Colégio Planeta
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Prof.: Fagner
Lista de Língua Portuguesa
Aluno(a):
??
Questão 01)
(Rached de Queiroz. Cem crônicas escolhidas. Rio de Janeiro: J.
Olympio Editora, 1989. p. 216)
A concordância está correta somente na frase:
A)
Para que se avalie as condições de vida, seja no campo, seja
na cidade, devemos observar as prioridades que tem seus
habitantes.
B) A vida pode tornar-se bem melhor quando se adotam
objetivos mais simples e, portanto, mais fáceis de serem
alcançados.
C) Muitas pessoas, em qualquer lugar do mundo, se sente infeliz
porque desejam ter mais coisas do que necessita para
sobreviver.
D) Um bom patrão busca oferecer aos trabalhadores um
contrato que não o obriguem horários e à semana toda de
labuta.
E) Tanto para o trabalhador quanto para o patrão é necessário
acordos em relação aos encargos e aos direitos que se
estabelece mutuamente.
Questão 02) Assinale a frase com erro de concordância do
pronome o (pessoal ou demonstrativo).
Muitos querem ser deputados, mas poucos os podem ser.
Sois a mãe dessa menina? Sou-o.
Os que ainda não leram esses livros devem fazê-lo já.
Os que ainda não fizeram as provas devem fazê-las hoje.
Prezados Senhores, bem sabem V.Sas. quanto os admiro.
Questão 03) Dentre as alternativas abaixo, o princípio da
concordância nominal não foi levado em consideração em:
A)
Turma:
Turno:
TEXTO: 1 - Comum à questão: 4
Outro dia, falando na vida do caboclo nordestino, eu
disse aqui que ele não era infeliz. Ou não se sente infeliz, o que
dá no mesmo. Mas é preciso compreender quanto varia o
conceito de felicidade entre o homem urbano e essa nossa
variedade de brasileiro rural. Para o homem da cidade, ser feliz se
traduz em “ter coisas”: ter apartamento, rádio, geladeira,
televisão, bicicleta, automóvel. Quanto mais engenhocas
mecânicas possuir, mais feliz se presume. Para isso se escraviza,
trabalha dia e noite e se gaba de bem sucedido. O homem daqui,
seu conceito de felicidade é muito mais subjetivo: ser feliz não é
ter coisas; ser feliz é ser livre, não precisar de trabalhar. E,
mormente, não trabalhar obrigado. Trabalhar à vontade do corpo,
quando há necessidade inadiável. Tipicamente, os três dias de
jornal por semana que o morador deve a
fazenda, segundo o costume, são chamados
“a sujeição”. O melhor patrão do mundo não
é o que paga mais, é o que não exige
sujeição. E a situação de meeiro é
considerada ideal, não porque permita um
maior desafogo econômico – o que nem
sempre acontece – mas sim porque meeiro
não é sujeito.
A)
B)
C)
D)
E)
Data: 21 / 10 / 2014
Os políticos, infelizmente, se esquecem de que eles próprios
são povo.
B) Cuidado, embora possam parecer, elas não são nenhumas
doidas.
C) Fiquem alertas, porque nem sempre as promessas são
cumpridas.
D) Não se preocupe, a aluna mesma fará a comunicação oficial.
E) A encomenda, com alguns documentos anexos, foi enviada
ontem de manhã.
MEDICINA DOS HUMORES E SÍMBOLOS
Assim como as outras ciências, a Medicina não
escapou ao mito da estagnação medieval. Nas obras que ainda
alimentam esse clichê, lê-se que a Medicina passou quase mil
anos num sono profundo, entre a Antiguidade e o
Renascimento. Os indícios que sustentam essa conclusão
convergem em alguns aspectos: a ausência de invenções
espetaculares e de médicos excepcionais, a feitiçaria
onipresente e a influência da Igreja sobre as ciências. A
Medicina era domínio de monges, filósofos e charlatães.
