CONTRIBUIÇÃO DE CHIQUINHA GONZAGA MUSICADO: relação de peças (1883-1936) AO TEATRO Por Edinha Diniz* 1883 — VIAGEM AO PARNASO de Artur Azevedo (1855-1908). Consta que houve recusa do empresário em montar a peça por ser musicada por uma mulher. Com este título o autor estreou a revista do ano de 1890 em 3 atos no dia 10/3/1891, no Teatro Apolo. Segundo Aluízio Azevedo, filho de Artur, esta era uma comédia no 1.º e 3.º atos, enquanto a revista de 1883 era mantida no 2º ato. Em 1904, Artur Azevedo fundiu a peça transformando-a em “A Fonte Castalha”1. Material musical: parte incompleta de piano e canto, total de 8 músicas, (MS) autógrafo. 1884 — FESTA DE SÃO JOÃO de Chiquinha Gonzaga. Opereta em 1 ato e 2 quadros, ou peça de costumes campestres. O libreto estava escrito desde 1880. Material: parte completa de piano e canto, total de 15 músicas, (MS) autógrafo. 1885 — 17 de janeiro. Estreia de A CORTE NA ROÇA de Palhares Ribeiro. Opereta em 1 ato. Teatro Príncipe Imperial. Companhia Sousa Bastos. Música original de Francisca Gonzaga. Material: partes de orquestra, completa, total de 8 músicas, (MS) cópia. 1885 — 23 de maio. Estreia de A FILHA DO GUEDES de Augusto de Castro (1833-1906), adaptação de comédia francesa em 3 atos. Teatro Recreio Dramático. Música original de Francisca Gonzaga. Material: parte completa de piano e canto, total de 9 músicas, (MS) autógrafo. 1886 — 12 de janeiro. Estreia de A MULHER HOMEM de Valentim Magalhães (1859-1903) e Filinto de Almeida (1857-1945). Revista cômico-fantástica dos acontecimentos de 1885, em 1 prólogo, 3 atos e 11 quadros. Teatro Santana. Empresa Heller. Música de Francisca Gonzaga, Henrique Alves de Mesquita, Carlos Cavalier, Miguel Cardoso e Henrique Magalhães. Nota: ainda estava em cartaz em 21 de junho. Material: parte de piano e canto, total de 7 músicas, (MS) autógrafo. 1886 — 15 de abril. Apresentação de HÁ ALGUMA NOVIDADE? Nota: A única notícia deste trabalho vem no anúncio do Jornal do Commercio deste dia: “Teatro Lucinda — cançoneta cômica, letra do espirituoso escritor Dr. Moreira Sampaio, música da distinta maestrina brasileira D. Francisca Gonzaga, escrita expressamente para o beneficiado, que a desempenhará no quadro da caixa do T. S. Pedro de Alcântara, da própria peça — O Bilontra — por ocasião de apresentar o tipo de um conhecido barbeiro desta corte”. Tratava-se do ator Peixoto. (V. Catálogo de músicas.) 1886 — O DESTINO (O QUE É O DESTINO!) Comédia em 1 ato de José Bento D’Araújo Assis. Nota: Consta como tendo sido representada em Sapucaia. O único material existente restringe-se a uma cópia manuscrita do texto onde há anotação de que é propriedade de L. Gil (Lopo Gil Ribeiro) e Olympia (atores da peça). Oferecida por D. Augusta. Sapucaia, 27 de abril de 1886. 1887 — 29 de janeiro. Estreia de ZÉ CAIPORA de Oscar Pederneiras (1860-1890). Revista cômica dos acontecimentos de 1886, em 1 prólogo, 3 atos e 9 quadros. Teatro Príncipe Imperial. Companhia de Operetas, direção do ator Machado. Música “das mais afamadas operetas, dos mais festejados maestros e trechos originais sobre motivos populares”. Grande orquestra sob a direção do maestro Francisco Gomes de Carvalho. Música ensaiada pelos maestros Francisco Gomes Carvalho e J. Pinto. Grande banda de música. Dia 12 de fevereiro: “14ª representação da aparatosa revista”, inauguração do novo cenário “representando a Rua Sete de Setembro vendo-se ao mesmo tempo o Clube dos Fenianos por ocasião do incêndio, com grande efeito”. (Gazeta de Notícias.) A peça ainda era representada em 27/3/1887. Material: parte de piano e canto, total de 5 músicas, (MS) autógrafo. 1889 — 18 de janeiro. Estreia de ABOLINDEMREPCOCHINDEGO! de Valentim Magalhães (1859-1903) e Filinto de Almeida (18571945). Revista do ano de 1888. Teatro Lucinda. Música original de Francisca Gonzaga. Material: parte completa de piano e canto, total de 6 músicas, (MS) autógrafo. 