à implantação (ano 0) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m. 57 1% 2% 16% 8% 6% 34% 7% 1% 10% 7% 8% Elaboração do projeto e topografia Construção e reforma de estradas e aceiros Desmatamento e destoca 1ª Limpeza de área Gradagens Combates a formigas Alinhamento e balizamento Mistura e distribuição de corretivos Coveamento e distribuição adubo/cupinicida Transporte, distribuição, plantio e replantio mudas Irrigação Figura 14 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade, necessárias à implantação (ano 0) de um hectare de clones híbridos de eucalipto plantados no espaçamento de 10 x 4 m. A participação percentual dos custos das operações necessárias à manutenção de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 15 e 16. Observa-se na Figura 15 que as operações manuais representam mais do que dois terços (68%) dos custos totais de manutenção. Dentre o custo total das operações mecanizadas e manuais, incluindo os insumos (Figura 16), as três primeiras manutenções representam, juntas, 73% das despesas, devendo-se ressaltar que na primeira manutenção (19,3% do custo total) são feitas duas capinas manuais, na segunda (27,6%) é realizada uma primeira desrama (72,5% do custo da manutenção) e na terceira (26,0%) é realizada uma segunda desrama (73,5% do custo da manutenção). As desramas, atividades ainda semimecanizadas na empresa, justificam a alta contribuição das operações manuais ao custo de manutenção. 58 insumos 16% mecanizado 16% manual 68% Figura 15 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de atividades, necessárias à manutenção (a partir do ano 1) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m. 1ª Manutenção (ano 1) 4% 4% 5% 2ª Manutenção (ano 2) 3% 3% 2% 3% 3% 19% 3ª Manutenção (ano 3) 4ª Manutenção (ano 4) 5ª Manutenção (ano 5) 6ª Manutenção (ano 6) 7ª Manutenção (ano 7) 8ª Manutenção (ano 8) 28% 26% 9ª Manutenção (ano 9) 10ª Manutenção (ano 10) 11ª Manutenção (ano 11) Figura 16 - Participação percentual dos custos de manutenção (a partir do ano1) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m. 59 A participação percentual dos custos das operações necessárias à implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de eucalipto, plantado no espaçamento de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 17 e 18, a seguir. Observa-se na Figura 17 a contribuição importante dos insumos (50%), principalmente sementes e adubos (75% do valor dos insumos), nas despesas totais. As operações mecanizadas, conforme a Figura 18, representam 44% do total, nas quais só o plantio e a adubação são responsáveis por 40% do custo total, seguidos de longe pela colheita mecanizada (16%) e pelas gradagens aradora e niveladora (14%). mecanizado 44% insumos 50% manual 6% Figura 17 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de atividades, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 0) de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m. 16% 14% Gradagens 11% 2ª Limpeza de área Calagem 11% 40% 8% Tratamento de sementes Plantio e adubação Colheita Figura 18 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 0) de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m. 60 A participação percentual dos custos das operações necessárias à implantação, condução e colheita de 1 ha de soja semeada entre as fileiras de eucalipto, plantado no espaçamento de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 19 e 20. Observa-se na Figura 19 a grande contribuição dos insumos (57%), principalmente na forma de sementes, adubos e herbicidas (80% do valor dos insumos), nas despesas totais. As operações mecanizadas, tais como ilustradas na Figura 20, representam 42% do total, nas quais só o plantio e a adubação são responsáveis por 38% do custo total, seguidos pelas aplicações de herbicida (20%) e pela colheita mecanizada (14%). A participação das operações manuais é quase desprezível (6 e 1% do custo total para as culturas de arroz e soja, respectivamente), em relação à participação de 19% para a implantação de povoamentos de eucalipto e de 68% para sua manutenção, ou seja, 36% do custo total atualizado de implantação e manutenção das florestas de eucalipto. Tal fato demonstra o nível elevado de mecanização agrícola e a grande dependência da empresa nas operações manuais do seu setor florestal, principalmente de desramas, capinas e roçadas e combates a formigas. mecanizado 42% insumos 57% manual 1% Figura 19 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de atividades, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 1) de 1 ha de soja semeada entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m. 61 11% 14% 8% 6% 3% 20% 38% Gradagens Calagem Inoculação + tratamento de sementes Aplicações de herbicida Plantio e adubação Aplicações de inseticida Colheita Figura 20 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade, necessárias à implantação, condução e colheita (ano 0) de 1 ha de soja semeada entre fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m. A participação percentual dos custos das operações necessárias à construção de infra-estruturas e à formação e manutenção de 1 ha de pastagens semeadas entre as fileiras de eucalipto, plantado no espaçamento de 10 x 4 m, é apresentada nas Figuras 21 e 22. Observa-se na Figura 21 a grande contribuição dos insumos (60%), principalmente sementes de braquiária, corretivos de solo e aguadas (80% do valor dos insumos), nas despesas totais. As operações mecanizadas para a formação de pastagens representam 67% do custo de todas as operações mecanizadas. De acordo com a Figura 22, só o plantio a lanço e a calagem são responsáveis por 57% do custo de formação de pastagens, seguidos pelas duas gradagens aradoras e pela gradagem niveladora (35%). O custo da primeira gradagem aradora, realizada com trator de esteira D6, constitui mais da metade do custo dessas gradagens, sendo o tipo de máquina usada o responsável pelo aumento de preço. 62 mecanizado 24% insumos 60% manual 16% Figura 21 - Participação percentual dos custos das operações, por classe de atividades, necessárias à construção de infra-estruturas e à formação e manutenção de 1 ha de pastagens semeadas entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m. 8% 35% 57% Gradagens aradoras (2X) e niveladora Plantio a lanço e calagem Gradagem de incorporação Figura 22 - Participação percentual dos custos das operações, por atividade, necessárias à formação de 1 ha de pastagens semeadas entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m. 63 Na Figura 23 é apresentada a participação percentual dos custos atuais de aquisição de novilhos, dos insumos e da mão-de-obra para a pecuária de corte. Observa-se que a aquisição bianual de novilhos com peso de 5 arrobas constitui a maior despesa, ou seja, 80% do custo total por hectare, no momento em que os insumos são responsáveis por apenas 18%, seguidos de longe pelos 2% da mãode-obra. Dentre os custos de insumos, o sal mineral Fosbov representa 55% das despesas, seguido do carrapaticida e bernicida, com 21%. Em relação à mão-deobra, a única despesa provém dos vaqueiros, cada um cuidando de 300 animais. 18% 2% 80% Insumos (anos 3 a 11) Mão-de-obra (anos 3 a 11) Novilhos (anos 3-5-7-9) Figura 23 - Participação percentual dos custos atuais, por hectare, de aquisição de novilhos, de insumos e de mão-de-obra para a pecuária de corte. A participação percentual dos custos globais, descontados das operações necessárias à implantação, manutenção e colheita, se for o caso, dos 64 componentes dos sistemas agroflorestais anteriormente descritos é apresentada na Figura 24, a seguir. Observa-se que mais de um terço dos custos (37%) é associado à implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto. No entanto, não se deve esquecer que mais da metade (52%) do valor atualizado da receita, conforme ilustrado na Figura 25, é proveniente da venda dos produtos madeireiros obtidos ao longo da rotação de 11 anos. Posteriormente, vem a contribuição dos custos de formação e manutenção da pecuária e de depreciação (21%). A participação dos custos associados às lavouras de arroz e soja ainda são os menores, com 12 e 14% do total, respectivamente. 21% 37% 16% 12% 14% Implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto Implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz Implantação, condução e colheita de 1 ha de soja Formação e manutenção de 1 ha de pastagens Formação e manutenção da pecuária e depreciação Figura 24 - Participação percentual dos custos globais atualizados das operações necessárias à implantação e manutenção de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m, à implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz e de soja, à formação e manutenção de 1 ha de pastagens e à formação e manutenção da pecuária de corte. 65 4.2.2. Receitas No Quadro 8A estão as receitas (R$.ha-1) resultantes da comercialização dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril rotativo da empresa. Por exemplo, na primeira linha, no caso do arroz, considerando uma produção de 23,33 sacos por hectare, vendidos ao preço de R$ 12,00.sc-1, obtém-se uma receita de R$ 279,96.ha-1. Este valor é transferido para a coluna de receitas no fluxo de caixa, apresentado no Quadro 4, no ano em que foi feita a sua colheita. No caso do boi gordo, na terceira linha do Quadro 8A, a produção de 15 arrobas de carne por hectare é obtida a cada dois anos. Assim, considerando que os novilhos com um ano de idade são adquiridos com um peso médio de 5 arrobas, em dois anos alcançam 15 arrobas e estão prontos para o abate, com preço de venda de R$ 25,00.@-1, totalizando R$ 375,00.ha-1. Este valor é transcrito para a coluna de receitas do Quadro 4, nos anos 5, 7, 9 e 11, correspondentes aos anos de abate. Nesse mesmo fluxo de caixa, considerou-se um incremento médio anual (IMA) de 35 st.ha-1.ano-1 de madeira para a floresta de clones híbridos de eucalipto, ou seja, uma produção de 385 st.ha-1 aos 11 anos de idade. Ademais, supôs-se que 40% da madeira produzida (154 st.ha-1) seria vendida para serraria, ao preço de R$ 12,00.st-1, e que os 60% restantes (231 st.ha-1) seriam vendidos para energia, ao preço de R$ 8,00.st-1. Assim, as receitas obtidas com as vendas de madeira para serraria e energia são ambas de R$ 1.848,00.ha-1. Estes valores são transcritos para a coluna de receitas no ano 11. Nota-se que todos os subtotais anuais de receitas por hectare do Quadro 4 foram descontados para o ano zero (receitas atuais), as quais foram usadas para calcular as receitas atuais acumuladas por hectare. A taxa de juros utilizada foi de 10% ao ano. A participação percentual das receitas atualizadas provenientes da comercialização dos produtos obtidos nos sistemas agroflorestais da empresa é apresentada na Figura 25. Observa-se que a participação do arroz e da soja 66 constitui quase a mesma percentagem da receita total, ou seja, 10 e 11%, respectivamente. As culturas agrícolas são responsáveis por um quinto da receita obtida do sistema. A participação do valor de venda de boi gordo (27%) supera ligeiramente a de madeira para serraria (24%) ou de madeira para energia (24%). As vendas de boi gordo representam mais de um quarto (27%) das vendas totais, o que demonstra a importância deste componente nos sistemas agroflorestais adotados pela empresa. Outrossim, a contribuição da madeira produzida para serraria e energia representa quase a metade (48%) da receita total, o que não é desprezível. Todavia, uma maior alocação de madeira para serraria, em virtude do seu preço de venda mais atraente, proporcionaria melhor retorno. Deve-se considerar também a rotação, uma vez que o valor descontado da receita (R$ 647,71) representa apenas quase um terço do valor obtido aos 11 anos de idade (R$ 1848,00), considerando uma taxa de desconto de 10% ao ano. 10% 24% 11% 27% 24% 4% Arroz (ano 0) Soja (ano 1) Boi gordo (anos 5-7-9-11) Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado (ano 0) Madeira de Eucalyptus sp. para serraria (ano 11) Madeira de Eucalyptus sp. para energia (ano 11) Figura 25 - Participação percentual das receitas atualizadas resultantes da comercialização dos diversos produtos obtidos nos sistemas agroflorestais da empresa. 67 4.2.3. Avaliação econômica A avaliação econômica do presente sistema agrossilvipastoril foi o valor presente líquido (VPL), o valor esperado da terra (VET), o benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), a relação benefício-custo (B/C) e a taxa interna de retorno (TIR). Conforme descrito no Quadro 5, para taxa de juros de 10% ao ano e custo anual da terra de R$ 50,00.ha-1, o sistema tem VPL (R$ 454,74.ha-1), VET (R$ 700,13.ha-1) e B(C)PE (R$ 70,01.ha-1.ano-1) positivos, B/C superior a 1 (1,20) e TIR superior a 10% a.a. (13,49%). Quadro 5 - Valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra (VET), benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), relação benefício-custo (B/C) e taxa interna de retorno (TIR) para o atual sistema agrossilvipastoril utilizado pela empresa Produção de Madeira IMA 1 Serraria Energia (st.ha-1.ano-1) % st.ha-1 % st.ha-1 35,00 40 154,00 60 231,00 VPL(1) VET(1) B(C)PE(1) TIR B/C(1) -------- (R$.ha-1) ------- 454,74 (%) (a.a.) (R$.ha-1.ano-1) 700,13 70,01 1,20 13,49 VPL, VET, B(C)PE e B/C calculados a 10% ao ano de taxa de desconto. Considera-se viável economicamente o empreendimento agroflorestal da empresa, pois tem VPL positivo, de acordo com determinada taxa de desconto, ou seja, o valor descontado das receitas futuras é superior ao valor do investimento; tem VET positivo, ou seja, o valor presente líquido das rotações periódicas perpétuas é positivo; enfim, seu B(C)PE é positivo, ou seja, o valor anual simples do lucro é positivo. Em relação à B/C, pode-se dizer que o sistema produz uma receita média de R$ 1,20 para cada R$ 1,00 investido (MARQUES e FERREIRA, 1998); quanto à TIR, a taxa média de crescimento do investimento é 68 de 13,49, ou seja, é maior que a taxa de remuneração alternativa do capital, também chamada de taxa mínima de atratividade (PEARSE, 1990; REZENDE e OLIVEIRA, 1993). 