Ainda hoje, nossa visão da Idade Média permanece
impregnada dessas ideias, que se baseiam, no entanto, num
ponto de vista moderno: em vez de serem colocadas na
perspectiva da época, as ciências são avaliadas tomando como
parâmetro os critérios atuais. Assim a crítica segundo a qual a
Igreja teria exercido uma dominação aniquiladora do progresso
é típica de uma sociedade laica. Para os cristãos da Idade
Média, ao contrário, não existia alternativa: eles acreditavam
que os judeus, os pagãos e os hereges estavam condenados às
penas do inferno. A Medicina medieval era praticada na base de
uma fé jamais colocada em questão e encontrava seu lugar
numa visão de mundo inteiramente religiosa. A Medicina era
mais uma filosofia da Natureza que uma ciência da Natureza,
no sentido moderno do termo.
Ora, sem as bibliotecas monásticas, o trabalho dos
monges copistas e o interesse que os eruditos eclesiásticos
demonstravam pela terapêutica, os escritos antigos de famosos
médicos romanos, gregos ou árabes estariam perdidos. Depois
da queda do Império Romano, apenas os religiosos sabiam ler
e escrever e dominavam a língua erudita europeia, o latim.
Dessa forma, a Igreja permitia a continuidade da cultura e a
sobrevivência da filosofia antiga  e pagã.
Para o cristão devoto, a saúde e a salvação estavam
alegoricamente ligadas: a Medicina cuidava do corpo que
perecia, e a religião, da alma imortal. O médico tinha de
reconhecer as doenças e buscar tratá-las pelos meios
terrestres. Só se ele atingisse seus limites é que deveria ceder
lugar _____ ajuda religiosa.
Os autores religiosos davam, assim, um grande valor
_____ saúde do corpo, pois a “carne fraca” do ditado era
particularmente vulnerável à influência do Maligno. A
representação mais popular do Cristo médico mostra as curas
milagrosas do Novo Testamento e legitima assim a intervenção
dos médicos em caso de doença (quando ela não era um ato
divino irreversível). A existência de plantas medicinais provava,
ao crente, que o Criador tinha previsto sua utilização para o
alívio e a cura. Ao contrário de um preconceito bastante
difundido, uma fé inabalável não impedia que se adotasse uma
conduta ativa e pragmática para resolver os problemas que
surgiam: como hoje, os homens da Idade Média tentavam fazer
tudo o que estava _____ seu alcance para facilitar a vida aqui
na Terra e preservar a saúde.
Texto adaptado de RIHA, Ortrun. Scientific American Brasil. Especial História, n.1.
Questão 04) Caso o segmento as ciências fosse para o
singular, quantas outras palavras da frase deveriam sofrer
ajuste para fins de concordância?
A)
B)
C)
D)
E)
Duas.
Três.
Quatro.
Cinco.
Seis.
Questão 05) Assinale a alternativa em que a concordância do
termo em destaque está em desacordo com os padrões da língua
culta:
A) O tênis e as camisetas estavam imundos.
B) O pai qualificou de absurdas as reivindicações do filho.
C) Muitos filhos consideram ultrapassado a maneira de dançar
do pai.
D) Coroa, amanhã eu lhe devolvo a camiseta que levei
emprestada ontem.
E) As cubas de gelo e as garrafas de água foram largadas sobre
a pia da cozinha.
Questão 06) A concordância nominal responsabiliza-se pela
harmonia do texto, sobretudo, quando escrito na linguagem
padrão. Neste caso, em especial, a gramática normativa
determina que o adjetivo concorde em gênero e número com o
substantivo. Assim, atende a essa norma a frase:
A)
B)
Estava meia aberta a porta e a dispensa da casa da fazenda.
Dado a importância e o valor descrito, fomos verificar o
preço.
C) Estavam atentas alunas e alunos ao entusiasmado discurso
do paraninfo.
D) Andavam preocupados professoras e alunos sem que nada
pudessem fazer.
Questão 07) Assinale a frase em que o acento indicativo de crase
foi mal empregado:
A)
B)
C)
D)
E)
Chegou à uma hora, pontualmente.
Os pescadores pegaram o peixe à unha.
Saída de veículos à 200 metros.