1889 — 26 de janeiro. Reapresentação de A MULHER-HOMEM no Teatro Fênix. 1890 — De 13 DE MAIO A 15 DE NOVEMBRO de Furtado Coelho (1831-1900). Comédia em 3 atos. Teatro Lucinda. Nota: Encontramos notícia da peça na Gazeta de Notícias, 1/3/1890 a 16/3/1890, sem referência explícita à maestrina. Talvez tenha participado com a inclusão da música “Caramuru” (V. Catálogo de músicas). 1890 — 24 de abril. Estreia de O CRIME DO PADRE AMARO, extraído do romance de Eça de Queiroz por Augusto Fábregas (1859-1893). “Peça anticlerical” em 6 atos e 7 quadros. Teatro Lucinda. Em cartaz até 22 de junho (41ª representação). “O Crime do Padre Amaro. Peça de escândalo ou de combate ultrarealista ou disparatada, como quiserem. O Crime do Padre Amaro veio sacudir os nervos frouxos e pudibundos da crítica imparcial, que por um triz não pediu para o Sr. Fábregas o 23. E diante de tanta celeuma, o público com o seu bom senso quer julgar por si, e vai enchendo o Lucinda, onde hoje se representa a amaldiçoada peça”. (Gazeta de Notícias, 28/4/1890.) Foi, a principio, proibida pelo Conservatório Dramático2. Tinha dois números de música, compostos expressamente para a peça por Chiquinha Gonzaga: 1.º) “Como em sonho!” — barcarola; e 2.º) “Meditação” para piano. 1890 — OS MISTÉRIOS DO CONVENTO de Navarro de Andrade (1835-1891). Drama em 3 atos. Teatro Lucinda. Notas: 1) O Jornal do Commercio anuncia a peça de 29/7/1890 a 10 de agosto, sem referência explícita à maestrina; 2) Segundo Galante de Souza, o drama era em 5 atos e este mesmo autor fez representar no Teatro Lucinda em 1890 a paródia “A Prisão do Padre Amaro”3. 1890 — 14 de outubro. Estreia de A DAMA DE OUROS arranjada por Soares de Souza Junior (1851-1893). Zarzuela em 3 atos. Teatro Variedades. Música dos maestros Chueca, Valverde e Francisca Gonzaga. 1890 — 14 a 23 de novembro. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO. 1891 — 23 a 28 de setembro. Representação de A DAMA DE OUROS no Teatro Variedades. 1891 — 22, 27 e 31 de dezembro. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO no Teatro Lucinda. Companhia Dramática. Empresa da atriz Amelia da Silveira. Direção do ator Eugenio de Magalhães. 1891(?) — CORA de Furtado Coelho (1831-1900). Ópera cômica em 3 atos. Listada por J. Gonzaga como inédita. Material: Uma única música para piano e canto, (MS) autógrafo. 1892 — 5 de janeiro. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO. Em 25/4/1892, o Teatro Recreio Dramático apresentava a paródia A PRISÃO DO PADRE AMARO. 1892 — 1.º de outubro. Estreia de CÉU E INFERNO de Luiz de Castro, filho (1863-1920). Peça fantástica em 1 prólogo, 4 atos, 12 quadros e 2 apoteoses. Teatro Santana. Inauguração dos trabalhos da nova companhia com direção do ator Mattos. “Música dos mais notáveis compositores”, ensaiada pelos maestros Achiles Capitani (regente da orquestra da companhia) e R. Domenech. Mise-en-scène do artista Mattos. Notas: 1) Estava ainda em cartaz em 23/10/1892; 2) Talvez a maestrina tenha participado com a música “Candomblé” (V. Catálogo de músicas). 1892 — 19 de novembro. Estreia de A BICHA DE SETE CABEÇAS, “deslumbrante e espirituosíssima mágica acomodada à cena brasileira” em 3 atos, 15 quadros e 1 “ofuscante” apoteose. Teatro Santana. Sociedade Empresária, direção cênica do ator Mattos, regente da orquestra o maestro A. Capitani. Música de diversos autores estrangeiros e dos maestros Henrique Alves de Mesquita, Francisca Gonzaga, R. Domenech e Luiz Moreira. Total de números musicais da peça: 33. Nota: Consta, na listagem de J. Gonzaga, como sendo de autoria de Moreira Sampaio (1851-1901). Nenhum material no arquivo. 