4.3. Monocultura de eucalipto As florestas de eucalipto, plantadas anteriormente no espaçamento de 3 x 3 m, completavam um ciclo de 21 anos antes de serem totalmente reformadas. Cada rotação durava sete anos, sendo a segunda e terceira oriundas da rebrota. Por isso, ocorriam operações de implantação e manutenção na primeira rotação, e apenas operações de manutenção nas últimas duas rotações. A avaliação econômica apresentada a seguir tem como objetivo analisar a viabilidade dessa monocultura, usando os mesmos clones híbridos dos atuais sistemas agroflorestais, como se fosse hoje prática vigente na empresa, para, então, compará-la aos sistemas adotados pela empresa. 4.3.1. Custos O Quadro 1B mostra o rendimento e o custo das operações necessárias à implantação de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 3 x 3 m. No final da última coluna, aparece o valor de R$ 852,58, que representa o custo total, por hectare, para a implantação de povoamentos de eucalipto. Este valor (R$ 852,58) está transcrito na coluna de custos no ano zero do fluxo de caixa apresentado no Quadro 4B. Nesse quadro, são descritos o rendimento e o custo das operações necessárias às manutenções anuais de florestas de eucalipto, plantado no espaçamento de 3 x 3 m. Assim, na primeira manutenção o custo por hectare é de R$ 150,72, na segunda é de R$ 51,91, na terceira é de R$ 19,93, e assim por diante, até a 21a manutenção. Todos esses valores são transcritos para a coluna de custos do Quadro 4B. 69 Nota-se que todos os subtotais anuais de custos por hectare do Quadro 4B foram descontados para o ano zero, os quais foram usados para calcular os custos atuais acumulados por hectare. 4.3.2. Receitas No Quadro 3B estão listadas as receitas (R$.ha-1) resultantes da comercialização da madeira para serraria e energia. Por exemplo, na primeira linha, no caso da madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado, considerando uma produção de 50,00 st por hectare, vendidos ao preço de R$ 2,00.st-1, obtém-se uma receita de R$ 100,00.ha-1. Este valor está transferido na coluna de receitas no fluxo de caixa, no Quadro 4B, no ano da colheita. Nesse mesmo fluxo de caixa, considerou-se um incremento médio anual (IMA) de 35 st.ha-1.ano-1 da floresta na primeira rotação, ou seja, uma produção de 245 st.ha-1 aos sete anos de idade. Essa produção cai 20% na segunda rotação (196,00 st.ha-1) e 33% na terceira (163,42 st.ha-1). Ademais, supôs-se que 40% da madeira produzida seria vendida para serraria e 60% para energia, ao preço de R$ 12,00.st-1 e R$ 8,00.st-1, respectivamente. Assim, as receitas obtidas com as vendas de madeira para serraria e energia nas primeira, segunda e terceira rotações são, ambas, de R$ 1.176,00, R$ 940,80 e R$ 784,40, respectivamente. Estes valores estão transcritos na coluna de receitas no ano em que foi feita a colheita. Todos os subtotais anuais de receitas por hectare do Quadro 4B foram atualizados, para calcular as receitas atuais acumuladas por hectare. 4.3.3. Avaliação econômica Os critérios utilizados para a avaliação econômica da monocultura de eucalipto foram o VPL, VET, B(C)PE, B/C e TIR. Conforme descrito no Quadro 6, para taxa de juros de 10% ao ano, a monocultura apresenta VPL, VET e B(C)PE positivos (R$ 386,30.ha-1, R$ 446,66.ha-1 e R$ 44,67.ha-1.ano-1 respectivamente), B/C superior a 1 (1,24) e TIR maior que 10% a.a. (12,56%). 70 Quadro 6 - Valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra (VET), benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), relação benefício-custo (B/C) e taxa interna de retorno (TIR) para a monocultura de eucalipto Custo Anual da Terra -1 -1 (R$.ha .ano ) 50,00 1 Madeira Serraria Energia -------- (%) -------40% 60% VPL -1 (R$.ha ) VET (R$.ha ) -1 ------ (R$.ha ) ------386,30 TIR B(C)PE -1 -1 B/C -1 (R$.ha .ano ) 446,66 44,67 (%) (a.a.) 1,24 12,56 VPL, VET, B(C)PE e B/C calculados a 10% ao ano de taxa de desconto. 4.4. Comparação econômica do sistema agroflorestal e da monocultura A avaliação econômica apresentada a seguir tem como objetivo comparar a viabilidade do atual sistema agrossilvipastoril com a monocultura de eucalipto, como se esta fosse ainda praticada hoje na empresa. Os critérios utilizados na avaliação econômica foram o valor esperado da terra (VET), pois permitiu a comparação, de maneira inteiramente análoga, dessas duas alternativas de investimento, caracterizadas por fluxos de caixa e períodos de retorno distintos (Ribeiro e Graça, 1996, citados por MARQUEZ, 1997); e o benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), uma vez que os retornos equivalentes obtidos, por rotação, corrigem, implicitamente, as diferenças de horizontes de planejamento (SILVA, 1992). Não foram utilizados o VPL, visto que as duas alternativas econômicas comparadas não têm a mesma duração (NEVES, 1979), nem a TIR, por causa da diferença no investimento inicial de cada alternativa (LIMA JÚNIOR, 1995). Considerando essas observações, constata-se que o VET e o B(C)PE do sistema agrossilvipastoril (R$ 700,13.ha-1 e R$ 70,01.ha-1.ano-1, respectivamente) são 56,7% superior aos da monocultura de eucalipto (R$ 446,66.ha-1 e R$ 44,67.ha-1.ano-1, respectivamente). Diante desses valores, não se pode contestar a maior atratividade econômica do sistema agrossilvipastoril rotativo. O 71 sistema agroflorestal proporciona receitas múltiplas provenientes da venda de seus diversos produtos agrícolas e pecuários, obtidos ao longo do seu cíclo de produção, o que permite abater as despesas associadas à implantação e à manutenção de povoamentos de eucalipto (NAIR, 1993). 4.5. Simulações de alternativas A análise econômica apresentada no Quadro 5 refere-se a uma situação real para o sistema agrossilvipastoril adotado pela empresa, não considerando as variações que podem ocorrer em parâmetros importantes, como os preços de venda dos produtos agrícolas, do boi gordo e da madeira, assim como os custos de implantação e manutenção de povoamentos de eucalipto, de produção de arroz e soja, de formação e manutenção de pastagem e de aquisição de novilhos. Ademais, ainda não se sabe como uma mudança na idade de rotação do sistema, como novas culturas agrícolas a serem consorciadas e como a substituição do eucalipto por uma outra espécie de maior valor madeireiro, adaptada às condições bioclimáticas da região, afetariam a lucratividade do atual sistema agrossilvipastoril. 4.5.1. Rotação de 11 anos Para poder inferir com mais segurança a lucratividade do atual sistema agrossilvipastoril, em virtude das alterações nos parâmetros anteriormente mencionados, foram feitas simulações para analisar a sensibilidade do VPL, do B(C)PE, da B/C, da VET e da TIR. 4.5.1.1. Variação nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema As simulações realizadas aqui apresentam as mudanças nos indicadores econômicos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes à diminuição e ao aumento de 20% no preço de venda de cada produto obtido no sistema 72 agrossilvipastoril. Os resultados estão nos Quadros de 7 a 12, apresentados a seguir. Nota-se, em todos os casos, que uma queda individual de 20% no preço de venda de cada produto não acarreta VPL negativo, B/C inferior a 1, nem TIR inferior a 10%. Quadro 7 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do saco de arroz % de Variação no Preço do Saco de Arroz -20,0 0,0 20,0 Preço de Venda -1 (R$.sc ) 9,60 12,00 14,40 VPL VET -1 -------- (R$.ha ) --------398,75 454,74 510,73 613,92 700,13 786,34 B(C)PE -1 TIR -1 (R$.ha .ano ) 61,39 70,01 78,63 B/C 1,18 1,20 1,23 (%) 12,98 13,49 14,03 Quadro 8 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do saco de soja % de Variação no Preço do Saco de Soja -20,0 0,0 20,0 Preço de Venda -1 (R$.sc ) 10,08 12,60 15,12 VPL VET -1 -------- (R$.ha ) -------397,47 454,74 512,01 611,95 700,13 788,31 B(C)PE -1 TIR -1 (R$.ha .ano ) 61,20 70,01 78,83 B/C 1,18 1,20 1,23 (%) 12,99 13,49 14,03 Quadro 9 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda da arroba de boi gordo % de Variação no Preço de Venda VPL VET Preço da Arroba de -------- (R$.ha-1) --------(R$.@-1) Boi -20,0 20,00 311,59 479,73 0,0 25,00 454,74 700,13 20,0 30,00 597,89 920,53 73 B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) 47,97 70,01 92,05 TIR B/C 1,14 1,20 1,27 (%) 12,42 13,49 14,55 Quadro 10 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado % de Variação no Preço de Venda VPL VET Preço do Estéreo de ---------- (R$.ha-1) --------(R$.st-1) Madeira -20,0 1,60 434,74 669,34 0,0 2,00 454,74 700,13 20,0 2,40 474,74 730,92 B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) 66,93 70,01 73,09 TIR B/C 1,20 1,20 1,21 (%) 13,31 13,49 13,68 Quadro 11 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do estéreo de madeira para serraria % de Variação no Preço de Venda Preço do Estéreo de (R$.st-1) Madeira -20,0 9,60 0,0 12,00 20,0 14,40 VPL VET --------- (R$.ha-1) -------325,20 454,74 584,28 500,68 700,13 899,58 B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) 50,07 70,01 89,96 TIR B/C 1,15 1,20 1,26 (%) 12,60 13,49 14,33 Quadro 12 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no preço de venda do estéreo de madeira para energia % de Variação no Preço de Venda Preço do Estéreo de (R$.st-1) Madeira -20,0 6,40 0,0 8,00 20,0 9,60 VPL VET ------- (R$.ha-1) ------325,20 454,74 584,28 500,68 700,13 899,58 B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) 50,07 70,01 89,96 TIR B/C 1,15 1,20 1,26 (%) 12,60 13,49 14,33 Observa-se no Quadro 7 que diminuição de 20% no preço de venda do saco de arroz acarreta quedas de 12,3% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 3,8% na TIR, enquanto o aumento de 20% proporciona aumentos de 12,3% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 4% na TIR. 74 No Quadro 8 verifica-se que a diminuição de 20% no preço de venda do saco de soja acarreta quedas de 12,6% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 3,7% na TIR, enquanto o aumento de 20% no preço de venda do saco de soja causa aumentos de 12,6% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 4% na TIR. Para as duas culturas, as análises de sensibilidade apresentam diferenças mínimas ou nulas. Apesar de o preço de venda do saco de soja ser ligeiramente superior ao do arroz, os indicadores quase não mostram diferenças de valores, provavelmente em razão do maior custo de implantação e condução da soja. No Quadro 9 observa-se que os parâmetros são muito sensíveis a mudanças no preço de venda da arroba de boi gordo, contradizendo os resultados obtidos por OLIVEIRA e MACEDO (1996). A diminuição de 20% nos preços de venda acarreta quedas de 31,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 5% na B/C e 7,9% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% nos preços de venda proporciona aumentos de 31,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 5,8% na B/C e 7,9% na TIR. De fato, as mudanças no preço da arroba de boi gordo são as que mais afetam a análise de sensibilidade, em relação aos outros componentes do sistema agrossilvipastoril, sendo responsáveis pelas maiores variações observadas nos indicadores. No Quadro 10 verifica-se que os parâmetros são pouco sensíveis a variações no preço de venda do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado, sendo este componente o que menos afeta a análise de sensibilidade. A diminuição de 20% nos preços de venda causa quedas de apenas 4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, nenhuma variação na B/C e redução de 1,3% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% nos preços de venda proporciona aumentos de apenas 4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, quase 1% na B/C e 1,4% na TIR. Nos Quadros 11 e 12 observa-se que os parâmetros são bastante sensíveis a variações nos preços de venda dos estéreos de madeira para serraria e para energia. Nos dois casos, a redução de 20% nos preços de venda proporciona quedas de 28,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 4,2% na B/C e 6,6% na TIR, ao mesmo tempo o que o aumento de 20% nos preços de venda acarreta aumentos 75 de 28,5% nos VPL, VET e B(C)PE, 5% na B/C e 6,2% na TIR. Coincidentemente, a maior percentagem de madeira para energia compensou por seu menor preço de venda, tendo o mesmo ocorrido para a madeira para serraria, fazendo com que os indicadores financeiros de cada componente se equivalessem entre si. As variações nos preços de venda de madeira para serraria e energia, logo em seguida às variações no preço de venda de boi gordo, são responsáveis pelas maiores variações observadas nos indicadores econômicos. Para cada indicador econômico, foi feito um gráfico de análise de sensibilidade, ilustrando o comportamento de cada produto obtido no sistema agrossilvipastoril, dado às variações de -20% a +20% no seu preço de venda. Os gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras de 26 a 30. As mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril, estão ilustradas nas Figuras 26, 27 e 28, respectivamente. Observa-se que os VPL, VET e B(C)PE, em virtude das mudanças nos preços do boi gordo, variam de R$ 311,59 a R$ 597,89.ha-1, de R$ 479,73 a R$ 920,53.ha-1 e de R$ 47,97 a R$ 92,05.ha-1.ano-1, respectivamente. Não se deve esquecer que as receitas resultantes de vendas de boi gordo representam mais de 27% da receita total, superando ligeiramente às de madeira para serraria ou energia (24%). Esses valores são seguidos de perto pelas mudanças nos preços da madeira para serraria e energia, cujos VPL, VET e B(C)PE variam de R$ 325,20 a R$ 584,28.ha-1, de R$ 500,68 a R$ 899,58.ha-1 e de R$ 50,07 a R$ 89,96.ha-1.ano-1, respectivamente. As curvas de VPL, VET e B(C)PE seguem as mesmas tendências para as duas culturas agrícolas. Para cada indicador, elas diferem ligeiramente entre si. As variações nos preços de venda de madeira de destoca de regeneração de cerrado são as que menos afetam os indicadores econômicos. Não se deve esquecer que seu baixo preço de venda (R$ 2,00.st-1) influencia pouco os indicadores usados na análise econômica. 