Sua simpatia pelo governo cubano levou-o a vestir-se à Fidel.
O horário estabelecido para visitas era das 14 às 16 horas.
Questão 08) Quanto à Concordância Nominal, qual das
alternativas está incorreta?
A)
B)
C)
D)
E)
Consultamos as gramáticas portuguesa, francesa e inglesa.
Consultamos a gramática portuguesa, a francesa e a inglesa.
Água é boa para a saúde.
A água é boa para a saúde.
n.d.a.
Questão 09)
“As pessoas ficam zoando, falando que a gente não
conseguiria entrar em mais nada, por isso vamos prestar Letras”,
diz a candidata ao vestibular. Entre os motivos que a ligaram à
carreira estão o gosto por literatura e inglês, que estuda há oito
anos.
(Adaptado da Folha de S. Paulo, 22/10/00)
A)
B)
As aspas assinalam, no texto acima, a fala de uma pessoa
entrevistada pelo jornal. Identifique duas marcas de
coloquialidade presentes nessa fala.
No trecho que não está entre aspas ocorre um desvio em
relação à norma culta. Reescreva o trecho, fazendo a
correção necessária.
TEXTO: 2 - Comum à questão: 10
LUTA DE CLASSES
Não é que dona Maria de Lurdes (Malu) não entenda, é que
lhe explicam mal as coisas. Por exemplo. Uma noite ela
perguntou para o
marido que história era aquela de luta de classes e o
marido, já meio dormindo, respondeu:
_ São os empregados contra nós.
No dia seguinte, dona Malu já olhou para a Ernestina, 20
anos com a família, de outro jeito.
_ Que foi, dona Malu?
_ Nada, nada.
No almoço, dona Malu pediu mais detalhes ao marido.
_ O que é que os empregados querem?
_ O quê, Malu?
_ Os empregados. O que é que eles querem de nós?
O marido respirou fundo e ia começar a responder
quando Ernestina entrou na sala do almoço e dona Malu o
deteve com um gesto. Não na
frente do inimigo.
Ernestina voltou para a cozinha. O marido de dona Malu
se serviu de guisadinho, mas não chegou a levar a primeira
garfada à boca.
_ Pare! – gritou dona Malu, que tivera um súbito e terrível
pensamento: vidro moído na comida.
_Por quê, Malu?
_ Não toque nessa comida!
_ Como é que eu vou almoçar sem tocar na comida?
_ Vamos almoçar fora.
_ Que história é essa, Malu. Logo hoje que a Ernestina
fez o meu prato preferido!
_ Justamente por isso. De noite eu faço guisadinho para
você.
_ Eu prefiro o guisadinho da Ernestina.
Mas dona Malu já começara a limpar a sua mesa.
Ernestina fez cara feia quando viu o seu guisado voltar,
intocado, para a cozinha. Em 20
anos, era a primeira vez que acontecia aquilo.
_ Não gostaram, é?
_ Não tenho que lhe dar satisfações.
A senhora anda muito engraçada.
_ Veja como fala.
_ O que é que eu faço para o jantar?
_ Nada. Pode tirar o resto do dia.
Ernestina murmurou alguma coisa, emburrada.
_ Que foi? _ perguntou dona Malu.
_ Se a senhora não está satisfeita comigo...
_ Eu? Você é que está contra nós!
_ Eu, dona Malu?
_ Não finja. Pelo menos tenha a hombridade de lutar de
frente.
Nem Ernestina nem dona Malu sabiam o que queria dizer
hombridade e ficou por isso mesmo. Ernestina também não
sabia que luta era
aquela, mas se dona Malu queria briga, ia ter briga. Não
seria a primeira vez.
_ A senhora está me despedindo?
Dona Malu pensou um pouco. Afinal, eram 20 anos.
Mesmo que Ernestina tivesse, finalmente, revelado a sua
duplicidade, 20 anos eram 20
anos. E seria melhor ter o inimigo dentro de casa, onde
ele podia ser controlado.
_ Não está despedida. Mas de agora em diante, eu faço a
comida. Você só limpa a casa e lava os pratos. Não faz nem o
cafezinho.
