Geopolítica: Quais são e o que querem os territórios que brigam por independência? Os movimentos separatistas surgem por diferentes motivos. Podem ter cunho político, étnico ou racial, religioso ou social. Em sua maioria, trata-se de colônias ou territórios pequenos que se sentem desvalorizados pelos governos principais de seus países e buscam na independência uma forma de valorizar e garantir mais direitos e investimentos à sua população. Quando uma região ou território se torna independente mudam-se fronteiras, alianças, relações econômicas e blocos, e os “novos” países têm que iniciar uma série de reformas, criando instituições próprias como Banco Central, Forças Armadas, entre outras, e o “novo” país precisa ser reconhecido por outros países. Em 2014, a Escócia realizou um plebiscito para se tornar independente em relação ao Reino Unido. Em um dia histórico, 53% dos 3,6 milhões de eleitores votaram pelo “não”. Os partidários da independência, liderados pelo SNP (Partido Nacional Escocês), maioria no parlamento, buscam mais liberdade constitucional e autonomia fiscal, o que, segundo os críticos, estão centralizadas demais na Inglaterra. País de Gales: Também deseja se separar do Reino Unido. Em um referendo em 2011, 63,49% dos eleitores votaram a favor da atribuição de maiores poderes à Assembléia Nacional de Gales. Irlanda do Norte: Os irlandeses devem realizar um plebiscito sobre a independência em relação ao Reino Unido em até quatro anos. O Exército Republicano Irlandês, mais conhecido como IRA (do inglês Irish Republican Army), é um grupo paramilitar católico e reintegralista, que pretende a separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e reanexação à República da Irlanda O país convive há anos com os desejos de independência dos catalães e bascos, motivados, principalmente, pelo desejo de manter suas tradições culturais. Catalunha: Um referendo sobre a independência acontece em novembro de 2014; a Espanha já declarou que o referendo é inconstitucional. A Catalunha se considera um território a parte. É uma comunidade autônoma, tem autossuficiência legislativa e competências executivas, além de ter o próprio idioma, o catalão. Com a independência querem mais autonomia e o fortalecimento da sua cultura. País Basco: Localizado no norte da Espanha, a oeste da França, busca separação desde 1959, quando nasceu o grupo separatista ETA (sigla para “País Basco e Liberdade”). O grupo propagou pela luta armada o desejo de independência, o que o fez ser considerado uma organização terrorista pela União Européia e EUA. EX-UNIÃO SOVIÉTICA Muitos movimentos separatistas que existem hoje na área da antiga União Soviética (composta pelos países Rússia, Ucrânia, Bielorrússia, Transcaucásia, Estônia, Lituânia, Letônia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguizão e Tadjiquistão) ainda remontam da época do final do país, em 1991, que deu à região uma nova configuração, com novos países. Muitos territórios ainda brigam pelo reconhecimento de sua independência. Ossétia do Sul (Geórgia): Com o fim da URSS essa área foi entregue à Geórgia. A partir daí, uma série de conflitos ocorreu entre russos e georgianos pelo controle da região. A Ossétia do Sul declarou independência em 2008, reconhecida apenas por Rússia, Venezuela, Nicarágua, Nauru e Tuvalu. EUA, UE (União Européia) e ONU não reconhecem a separação. Abecásia (Geórgia): A Abecásia se considera um Estado independente desde a derrota das forças georgianas na guerra de 1992-1993. No entanto, sua independência não foi reconhecida pela ONU. Nagorno-Karabakh (Azerbaijão): Em Nagorno-Karabakh a maioria da população é armênia. O território declarou sua independência em relação ao Azerbaijão, mas esta não foi reconhecida por nenhum país. O desejo dos separatistas é unir-se ao território da Armênia.