76 VPL (R$.ha -1) 650,00 Arroz 600,00 Soja 550,00 Boi gordo 500,00 Madeira da destoca de regeneração de cerrado Madeira para serraria / energia 450,00 400,00 350,00 300,00 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos preços de venda Figura 26 - Mudanças no VPL em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. 1000,00 VET (R$.ha-1) Arroz 900,00 Soja 800,00 Boi gordo 700,00 Madeira da destoca de regeneração de cerrado Madeira para serraria / energia 600,00 500,00 400,00 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos preços de venda Figura 27 - Mudanças no VET em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. 77 100,00 Arroz B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) 90,00 Soja Boi gordo 80,00 Madeira da destoca de regeneração de cerrado 70,00 Madeira para serraria / energia 60,00 50,00 40,00 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos preços de venda Figura 28 - Mudanças no B(C)PE em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril, são ilustradas nas Figuras 29 e 30, respectivamente. Observa-se que a B/C e a TIR, dado às mudanças nos preços do boi gordo, variam de 1,14 a 1,27 e de 12,42 a 14,55%, respectivamente. Esses valores são seguidos de perto pelas mudanças nos preços da madeira para serraria e energia, cujas B/C e TIR variam de 1,15 a 1,26 e de 12,6 e 14,33%, respectivamente. As curvas de B/C e TIR seguem as mesmas tendências para o arroz e a soja. Para cada indicador, as curvas não diferem entre si. As variações nos preços de venda de madeira de destoca de regeneração de cerrado são as que menos afetam os indicadores econômicos, ou seja, acarretam uma variação de 1,20 a 1,21 para a B/C e de 13,31 a 13,68% para a TIR. Ademais, observa-se, em todos os gráficos de análise de sensibilidade, que nenhuma queda individual de 20% no preço de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril acarretou VPL, VET e B(C)PE negativos, B/C inferior a 1 e TIR inferior à taxa de juros de 10%. Daí a vantagem dos sistemas agroflorestais, no caso de cair o preço de venda de um de seus produtos. 78 1,28 1,26 Arroz / Soja B/C 1,24 Boi gordo 1,22 Madeira da destoca de regeneração de cerrado 1,20 Madeira para serraria / energia 1,18 1,16 1,14 1,12 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos preços de venda Figura 29 - Mudanças na B/C em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. 15,00 14,50 Arroz / Soja TIR (%) 14,00 Boi gordo 13,50 Madeira da destoca de regeneração de cerrado Madeira para serraria / energia 13,00 12,50 12,00 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos preços de venda Figura 30 - Mudanças na TIR em relação às variações de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. 79 No Quadro 13 estão as mudanças nos indicadores econômicos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. Observa-se que a diminuição simultânea de 20% nos preços de venda dos sacos de arroz e soja, da arroba de boi gordo, do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e dos estéreos de madeira para serraria e energia acarreta quedas de 117,8% nos VPL, VET e B(C)PE, 20% na B/C e 30,6% na TIR. Por outro lado, o aumento simultâneo de 20% nos preços de venda proporciona aumentos de 117,8% nos VPL, VET e B(C)PE, 20,8% na B/C e 29,5% na TIR. Para cada indicador econômico, foi feito um gráfico de análise de sensibilidade, ilustrando o seu comportamento advindo das variações simultâneas de -20% a +20% nos preços de venda dos produtos. Os gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras 31 e 32. As mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 31. Nota-se que os VPL, VET e B(C)PE variam de R$ -80,76 a R$ 990,24.ha-1, de R$ -124,34 a de R$ 1.524,60.ha-1 e R$ -12,43 a R$ 152,46.ha-1.ano-1, respectivamente. Os indicadores mostram-se muito sensíveis às variações simultâneas nos preços. As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 32. Observa-se que a B/C e a TIR variam de 0,96 a 1,45% e de 9,36 a 17,47%, respectivamente. Quadro 13 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação às variações simultâneas nos preços de venda do saco de arroz e soja, da arroba de boi gordo, do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e dos estéreos de madeira para serraria e para energia % de Variação no Preço Preço do Preço da Preço do Preço da Madeira (R$.St-1) Arroz (R$.sc-1) Soja (R$.sc-1) Boi (R$.@-1) Destoca Serraria VPL VET B(C)PE Energia (R$.ha-1) (R$.ha-1) (R$.ha-1.ano-1) B/C TIR (%) -20,0 9,60 10,08 20,00 1,60 9,60 6,40 -80,76 -124,34 -12,43 0,96 9,36 0,0 12,00 12,60 25,00 2,00 12,00 8,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 14,40 15,12 30,00 2,40 14,40 9,60 990,24 1.524,60 152,46 1,45 17,47 80 180,00 VPL (R$/ha) 1600,00 160,00 VET (R$/ha) 1400,00 140,00 B(C)PE (R$/ha/ano) 1200,00 120,00 1000,00 100,00 800,00 80,00 600,00 60,00 400,00 40,00 200,00 20,00 0,00 -200,00-20,0 R$.ha-1.ano-1 R$.ha-1 1800,00 0,00 20,0-20,00 0,0 -400,00 -40,00 % de variação simultânea nos preços dos produtos Figura 31 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. 20,00 1,60 B/C TIR (%) 18,00 1,40 14,00 1,20 TIR (%) B/C 16,00 12,00 1,00 10,00 0,80 -20,0 8,00 20,0 0,0 % de variação simultânea nos preços dos produtos Figura 32 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril. 81 Apesar de os preços de venda terem caído, simultaneamente, 20%, a B/C ficou apenas 4% inferior a 1 e a TIR, 6,4% inferior à taxa de juros de 10%. 4.5.1.2. Variação nos custos de produção dos componentes do sistema As simulações feitas aqui mostram as variações nos indicadores econômicos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes à diminuição e ao aumento de 20% no custo de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. Os resultados estão apresentados nos Quadros de 14 a 21. Observa-se no Quadro 14 que a queda de 20% no custo de implantação de povoamentos de eucalipto acarreta aumento de 20,1% nos VPL, VET e B(C)PE, 5% na B/C e 6,7% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no custo de implantação proporciona quedas de 20,1% nos VPL, VET e B(C)PE, 3,3% na B/C e 6,1% na TIR. Essas variações nos indicadores financeiros são as maiores observadas entre os componentes do sistema, em virtude das variações de ±20% nos seus custos de produção. No entanto, não se deve esquecer que os custos de implantação da floresta de eucalipto, conforme mostrado no fluxo de caixa apresentado no Quadro 4, principalmente para desmatamento e destoca, constituem a maior proporção dos custos totais de implantação e manutenção do sistema agrossilvipastoril. Quadro 14 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de implantação de povoamentos de eucalipto % de Variação no Custo de Implantação VPL VET Custo de Implan-1 tação de Eucalipto -------------------- (R$.ha ) ---------------------- B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) TIR B/C (%) -20,0 365,82 546,20 840,95 84,09 1,26 14,40 0,0 457,28 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 548,74 363,28 559,32 55,93 1,16 12,67 82 Quadro 15 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de manutenção (do 1o ao 3o ano) de povoamentos de eucalipto % de Variação no Custo de Manutenção VPL VET Custo de Manutenção ------------------- (R$.ha-1) ---------------------de Eucalipto B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) TIR B/C (%) -20,0 42,20; 66,20; 68,60 490,89 755,79 75,58 1,22 13,82 0,0 52,75; 82,75; 85,75 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 63,30; 99,30; 102,90 418,59 644,47 64,45 1,19 13,18 Quadro 16 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de manutenção (do 4o ao 11o ano) de povoamentos de eucalipto % de Variação no Custo de Manutenção VPL VET Custo de Manutenção -------------------- (R$.ha-1) --------------------de Eucalipto B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) TIR B/C (%) -20,0 13,40 468,17 720,80 72,08 1,21 13,60 0,0 16,75 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 20,10 441,31 679,46 67,95 1,20 13,39 Quadro 17 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de produção de arroz % de Variação no Custo de Produção VPL VET Custo de Produção -------------------- (R$.ha-1) ---------------------de Arroz B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) TIR B/C (%) -20,0 188,87 501,96 772,83 77,28 1,23 13,95 0,0 236,09 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 283,31 407,52 627,43 62,74 1,18 13,06 83 Quadro 18 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de produção de soja % de Variação no Custo de Produção de Soja Custo de Produção VPL VET -20,0 227,13 506,36 779,60 77,96 1,23 13,97 0,0 283,91 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 340,69 403,12 620,66 62,07 1,18 13,03 -------------------- (R$.ha-1) ---------------------- B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) TIR B/C (%) Quadro 19 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de formação de pastagem % de Variação no Custo de Formação VPL VET B(C)PE Custo de Formação -------------------- (R$.ha-1) --------------------- (R$.ha-1.ano-1) de Pastagem TIR B/C (%) -20,0 97,83 474,95 731,25 73,13 1,22 13,67 0,0 122,29 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 146,75 434,52 669,01 66,90 1,19 13,32 Quadro 20 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de manutenção de pastagem % de Variação no Custo de Manutenção VPL VET B(C)PE Custo de Manutenção -------------------- (R$.ha-1) ---------------------- (R$.ha-1.ano-1) de Pastagem TIR B/C (%) -20,0 86,06 478,14 736,16 73,62 1,22 13,67 0,0 107,58 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 129,10 431,34 664,10 66,41 1,19 13,31 84 Quadro 21 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação à variação no custo de aquisição de novilhos % de Variação no Custo de Aquisição VPL VET Custo de Aquisição -------------------- (R$.ha-1) ---------------------de Novilhos B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) TIR B/C (%) -20,0 100,00 512,48 789,03 78,90 1,24 13,95 0,0 125,00 454,74 700,13 70,01 1,20 13,49 20,0 150,00 397,00 611,24 61,12 1,17 13,04 No Quadro 15 observa-se que a diminuição simultânea de 20% no custo de manutenção de povoamentos de eucalipto, do primeiro ao terceiro ano, acarreta aumentos de 7,9% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 2,4% na TIR, enquanto o aumento simultâneo de 20% nos mesmos custos causa redução de 7,9% nos VPL, VET e B(C)PE, 0,8% na B/C e 2,3% na TIR. No Quadro 16 verifica-se que a diminuição simultânea de 20% no custo de manutenção de povoamentos de eucalipto, do 4o ao 11o ano, acarreta aumentos de apenas 3% nos VPL, VET e B(C)PE, e 0,8% na B/C e na TIR, ao mesmo tempo que o aumento simultâneo de 20% nos mesmos custos proporciona queda de 3% nos VPL, VET e B(C)PE, 0% na B/C e 0,7% na TIR, sendo as menores variações observadas dentre todos os componentes do sistema. Os indicadores financeiros mostram-se muito mais sensíveis a flutuações dos custos nos três primeiros anos de manutenção, em virtude das capinas manuais no primeiro ano e duas desramas nos anos seguintes. No Quadro 17 verifica-se que a queda de 20% no custo de produção de arroz proporciona aumentos de 10,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 3,4% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no custo causa redução de 10,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 3,2% na TIR. Observa-se no Quadro 18 que a queda de 20% no custo de produção de soja acarreta aumentos de 11,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 3,6% na TIR. Por outro lado, 85 o aumento de 20% no custo causa redução de 11,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 3,4% na TIR. Os VPL, VET e B(C)PE foram os indicadores financeiros mais sensíveis, sendo apenas 1% superiores e inferiores aos indicadores referentes às variações nos custos de produção de arroz. Os indicadores econômicos referentes às culturas agrícolas foram os terceiros mais afetados por variações nos seus custos de produção, logo após as variações nos custos de implantação de eucalipto e de aquisição de novilhos. No Quadro 19 observa-se que a redução de 20% no custo de formação de pastagem proporciona aumentos de 4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 1,7% na B/C e 1,3% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no mesmo custo causa redução de 4,4% nos VPL, VET e B(C)PE, 0,8% na B/C e 1,3% na TIR. Os indicadores foram os segundos mais estáveis, logo após os indicadores referentes às variações no custo de manutenção (do 4o ao 11o ano) de eucalipto. Observa-se no Quadro 20 que a queda de 20% no custo de manutenção de pastagem acarreta aumentos de 5,1% nos VPL, VET e B(C)PE e que o aumento de 20% no mesmo custo causa redução de 5,1% nos VPL, VET e B(C)PE. Os VPL, VET e B(C)PE foram os únicos indicadores financeiros sensíveis, sendo apenas 0,7% superiores e inferiores em relação aos indicadores referentes às variações nos custos de formação de pastagem. No Quadro 21 pode-se verificar que os indicadores são muito sensíveis a mudanças no custo de aquisição de novilhos, sendo os segundos mais afetados, seguindo os indicadores referentes à implantação de eucalipto. A diminuição de 20% no preço acarreta aumentos de 12,7% nos VPL, VET e B(C)PE, 3,3% na B/C e 3,4% na TIR. Por outro lado, o aumento de 20% no custo proporciona queda de 12,7% nos VPL, VET e B(C)PE, 2,5% na B/C e 3,3% na TIR. Para cada indicador financeiro, foi feito um gráfico de análise de sensibilidade, ilustrando o comportamento de cada componente do sistema agrossilvipastoril advindo das variações de -20% a +20% no seu custo de produção. Os gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras de 31 a 35. As mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações de ±20% nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril, estão 86 ilustradas nas Figuras 33, 34 e 35, respectivamente. Observa-se que os VPL, VET e B(C)PE, por causa das mudanças nos custos de implantação de eucalipto, variam de R$ 546,20 a R$ 363,28.ha-1, de R$ 840,95 a R$ 559,32.ha-1 e de R$ 84,09 a R$ 55,93.ha-1.ano-1, respectivamente. Esses valores são seguidos pelas mudanças nos custos de aquisição de novilhos, cujos VPL, VET e B(C)PE variam de R$ 512,48 a R$ 397,00.ha-1, de R$ 789,03 a R$ 611,24.ha-1 e de R$ 78,90 a R$ 61,12.ha-1.ano-1, respectivamente. A curva que representa a manutenção de eucalipto, do 4o ao 11o ano, é a menos afetada pelas variações nos seus custos. Dos itens de custo analisados, os fatores que mais influenciaram os VPL, VET e B(C)PE foram: implantação de eucalipto, aquisição de novilhos e produção de soja e de arroz. Os fatores que menos influenciaram foram: manutenção de eucalipto (do 4o ao 11o ano), formação e manutenção de pastagem, manutenção de eucalipto (do 1o ao 3o ano). Implantação de eucalipto (R$/ha) 600,00 Manutenção de eucalipto (1º ao 3º ano) (R$/ha) 550,00 VPL (R$.ha -1) Manutenção de eucalipto (4º ao 11º ano) (R$/ha) 500,00 Produção de arroz (R$/ha) Produção de soja (R$/ha) 450,00 Formação de pastagem (R$/ha) 400,00 Manutenção de pastagem (R$/ha) 350,00 -20,0 Aquisição de novilhos (R$/ha) 0,0 20,0 % de variação nos custos Figura 33 - Mudanças no VPL em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. 