_ Está bem.
Era a guerra. Ou uma trégua declarada. Passaram a
conviver de cara fechada, dona Malu e Ernestina. Uma vez o
marido de dona Malu foi
pego em flagrante na cozinha pedindo para Ernestina
fazer um dos seus pudins de laranja escondido. Foi tachado de
traidor de sua classe.
Dona Malu passou a cozinhar, sob olhar crítico e, às
vezes, os risos abafados, de Ernestina. E na noite em que dona
Malu viu na televisão
um filme de espionagem em que um agente infiltrado em
território inimigo mandava mensagens de rádio para suas forças
com um
transmissor secreto, correu a dar uma busca no quarto de
Ernestina. Não encontrou nenhum transmissor mas, por via das
dúvidas,
impugnou um radinho de pilha.
(Luís F. Veríssimo – Novas Comédias da Vida Privada - L&PM,1996)
Questão 10) “...o marido, já meio dormindo, respondeu” . Pode-se
observar no exemplo acima o uso apropriado da concordância
nominal no emprego das palavras sublinhadas. Assinale a
alternativa em que a concordância nominal não está de acordo
com a norma culta da língua.
A) É meio-dia e meia.
B) Eu estou meia cansada.
C) As frutas estão meio caras.
D) Seguem anexas as passagens.
E) Repetirei bastantes vezes esta questão.
TEXTO: 3 - Comuns às questões: 11, 12
MORTE E VIDA SEVERINA
O meu nome é Severino
não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria;
Como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
Mas isso ainda diz pouco:
há muitos na freguesia,
por causa de um coronel
que se chamou Zacarias
e que foi o mais antigo
senhor desta sesmaria.
Como então dizer quem fala
ora a Vossas Senhorias?
Vejamos: é o Severino
da Maria do Zacarias,
lá da serra da Costela,
limites da Paraíba.
Mas isso ainda diz pouco:
se ao menos mais cinco havia
com nome de Severino
filhos de tantas Marias
mulheres de outros tantos,
já finados Zacarias,
vivendo na mesma serra
magra e ossuda em que eu vivia.
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas,
e iguais também porque o sangue
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte Severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte,
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença é que a morte severina
ataca em qualquer idade, e até gente não nascida).
Somos muitos Severinos
Iguais em tudo e na sina:
a de abrandar estas pedras
suando-se muito em cima,
a de tentar despertar
terra sempre mais extinta,
a de querer arrancar
algum roçado da cinza.
Mas, para que me conheçam
melhor Vossas Senhorias
e melhor possam seguir
a história da minha vida,
passo a ser o Severino
que em vossa presença emigra.
(João Cabral M. Neto – Morte e Vida Severina – Ed. Nova. Fronteira – 1997)
Questão 11) “Sobre as mesmas pernas finas” . Observe no
exemplo acima o emprego apropriado da concordância nominal.
Assinale a alternativa em que a concordância nominal não está
de acordo com a norma culta da língua.
A)
B)
C)
D)
E)
Eu mesma fiz este bolo, disse a moça.
Muito obrigado pela ajuda, disse a moça.
Seguem anexas as passagens.
Foi um crime de lesa pátria.
Eles próprios resolveram continuar a viagem.
Questão 12) “No mesmo ventre crescido sobre as mesmas
pernas finas”. Observa-se no exemplo acima o uso apropriado
da concordância nominal no emprego das palavras sublinhadas.
Assinale a alternativa em que a concordância nominal não está
de acordo com a norma culta da língua.
A)
B)
C)
D)
E)
É meio-dia e meia
É proibido a entrada.
As frutas estão meio caras.
Seguem anexas as passagens.
Repetirei bastantes vezes esta questão.
Questão 13) Em “... aos melhores cargos e funções oferecidos
no mercado.”
Observa-se uma concordância cuja estrutura gramatical pode
ser encontrada na expressão:
A)
B)
C)
D)
E)
trabalhadores e trabalhadoras qualificados.
mulheres e homens empregados.
homens e mulheres empobrecidas.
homens brancos e negros.
ações públicas e privadas.
