A.3.2 - Ensino de Física Uma análise quantitativa dos estudos publicados sobre o Ensino da Teoria da Relatividade Especial e Geral. 1 Leandro Londero . 1. Professor de Departamento de Educação do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE) da UNESP/SP; *[email protected] Palavras Chave: Ensino de Física, Revisão de Literatura, Teoria da Relatividade Restrita e Geral. Introdução Este estudo partiu da constatação da ausência, na literatura consultada, de uma investigação que apresente um balanço das produções já realizadas sobre o Ensino da Relatividade Especial e Geral. Perante isso, nosso trabalho teve por objetivo realizar uma revisão bibliográfica analisando aspectos quantitativos e qualitativos referentes a produção acadêmica sobre o Ensino da Relatividade Especial e Geral, tomando como fonte de informações as atas de congressos científicos, Teses e Dissertações e artigos publicados em periódicos científicos. Procuramos resposta para a seguinte pergunta: Qual a frequência de estudos sobre o Ensino da Teoria da Relatividade Espacial e Geral nos diferentes meios de publicação revisados? Resultados e Discussão Optamos por revisar as atas de três congressos que consideramos como os de maior expressão em nossa comunidade nacional, são eles: Simpósio Nacional de Ensino de Física - SNEF (I até a XX edição), Encontro de Pesquisa em Ensino de Física – EPEF (I até a XV edição) e o Encontro Nacional de Educação em Ciências - ENPEC (I até a IX edição). Além das atas de congressos, identificamos as Teses e Dissertações defendidas em Programas de Pós-graduação que tratam do tema. A catalogação das teses e Dissertações foi realizada por meio de consulta ao Banco da CAPES. Por fim, revisamos os trabalhos publicados em periódicos científicos(5 brasileiros e 13 internacionais). Mapeamos 146 estudos, sendo 01 tese, 16 dissertações, 48 trabalhos publicados nas atas de congressos (23 no SNEF, 15 no EPEF e 10 no ENPEC) e 81 artigos. As produções brasileiras, no que se refere as Teses e Dissertações, foram desenvolvidas em 11 programas de pós-graduação, de 10 instituições públicas, de 7 unidades federativas e concentram-se no eixo Sul-Sudeste (07) e Nordeste (03), sendo 13, entre os 17 estudos, em programas da área de Ensino. As principais instituições de produção foram a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (03 estudos), por meio de seu Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física, e a Universidade Federal de Santa Catarina (03 estudos), por meio de seus Programas de Pós-Graduação em Alfabetização Científica e Tecnológica e em Educação. Esta distribuição esta de acordo com a observação pontuda por Megid Neto (2007), “indicando haver centros já́ consolidados e de ampla produção de pesquisa na área, convivendo com instituições cuja produção – pequena e ocasional – não denota a existência de grupos de pesquisa consolidados ou com interesse regular na área” (p. 346). Verificamos a predominância de pesquisas voltadas para o Ensino Médio (13) e Educação Superior (04). Dos 13 destinados ao Ensino Médio, 07 foram realizados em cursos de mestrado profissional, ou seja, por professores em regência de classe, e 07 em cursos de mestrado acadêmico. Todos os 04 direcionados ao Ensino Superior foram desenvolvidos em cursos de formação de professores de física. Notamos, ainda, que 04 estudos foram defendidos em 2005, ano de comemoração mundial da física. A predominância de pesquisas voltadas para o Ensino Médio pode ser justificada pelo perfil dos pósgraduandos que se dedicam a pesquisa em ensino de física, em geral, estudantes que concluíram recentemente a graduação ou professores que já se encontram em exercício profissional naquele nível de ensino. Em relação as atas dos congressos, evidenciamos que o SNEF apresenta a maior quantidade de trabalhos (23 em 20 edições), seguido pelo EPEF (15 em 15 edições) e pelo ENPEC (10 em 09 edições). A maior quantidade de trabalhos no SNEF pode ser justificada em virtude do maior número de edições já realizadas. Por outro lado, a maior frequência de trabalhos mapeados no SNEF e EPEF pode ser justificada pelo fato desses eventos serem destinados especificamente ao Ensino de Física, enquanto que o ENPEC é um congresso que engloba outras subáreas do Ensino de Ciências. Somando as edições dos três eventos, temos um total de 44 edições e um conjunto de 48 produções, o que nos da uma média de pouco mais de um trabalho por edição (1,09). A maior quantidade de trabalhos apresentados (06) ocorreu na XVIII edição do SNEF, que ocorreu em 2007. Por outro lado, a maior publicação de trabalhos ocorreu no ano de 2011 (08). No que diz respeito a frequência em periódicos, constatamos que os brasileiros publicaram 17 artigos, enquanto que os periódicos do exterior foram responsáveis por 64. Este índice pode ser justificado em virtude de encontrarmos um conjunto maior de periódicos no exterior. Entre os brasileiros, o CBEF é o que apresenta a maior quantidade de artigos (07), seguido pela RBEF (05). Isso pode ser justificado tanto por eles serem destinados ao Ensino da Física como pelo fato de serem os mais antigos, entre aqueles do campo da Educação em Ciências. Esta constatação também pode ser observada no levantamento dos periódicos do exterior, sendo a Physics Education a que apresenta o maior número de produções (21). Vale a pena destacar que a primeira publicação data de 1965, na revista The Physics Teacher. Conclusões Os índices obtidos permitem afirmar que a área de Ensino de Física possui um conjunto expressivo de produção acadêmica destinada ao Ensino da Relatividade Especial e Geral. Ressaltamos a necessidade de promover a desconcentração regional das produções e, portanto, o desenvolvimento equânime nas diferentes regiões do Brasil. Agradecimentos O autor agradece a Fundação de Apoio à Pesquisa de São José do Rio Preto (FAPERP) pelo auxilio concedido. Referências MEGID NETO, J. Três décadas de pesquisas em Educação em Ciências: tendências de teses e dissertações (1972-2003). In: R. Nardi. (Org.). A pesquisa em ensino de Ciências no Brasil: alguns recortes (pp. 341355). São Paulo: Escrituras, 2007. 67ª Reunião Anual da SBPC