o que eles dizem Paulo Burmann Felipe Müller Eduardo Rizzatti (Diretor do Centro de Ciências Rurais. Seu vice é Thomé Lovato) n Diretor do Centro de Tecnologia (CT), é formado em Engenharia Civil pela UFSM n Natural de Silveira Martins, tem 53 anos. Professor da UFSM desde 1992. Foi chefe do Departamento de Estrutura e Construção n Concorre pela primeira vez a reitor. Em 2009, apoiou o então candidato a reitor Felipe Müller n Filiado ao PDT n Nossa universidade vive um dilema baseado no preconceito com relação à sociedade. Se busca relação com os movimentos sociais, O senhor pode ser estigmatizada como uma universidade de esquerda. Se acha que busca relação com as empresas, vai ser taxada de direita. Se busca a UFSM é relação com os agentes públicos e políticos, vai estar carregando a próxima da bandeira daquele partido. A UFSM não pode se atrelar a esse tipo comunidade? de preconceito e se afasta na medida que acontece esse tipo de situação. Acaba segregando a universidade, e isso é preocupante. n No momento em que se tem 28 mil estudantes, 5 mil servidores do quadro, 2 mil servidores terceirizados, demonstramos a aproximação. Temos a incubadora de projetos sociais, incubadora de base tecnológica, o polo de inovação, os projetos desenvolvidos no Parque Tecnológico, a proximidade com a Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm). A missão da instituição é fazer um bom ensino, pesquisa e extensão, mas também estar dentro da sociedade como o único parque da cidade, um teatro e um hospital universitário. n Infelizmente, acredito que não. Para começar, temos que definir o que é uma política de extensão. Ao conversar com as pessoas da comunidade universitária, dificilmente sabem qual é. Os problemas que afetam a comunidade nos afetam também. Hoje, a gente vê um distanciamento da comunidade por parte da Reitoria. Este é um dos pilares da nossa campanha: atuar fortemente junto com a comunidade. Não apenas no município de Santa Maria, mas em todos os municípios da região. O que o senhor pretende fazer em relação a superlotação dos ônibus para o campus? n Nós queremos uma gestão mais próxima sobre a realidade do transporte público em relação a UFSM. É preciso uma articulação intensa da reitoria com o poder público e as empresas. É fundamental que estejamos juntos, discutindo e apresentando soluções. A universidade tem condições de participar ativamente dessa discussão. n Estamos trabalhando fortemente junto às empresas de ônibus e com o governo federal para que o projeto da Faixa Nova tenha faixas exclusivas, em ambos os lados, para ônibus. Queremos também que o governo municipal olhe, com atenção, para esses três acessos à federal e ajude a minimizar esses gargalos. Também estamos trabalhando junto às empresas de ônibus para que tenhamos melhorias nos horários, revisão de linhas internas e um parque dentro do campus, que funcione como um terminal de embarque e desembarque. n Segundo os empresários, há mais de 40 horários de ônibus para a universidade. E um dos problemas que eles alegam é que os ônibus têm ficado parados na rua (engarrafamentos). Enquanto não tivermos esses acessos duplicados, vamos continuar com o problema dos ônibus parados. Uma medida alternativa é nós nos aproximarmos da prefeitura, tentando uma parceria para que sejam asfaltados aqueles 1,8 mil metros da estrada de Pains, o que ajudaria a desafogar os acessos à instituição. n O Hospital Universitário é de responsabilidade da Reitoria e vai ser tratada como tal. O reitor deve ter um papel político importante no processo de qualificação da estrutura física do Husm e recomposição do quadro de servidores. É uma gestão que teremos de trabalhar junto ao Ministério da Saúde. Precisamos, mais uma vez, conversar com prefeitos, vereadores e deputados para que possamos, a partir de um diagnóstico robusto da situação, levar ao ministério propostas que atendam as reivindicações da comunidade, dos servidores, dos usuários do Hospital Universitário. n O Husm é um órgão suplementar do Gabinete do Reitor. É o reitor quem preside o Conselho de Administração do Hospital Universitário. Tenho buscado soluções para problemas do Husm. Hoje, já está em construção um novo centro de UTIs, com 60 novos leitos, além de adequações de espaço do hospital para tomografia computadorizada, acelerador linear, oncologia. E, por vezes, não há outra alternativa senão trabalhar com 160% da capacidade de lotação, até porque a população não quer saber se não há leitos, ela quer atendimento. Estamos sempre no limite, mas dando conta. n A relação da Reitoria com o hospital deve ser muito próxima. Fomos lá algumas vezes e vimos a situação das pessoas, com necessidades, sofrendo. E quando a gente constata que temos equipamentos nos subsolos, dentro das caixas, que não podem ser utilizados por falta de obras, de reformas, nos corta o coração. Na nossa administração, vamos ter, na Pró-Reitoria de Infraestrutura, um setor direcionado especificamente ao Hospital Universitário. É importante ter laboratórios, mas, quando se trata do sofrimento de pessoas, normalmente, das