Questão 14) Se preenchermos os espaços com a expressão
colocada entre parênteses, fica gramaticalmente correta
somente a frase da alternativa:
A)
Naquele ano, passariam pela ponte _________ de
pessoas. (duas milhões)
B) Quando chegaram ao local, _________ estava dormindo.
(o sentinela)
C) Tivemos ________ dele, mas não pudemos fazer nada.
(muita dó)
D) Por causa do ferimento, ________ não resistiu e morreu na
manhã seguinte. (a sabiá)
E) Falta apenas ________ para completarmos a quantia
exigida. (um milhar)
Questão 15) Observe as frases:
I.
II.
III.
IV.
V.
O casamento estava garantido, mas em data _________ .
(inserta)
A discussão lhe fizera o sangue _________ quente nas
veias. (fluir)
A _________ coberta do terreno era de mil metros. (ária)
Candidatou-se e venceu o _________ com facilidade.
(preito)
Antes de viajar _________ a casa com tudo o que era
necessário. (sortira)
Se preenchermos os espaços com as palavras colocadas entre
parênteses, ficam gramaticalmente corretas as frases de:
A)
B)
C)
D)
E)
I e III.
II e IV.
III e V.
II e V.
I e IV.
Questão 16) Leia atentamente o poema que segue, de Manuel
Bandeira:
PENSÃO FAMILIAR
Jardim da pensãozinha burguesa
Gatos espapaçados ao sol.
A tiririca sitia os canteiros chatos.
O sol acaba de crestar os gosmilhos que murcharam.
Os girassóis
amarelo!
resistem.
E as dálias rechonchudas, plebeias, dominicais.
Um gatinho faz pipi.
Com gestos de garçon de restaurant-Palace
Encobre cuidadosamente a mijadinha.
Sai vibrando com elegância a patinha direita:
– È a única criatura fina na pensãozinha burguesa.
- Há um descuido e um descaso na salvaguarda de
nossa casa comum, o planeta Terra. (...) Um princípio de
autodestruição está em ação, capaz de liquidar o sutil equilíbrio
físico-químico e ecológico do planeta e devastar a biosfera,
pondo assim em risco a continuidade do experimento da
espécie homo sapiens e demens.
- Há descuido e descaso generalizado na forma de se
organizar a habitação. (...) Milhões e milhões são condenados a
viver em favelas sem qualquer qualidade de vida, sob a
permanente ameaça de deslizamentos, fazendo a cada ano
milhares de vítimas. (...) Recorre-se frequentemente à violência
para resolver conflitos interpessoais e institucionais,
normalmente superáveis mediante o diálogo e a mútua
compreensão.
Atulhados de aparatos tecnológicos vivemos tempos
de impiedade e de insensatez. Sob certos aspectos regredimos
à barbárie mais atroz.
Assinale a alternativa incorreta.
A)
a primeira estrofe do poema acima descreve o jardim da
pensão familiar;
B) a segunda estrofe descreve as ações do gatinho, que mija e,
depois, cobre;
C) o quinto verso está mal construído, porque contém erro de
concordância;
D) o sufixo “inho” de gatinho (verso 06) tem valor afetivo, e não
pejorativo;
E) pelo uso do verso livre e a ausência de rimas, tratase de um
poema moderno.
TEXTO: 4 - Comum à questão: 17
TEXTO 5
SINTOMAS DA CRISE CIVILIZACIONAL
O sintoma mais doloroso, já constatado há décadas por
sérios analistas e pensadores contemporâneos, é um difuso malestar da civilização. Aparece sob o fenômeno do descuido, do
descaso e do abandono, numa palavra, da falta de cuidado.
- Há um descuido e um descaso pela vida inocente de
crianças usadas como combustível na produção para o mercado
mundial. Os dados da Organização Mundial da Infância de 1998
são aterradores: 250 milhões de crianças trabalham. (...)
- Há um descuido e um descaso manifesto pelo destino
dos pobres e marginalizados da humanidade, flagelados pela
fome crônica, mal sobrevivendo da tribulação de mil doenças,
outrora erradicadas e atualmente retornando com redobrada
virulência.