87 900,00 Implantação de eucalipto (R$/ha) VET (R$.ha-1) 850,00 Manutenção de eucalipto (1º ao 3º ano) (R$/ha) 800,00 Manutenção de eucalipto (4º ao 11º ano) (R$/ha) 750,00 Produção de arroz (R$/ha) Produção de soja (R$/ha) 700,00 Formação de pastagem (R$/ha) 650,00 Manutenção de pastagem (R$/ha) 600,00 Aquisição de novilhos (R$/ha) 550,00 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos custos B(C)PE (R$.ha-1.ano-1) Figura 34 - Mudanças no VET em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. 90,00 Implantação de eucalipto (R$/ha) 85,00 Manutenção de eucalipto (1º ao 3º ano) (R$/ha) 80,00 Manutenção de eucalipto (4º ao 11º ano) (R$/ha) Produção de arroz (R$/ha) 75,00 Produção de soja (R$/ha) 70,00 Formação de pastagem (R$/ha) 65,00 Manutenção de pastagem (R$/ha) 60,00 Aquisição de novilhos (R$/ha) 55,00 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos custos Figura 35 - Mudanças no B(C)PE em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. 88 As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril, estão ilustradas nas Figuras 36 e 37, respectivamente. Observa-se que a B/C e a TIR, por causa das mudanças nos custos de implantação de povoamentos de eucalipto, variam de 1,26 a 1,16 e de 14,40 a 12,67%, respectivamente. A relação B/C não se mostrou sensível às variações nos custos de manutenção de eucalipto (do 4o ao 11o ano) e de formação e manutenção de pastagem, nem às variações nos custos de produção de arroz e soja. A TIR não se mostrou sensível à redução de 20% nos custos de formação e manutenção de pastagem, nem mostrou diferença de comportamento para quedas de 20% nos custos de produção de arroz e aquisição de novilhos. Observa-se também, em todos os gráficos de análise de sensibilidade, que nenhum aumento individual de 20% nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril acarretou VPL, VET e B(C)PE negativos, B/C inferior a 1 e TIR inferior à taxa de juros de 10%. 1,27 Implantação de eucalipto (R$/ha) 1,25 Manutenção de eucalipto (1º ao 3º ano) (R$/ha) 1,23 B/C Manutenção de eucalipto (4º ao 11º ano) / formação de pastagem / manutenção de pastagem (R$/ha) 1,21 Produção de arroz / soja (R$/ha) 1,19 Aquisição de novilhos (R$/ha) 1,17 1,15 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos custos Figura 36 - Mudanças na B/C em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. 89 14,40 Implantação de eucalipto (R$/ha) 14,20 Manutenção de eucalipto (1º ao 3º ano) (R$/ha) 14,00 Manutenção de eucalipto (4º ao 11º ano) (R$/ha) TIR (%) 13,80 Produção de arroz (R$/ha) 13,60 Produção de soja (R$/ha) 13,40 Formação de pastagem (R$/ha) 13,20 Manutenção de pastagem (R$/ha) 13,00 Aquisição de novilhos (R$/ha) 12,80 12,60 -20,0 0,0 20,0 % de variação nos custos Figura 37 - Mudanças na TIR em relação às variações de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. O Quadro 22 e as Figuras 38 e 39 ilustram as mudanças nos indicadores financeiros VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril. Observa-se que a diminuição simultânea de 20% nos custos acarreta aumentos de 75% nos VPL, VET e B(C)PE, 18,3% na B/C e 25,4% na TIR, enquanto o aumento simultâneo de 20% nos custos causa redução de 75% nos VPL, VET e B(C)PE, 13,3% na B/C e 20% na TIR. Apesar de os custos de produção terem aumentado, simultaneamente, 20%, nenhum indicador financeiro evidenciou inviabilidade econômica do sistema. Os VPL, VET e B(C)PE passaram para R$ 113,51.ha-1, R$ 174,76.ha-1 e R$ 17,48.ha-1.ano-1, respectivamente; a B/C ficou ligeiramente superior a 1 (1,04); e a TIR ficou 7,9% maior que a taxa de juros de 10%. Esses resultados mostram que o sistema agrossilvipastoril é menos sensível a aumentos nos custos de produção do que a reduções nos preços de venda de seus produtos, contradizendo novamente os resultados obtidos por OLIVEIRA e MACEDO (1996). 90 Quadro 22 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril, em relação às variações simultâneas nos custos de implantação e manutenção de povoamentos de eucalipto, de produção de arroz e soja, de formação e manutenção de pastagem e de aquisição de novilhos % Variação Impl. Eucal. Man. Eucal.1 Man. Eucal.2 Arroz Soja Form. Past. Man. Past. Aquis. Nov. VPL VET B(C)PE -1 -1 B/C -1 nos Custos ----------------------------------------------------------------------- (R$.ha ) ---------------------------------------------------------------------- (R$.ha .ano ) -20,0 365,82 42,20; 66,20; 68,60 13,40 188,87 227,13 97,83 86,06 100,00 795,97 1.225,50 0,0 20,0 457,28 52,75; 82,75; 85,75 16,75 236,09 283,91 122,29 107,58 125,00 454,74 548,74 63,30; 99,30; 102,90 20,10 283,31 340,69 146,75 129,10 150,00 113,51 1400,00 140,00 1200,00 120,00 1000,00 100,00 800,00 80,00 600,00 60,00 400,00 40,00 200,00 20,00 TIR (%) 122,55 1,42 16,91 700,13 70,01 1,20 13,49 174,76 17,48 1,04 10,79 VPL (R$/ha) -1 B(C)PE (R$/ha/ano) -1 R$.ha .ano R$.ha -1 VET (R$/ha) 0,00 0,00 -20,0 0 20,0 % de variação simultânea nos custos Figura 38 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. 4.5.2. Rotação de nove anos Para poder inferir a lucratividade do sistema agrossilvipastoril, em virtude da mudança na sua idade de rotação, foram realizadas uma avaliação econômica e simulações, para analisar a sensibilidade dos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR. 91 1,50 19,00 B/C 1,40 17,00 1,30 15,00 1,20 13,00 1,10 11,00 1,00 9,00 0,90 -20,0 TIR (%) B/C TIR (%) 7,00 20,0 0,0 % de variação nos custos Figura 39 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril. 4.5.2.1. Avaliação econômica No Quadro 5B estão as receitas (R$.ha-1) resultantes da comercialização dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril simulado com rotação de nove anos. Todos os valores de receitas foram transferidos para a coluna de receitas no fluxo de caixa, apresentada no Quadro 6B. Nesse mesmo fluxo de caixa, considerou-se um incremento médio anual (IMA) de 35 st.ha-1.ano-1 de madeira para a floresta de clones híbridos de eucalipto, ou seja, uma produção de 315 st.ha-1 aos nove anos de idade. Ademais, supôs-se que 40% da madeira produzida (126 st.ha-1) seria vendida para serraria ao preço de R$ 12,00.st-1 e que os 60% restantes (189 st.ha-1) seriam vendidos para energia ao preço de R$ 8,00.st-1. Assim, as receitas obtidas com as vendas de madeira para serraria e energia são de R$ 1.512,00.ha-1. Estes valores estão transcritos na coluna de receitas no ano 9. 92 A participação percentual das receitas atualizadas provenientes da comercialização dos produtos está apresentada na Figura 40. Observa-se que o arroz e a soja são, cada um, responsáveis por 11% da receita total. Em seguida, a participação do valor de venda de boi gordo (23%) é ligeiramente inferior à da madeira para serraria (26%) ou da madeira para energia (25%), o que é de se esperar. As vendas de madeira para serraria representam mais de um quarto das vendas totais, o que demonstra a importância deste componente no sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos. Por outro lado, a contribuição da madeira produzida para serraria e energia representa mais da metade (51%) da receita total, sendo favorecida pela menor rotação. 11% 25% 11% 23% 26% 4% Arroz (ano 0) Soja (ano 1) Boi gordo (anos 5-7-9) Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado (ano 0) Madeira de Eucalyptus para serraria (ano 9) Madeira de Eucalyptus para energia (ano 9) Figura 40 - Participação percentual das receitas atualizadas resultantes da comercialização dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos. Os critérios utilizados para avaliação econômica deste sistema agrossilvipastoril foram os VPL, VET, B(C)PE, B/C e TIR. Conforme descrito no Quadro 23, para taxa de juros de 10% ao ano e custo anual da terra de 93 R$ 50,00, o sistema apresenta VPL, VET e B(C)PE positivos (R$ 428,41.ha-1, R$ 743,89.ha-1 e R$ 74,39.ha-1.ano-1, respectivamente), B/C superior a 1 (1,20) e TIR superior à taxa de desconto de 10% (14,09%). Quadro 23 - Valor presente líquido (VPL), valor esperado da terra (VET), benefício (custo) periódico equivalente (B(C)PE), relação benefício-custo (B/C) e taxa interna de retorno (TIR) para o sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos Produção de Madeira Serraria Energia IMA -1 1 -1 -1 (st.ha .ano ) % st.ha 35,00 40 126,00 VPL(1) -1 % st.ha 60 189,00 VET(1) -1 ----------- (R$.ha ) ---------- 428,41 743,89 B(C)PE(1) -1 -1 (R$.ha .ano ) 74,39 TIR B/C(1) 1,20 (% a.a.) 14,09 VPL, VET, B(C)PE e B/C calculados a 10% de taxa de desconto. Para comparar a viabilidade do sistema agrossilvipastoril simulado com rotação de nove anos com o atual sistema agrossilvipastoril adotado pela empresa, foram utilizados os critérios VET e B(C)PE, pois estes permitem a comparação dessas duas alternativas de investimento, caracterizadas por períodos de retorno distintos; e a TIR, pois o investimento inicial de cada alternativa foi o mesmo. Não foi utilizado o VPL, uma vez que as duas alternativas econômicas comparadas não têm a mesma duração (NEVES, 1979). Constata-se que os VET e B(C)PE do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos (R$ 743,89.ha-1 e R$ 74,39.ha-1.ano-1, respectivamente) são 6,3% superiores aos do sistema agrossilvipastoril com rotação de 11 anos (R$ 700,13.ha-1 e R$ 70,01.ha-1.ano-1, respectivamente). A TIR ficou 4,4% superior. Diante desses valores, constata-se a maior atratividade econômica do sistema agrossilvipastoril simulado, mesmo com rotação menor para produção de madeira e um abate a menos de boi gordo. 94 4.5.2.2. Variação simultânea nos preços de venda dos produtos obtidos No Quadro 24, apresentado a seguir, estão as mudanças nos indicadores financeiros VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema. Quadro 24 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação às variações simultâneas nos preços de venda do arroz e soja, do boi gordo, da madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e da madeira para serraria e para energia % de Variação no Preço Preço do Preço da -1 Preço da Madeira (R$.St-1) Preço do -1 -1 Arroz (R$.sc ) Soja (R$.sc ) Boi (R$.@ ) Destoca -20,0 9,60 0,0 20,0 Serraria Energia VPL VET B(C)PE ------ (R$.ha-1) ------ (R$.ha-1.ano-1) -135,82 -13,58 TIR B/C 0,96 (%) 10,08 20,00 1,60 9,60 6,40 -78,22 9,23 12,00 12,60 25,00 2,00 12,00 8,00 428,41 743,89 74,39 1,20 14,09 14,40 15,12 30,00 2,40 14,40 9,60 935,03 1623,59 162,36 1,44 18,77 Observa-se que a diminuição simultânea de 20% nos preços de venda dos sacos de arroz e soja, da arroba de boi gordo, do estéreo de madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado e dos estéreos de madeira para serraria e energia acarreta quedas de 118,3% nos VPL, VET e B(C)PE, 20% na B/C e 34,5% na TIR. O aumento simultâneo de 20% nos preços de venda causa aumentos de 118,3% nos VPL, VET e B(C)PE, 20% na B/C e 33,2% na TIR. Todos os indicadores, com exceção da B/C, mostraram-se um pouco mais sensíveis às variações simultâneas nos preços de venda dos produtos obtidos do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação ao sistema atual adotado pela empresa. A variação na TIR, que ficou 12,6% inferior e superior à do sistema com rotação de 11 anos, foi a mais afetada. Para cada indicador econômico, foi feito um gráfico de análise de sensibilidade, ilustrando o seu comportamento advindo das variações simultâneas de -20% a +20% nos preços de venda dos produtos. Os gráficos de análise de sensibilidade encontram-se nas Figuras 41 e 42. 95 180,00 VPL (R$/ha) 1600,00 160,00 VET (R$/ha) 1400,00 140,00 1200,00 120,00 1000,00 100,00 800,00 80,00 600,00 60,00 400,00 40,00 200,00 20,00 0,00 -200,00-20,0 B(C)PE (R$/ha/ano) R$.ha-1.ano-1 R$.ha-1 1800,00 0,00 20,0-20,00 0,0 -400,00 -40,00 % de variação simultânea nos preços dos produtos Figura 41 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos. 1,50 20,00 B/C 1,40 1,30 16,00 1,20 14,00 1,10 TIR (%) B/C TIR (%) 18,00 12,00 1,00 10,00 0,90 0,80 8,00 -20,0 0,0 20,0 % de variação simultânea nos preços dos produtos Figura 42 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos. 96 As mudanças nos VPL, VET e B(C)PE, em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 41. Nota-se que os VPL, VET e B(C)PE variam de R$ -78,22 a R$935,03.ha-1, de R$ -135,82 a R$ 1623,59.ha-1 e de R$ -13,58 a R$ 162,36.ha-1.ano-1, respectivamente. Os indicadores mostram-se muito sensíveis às variações simultâneas nos preços. As mudanças na B/C e na TIR, em relação às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda, estão ilustradas na Figura 42. Observa-se que a B/C e a TIR variam de 0,96 a 1,44 e de 9,23% a 18,77%, respectivamente. Apesar de os preços de venda terem caído, simultaneamente, 20%, a B/C ficou apenas 4% inferior a 1 e a TIR, 7,7% inferior à taxa de juros de 10%. 