mais necessitadas, a prioridade são elas. n Sou filiado ao PDT, e acho que a democracia se faz a partir dos partidos políticos. É um dever de cidadania estarmos filiados e atentos ao que está acontecendo no cenário político. Muito se discute neste momento em que há um grande movimento nacional no sentido da mudança que precisa ser feita, e isso repercute dentro da universidade. n Não sou filiado. Está se vendo todo um repensar dos partidos políticos por meio dessas manifestações. Para que os partidos e os próprios políticos repensem o seu papel e que precisam estar mais vinculados às demandas da população. Agora, resta ao partidos terem maturidade de discutir os rumos do país e, consequentemente, a função das siglas partidárias. n Sou filiado ao PDT, mas não tenho uma militância forte. Sou do tempo em que Silveira Martins se emancipou. Fui o primeiro presidente do PDT de lá, mas, desde que vim para cá, não militei. Hoje, temos um grande partido que se chama UFSM. Queremos lutar e estamos nos colocando à disposição da comunidade universitária. n O governo vem acenando com essa possibilidade. No entanto, precisamos compreender que a UFSM tem suas características e O Enem vai sua inserção regional, que precisa ser contemplada no processo acabar com o seletivo. Na medida em que não tivermos um processo seletivo que vestibular? corresponda às expectativas da comunidade, estaremos gerando outro problema, que envolve a permanência do estudante na instituição. Implicaria, também, em um aumento na evasão. n Temos mantido nossa autonomia no processo seletivo porque temos uma interferência muito positiva nas escolas por meio do programa seriado. Mantivemos o vestibular na primeira quinzena de dezembro para que o programa seriado se mantivesse e conseguíssemos manter a autonomia. Entendemos que o Enem é um exame necessário, mas temos nossas restrições enquanto ele só tiver uma prova por ano sem regionalização mais efetiva. n Acredito que não. A UFSM utiliza o resultado da prova do Enem sempre que há tempo hábil para isso, e deixa de receber recursos da União por não aplicá-lo de forma mais ampla. Concordamos com esse ponto de vista da administração atual. O ideal seria um Enem regional. Da forma como é feito atualmente, é complicado pelo fato de o país apresentar realidades muito distintas. n Este é um assunto que precisa ser debatido, que precisa transcender os temas que têm sido colocados, como um apelo coO senhor mercial ou coisa parecida. Precisamos ter independência enquanto pretende universidade e estabelecer a melhor alternativa para a instituição, manter o sem que isto venha ferir os interesses da sociedade como um todo. vestibular em Isso é extremamente importante, e o debate precisa ser ampliado, dezembro ou para que se tome uma decisão consciente e madura e atenda aos voltará a ser interesses da coletividade. em janeiro? n Fizemos uma pesquisa no último vestibular, com os candidatos, com as famílias e com os professores de cursinho, e 82% disseram que estavam satisfeitos com a data das provas, principalmente aqueles que faziam o processo seriado. Eles terminavam os seus conteúdos nas escolas e, imediatamente, podiam fazer a sua prova e passar o final de ano com suas famílias sem nenhum estresse por causa do vestibular. Estamos trabalhando sem nenhuma perspectiva de mudança, mas são os conselhos superiores que aprovam os editais com as datas apresentadas. Tudo precisa de tempo e, com o vestibular em dezembro, podemos receber bem os alunos. n A data do vestibular é uma questão interna da universidade e depende de outros órgãos como a Coperves (Comissão Permanente do Vestibular) e o Derca (Departamento de Registro e Controle Acadêmico). Esses órgãos poderão nos dizer quais as possibilidade de voltar para janeiro ou mais para o final do ano. Por quê? Para não coincidir com as provas finais do Ensino Médio e, consequentemente, para não comprometer os estudos desses jovens. Se o Derca puder estender esse prazo para janeiro, vamos tentar. Tudo isso, obviamente, com diálogo e com decisão, respeitando os órgãos e os conselhos superiores da Federal. QUEM É (Professor do Centro de Ciências Rurais. Seu vice é Dalvan Reinert) n Reitor da UFSM desde 2010, é candidato à reeleição. Formado em Engenharia Elétrica pela UFSM n Natural de Taquara (Vale do Sinos), tem 46 anos. Professor da UFSM desde 1992. Foi vice do reitor Clóvis Lima entre 2006 e 2009. Dá aulas nos cursos de pós-graduação em Engenharia de Produção e Informática da UFSM n Não tem filiação partidária Como deve ser a relação do reitor com o Husm? O senhor tem ciência dos problemas do hospital? O senhor é filiado a algum partido? O que pensa sobre a política do país? (Pprofessor do Centro de Ciências Rurais. Seu vice é Paulo Bayard) n Diretor do Ciências da Saúde. Formado em Odontologia pela UFSM n Natural de Catuípe (região das Missões), tem 55 anos. Professor da UFSM desde 1989, já foi coordenador do curso de Odontologia n É candidato a reitor pela quarta vez. Em 1997, foi candidato a vice-reitor. Em 2005 e 2009, foi candidato a reitor n Filiado ao PDT