- Há um descuido e um descaso imenso pela sorte dos
desempregados e aposentados, sobretudo dos milhões de
excluídos do processo de produção, tidos como descartáveis e
zeros econômicos. (...)
- Há um descuido e um abandono dos sonhos de
generosidade, agravados pela hegemonia do neoliberalismo com
o individualismo e a exaltação da propriedade privada que
comporta. (...)
- Há um descuido e um abandono crescente da
sociabilidade nas cidades. (...) Predomina a sociedade do
espetáculo, do simulacro e do entretenimento.
- Há descuido e descaso pela dimensão espiritual do ser
humano, pelo esprit de finesse (espírito de gentileza) que cultiva a
lógica do coração e do enternecimento por tudo o que existe e
vive. (...) Todo tipo de violência e de excesso é mostrado pelos
meios de comunicação com ausência de qualquer pudor ou
escrúpulo.
- Há um abandono da reverência, indispensável para
cuidar da vida e de sua fragilidade. A continuar esse processo,
até meados do século XXI terão desaparecido definitivamente,
mais da metade das espécies animais e vegetais atualmente
existentes. (...)
BOFF, Leonardo. Saber Cuidar: ética do humano, compaixão pela Terra.
Petrópolis: Vozes, 2002.
Questão 17) No trecho, “há um descuido e um descaso
manifesto pelo destino dos pobres e marginalizados da
humanidade, flagelados pela fome crônica (...)”, há dois
adjetivos destacados, cuja concordância se dá por sua relação
com o substantivo que lhe imediatamente anterior. Por isso, o
primeiro é flexionado no singular e o segundo no plural.
Questão 18) Assinale a alternativa em que há erro de
concordância:
A)
B)
Consideramos indignos de perdão Estela e seu irmão.
As gêmeas Amália e Amélia estavam meio irritadas, meio
estressadas, meio desiludidas, sei lá... meio tudo.
C) Seguem anexos bastantes subsídios para elucidar aqueles
casos que reconheço que são o mais tormentosos possível.
D) Não seria necessário muita perspicácia para perceber que
eram evasivas as declarações do acusado.
E) Produtos caros em outras lojas, aqui nesta se vende muito
baratos.
Questão 19) Considere a concordância nas frases abaixo:
I.
II.
III.
IV.
V.
Sobre a questão da água a grita dos ambientalistas
radicais não condizem com a realidade.
“Está se extinguindo os recursos hídricos do planeta por
causa do consumo doméstico e da irrigação agrícola” –
advertem os ambientalistas. Tratam-se de mitos, como
admite respeitável parcela de cientistas.
Apenas um décimo da água potável disponível é gasto
para se faça todas as tarefas domésticas.
É verdade que setenta por cento da água própria para o
consumo humano são utilizados na irrigação agrícola, mas
a tecnologia está derrubando esse índice.
Mercê de campanhas bem conduzidas, muitos de nós nos
preocupamos hoje em economizar a água que jorra de
nossas torneiras.
Não há erro de concordância nas frases:
A)
B)
C)
D)
E)
II e III.
IV e V.
I e IV.
II e V.
I e III.
TEXTO: 5 - Comum à questão: 20
NO RASTRO DA FALA
Se fizéssemos uma lista dos dez maiores mistérios
da humanidade, certamente o surgimento da linguagem
se destacaria.
A linguagem verbal é marca forte, constitutiva, distintiva
da nossa espécie. Por isso, a discussão de suas origens está
intrinsecamente ligada às discussões da origem da própria
espécie humana. Dispomos hoje de boa quantidade de fósseis,
fornecedores de evidência material interessante para hipóteses
sobre os longos e complexos caminhos da evolução até o
surgimento do Homo sapiens.
Temos, por exemplo, indícios convincentes de que nossa
espécie se originou nas savanas do leste da África e se espalhou
pelo planeta seguindo rotas que levaram à Europa e à Ásia e
desta à América e à Oceania. Essas rotas têm sido estabelecidas
em parte pelo estudo do DNA das populações.