4.5.2.3. Variação simultânea nos custos de produção O Quadro 25 e as Figuras 43 e 44 mostram as mudanças nos indicadores financeiros VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR, referentes às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos. Nota-se que a redução simultânea de 20% nos custos acarreta aumentos de 76,6% nos VPL, VET e B(C)PE, 19,2% na B/C e 28,7% na TIR e que o aumento de 20% causa diminuição de 76,6% nos VPL, VET e B(C)PE, 13,3% no B/C e 22,9% na TIR. Quadro 25 - Mudanças nos VPL, B(C)PE, B/C, VET e TIR do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação às variações simultâneas nos custos de implantação e manutenção de povoamentos de eucalipto, de produção de arroz e soja, de formação e manutenção de pastagem e de aquisição de novilhos % de Variação nos Custos Impl. Eucal. Man. Eucal.1 Man. Eucal.2 Arroz Soja Form. Past. Man. Past. Aquis. Nov. VPL VET --------------------------------------------------------------------- (R$.ha ) --------------------------------------------------------------------- 42,20; 66,20; 68,60 13,40 188,87 227,13 86,06 100,00 756,57 1.313,71 -1 TIR -1 (R$.ha .ano ) 131,37 (%) -20,0 365,82 0,0 457,28 52,75; 82,75; 85,75 16,75 236,09 283,91 122,29 107,58 125,00 428,41 743,89 74,39 1,20 14,09 20,0 548,74 63,30; 99,30; 102,90 20,10 283,31 340,69 146,75 129,10 150,00 100,24 174,06 17,41 1,04 10,87 97 97,83 B(C)PE B/C -1 1,43 18,14 1400,00 VPL (R$/ha) 140,00 VET (R$/ha) 1000,00 100,00 800,00 80,00 600,00 60,00 400,00 40,00 200,00 20,00 0,00 -20,0 B(C)PE (R$/ha/ano) R$.ha-1.ano-1 120,00 R$.ha-1 1200,00 0,00 -20,0 0,0 % de variação simultânea nos custos Figura 43 - Mudanças nos VPL, VET e B(C)PE em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos. 20,00 1,50 B/C 1,45 TIR (%) 18,00 1,40 B/C 1,30 14,00 1,25 12,00 1,20 1,15 TIR (%) 16,00 1,35 10,00 1,10 8,00 1,05 1,00 -20,0 6,00 20,0 0,0 % de variação simultânea nos custos Figura 44 - Mudanças na B/C e na TIR em relação às variações simultâneas de ±20% nos custos de produção de cada componente do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos. 98 Apesar de os custos de produção terem aumentado, simultaneamente, 20%, nenhum indicador financeiro evidenciou inviabilidade econômica do sistema. Os VPL, VET e B(C)PE passaram para R$ 100,24.ha-1, R$ 174,06.ha-1 e R$ 17,41.ha-1.ano-1, respectivamente; a B/C ficou ligeiramente superior a 1 (1,04); e a TIR ficou 8,7% maior do que a taxa de juros de 10%. O sistema agrossilvipastoril é menos sensível a aumentos nos custos de produção do que a reduções nos preços de venda. Os indicadores mostraram-se mais sensíveis a variações simultâneas nos custos de produção dos componentes do sistema agrossilvipastoril com rotação de nove anos, em relação ao sistema atual adotado pela empresa. 99 5. RESUMO E CONCLUSÕES O presente trabalho teve por objetivo estudar, detalhadamente, os aspectos técnicos e econômicos de sistemas agroflorestais com Eucalyptus sp. na região de cerrado, no noroeste do Estado de Minas Gerais, tomando como base exemplos de sistemas ali tradicionalmente utilizados. Especificamente, desejouse, por meio de simulações, analisar os efeitos de variações em parâmetros importantes como os preços de venda dos produtos e os custos de produção, bem como comparar os atuais sistemas agroflorestais com as novas propostas, considerando as mudanças na rotação do componente florestal. Escolheu-se, para o estudo de caso, a Unidade Agroflorestal da Companhia Mineira de Metais - CMM, localizada no município de Vazante, Minas Gerais. Os dados técnicos e econômicos referentes à implantação e à manutenção dos atuais sistemas agroflorestais foram fornecidos pela equipe técnica da empresa. No momento de estabelecimento dos sistemas agrossilvipastoris, foi consorciado o cultivo seqüencial de arroz e soja até o segundo ano, entre as linhas de clones híbridos de eucalipto, em espaçamento 10 x 4 m. No ano dois, há formação de pastagens de braquiária. A partir do ano três, manejam-se novilhos para engorda, com venda bianual para corte a partir do ano cinco. A 100 partir do 11o ano, são feitos o corte raso da floresta de eucalipto, a última venda de boi gordo e a reforma dos sistemas agroflorestais. Considerando os aspectos técnicos e econômicos estudados e as simulações realizadas, obtiveram-se os resultados resumidos a seguir. Conforme os dados de inventário florestal dos sistemas agrossilvipastoris, a equação linear LnV = 6,27793 - 8,98803.Idade-1, ajustada para determinar a produção (m3.ha-1) em função da idade (anos), indicou uma idade técnica de colheita de aproximadamente nove anos. Em relação à participação percentual dos custos globais descontados, utilizando uma taxa de juros de 10% ao ano, das operações necessárias à implantação, manutenção e colheita dos componentes dos sistemas agroflorestais, 37% dos custos foram associados à implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto. A contribuição dos custos de formação e manutenção da pecuária e depreciação foi de 21%, enquanto os custos associados às lavouras de arroz e soja constituíram 12 e 14% do total, respectivamente. Com relação à participação percentual das receitas atualizadas, com taxa de desconto de 10% a.a., provenientes da comercialização dos produtos obtidos nos sistemas agroflorestais, a contribuição da madeira produzida para serraria e energia representou 48% da receita total, as vendas de boi gordo 27% e o arroz e a soja 10 e 11%, respectivamente. A comparação econômica dos atuais sistemas agroflorestais com a monocultura de eucalipto, como se esta fosse ainda praticada hoje na empresa, indicou a maior atratividade econômica dos sistemas agrossilvipastoris. Os indicadores financeiros VET (valor esperado da terra) e B(C)PE (benefício custo periódico equivalente) dos sistemas ficaram 56,7% superiores aos da monocultura de eucalipto. Em relação às simulações realizadas para medir os efeitos da diminuição e do aumento de 20% nos preços de venda dos produtos, observou-se que nenhuma queda individual de 20% acarretou VPL (valor presente líquido), VET e B(C)PE negativos, B/C (relação benefício-custo) inferior a 1 e TIR (taxa 101 interna de retorno) inferior à taxa de juros de 10%. Todavia, a queda simultânea de 20% nos preços afetou negativamente os indicadores, inviabilizando o sistema agroflorestal. Quanto aos efeitos da variação de ±20% nos custos de produção dos componentes dos sistemas agroflorestais, nenhum aumento individual ou aumento simultâneo de 20% indicou inviabilidade econômica dos sistemas. A avaliação econômica feita para os sistemas agroflorestais simulados com rotação de nove anos indicou que os indicadores VET e B(C)PE foram 6,3% e a TIR 4,4% superiores aos indicadores dos sistemas com rotação de 11 anos. Todos os indicadores financeiros, com exceção da B/C, mostraram-se mais sensíveis às variações simultâneas de ±20% nos preços de venda dos produtos obtidos, em relação aos indicadores dos sistemas atuais com rotação de 11 anos. Em relação à variação simultânea de ±20% nos custos de produção dos componentes dos sistemas com rotação de nove anos, os indicadores mostraramse também mais sensíveis que nos sistemas atuais adotados pela empresa. No entanto, apesar do aumento simultâneo de 20% nos custos de produção, nenhum indicador mostrou inviabilidade econômica do sistema agroflorestal. Com base nos resultados apresentados, as seguintes conclusões são apontadas: 1. A idade técnica de colheita do povoamento de eucalipto nos atuais sistemas agroflorestais cai de 11 para nove anos, de acordo com o modelo de produção ajustado. 2. Os custos de implantação e manutenção de 1 ha de eucalipto representam mais de um terço dos custos totais de implantação, manutenção e colheita dos componentes dos sistemas agroflorestais. 3. Mais da metade do valor da receita é proveniente da venda dos produtos madeireiros obtidos ao longo da rotação de 11 anos. Uma alocação de madeira para serraria superior a 40% proporcionaria melhor retorno. 4. Os sistemas agroflorestais adotados pela empresa são economicamente mais atrativos que a monocultura de eucalipto. 102 5. As variações de ±20% no preço da arroba de boi gordo afetam significativamente os indicadores financeiros, logo seguidas pelas variações nos preços de venda de madeira para serraria e energia. 6. As variações de ±20% no custo de implantação do componente florestal afetam expressivamente os indicadores financeiros. 7. Os sistemas agroflorestais são menos sensíveis ao aumento simultâneo de 20% nos custos de produção do que à redução simultânea de 20% nos preços de venda de seus produtos. 8. Os sistemas agroflorestais simulados com rotação de nove anos mostraram-se economicamente mais atrativos que os atuais sistemas com rotação de 11 anos, o que valida a nova idade técnica de colheita proposta neste estudo. 9. A empresa, utilizando sistemas agroflorestais, está sendo mais eficiente do ponto de vista econômico no uso da terra. 103 6. RECOMENDAÇÕES Considerando a importância e a necessidade das análises técnicas e econômicas que foram realizadas no presente trabalho, para qualquer empresa do cerrado que deseja implantar sistemas agroflorestais em suas propriedades, recomenda-se para estudos futuros: • comparar os atuais sistemas agroflorestais com as novas propostas, considerando os diferentes componentes florestais, agrícolas e animais, bem como os diferentes combinações de multiprodutos originários dos mesmos; • testar espécies arbóreas de alto valor madeireiro, como a teca, e de produtos não-madeireiros, como resinas, óleos essenciais, taninos etc; • testar novas culturas agrícolas passíveis de serem consorciadas, como batatadoce, mandioca, mamona, gergelim e girassol; • avaliar novas espécies forrageiras, principalmente leguminosas, visando selecionar as mais tolerantes ao sombreamento; • testar novos componentes animais para produção de carne, como ovelhas, avestruz, ema etc; • testar a viabilidade técnica e econômica de novos espaçamentos para as espécies florestais, tal como o de 5 m nas entrelinhas por 3 m nas linhas; 104 • verificar a viabilidade de implantação desses sistemas para recuperar áreas degradadas; • estudar a utilização da biomassa para produção de furfurol, eletricidade e volumoso para ração de gado; • testar novos clones de eucalipto e adubações, visando redução da idade técnica de colheita do componente florestal; e • implementar mecanização das operações florestais. 105 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADAMS, S.N. 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Piracicaba, 1977. 284p. 113 APÊNDICES 114 APÊNDICE A Quadro 1A - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação (ano 0) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m Operação - Elaboração de projeto e topografia* - Construção de estradas e aceiros - Desmatamento regeneração cerrado - Destoca de cepas de eucalipto - 1a Limpeza de área - Gradagem Rome - 1o Combate a formigas - Alinhamento e balizamento - Mistura de corretivos 115 - Distribuição de corretivos - Gradagem Bedding - Coveamento - Distribuição de adubo na cova - Distribuição de cupinicida na cova - Mistura de adubo / cupinicida - 2o Combate a formigas - Reforma de aceiros - Transporte de mudas - Distribuição de mudas - Plantio de mudas - 3o Combate a formigas - Replantio - Irrigação - CUSTO TOTAL (R$/ha) Eq 02 17 01 02 05 03 Mecanizado hM/ha R$/hM 0,64 0,08 0,25 3,00 1,50 0,50 44,00 39,00 88,00 44,00 13,00 44,00 R$/ha 28,16 3,12 22,00 132,00 19,50 22,00 06 04 0,25 0,25 13,00 44,00 3,25 11,00 06 0,09 13,00 1,17 17 21 0,08 0,15 39,00 10,00 3,12 1,50 20 --- 0,30 --- 13,00 --- 3,90 250,72 hH/ha Manual R$/hH R$/ha 10,06 7,50 2,40 18,00 7,50 1,78 1,17 2,40 2,40 2,40 18,00 4,27 2,81 2,14 0,83 0,83 1,50 1,50 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 5,14 1,99 1,99 3,60 3,60 0,60 1,25 2,76 0,94 1,00 0,75 --- 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 --- 1,44 3,00 6,62 2,26 2,40 1,80 86,98 Especificação Formicida granulado (kg) Insumo Qte/ha R$/un R$/ha 6,00 3,00 18,00 240,00 120,00 48,00 0,05 0,02 0,20 12,00 2,40 9,60 38,00 2,50 0,28 1,65 10,45 4,13 Formicida granulado (kg) 0,50 3,00 1,50 Mudas de eucalipto (un) Formicida granulado (kg) Mudas de eucalipto (un) 250,00 0,50 50,00 0,20 3,00 0,20 50,00 1,50 10,00 Fosfato natural (kg) Gesso (kg) Óxido de magnésio (kg) Adubo NPK (06-30-06)(kg) Cupinicida (kg) --- --- --- 119,58 Custo (R$/ha) 10,06 28,16 3,12 22,00 132,00 37,50 22,00 36,00 4,27 14,81 2,40 9,60 3,25 11,00 5,14 13,61 6,12 3,60 5,10 3,12 2,94 3,00 56,62 3,76 12,40 5,70 457,28 hM = horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado. * 2,25 % do custo total de implantação do projeto. Quadro 2A - Rendimento e custo das operações necessárias à manutenção (a partir do ano 1) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 10 x 4 m Operação - 1aManutenção (ano 1) - 1a Capina manual - 2a Capina manual - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 1 (R$/ha) 116 - 2a Manutenção (ano 2) - Roçada manual - 1a Desrama (até 4 m do solo) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 2 (R$/ha) - 3a Manutenção (ano 3) - Roçada manual - 2a Desrama (até 6 m do solo) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 3 (R$/ha) Eq 17 17 --- 17 17 --- 17 17 --- Mecanizado hM/ha R$/hM 0,08 0,08 --- 0,08 0,08 --- 0,08 0,08 --- 39,00 39,00 --- 39,00 39,00 --- 39,00 39,00 --- R$/ha Manual R$/hH R$/ha 7,50 7,50 2,40 2,40 18,00 18,00 1,88 2,40 4,51 hH/ha Especificação Insumo Qte/ha R$/un R$/ha Custo (R$/ha) 6,00 18,00 18,00 3,12 3,12 10,51 6,00 52,75 6,00 6,00 60,00 3,12 3,12 10,51 6,00 82,75 6,00 6,00 63,00 3,12 3,12 10,51 6,00 85,75 3,12 3,12 6,24 --- --- 40,51 2,50 25,00 2,40 2,40 6,00 60,00 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 3,00 --- 3,12 3,12 6,24 --- --- 70,51 2,50 26,25 2,40 2,40 6,00 63,00 1,88 2,40 4,51 Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 3,00 --- 3,12 3,12 6,24 --- --- 73,51 Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 3,00 --- Continua... Quadro 2A, Cont. Operação Eq Mecanizado hM/ha R$/hM R$/ha 117 4a - Manutenção (ano 4) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 5a - Manutenção (ano 5) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 