1893 — 19 de março. Reapresentação de A DAMA DE OUROS no Teatro Variedades. 1893 — 15 de agosto. Estreia de ABACAXI! de Moreira Sampaio (1851-1901) e Vicente Reis (1870-1947). “Espetaculosa revista fluminense, em 3 atos e 12 quadros, original dos espirituosos escritores brasileiros”... Teatro Apolo. Sociedade Empresária Garrido & C. — Direção cênica do artista Heller. “52 números de música dos maestros F. Colás, Henrique Alves de Mesquita, Chico Carvalho, Luiz Moreira, Dr. Souza Fontes, Nicolino Milano, Francisca Gonzaga, Cesario Villela, Chapi, Hervê, Rogel Lecocq, O. Metra e outros compositores nacionais e estrangeiros”. Música ensaiada pelos maestros Henrique Alves de Mesquita e Francisco Carvalho. Os compadres da revista eram Rosa Villiot e Brandão, “o originalíssimo”. Sobressaindo-se entre os atores, Xisto Bahia. A peça atravessou toda a Revolta da Armada e ficou em cartaz até maio de 1894. 1893(?) — OS CIGANOS de Furtado Coelho (1831-1900). Drama em 3 atos. Teatro Lucinda. Nota: listada por J. Gonzaga, única referência. Nenhum material no arquivo. 1894 — Maio e junho. Reapresentação de A DAMA DE OUROS no Teatro Variedades. Empresa da atriz Ismênia dos Santos. Direção cênica do ator Machado. Regente da orquestra Maestro Simões Junior. O anúncio de 2/6/1894 especifica que a ação se passa em uma aldeia nos arredores de Sevilha. Vestuários espanhóis. “Terminará a zarzuela com um grande FLAMENGO dançado por toda a companhia. Grandes e suntuosos bailados pelos notáveis primeiros bailarinos Signora Theresina e Signor Vitulli. Os coros são cantados pelo bem disciplinado corpo de coros”... (Jornal do Commercio) Múcio da Paixão informa que esta peça deu fortuna à Companhia, que sofreu um intervalo de oito meses durante a Revolta da Armada, retornando sob a direção do ator Machado com a reapresentação de “A Dama de Ouros” 4. Material: parte incompleta de piano e canto, total de 9 músicas, (MS) autógrafo. 1894 — 17 de outubro. Reapresentação de ABACAXI! Teatro Apolo. Companhia Adolfo Faria.5 1894 — 1.º de novembro. Ainda em cartaz ABACAXI! Apresentação de despedida da companhia que embarca para São Paulo no dia 5 de novembro. (O País) 1894 — 26 de setembro. Reapresentação de A DAMA DE OUROS. 1894 — 1.º de dezembro. Reapresentação de A DAMA DE OUROS. 1894 — 14 de dezembro. Reapresentação de A DAMA DE OUROS. “Brinde ao High-Life Fluminense. Alta novidade. O Beijinho das Zarzuelas. Terminará o espetáculo com o maior acontecimento deste ano no Rio, A Dança Serpentina. Durante a dança o palco será iluminado por 5 lâmpadas elétricas equivalente a 1.000 bicos de velas”. (O País) 1894 — 18 de dezembro. Reapresentação de A DAMA DE OUROS. 1895 — 20 de agosto. Estréia de ZIZINHA MAXIXE. “Opereta burlesca de costumes nacionais, imitada do francês por xxx, música original da maestrina Francisca Gonzaga”. Teatro Eden Lavradio. Grande Companhia de operetas, mágicas e revistas. Direção da atriz Pepa Ruiz. Maestro regente Adolpho Lindner. Mise-en-scène do ator Machado. “23 números de música! — todos os coros foram ensaiados pelo distinto maestro Adolpho Lindner e os artistas pela festejada maestrina autora de partitura, D. Francisca Gonzaga. A instrumentação do 1.º ato é devida ao inteligente maestro Sr. Stichini, o 2.º e o 3.º atos ao hábil maestro Adolpho Lindner”. Nota: o autor do texto (ou da imitação) era o ator Machado — José Machado Pinheiro e Costa (1850-1920). Ficou em cartaz até o dia 23 de agosto. Material: parte completa de piano e canto, (MS) autógrafo. Obs.: Há uma anotação manuscrita feita pela maestrina: “Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1897”. Seguramente houve engano quanto ao ano, o que fez com que se datasse a música Corta-Jaca (originalmente escrita para a peça) a partir daí. Os jornais registram a peça em agosto de 1895. (V. Gazeta de Notícias) 1895 — 4 de setembro. Reapresentação de ABACAXI! Teatro Santana. Companhia do Teatro Apolo.6 1895 — 21 de dezembro. Estreia de O BURRO DE CARGA de Eduardo Vitorino (1869?