Com base nestes dados, os paleontólogos têm sugerido
que o Homo sapiens surgiu na terra há aproximadamente 100 mil
anos, embora se calcule que o ramo hominídeo dos primatas
tenha se separado há 6 milhões de anos ou mais.
Igualmente, dispomos hoje de precioso acervo de objetos criados
pelos humanos (ferramentas e utensílios domésticos, por
exemplo) e de registros pictóricos que nos permitem sustentar
hipóteses plausíveis sobre os caminhos percorridos pela
humanidade na construção de sua cultura material e simbólica.
Seguindo essas pistas, os antropólogos costumam
registrar um florescimento cultural bastante significativo por volta
de 50 mil anos atrás. Para alguns, este florescimento cultural,
inimaginável sem a linguagem, é indício de que ela já estava
plenamente estruturada naquela época.
Ao confrontar a data do surgimento da espécie com a do
florescimento da cultura, há linguistas que defendem a hipótese
de que a linguagem teve desenvolvimento vagaroso, crescendo
em complexidade ao longo dos milênios.
Outros, porém, consideram intrínseca a relação entre a
espécie e a linguagem e prodigioso o processo pelo qual um bebê
se torna um falante. Afinal, uma criança não começa a falar por
simples imitação ou por puro aprendizado a partir de um estágio
zero, como se o cérebro fosse uma caixa vazia. Por isso,
defendem que a linguagem como a conhecemos surgiu junto com
a espécie e está relacionada a uma mutação radical no
conglomerado de genes dos hominídeos mais antigos.
No momento, a Linguística não tem nenhuma base para
optar entre essas hipóteses. A linguagem falada é um bem
imaterial. Assim, de seu passado nada sobrou. Não temos, por
exemplo, o menor indício de como teria sido o estágio semiótico
imediatamente anterior à linguagem propriamente humana, isto é,
aquela anterior à nossa linguagem. (...)
GABARITO:
1) Gab: B
2) Gab: A/B
3) Gab: D
4) Gab: C
5) Gab: C
6) Gab: C
7) Gab: C
8) Gab: C
9) Gab:
A) "zoando", "a gente", "a gente… vamos".
B)  Em "estão o gosto": há um erro de concordância.
Corrigindo: "está o gosto" ou "estão os gostos". Além disso,
podem ser apontadas:
 Em "a candidata ao vestibular" há duas inadequações
semânticas:
1ª: a moça não se candidata a um vestibular, mas a uma vaga
em alguma faculdade;
2ª: tem-se a impressão de que a candidata fala a alguém e esse
alguém é o vestibular, já que se diz algo a alguém.
 Em "... por literatura e inglês, que estuda há oito
anos" há uma ambiguidade. Não se sabe se a candidata
estuda inglês, literatura ou ambos há oito anos.
10) Gab: B
11) Gab: B
12) Gab: B
13) Gab: A
[FARACO, Carlos Alberto. No rastro da fala. Revista Discutindo Língua Portuguesa,
ano 1, n. 3, p. 18-21. (fragmento adaptado)]
14) Gab: E
Questão 20) Observe o aviso fictício abaixo e assinale a
alternativa incorreta, de acordo com a gramática tradicional:
15) Gab: D
ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
Pessoas portadoras de necessidades especiais, idosos
com 60 anos ou mais, gestantes, lactentes e pessoas
acompanhadas por crianças de colo tem atendimento prioritário.
16) Gab: C
17) Gab: F
Lei Federal no 10.048 de 08 de novembro de 2000.
Verifica-se, no aviso acima, um “circunlóquio”, isto é, um
conceito poderia ter sido expresso de forma mais concisa;
B) Há o emprego de um parônimo que compromete
parcialmente a lógica do enunciado;
C) Ocorre equívoco ortográfico no registro do verbo;
D) Observa-se a repetição desnecessária de um substantivo;
E) Há pelo menos um caso em que não são observadas as
regras de concordância nominal previstas pela norma culta
do português brasileiro.
A)
18) Gab: E
19) Gab: B
20) Gab: E
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