Circular nº 090/2013 Brasília, 20 de maio de 2013 Às Seções Sindicais, às Secretarias Regionais e aos Diretores do ANDES-SN Companheiros, Encaminhamos o relatório da reunião do ANDES-SN com o Secretário da SESu realizada no dia 17 de maio do corrente ano. Sendo o que tínhamos para o momento, renovamos nossas cordiais saudações sindicais e universitárias Prof. Márcio Antônio de Oliveira Secretário-Geral 1 RELATÓRIO DA REUNIÃO DO ANDES-SN COM O SECRETÁRIO DA SESU/MEC Dia 17 de maio de 2013, às 15h30 Presentes pelo ANDES-SN: Marinalva Oliveira, Luiz Henrique Schuch, Fausto de Camargo Junior, Josevaldo Pessoa da Cunha e Marcos Pedroso. Presentes pela SESU/MEC: Paulo Speller, Adriana Rigon Weska e Camila Diógenes. Marinalva entregou ao secretário: Exemplar do Caderno 2 (proposta do ANDESSN para a Universidade Brasileira); Revista Dossiê Nacional 3 (Precarização das condições de trabalho); última edição da Revista Universidade e Sociedade; Pauta do Setor das IFES aprovada no 32º Congresso do ANDES-SN (protocolada no MEC desde março); Pauta sobre precarização protocolada durante a greve do ano passado; Documento enviado aos parlamentares a respeito da MP 614/2013. Logo após, Marinalva fez um resgate dos últimos encontros com o MEC (Ministro e SESU, ainda sob a direção de Amaro Lins), propôs priorizar nessa reunião dois pontos: 1- Iniciativas para reverter a precarização das condições de trabalho destacando a necessidade de vagas (docentes e técnico-administrativos) e infraestrutura; 2- Reestruturação da Carreira docente dos professores das IFE, e para dar curso ao estabelecimento de um processo permanente de interlocução com o MEC resultante da audiência com o Ministro, entregou documento – Carta nº 102/2013 - propondo diversos pontos de pauta para a sequência das reuniões (carreira docente; infraestrutura e concurso; expansão das IFES; CAP e CEFET; pesquisa e pós-graduação; aposentadoria dos docentes das IFE; público e privado no ensino superior – papel do governo). Os representantes do ANDES-SN em seguida abordaram os pontos que se seguem: Sobre precarização das condições de trabalho - A situação de graves deficiências é o panorama geral, a greve do ano passado trouxe a tona elementos objetivos e uma boa parte é retratada no Dossiê Nacional. Durante a última reunião na SESU o secretário anterior disse que o Ministério reconheceu que há 2 problemas e que o Ministro havia priorizado resolvê-los e por isso estava chamando todos os reitores. Assim, o ANDES-SN queria saber do secretário que providências concretas estão sendo tomadas, solicitou o material resultante do processo que a SESU estabeleceu com os reitores e a previsão de recursos e os prazos para que os problemas identificados sejam resolvidos. Preliminarmente foi antecipado ao secretário que há pelo menos duas grandes interrogações diante das repetidas afirmações oficiais de que está sendo atendido o que foi pactuado. A primeira: o que teria sido pactuado nunca foi revelado, pois os Termos de Acordos de Metas foram escondidos pelos reitores e pelo governo durante esses 5 anos, mesmo depois que o MEC se comprometeu a divulgá-los no Portal (apenas 6 desses termos vazaram à época). A segunda é que, quando os problemas decorrentes da expansão sem a necessária contrapartida se avolumaram, os próprios reitores passaram a criar cursos além da previsão inicial para justificar novas solicitações ao MEC, impulsionando um ciclo vicioso que só tem ampliado a precarização. Vagas para ampliação dos quadros de pessoal - O sindicato lutou no Congresso Nacional pela urgência na aprovação do chamado PL de vagas e já solicitou ao MEC liberação de todas aquelas vagas para concurso. Na reunião anterior com a SESU foi fornecido quadro com o resumo dos blocos de liberação, porém questões preocupantes ficaram pendentes, entre elas: mesmo depois de todo este tempo decorrido desde a aprovação do PL, muitas vagas ainda não estão liberadas; mesmo sendo um quantitativo importante de cargos, ele não cobre as necessidades do passivo anterior, somadas às necessidades criadas pelo REUNI; essa evidente insuficiência se agrava, quando agora parcela elevada daquele quantitativo começa a ser alocada para cobrir novos programas que o governo tem anunciado; ainda não está claro como será operada a dualidade de conceitos postos no PL em relação aos cargos de docentes criados, entre aqueles que são reconhecidos como novos cargos e aqueles que são tratados como “códigos de vagas” (e seus cruzamentos com o quantitativo de professores substitutos, o banco de professor equivalente e os regimes de trabalho docente); a dramática falta de trabalhadores técnico-administrativos em todas as IFE, desde as áreas administrativas até as unidades acadêmicas onde muitas atividades inerentes ao trabalho de servidores públicos estão a descoberto ou sendo executadas por estudantes; o ANDES-SN lutou no Congresso Nacional pela urgência na aprovação da “Lei das vagas”, mas agora o governo precisa 3 liberar todos os cargos, no máximo até julho de 2013, havendo necessidade de providências tempestivas quanto às necessidades de pessoal ainda identificadas, no que o governo, tem falhado e o exemplo do PL é eloquente (quando as providências para suprir necessidades de pessoal ocorrem somente após o problema já estar instalado a situação fica caótica pois há demora previsível de alguns anos desde que um projeto de lei destinado a criar cargos entra no Congresso Nacional, até que efetivamente as vagas sejam liberadas e preenchidas). Foi levantada