6a - Manutenção (ano 6) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 7a - Manutenção (ano 7) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 hH/ha Manual R$/hH R$/ha 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 Especificação Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Insumo Qte/ha 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- R$/un 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- R$/ha Custo (R$/ha) 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 Continua... Quadro 2A, Cont. Operação Eq Mecanizado hM/ha R$/hM R$/ha 118 8a - Manutenção (ano 8) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 9a - Manutenção (ano 9) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 10a - Manutenção (ano 10) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 11a - Manutenção (ano 11) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas 17 17 0,08 0,08 39,00 39,00 3,12 3,12 CUSTO (R$/ha) --- --- --- 6,24 hH/ha Manual R$/hH R$/ha 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 1,88 2,40 4,51 --- --- 4,51 Especificação Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Insumo Qte/ha 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- R$/un 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- R$/ha Custo (R$/ha) 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 6,00 3,12 3,12 10,51 6,00 16,75 hM = horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado. Quadro 3A - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação, condução e colheita de 1 ha de arroz semeado entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m Mecanizado Operação Manual Eq hM/ha R$/hM 03 0,50 44,00 22,00 - 2 Limpeza de área 05 1,00 13,00 13,00 - Gradagem niveladora 10 0,50 20,00 10,00 - Calagem 06 1,00 13,00 13,00 - Gradagem aradora a R$/ha 119 - Tratamento de sementes - Plantio e adubação 14 0,50 14,00 7,00 hH/ha R$/hH Insumo R$/ha Especificação 18 1,30 CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- 30,00 --- R$/un. R$/ha 5,00 2,40 12,00 25,00 10,00 Calcário Zincal 200 (t) 4,00 3,00 12,00 25,00 0,850 21,00 17,85 18,09 0,10 2,40 0,24 Furazin (litro) 0,50 2,40 1,20 NPK (05-25-15) + Zn (kg) 200,00 0,274 54,80 63,00 50,00 0,68 34,00 34,00 39,00 104,00 (R$/ha) 22,00 Sementes (kg) - Colheita Qte/ha Custo 39,00 --- --- 13,44 --- --- --- 118,65 236,09 Quadro 4A - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação, condução e colheita de 1 ha de soja semeada entre as fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m Operação Mecanizado Manual R$/hM R$/ha - Gradagem aradora 03 0,50 44,00 22,00 22,00 - Gradagem niveladora 10 0,50 20,00 10,00 10,00 - Calagem 06 1,00 13,00 13,00 0,75 R$/hH 2,40 R$/ha 1,80 120 - 1a Aplicação de herbicida 13 0,42 14,00 5,88 Especificação Qte/ha Custo Eq hM/ha -Inoculação+tratamento sementes hH/ha Insumo R$/un. R$/ha (R$/ha) Calcário Zincal 200 (ton) 3,00 3,00 9,00 22,00 Inoculante (dose) 3,00 0,39 1,17 2,97 Açúcar (kg) 0,375 0,33 0,12 0,12 Molibdato de sódio (kg) 0,081 35,00 2,84 2,84 Sulfato de cobalto (kg) 0,025 21,00 0,53 0,53 Sulfato de manganês (kg) 1,50 1,10 1,65 1,65 Fungicida Tecto 100 (kg) 0,09 11,50 1,04 1,04 Herbic.Trifluralina (litro) 1,80 4,20 7,56 13,44 Natural Óleo (litro) 1,00 1,55 1,55 1,55 a 13 0,42 14,00 5,88 Herbicida Classic (kg) 0,05 360,00 18,00 23,88 a - 3 Aplicação de herbicida 13 0,42 14,00 5,88 Herbicida Cobra (kg) 0,40 31,00 12,40 18,28 - Plantio e adubação 14 0,50 14,00 7,00 NPK (02-20-20) (kg) 300,00 0,255 76,50 84,70 60,00 0,37 22,20 22,20 - 2 Aplicação de herbicida 0,50 2,40 1,20 Sementes (kg) a 13 0,42 14,00 5,88 Inseticida Pounce (litro) 0,05 39,00 1,95 7,83 a - 2 Aplicação de inseticida 13 0,42 14,00 5,88 Inseticida Thiodan (kg) 0,50 8,00 4,00 9,88 - Colheita 19 1,30 30,00 39,00 - 1 Aplicação de inseticida 39,00 CUSTO TOTAL (R$/ha) ------120,40 ----3,00 ------160,51 283,91 hM = horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação, e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado. Quadro 5A - Rendimento e custo das operações necessárias à formação de pastagens (Brachiaria brizantha), à construção de cercas, à instalação de aguadas e à manutenção de pastagens formadas entre fileiras de clones híbridos de eucalipto, distanciadas de 10 m Operação Mecanizado Eq hM/ha R$/hM R$/ha hH/ha Manual R$/hH R$/ha Especificação Insumo Qte/ha R$/un. R$/ha Custo (R$/ha) Formação de pastagens (ano 2) 121 - 1a Gradagem aradora - 2a Gradagem aradora - Gradagem niveladora - Plantio a lanço e calagem 03 08 10 06 0,50 0,83 0,50 0,50 44,00 13,00 20,00 13,00 22,00 10,79 10,00 6,50 - Gradagem de incorporação CUSTO (R$/ha) 10 --- 0,50 --- 20,00 --- 10,00 59,29 06 0,50 13,00 6,50 Semente de braquiária (kg) Fosfato natural (kg) Superfosfato simples (kg) Calcário Zincal 200 (ton) --- --- --- 10,00 400,00 100,00 1,00 --- 2,30 0,05 0,17 3,00 --- 23,00 20,00 17,00 3,00 63,00 22,00 10,79 10,00 29,50 20,00 17,00 3,00 10,00 122,29 Manutenção de pastagens * - Mistura de corretivos e adubos - Distribuição de corretivos - Aplicação de cupinicida - Roçada manual CUSTO (R$/ha) 1,40 --- --- --- 6,50 2,40 3,36 0,83 7,50 --- 2,40 2,40 --- 1,99 18,00 23,35 5,33 2,40 12,79 2,17 3,33 1,80 ----- 2,40 2,40 2,40 ----- 5,21 7,99 4,32 30,31 Calcário Zincal 200 (ton) Fosfato natural (kg) Superfosfato simples (kg) Cloreto de potássio (kg) Cupinicida (kg) --- --- --- 77,73 3,36 9,50 15,00 34,00 21,60 6,12 18,00 107,58 160,00 160,00 0,02 20,00 0,04 ----- 0,068 0,126 600,00 0,83 150,00 ----- 10,88 20,16 12,00 16,60 6,00 65,64 23,67 20,16 17,21 47,09 10,32 118,45 206,37 348,32 1,00 300,00 200,00 80,00 2,50 3,00 0,05 0,17 0,27 1,65 3,00 15,00 34,00 21,60 4,13 Infra-estrutura (ano 3) Construção de cercas elétricas** Instalação aguadas (10.600 l; 50 ha) 22 Saleiras CUSTO (R$/ha) CUSTO TOTAL (R$/ha) ----- 1,000 ----- 22,50 22,50 ----- 88,29 22,50 53,66 Arame liso (metro) Acessórios (m) Bebedouro (un) Rede hidráulica (m) Materiais diversos ----- * A manutenção de pastagens é feita de 3 em 3 anos. ** Arame fixado nas árvores de eucalipto que ficam nas bordaduras dos talhões. Cálculos com base em piquetes de 25 ha e cerca constituída de dois arames (4 km). hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação e hH = Horas de mão-de-obra gastas para executar a operação. Quadro 6A - Custos anuais, por hectare, dos insumos, da mão-de-obra e da aquisição de novilhos para a pecuária de corte Especificação Insumos - Vacina contra aftosa (2 vezes/ano) - Vacina contra carbúnculo (1 vez/ano) - Vermífugo (Altec) (2 vezes/ano) - Sal mineral (Fosbov) (60 g/UA/dia) - Sal comum - Carrapaticida e bernicida (Triatox) * CUSTO (R$/ha) Unidade R$/Unidade Qte/ua Custo (R$/ha) Dose Dose ml kg kg Dose --- 0,36 0,10 0,13 0,35 0,10 0,17 --- 2,00 1,00 12,00 21,63 9,00 17,00 --- 0,72 0,10 1,56 7,57 0,90 2,89 13,74 Mão-de-obra - Vaqueiro (1 homem/300 animais) CUSTO (R$/ha) H --- 500,00 --- 0,003 --- 1,67 1,67 Animais Aquisição de novilhos com 5 arrobas ** CUSTO (R$/ha) @ --- 25,00 --- 5,00 --- 125,00 125,00 CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- --- 140,41 * São 17 aplicações por ano, de 6,63 ml cada uma (dose), ou seja, uma aplicação aos 20 dias. ** O custo de aquisição de bezerros tem periodicidade bianual, uma vez que o prazo considerado para engorda foi de dois anos. Assim, a cada dois anos os bois gordos são vendidos e é necessário adquirir mais bezerros para iniciar um novo ciclo de engorda. UA = Unidade animal. Quadro 7A - Custos anuais de depreciação, por hectare, relacionados à atividade de pecuária de corte Valor Inicial Valor Residual Vida Útil Prazo Área Custo -------------- (R$) -------------- ----- (anos) ----- (ha) (R$/ha) 36.000,00 7.200,00 25 8 - Moradia p/ vaqueiros (3) 1.000 1,43 10.000,00 2.000,00 25 8 - Depósito 1.000 0,40 10.000,00 1.000,00 25 8 - Curral 1.000 0,46 43.830,00 0,00 8 8 - Eucacercas 1.000 0,00 64.300,00 6.430,00 15 8 - Aguadas 1.000 3,13 10.320,00 2.064,00 15 8 - Saleiras 1.000 0,50 2.400,00 0,00 8 8 - Arreios e acessórios p/ montaria** 1.000 0,00 6.000,00 2.400,00 8 8 - Animais de serviço (cavalos)** 1.000 0,29 CUSTO TOTAL (R$/ha) ----------6,21 Discriminação * Benfeitorias necessárias para o manejo do gado em 1.000 ha; três casas para vaqueiros; um galpão para depósito. Animais para manejo (15 cavalos) = R$ 250,00/animal. Considerados apenas a partir do 4o ano. Taxas anuais de depreciação: usadas pela Receita Federal (COAD, 1995), exceto aguadas e arreatas. ** Valor inicial de um lote de 15 animais ou três arreatas por ano x (prazo considerado/vida útil). Assim, a vida útil passa a ser igual ao prazo considerado, evitando-se a negativação da depreciação. 122 Quadro 8A - Receitas (R$/ha) resultantes da comercialização de diversos produtos obtidos no sistema agrossilvipastoril Discriminação do Produto - Arroz - Soja - Boi gordo * - Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado - Madeira de Eucalyptus para serraria ** - Madeira de Eucalyptus para energia ** RECEITA TOTAL (R$/ha) Unidade (Un) Sc Sc @ Produção (Un/ha) 23,33 25,00 15,00 Preço de Venda (R$/Un) 12,00 12,60 25,00 Receita (R$/ha) 279,96 315,00 375,00 St 50,00 2,00 100,00 St St 154,00 231,00 12,00 8,00 1.848,00 1.848,00 --- 4.765,96 --- --- * A produção de 15 arrobas de carne é obtida a cada dois anos. Para chegar a esse valor, supôs-se que o sistema produz 5 arrobas de carne por hectare, por ano. Assim, considerando que os novilhos com um ano de idade são adquiridos com um peso médio de 5 arrobas, em dois anos eles atingem 15 arrobas e estão prontos para abate. ** Considerou-se que a produtividade ou incremento médio anual da floresta é de 35 st/ha/ano e que 60% da madeira produzida é para energia e 40% é para serraria. Assim, cortando-se o eucalipto com 11 anos de idade, obtém-se uma produção de 385 st/ha, sendo 231 st ( 60% de 385 st ) para energia e 154 st (40% de 385 st) para serraria. Além do mais, o preço de venda considerado foi o da madeira em pé, ficando os custos de exploração, transporte, carbonização e serração por conta do comprador. Quadro 9A - Relação dos tipos de equipamentos utilizados para executar as diversas operações especificadas nos Quadros de 1A a 5A, com os respectivos custos de utilização (R$/hM) No Identif. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 Especificação do Tipo De equipamento Trator de esteira D6 com lâmina + correntão Trator de esteira D6 com lâmina Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Trator de esteira D6 + grade Bedding Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta JAN Trator de pneu MF 290 (80 cv) + sulcador Trator de pneu MF 290 (80 cv) + grade tatu 16 x 26” Trator de pneu Valmet 248 4 x 4 (120 cv) + grade 12 x 32” Trator de pneu Valmet 248 4 x 4 (120 cv) + grade 48 x 20” Trator de pneu Valmet 248 4 x 4 (120 cv) + arado Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + grade 32 x 18” Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + pulverizador Jacto Condor Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + semeadora 6 linhas Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + semeadora 8 linhas Trator de pneu Ford 6610 (86 cv) + cultivador 4 linhas Motoniveladora Caterpillar Patrol 120 B Colheitadeira com plataforma de arroz Colheitadeira com plataforma de soja Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta pipa Caminhão Ford F-11000 dois eixos Retroescavadeira * hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação. 123 Custo de Utilização (R$/hM)* 88,00 44,00 44,00 44,00 13,00 13,00 13,00 13,00 20,00 20,00 20,00 14,00 14,00 14,00 14,00 14,00 39,00 30,00 30,00 13,00 10,00 22,50 Quadro 10A - Equipamento usado para operações de plantio por tipo de cultura Operação Operações florestais Construção estradas e aceiros Desmat. regeneração cerrado Destoca cepas eucaliptos Limpeza de área 1 Gradagem Rome Combate a formigas Distribuição de corretivos Gradagem Bedding Distribuição de adubo na cova Reforma de aceiros Transporte de mudas Irrigação de mudas Conservação estradas/aceiros 1 Conservação estradas/aceiros 2 Desrama 1 Desrama 2 Operações cultura de arroz Gradagem aradora pesada Gradagem niveladora Limpeza de área 2 Aplicação de defensivos Plantio e adubação Calagem Colheita Operações cultura de soja Gradagem aradora pesada Gradagens niveladoras 1 e 2 Plantio e adubação Calagem Aplicação de defensivos Colheita Operações cultura de capim Gradagem aradora pesada 1 Gradagem aradora pesada 2 Gradagens niveladoras 1 e 2 Plantio Calagem Aplicação de defensivos Capina manual Equipamento Usado Trator de esteira D6 com lâmina /motoniveladora Trator de esteira D6 com lâmina + correntão Trator de esteira D6 com lâmina Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Terceirizado (preço de mão-de-obra/ha) Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta Jan Trator de esteira D6 + grade Bedding Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta Jan Motoniveladora 120B Caterpillar (patrol) Caminhão Ford F-11000 dois eixos Trator de pneu MF 290 (80 cv) + carreta pipa Motoniveladora 120B Caterpillar (patrol) Motoniveladora 120B Caterpillar (patrol) Foice, serrote, motoserra Serrote, motopoda Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Trator Valmet 248 4x4 (120 cv) + grade 48 x 20” Trator MF 290 (80 cv) + carreta Trator Ford 6610 (86 cv)+pulverizador Jacto Trator Ford 6610 (86 cv)+semeadora Jumil 6 linhas Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Terceirizada (Colheitadeira de arroz) Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Trator Valmet 248 4x4 (120 cv) + grade 48 x 20” Trator Ford 6610 (86 cv)+semeadora Jumil 6 linhas Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Trator Ford 6610 (86 cv) + pulverizador Jacto Terceirizada (Colheitadeira de soja) Trator de esteira D6 + grade Rome 20 x 32” Trator MF 290 (80 cv) + grade tatu 16 x 26” Trator Valmet 248 4x4 (120 cv) + grade 48 x 20” Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Lancer Trator MF 290 (80 cv) + carreta Jan Trator Ford 6610 (86 cv) + pulverizador Jacto Foice larga com cabo 124 Quadro 11A - Preço e insumo usado para operações de plantio por tipo de cultura Especialização do insumo Atividade Florestal Mudas de eucalipto Formicida granulado Attamex Fosfato natural Superfosfato simples Gesso agrícola Magnesita - óxido de Mg Adubo NPK (06-30-06 ) + Bo + Zn Calcário Zincal 200 MMA Cupinicida Cultura do arroz Furazin 1,7 Adubo NPK (05-25-15) + Zn Calcário Zincal 200 MMA Semente de arroz Cultura da soja Inseticida Pounce Inseticida Thiodan Fungicida Tecto 100 Molibdato de sódio Sulfato de cobalto Sulfato de manganês Açúcar Adubo NPK (02-20-20) Calcário Zincal 200 MMA Inoculante Biagro (pc 200 g) Herbicida Trifluralina Herbicida Classic Herbicida Cobra Natural Óleo Semente de soja Cultura do capim Fosfato natural Superfosfato simples Calcário Zincal 200 MMA Cloreto de potássio Cupinicida Sementes de braquiária Atividade de pecuária Arame liso para cerca Arame liso para cerca elétrica Bebedouro tipo australiano (10.600 l) Tubos (pvc 2”) e conexões (1000 m/25 ha) Vacina contra aftosa Vacina contra carbúnculo Vermífugo Altec Sal mineral Fosbov Sal comum Carrapaticida, bernicida, mosquicida Triatox Unidade Preço (R$)* un. kg kg kg kg kg kg t kg 0,20 3,00 0,05 0,17 0,02 0,20 0,275 3,00 1,65 L kg t kg 21,00 0,274 3,00 0,68 L kg kg kg kg kg kg kg t dose L kg kg L kg 39,00 8,00 11,50 35,00 21,00 1,10 0,33 0,255 3,00 0,39 4,20 360,00 31,00 1,55 0,37 kg kg ton kg kg kg 0,05 0,17 3,00 0,27 1,65 2,30 m m un m dose dose ml kg kg ml 0,055 0,068 600,00 0,83 0,36 0,10 0,13 0,35 0,10 0,025 * O preço inclui o valor do transporte até a Unidade Agroflorestal; mão-de-obra = 2,40 R$/hora. 125 Quadro 12A - Relação dos rendimentos (hH/ha e hM/ha) para executar as operações especificadas nos Quadros de 1A a 5A Serviços Técnicos Especializados (elaboração do projeto e topografia) Elaboração de projetos/levantamento/planejamento Locação de estradas / aceiros e topografia Rendimento Base de Cálculo 2,25 % do custo total de implantação do projeto CONSTRUÇÃO DE ESTRADAS E ACEIROS 8% da área total do projeto (10 m de largura) TRATOR ESTEIRA COM LÂMINA - D6 MOTONIVELADORA 125 m/h - 8 h/ha de aceiros (1000 m X 10 m) /h DESMATAMENTO REGENERAÇÃO 2 TRATORES ESTEIRA (D6) + CORRENTÃO TRATOR ESTEIRA (D6) COM LÂMINA 4,00 ha/h/conjunto 0,33 ha/h 0,50 hM/ha 3,00 hM/ha DESTOCA DE CEPAS DE EUCALIPTO T.E D6 COM LÂMINA + CORRENTÃO 0,33 ha/h 3,00 hM/ha 1a L T. PNEU MF 290 + CARRETA C/ 4 homens (eucalipto) 2a L T. PNEU MF 290 + CARRETA C/ 4 homens (eucalipto) 4,00 ha/dia/equipe 4,00 ha/dia/máquina 12,85 ha/dia/equipe 12,85 ha/dia/máquina 6,00 ha/dia/equipe 6,00 ha/dia/máquina 7,50 hH/ha 1,50 hM/ha 2,80 hH/ha 0,70 hM/ha 5,00 hH/ha 1,00 hM/ha Operação LIMPEZA DA ÁREA Equipamento 126 T. PNEU MF 290 + CARRETA C/ 4 homens (arroz) Resumo de Rendimento 0,64 hM/ha plant. 1,0 hM/ha GRADAGEM T.ESTEIRA (D6) + GRADE ROME 20 X 32" T.ESTEIRA (D6) + GRADE ROME 16 X 32" T.ESTEIRA - D6 + GRADE 6 X 32" - TRBR T.VALMET 128 + GRADE 6 X 32" - TRBR T.VALMET 128 + GRADE 48 X 24" - Niveladora T.VALMET 148 + GRADE ROME 12 X 32" 2,00 ha/h 1,50 ha/h 8 linhas/h = 0,40 ha/h 6 linhas/h = 0,30 ha/h 2,0 ha/h 1,0 ha/h 0,50 hM/ha 0,67 hM/ha 0,25 hM/ha 0,33 hM/ha 0,50 hM/ha 1,0 hM/ha ENLEIRAMENTO T.ESTEIRA (D6) C/ LÂMINA 0,3 ha/hM 3,33 hM/ha DESENLEIRAMENTO T.ESTEIRA (D6) C/ LÂMINA 0,69 ha/hM 1,44 hM/ha ALINHAMENTO DAS QUADRAS T.PNEU MF 290 + SULCADOR 90 ha/dia 0,10 hM/ha MISTURA E TRANSPORTE DE INSUMOS BETONEIRA (24 kg MgO + 60 kg gesso + 120 kg P2O5) 32,0 ha/ 2 carretas Jan 64 betoneiras 1,17 hH/ha Continua... Quadro 12A, Cont. BALIZAMENTO / ALINHAMENTO ESPAÇAMENTO - 10 x 4 m (equip. de 4 homens) Rendimento Base de Cálculo 4,5 linhas/h/hH = 2,25 ha/h/hH SULCAMENTO T. PNEU MF 290 + SULCADOR 4,5 linhas/h = 2,25 ha/h 0,45 hM/ha CORREÇÃO / ADUBAÇÃO T. PNEU MF 290 + CARRETA JAN 8,0 linhas/h = 4,00 ha/h 0,25 hM/ha APLICAÇÃO DE HERBICIDA T. PNEU MF 290 + PULVERIZADOR C/ 14 BICOS 2,4 ha/h 0,42 hM/ha COVEAMENTO MANUAL - c/ enxadão 7,0 linhas/H/dia = 3,5 ha/H/dia 2,14 hH/dia DISTRIBUIÇÃO DE ADUBO NA COVA DISTRIBUIÇÃO DE CUPINICIDA NA COVA T. PNEU MF 290 + CARRETA+Equipe de 8 homens MANUAL MANUAL 72 ha/dia = 12,0 ha/hM 16 linhas/H/dia = 8,0 ha/H/dia 18 linhas/H/dia = 9,0 ha/H/dia 0,083 hM/ha 0,94 hH/ha 0,83 hH/ha MISTURA ADUBO + CUPINICIDA NA COVA MANUAL 10 linhas/H/dia = 5,0 ha/H/dia 1,50 hH/hA TRANSPORTE DE MUDAS CAMINHÃO FORD F-11000 EQUIPE de 4 homens 50 ha/dia 50 ha/4h/dia = 12,50 ha/H/dia 0,15 hM/ha 0,64 hH/ha DISTRIBUIÇÃO DE MUDAS ESPAÇAMENTO 10 X 4 m 12 linhas/H/dia = 6,0 ha/H/dia 1,25 hH/ha PLANTIO DE MUDAS ESPAÇAMENTO 10 X 4 m 6,5 linhas/H/dia = 3,25 ha/H/dia 2,31 hH/ha REPOSIÇÃO DE MUDAS DEFEITUOSAS MANUAL - 3 homens 50 ha/3H/dia = 2,22 ha/h/H 0,45 hH/ha REPLANTIO DE MUDAS T.PNEU MF + CARRETA P/ EQUIPE DE 10 homens 10 - 15% 22,5 ha/dia = 2,5 ha/hM 15 linhas/H/dia = 7,5 ha/H/dia 0,40 hM/ha 1 hH/ha IRRIGAÇÃO DE MUDAS T.PNEU + TANQUE C/ 2 MANGUEIRAS P/ 2 homens ESPAÇAMENTO 10 X 4 m 20 ha/dia = 3,33 ha/h 20 ha/dia/2H = 10,0 ha/dia/H 0,3 hM/ha 0,75 hH/ha Operação Equipamento Resumo de Rendimento 1,78 hH/ha 127 Continua... Quadro 12A, Cont. Operação Equipamento Rendimento Base de Cálculo 200 ha/2H/dia = 13,33 ha/H/h Resumo de Rendimento 0,075 hH/ha 1,0 ha/H/dia 5,0 ha/H/dia 8,0 ha/H/dia 4,0 ha/H/dia 7,50 hH/ha 1,50 hH/ha 0,94 hH/ha 1,88 hH/ha 128 MONITORAMENTO DE FORMIGAS MANUAL - TRABALHO DE DUPLA COMBATE À FORMIGAS MANUAL CONSERVAÇÃO DE ACEIROS/ESTRADAS (Aprox. 8% da área total do projeto) T.PNEU MF 290 + GRADE TATU 16 X 26" MOTONIVELADORA 120 B 0,9 ha/h - (1000 x 10 m) /h 1,0 ha/h - (1000 x 10 m) /h = 1,0 hM/ha de aceiro ACEIROS DE CERCA 1 homem + enxada - 2 lados, 1m de cada lado 1 homem + foice - 2 lados, 1m de cada lado 1 homem + enxada - Beira de estrada - área total 250 m/H/dia 800 m/H/dia 0,025 ha/H/dia 27,78 m/hH 88,89 m/hH 360 hM/ha ROÇADA MANUAL MANUAL - 1 homem + foice 6 becas/H/dia 2,50 hH/ha CAPINA MANUAL MANUTENÇÃO da linha de eucalipto COROAMENTO - Espaçamento 4m entre plantas 2 linhas/H/dia = 0,3 ha/H/dia 2 becas/H/dia = 1,0 ha/H/dia 30 hH/ha 7,5 hH/ha DESBROTA 1 homem + foice 4 linhas/H/dia = 0,6 ha/H/dia 15 hH/ha CORTE DE ESTACAS DE EUCALIPTO 1 MOTOSSERRISTA + 1 AJUDANTE CALAGEM T. PNEU MF 290 + CARRETA JAN PLANTIO/ADUBAÇÃO - arroz e soja T. PNEU MF 290 + PLANTADEIRA JUMIL 6 LINHAS 2 passadas/beca = 2,0 ha/h 0,5 hM/ha COMBATE A CUPIM DE MONTÍCULO MANUAL - c/ cupinicida - 2 homens + T. pneu c/ lâmina 11 ha/H/dia 11 ha/H/dia 1o COMBATE - IMPLANTAÇÃO 2o COMBATE - IMPLANTAÇÃO 3o COMBATE - IMPLANTAÇÃO MÉDIA GERAL P/ MANUTENÇÃO 1,1 hM/ha 0,08 hM/ha plant. 600 estacas/dia 2 passadas/beca e 2 becas/h = 1,0 ha/h 1,0 hM/ha Continua... Quadro 12A, Cont. COLHEITA DE ARROZ COLHEITADEIRA DE ARROZ 0,77 ha/h Resumo de Rendimento 1,3 hM/ha COLHEITA DE SOJA COLHEITADEIRA DE SOJA 1,0 ha/h 1,0 hM/ha - 1a MANUAL com foice com serrote com motosserra Enleiramento de galhos 1,5 linhas/H/dia = 0,75 ha/H/dia 2,0 linhas/H/dia = 1,00 ha/H/dia 4,0 linhas/H/dia = 2,00 ha/H/dia 4,0 linhas/H/dia = 2,00 ha/H/dia 10,0 hH/ha 7,50 hH/ha 3,75 hH/ha 3,75 hH/ha 25,00 hH/ha - 2a MANUAL com serrote com motopoda Enleiramento de galhos 2,0 linhas/H/dia = 1,00 ha/H/dia 1,0 linhas/H/dia = 0,50 ha/H/dia 4,0 linhas/H/dia = 2,00 ha/H/dia 7,50 hH/ha 15,0 hH/ha 3,75 hH/ha 26,25hH/ha Operação DESRAMA DE EUCALIPTO Rendimento Base de Cálculo Equipamento 129 * 1 dia trabalhado = 7,5 horas homem (hH) e 6 horas máquina (hM). ** 1 linha de plantio = 500 m de comprimento. APÊNDICE B Quadro 1B - Rendimento e custo das operações necessárias à implantação (ano 0) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 3 x 3,0 m (1.111 árvores/ha) Operação Mecanizado R$/hM Manual R$/hH - Desmatamento regeneração cerrado - Destoca de cepas de eucalipto - 1a Limpeza de área - Gradagem Rome 02 0,64 44,00 28,16 28,16 17 0,08 39,00 3,12 3,12 01 02 05 03 0,25 3,00 1,50 0,50 88,00 44,00 13,00 44,00 22,00 132,00 19,50 22,00 R$/ha - 1o Combate a formigas - Alinhamento e balizamento - Mistura de corretivos 130 - Distribuição de corretivos - Gradagem Bedding - Coveamento - Distribuição de adubo na cova - Distribuição de cupinicida na cova - Mistura de adubo / cupinicida - 2o Combate a formigas - Reforma de aceiros - Transporte de mudas - Distribuição de mudas - Plantio de mudas - 3o Combate a formigas - Replantio - Irrigação (1/3 da área) - CUSTO TOTAL (R$/ha) Custo (R$/ha) 18,76 hM/ha hH/ha - Elaboração do projeto e topografia* - Construção de estradas e aceiros Insumo Qte/ha Eq 06 04 1,11 1,11 13,00 44,00 14,43 48,84 06 0,24 13,00 3,12 17 21 0,08 0,30 39,00 10,00 3,12 3,00 20 --- 0,30 --- 13,00 --- 3,90 303,19 R$/ha 18,76 7,50 2,40 18,00 7,50 2,67 3,40 2,40 2,40 2,40 18,00 6,41 8,16 8,57 3,16 2,78 4,28 1,50 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 20,57 7,58 6,67 10,27 3,60 0,64 5,00 8,57 0,94 1,00 0,75 --- 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 2,40 --- 1,54 12,00 20,57 2,26 2,40 1,80 158,58 Especificação R$/un R$/ha 22,00 132,00 37,50 22,00 Formicida granulado (kg) 6,00 3,00 18,00 Fosfato natural (kg) Gesso (kg) Óxido de magnésio (kg) 400,00 200,00 80,00 0,05 0,02 0,20 20,00 4,00 16,00 Adubo NPK (06-30-06)(kg) Cupinicida (kg) 111,00 5,55 0,28 1,65 30,53 9,16 Formicida granulado (kg) 0,50 3,00 1,50 Mudas de eucalipto (un) Mudas de eucalipto (un) Cupinicida (kg) Formicida granulado (kg) Mudas de eucalipto (un) 1.111 111 0,80 0,50 222,00 0,20 0,20 1,65 3,00 0,20 222,20 22,20 1,32 1,50 44,40 --- --- --- 390,80 36,00 6,41 28,16 4,00 16,00 14,43 48,84 20,57 41,23 15,83 10,27 5,10 3,12 226,74 34,20 21,89 3,76 46,80 5,70 852,58 hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado. * 2,25 % do custo total de implantação do projeto. Quadro 2B - Rendimento e custo das operações necessárias à manutenção (a partir do ano 1) de 1 ha de clones híbridos de eucalipto, plantados no espaçamento de 3 x 3,0 m (1.111 árvores/ha) Operação - 1a Manutenção (ano 1) Eq hM/ha Mecanizado R$/hM R$/ha hH/ha Manual R$/hH R$/ha Especificação Insumo Qte/ha R$/un R$/ha Custo (R$/ha) - 1a Capina manual - Capina mecânica - 2a Capina manual - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 1 (R$/ha) - 2a Manutenção (ano 2) - Capina manual / roçada - Capina mecânica - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros 131 - Combate a formigas CUSTO NO ANO 2 (R$/ha) - 3a Manutenção (ano 3) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 3 (R$/ha) 08 0,83 13,00 10,79 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 19,32 08 08 17 08 17 13,00 13,00 39,00 13,00 39,00 10,79 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 19,32 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 0,83 0,088 0,08 0,088 0,08 25,00 2,40 60,00 25,00 2,40 60,00 2,25 --- 2,40 --- 5,40 125,40 8,83 2,40 21,19 2,25 --- 2,40 --- 5,40 26,59 2,25 --- 2,40 --- 5,40 5,40 Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 6,00 6,00 60,00 10,79 60,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 150,72 6,00 6,00 21,19 10,79 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 51,91 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 Continua... Quadro 2B, Cont. Operação - 4a Manutenção (ano 4) - 1a Conservação estradas e aceiros Eq hM/ha 08 17 0,088 0,08 Mecanizado R$/hM 13,00 39,00 R$/ha 1,14 3,12 hH/ha Manual R$/hH R$/ha Especificação Insumo Qte/ha R$/un R$/ha Custo (R$/ha) 1,14 3,12 - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 4 (R$/ha) - 5a Manutenção (ano 5) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 5 (R$/ha) 132 - 6a Manutenção (ano 6) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 6 (R$/ha) 08 17 0,088 0,08 --- --- 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 --- --- 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 --- --- 13,00 39,00 1,14 3,12 --- 8,53 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- 8,53 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- 8,53 2,25 --- 2,25 --- 2,25 --- 2,40 --- 2,40 --- 2,40 --- 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 6,00 6,00 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 Continua... Quadro 2B, Cont. Operação - 7a Manutenção (ano 7) - 1a Conservação estradas e aceiros Eq hM/ha 08 0,088 Mecanizado R$/hM 13,00 R$/ha 1,14 hH/ha Manual R$/hH R$/ha Especificação Insumo Qte/ha R$/un R$/ha Custo (R$/ha) 1,14 - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 7 (R$/ha) - 8a Manutenção (ano 8) - Desbrota / limpeza - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 8 (R$/ha) 133 - 9a Manutenção (ano 9) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 9 (R$/ha) 17 08 17 0,08 0,088 0,08 39,00 13,00 39,00 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- 8,53 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 --- --- 2,25 --- 2,40 --- 5,40 5,40 15,00 2,40 36,00 2,25 --- 2,40 --- 5,40 41,40 2,25 --- 2,40 --- 5,40 5,40 Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 6,00 6,00 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 36,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 55,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 Continua... Quadro 2B, Cont. Operação - 10a Manutenção (ano 10) Eq hM/ha Mecanizado R$/hM R$/ha hH/ha Manual R$/hH R$/ha Especificação Insumo Qte/ha R$/un R$/ha Custo (R$/ha) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 10 (R$/ha) - 11a Manutenção (ano 11) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 11 (R$/ha) 134 - 12a Manutenção (ano 12) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 12 (R$/ha) 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- 8,53 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 --- --- 2,25 --- 2,25 --- 2,25 --- 2,40 --- 2,40 --- 2,40 --- 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 Continua... Quadro 2B, Cont. Operação Eq hM/ha Mecanizado R$/hM R$/ha hH/ha Manual R$/hH R$/ha Especificação Insumo Qte/ha R$/un R$/ha Custo (R$/ha) - 13a Manutenção (ano 13) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 13 (R$/ha) - 14a Manutenção (ano 14) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 14 (R$/ha) 135 - 15a Manutenção (ano 15) - Desbrota / limpeza - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 15 (R$/ha) 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- 8,53 