a questão das vagas EBTT, considerando as necessidades dos CEFET, Colégios de Aplicação e outras escolas vinculadas as Universidades, cogitando-se a necessidade de tratar o assunto conjuntamente com a SETEC. Carreira docente - O governo não negociou a reestruturação da carreira em 2012. O ANDES-SN apresentou e reapresenta agora proposta concreta. É evidente de que a Lei 12.772/12 não encerra o assunto, tanto é que o Poder Executivo acaba de tomar medida unilateral para alterá-la. Mas o faz de forma autoritária e sem enfrentar os problemas centrais, ao contrário, incide sobre falsos problemas que só evidenciam algumas das contradições impostas pelo governo. O Sindicato cobra do MEC a abertura de espaço para negociação efetivo sobre a carreira docente. Tomando a palavra o Secretário Paulo Speller apresentou as boas vindas aos representantes do ANDES-SN dizendo que conversou com o Ministro sobre esta reunião e confirmou a declaração do secretário anterior da SESU de que o Ministro está empenhado em resolver as necessidades identificadas nas IFE. Informou que ocorreu um processo este ano com os reitores (ele próprio participou do inicio desse processo como reitor) para estabelecer uma pactuação planejada sobre o que deveria ser priorizado. Em seguida, passou a palavra para Adriana que, resumidamente, manifestou o seguinte: Sobre precarização das condições de trabalho - O MEC organizou um sistema de monitoramento três vezes por ano, especialmente em relação à infraestrutura das IFE. Neste último ano em especial, até em decorrência do que a greve nos trouxe. Em fevereiro ouvimos os 59 reitores (e suas equipes) a partir de um roteiro prévio que solicitava que a manifestação abordasse objetivamente necessidades de salas de aula, laboratórios, bibliotecas, salas de professores, restaurante universitário e moradia estudantil. Algumas reitorias já apresentaram 4 Projetos Executivos em condições de licitar, outras propostas ainda não estavam neste estágio. Há um sistema eletrônico no MEC para acompanhar tudo isso. As prioridades que já têm Projeto Executivo estão recebendo autorização para começar e os que ainda não apresentaram, ficaram de trazer ao MEC até junho para planejarmos a alocação de recursos (cabendo no orçamento podem ser recursos deste ano ou então para prever no orçamento de 2014). Disse que o cronograma de expansão, em média, está com dois anos de atraso e que o MEC tem indicadores para esse acompanhamento. Vagas para ampliação dos quadros de pessoal - O MEC tem liberado cargos criados pela “Lei das vagas” para abertura de concursos, conversando com os reitores e com outros setores do governo e tem um cronograma em curso, abrangendo o que fora pactuado na expansão e os compromissos abertos com outros programas, tais como: Educação Bilíngue, Pronacamp (44 novos cursos), Expansão do Ensino Médico, além de alguns ajustes em Universidades da região norte, já que o governo continua tendo como meta, em média a relação 18/01, ajustada pelo fator redutor relacionado à pós-graduação. Destaca a necessidade de atenção para que, em torno de dez mil são os chamados “códigos de vagas”, estes destinados a cobrir necessidades do Banco de Professor equivalente, quando há interesse em desdobramento de regimes de trabalho, de DE ou 40h para 20h (como é o caso em algumas áreas como a medicina) e também para cobrir a força de trabalho que era desenvolvida por professores substitutos contratados sem referência com cargos existentes, pois o quadro de substitutos teria sido inchado no final dos anos 90. Em relação aos cargos de técnicoadministrativos, também entraram no debate com os reitores, mas o MEC tem pactuado com a ANDIFES uma relação de 15/1 como referência (15 estudantes para um técnico-administrativo), destacando que a maioria das IFE está acima dessa relação e alguns problemas advém de distribuição não homogênea dentro das próprias IFE. Reconhece um passivo anterior ao REUNI e acrescenta que neste momento algumas vagas existem, mas não há espaço orçamentário porque parte do limite orçamentário de Pessoal foi para o reajuste salarial. Diante da solicitação dos dados feita pelo ANDES-SN, o Secretário Paulo Speller retomou a palavra liberando Adriana para que se deslocasse para outra reunião. Disse que participa intensamente da vida das universidades federais durante muitos anos, foi reitor até recentemente e deseja recuperar o papel da SESU/MEC na política nacional, inclusive em relação às instituições privadas e destaca a necessidade de 5 enfrentar a questão da autonomia das Universidades Federais (sem saber ainda como tratar, se via uma lei orgânica ou outro mecanismo). Comentou que o governo precisou agir emergencialmente para contornar problemas identificados na Lei 12.772/12. A respeito dos dados, disse que todos os dados são públicos e estão à disposição, mas que precisam ser extraídos de forma compreensível para atender a essência das necessidades de quem os solicita. Ao final, houve acordo em relação aos seguintes encaminhamentos: 1Aprovar os itens da pauta proposta pelo ANDES-SN para estabelecer uma agenda de mais fôlego, com cronograma de reuniões previamente marcadas, entre o Sindicato Nacional e a SESU/MEC; 2Marcar uma reunião para o dia 27/05, segunda-feira, às 15h, de caráter mais técnico, para definir os dados que o MEC vai fornecer; 3Marcar nova audiência com o secretário da SESU para o dia 5 de junho, especificamente para tratar da carreira docente e organizar a continuidade da agenda. A reunião foi encerrada às 17h15 6