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 --- --- 2,25 --- 2,40 --- 5,40 5,40 2,25 --- 2,40 --- 5,40 5,40 15,00 2,40 36,00 2,25 --- 2,40 --- 5,40 41,40 Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 36,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 55,93 Continua... Quadro 2B, Cont. Operação Mecanizado Manual Insumo Custo - 16a Manutenção (ano 16) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 16 (R$/ha) - 17a Manutenção (ano 17) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros 136 - Combate a formigas CUSTO NO ANO 17 (R$/ha) - 18a Manutenção (ano 18) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 18 (R$/ha) Eq hM/ha R$/hM R$/ha 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- 8,53 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 --- --- hH/ha 2,25 --- 2,25 --- 2,25 --- R$/hH 2,40 --- 2,40 --- 2,40 --- R$/ha 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 Especificação Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Qte/ha 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- R$/un 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- R$/ha (R$/ha) 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 Continua... Quadro 2B, Cont. Operação - 19a Manutenção (ano 19) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 19 (R$/ha) - 20a Manutenção (ano 20) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros 137 - Combate a formigas CUSTO NO ANO 20 (R$/ha) - 21a Manutenção (ano 21) - 1a Conservação estradas e aceiros - 2a Conservação estradas e aceiros - Combate a formigas CUSTO NO ANO 21 (R$/ha) Eq hM/ha 08 17 08 17 0,088 0,08 0,088 0,08 Mecanizado R$/hM R$/ha 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- --- --- 8,53 08 17 08 17 13,00 39,00 13,00 39,00 1,14 3,12 1,14 3,12 --- 8,53 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 0,088 0,08 --- --- hH/ha 2,25 --- 2,25 --- 2,25 --- Manual R$/hH 2,40 --- 2,40 --- 2,40 --- R$/ha 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 5,40 Especificação Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Formicida granulado (kg) --- Insumo Qte/ha 2,00 --- 2,00 --- 2,00 --- R$/un 3,00 --- 3,00 --- 3,00 --- R$/ha Custo (R$/ha) 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 6,00 6,00 1,14 3,12 1,14 3,12 11,40 19,93 hM = Horas de máquinas gastas para executar a operação, hH = horas de mão-de-obra gastas para executar a operação, Eq = tipo de equipamento utilizado para executar a operação, Qte = quantidade de insumo necessário em cada operação e un = unidade de medida em que o insumo foi especificado. Quadro 3B - Receitas (R$/ha) resultantes da comercialização da madeira para serraria e energia (cíclo de 21 anos) Discriminação do produto Unidade Produção Preço de Venda Receita Ano de (Un) (Un/ha) (R$/Un) (R$/ha) Ocorrência St 50,00 2,00 100,00 0 - Madeira de Eucalyptus para serraria * St 98,00 12,00 1.176,00 7 - Madeira de Eucalyptus para energia * St 147,00 8,00 1.176,00 7 - Madeira de Eucalyptus para serraria ** St 78,40 12,00 940,80 14 - Madeira de Eucalyptus para energia ** St 117,60 8,00 940,80 14 - Madeira de Eucalyptus para serraria *** St 65,37 12,00 784,44 21 - Madeira de Eucalyptus para energia *** St 98,05 8,00 784,40 21 RECEITA TOTAL (R$/Ha) --- --- --- 138 - Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado 5.902,44 Considerou-se que o incremento médio anual da floresta é de 35 st/ha/ano na primeira rotação, e que cai de 20% na 2a rotação e de 33% na 3a rotação. * Receita obtida na 1a rotação (7 anos); produção de 245,00 st/ha; 40% para serraria e 60% para energia. ** Receita obtida na 2a rotação (14 anos); produção de 196,00 st/ha; 40% para serraria e 60% para energia. *** Receita obtida na 3a rotação (21 anos); produção de 163,42 st/ha; 40% para serraria e 60% para energia. Quadro 4B - Fluxo de caixa para o monocultivo de eucalipto plantado no espaçamento de 3 x 3,0 m Atividade Ano - Implantação de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 - Venda de madeira de regeneração de cerrado Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 139 - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** - Venda de madeira para serraria - Venda de madeira para energia Subtotal 2 TOTAL 0 0 0 0 0 1 1 1 1 2 2 2 2 3 3 3 3 4 4 4 4 5 5 5 5 6 6 6 6 7 7 7 7 7 7 Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At. Acum. Rec. At. Acum. --------------------------------------------------------------- (R$/ha) --------------------------------------------------------------852,58 852,58 - 100,00 100,00 150,72 200,72 - 0,00 51,91 101,91 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 1.176,00 1.176,00 2.352,00 852,58 - 100 182,47 - 0,00 84,22 - 0,00 52,54 - 0,00 47,76 - 0,00 43,42 - 0,00 39,47 - 0,00 35,89 - 1.206,95 -752,58 -200,72 -101,91 -69,93 -69,93 -69,93 -69,93 2.282,07 852,58 1035,05 1.119,28 1.171,82 1.219,58 1.263,00 1.302,47 1.338,36 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 1.306,95 Continua... Quadro 4B, Cont. Atividade Ano - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 140 - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** - Venda de madeira para serraria - Venda de madeira para energia Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 8 8 8 8 9 9 9 9 10 10 10 10 11 11 11 11 12 12 12 12 13 13 13 13 14 14 14 14 14 14 15 15 15 15 Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At. Acum. Rec. At. Acum. --------------------------------------------------------------- (R$/ha) --------------------------------------------------------------55,93 105,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 940,80 940,80 1.881,60 55,93 105,93 - 0,00 49,42 - 0,00 29,66 - 0,00 26,96 - 0,00 24,51 - 0,00 22,28 - 0,00 20,26 - 0,00 18,41 - 495,48 25,36 - 0,00 -105,93 -69,93 -69,93 -69,93 -69,93 -69,93 1.811,67 -105,93 1.387,78 1.417,43 1.444,39 1.468,90 1.491,19 1.511,44 1.529,86 1.555,22 1.306,95 1.306,95 1.306,95 1.306,95 1.306,95 1.306,95 1.802,43 1.802,43 Continua... Quadro 4B, Cont. Atividade Ano - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 141 - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção de povoamentos de eucalipto Subtotal 1 ** - Venda de madeira para serraria - Venda de madeira para energia Subtotal 2 TOTAL 16 16 16 16 17 17 17 17 18 18 18 18 19 19 19 19 20 20 20 20 21 21 21 21 21 21 Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Cus. At. Acum. Rec. At. Acum. --------------------------------------------------------------- (R$/ha) --------------------------------------------------------------19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 0,00 19,93 69,93 - 784,44 784,40 1.568,84 15,22 - 0,00 13,84 - 0,00 12,58 - 0,00 11,43 - 0,00 10,39 - 0,00 9,45 - 212,00 -69,93 -69,93 -69,93 -69,93 -69,93 ** Ao Subtotal 1 foi adicionado o custo anual da terra de R$ 50,00/ha 1.498,91 1.570,43 1.584,27 1.596,85 1.608,28 1.618,68 1.628,13 1.802,43 1.802,43 1.802,43 1.802,43 1.802,43 2.014,43 Quadro 5B - Receitas (R$/ha) resultantes da comercialização dos produtos obtidos no sistema (rotação de 9 anos) Unidade Produção Preço de venda Receita (Un) (Un/ha) (R$/Un) (R$/ha) - Arroz Sc 23,33 12,00 279,96 - Soja Sc 25,00 12,60 315,00 - Boi gordo * @ 15,00 25,00 375,00 - Madeira proveniente da destoca de regeneração de cerrado St 50,00 2,00 100,00 - Madeira de Eucalyptus para serraria ** St 126,00 12,00 1.512,00 - Madeira de Eucalyptus para energia ** St 189,00 8,00 1.512,00 CUSTO TOTAL (R$/ha) --- --- --- 4.093,96 Discriminação do Produto 142 * A produção de 15 arrobas de carne é obtida a cada dois anos. Para chegar a esse valor, supôs-se que o sistema produz 5 arrobas de carne por hectare, por ano. Assim, considerando que os novilhos com um ano de idade são adquiridos com um peso médio de 5 arrobas, em dois anos eles atingem 15 arrobas e estão prontos para abate. ** Considerou-se que a produtividade ou incremento médio anual da floresta é de 35 st/ha/ano e que 60% da madeira produzida é para energia e 40% é para serraria. Assim, cortando o eucalipto com nove anos de idade, obtém-se uma produção de 315 st/ha, sendo 189 st (60% de 315 st) para energia e 126 st (40% de 315 st) para serraria. Quadro 6B - Fluxo de caixa para o sistema agrossilvipastoril (rotação de 9 anos) 143 Atividade Ano - Implantação povoamentos de eucalipto - Plantio, condução e colheita de arroz Subtotal 1 - Venda de arroz - Venda de madeira regeneração cerrado Subtotal 2 TOTAL - Manutenção povoamentos de eucalipto - Plantio, condução e colheita de soja Subtotal 1 ** - Venda de soja Subtotal 2 TOTAL - Manutenção povoamentos de eucalipto - Formação de pastagem de braquiária Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção povoamentos de eucalipto - Infra-estrutura da pecuária - Insumos da pecuária - Mão-de-obra da pecuária - Aquisição de novilhos - Depreciação * Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 Cus. At. Rec. At. Tempo Ret. Acum. Acum. Cap. ----------------------------------------------------------------- (R$/ha) ----------------------------------------------------------------457,28 236,09 693,37 693,37 279,96 100,00 379,96 379,96 -313,41 693,37 379,96 -313,41 52,75 283,91 386,66 351,51 315,00 315,00 286,36 -71,66 1.044,88 666,32 -378,56 82,75 122,29 255,04 210,78 0,00 0,00 -255,04 1.255,66 666,32 -589,33 85,75 118,45 13,74 1,67 125,00 6,21 400,82 301,14 0,00 0,00 -400,82 1.556,80 666,32 -890,47 Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Continua... Quadro 6B, Cont. 144 Atividade Ano - Manutenção povoamentos de eucalipto - Insumos da pecuária - Mão-de-obra da pecuária - Depreciação * Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção povoamentos de eucalipto - Insumos da pecuária - Mão-de-obra da pecuária - Aquisição de novilhos - Depreciação * - Manutenção de pastagens Subtotal 1 ** - Venda de boi gordo Subtotal 2 TOTAL - Manutenção povoamentos de eucalipto - Insumos da pecuária - Mão-de-obra da pecuária - Depreciação * Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL 4 4 4 4 4 4 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 6 6 6 6 6 6 6 Cus. At. Rec. At. Tempo Ret. Acum. Acum. Cap. ----------------------------------------------------------------- (R$/ha) ----------------------------------------------------------------16,75 13,74 1,67 6,21 88,37 60,36 0,00 0,00 -88,37 1.617,16 666,32 -950,83 16,75 13,74 1,67 125,00 6,21 107,58 320,95 199,28 375,00 375,00 232,85 54,05 1.816,44 899,17 -917,27 16,75 13,74 1,67 6,21 88,37 49,88 0,00 0,00 -88,37 1.866,32 899,17 -967,15 Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual Continua... Quadro 6B, Cont. 145 Atividade Ano - Manutenção povoamentos de eucalipto - Insumos da pecuária - Mão-de-obra da pecuária - Aquisição de novilhos - Depreciação * Subtotal 1 ** - Venda de boi gordo Subtotal 2 TOTAL - Manutenção povoamentos de eucalipto - Insumos da pecuária - Mão-de-obra da pecuária - Depreciação * - Manutenção de pastagens Subtotal 1 ** Subtotal 2 TOTAL - Manutenção povoamentos de eucalipto - Insumos da pecuária - Mão-de-obra da pecuária - Depreciação * Subtotal 1 ** - Venda de boi gordo - Venda de madeira para energia - Venda de madeira para serraria Subtotal 2 TOTAL 7 7 7 7 7 7 7 7 7 8 8 8 8 8 8 8 8 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 Cus. At. Rec. At. Tempo Ret. Acum. Acum. Cap. ----------------------------------------------------------------- (R$/ha) ----------------------------------------------------------------16,75 13,74 1,67 125,00 6,21 213,37 109,49 375,00 375,00 192,43 161,63 1.975,82 1.091,60 -884,21 16,75 13,74 1,67 6,21 107,58 195,95 91,41 0,00 0,00 -195,95 2.067,23 1.091,60 -975,62 16,75 13,74 1,67 6,21 88,37 37,48 375,00 1.512,00 1.512,00 3.399,00 1441,51 3.310,63 2.104,71 2.533,11 428,41 Custo Receita Saldo Custo Atual Receita Atual * casas, curral, depósitos, cavalos, arreios e cercas e ** ao subtotal 1 foi adicionado o custo anual da terra de R$ 50,00/ha. Quadro 1C - Dados de inventário florestal em sistema agrossilvipastoril Quadra Parcela 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 1 3 4 5 1 2 3 4 5 1 2 3 4 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 6 7 1 2 3 4 5 6 7 Número Idade de Árvores (anos) 18 4,76 18 4,76 16 4,76 18 4,76 17 4,76 18 4,76 18 4,76 18 4,76 18 4,76 17 4,76 18 3,76 17 3,76 17 3,76 18 3,76 18 3,76 18 3,76 15 3,76 18 3,76 18 3,76 18 2,76 17 2,76 18 2,76 18 2,76 18 2,76 17 2,76 18 2,76 18 2,76 18 2,76 18 2,76 18 2,76 17 2,76 18 2,76 18 2,76 18 1,76 18 1,76 18 1,76 18 1,76 18 1,76 18 1,76 17 1,76 18 1,76 15 1,76 18 1,76 18 1,76 18 1,76 18 1,76 18 1,76 Diâmetro Médio (q) Altura Total Área Basal (cm) (m) (m²) 24,435 23,4 0,0466 22,389 23,3 0,0391 20,891 17,5 0,0327 18,041 23,4 0,0241 23,373 24,3 0,0423 20,614 18,5 0,0320 21,773 19,9 0,0350 20,644 19,7 0,0324 20,837 17,5 0,0333 20,804 18,4 0,0324 19,645 22,6 0,0302 19,576 21,0 0,0299 19,457 18,4 0,0284 20,267 19,1 0,0320 20,628 22,5 0,0333 20,623 15,9 0,0333 19,160 19,6 0,0287 18,276 19,4 0,0263 19,230 17,4 0,0284 15,090 12,6 0,0177 16,384 16,1 0,0211 16,045 13,6 0,0191 17,798 15,1 0,0243 16,855 15,1 0,0222 11,720 12,0 0,0099 11,035 9,7 0,0092 12,230 11,6 0,0109 16,757 13,4 0,0214 13,501 11,2 0,0141 14,128 13,0 0,0156 12,365 11,6 0,0113 13,861 10,8 0,0147 12,515 11,2 0,0108 11,786 10,3 0,0109 12,829 13,1 0,0129 11,846 11,4 0,0109 11,661 9,6 0,0106 11,300 10,9 0,0100 13,080 10,7 0,0131 11,232 10,5 0,0099 12,333 11,9 0,0119 11,844 11,3 0,0109 11,245 11,6 0,0099 11,468 10,9 0,0104 12,536 11,6 0,0121 11,708 11,5 0,0108 10,255 11,3 0,0082 146 Área Basal (m²/ha) 11,647 9,777 7,263 6,013 9,981 8,012 8,742 8,091 8,332 7,642 7,543 7,051 6,694 8,012 8,332 8,332 5,969 6,576 7,088 4,418 4,988 4,778 6,082 5,542 2,326 2,290 2,734 5,346 3,526 3,904 2,670 3,685 2,688 2,734 3,217 2,734 2,642 2,507 3,267 2,326 2,971 2,278 2,463 2,597 3,019 2,688 2,043 Volume (m³/ha) 114,416 95,677 53,386 59,098 101,868 62,252 73,063 66,948 61,242 59,056 71,598 62,194 51,735 64,271 78,740 55,643 49,138 53,578 51,801 23,379 33,726 27,294 38,573 35,146 11,724 9,330 13,320 30,085 16,585 21,314 13,010 16,716 12,644 11,827 17,700 13,090 10,653 11,478 14,684 10,258 14,847 10,813 12,000 11,888 14,709 12,982 9,695