-1949). Revista em 3 atos. Teatro Lucinda. Notas: 1) A música parece ter sido de vários compositores e a maestrina teria participado com “Eis a Sedutora”. (V. Catálogo de músicas); 2) Augusto F. L. Gonçalves confunde os autores, enquanto Galante de Souza credita a peça a Eduardo Vitorino e Cardoso da Mota. 7 Material: uma única música para piano, (MS) autógrafo. 1896 — 14 de agosto. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO. Teatro Recreio Dramático. Direção: Jacinto Heller.8 1896 — 28 de outubro. Reapresentação de A DAMA DE OUROS. Teatro Santana. Companhia Ismênia dos Santos.9 1896 — 14 de novembro. Estreia de AMAPÁ de Moreira de Vasconcelos (1859-1900). “Vibrante e festejadíssima revista fantástica, de grande espetáculo, dividida em 4 atos e 19 quadros, ornada de bailados, evoluções, marchas, quatro esplêndidas apoteoses, complicados maquinismos, 56 números de música expressamente escritos pelos maestros Cavallier, Costa Junior, L. Moreira, Manoel Passos, Elia Pompilio, A. Gama e outros, e das distintas maestrinas Luiza Leonardo e F. Gonzaga”. Teatro Santana. Companhia de operetas, mágicas e revistas dirigida pela atriz Ismênia dos Santos. Regente da orquestra maestro Capitani. Música ensaiada e instrumentada pelo maestro Capitani. Direção do ator Machado. Material: uma única música para piano, (MS) autógrafo. (V. Catálogo de músicas) 1897 — 14 de agosto a 2 de setembro (em dias alternados). Reapresentação de ABACAXI! 1900 — O CONTO DO VIGÁRIO de Ernesto de Souza (1864-1928). Burleta em 3 atos. Nota: parece ter sido representada em teatro particular.10 Material: apenas uma música para piano e canto, (MS) autógrafo. 1901 — O PERDÃO de Avelino de Andrade (1866-1937). Dramalírico em 3 atos. Nota: Listada por J. Gonzaga como inédita. Material: uma única música para piano e canto, (MS) autógrafo, com dedicatória: À ilustre e laureada artista cantora D. AC. 1903 (?) — 4 de maio (?). OS AMORES DE UM TABERNEIRO de Cardozo Monteiro (?). Peça de costumes brasileiros. Clube de Vila Isabel. Nota: Listada por J. Gonzaga. Com este título foi vendida uma opereta ao editor Manuel Antonio Guimarães em 23/4/1903, Livro 2, fl. 96. Material: parte completa de piano e canto, total de 7 músicas, (MS) cópia. 1903 — 14 de agosto. Apresentação de FFF e RRR de Bartolomeu Magalhães. Comédia em 1 ato. Nota: Integrava a 3ª parte do programa de récita mensal do Grêmio Resplendente por grupo de teatro amador. Material: nenhum. 1903 — 20 de novembro. Estreia de O ESFOLADO de Raul Pederneiras (1874-1953) e Vicente Reis (1870-1947). Revista em 3 atos e 11 quadros. Teatro Apolo. Companhia de operetas, mágicas e revistas. Direção do ator Brandão. Em 24 de dezembro de 1903 é apresentado pela primeira vez um novo quadro: A Confraria do Avança. A peça é alterada também em vários quadros, onde foram intercaladas novas cenas. O anúncio descreve os números musicais: Curacuçu — Ora vai tu —Rebola a bola — Que é dele, o cofre? — Psit, psit! — UI, ui, ui! — A mulatinha (O País, 24/12/1903). Nota: Música de Assis Pacheco, Luis Moreira, Hallier, Paulino Sacramento, Francisca Gonzaga, Luis Amabile, Nicolino Milano e compositores estrangeiros.11 1904 — 8 de janeiro. Estreia de NÃO VENHAS! (paródia do drama Quo Vadis? de Batista Coelho (João Foca) — (1877-1916). Peça de costumes cariocas em 3 atos e 10 quadros. Teatro Apolo. Companhia de operetas, mágicas e revistas. Direção do ator Brandão. Música original de Francisca Gonzaga. Destaque no anúncio da estréia: “Um cordão carnavalesco fantasiado em cena! Um grande maxixe no cordão! (...) Música em cena, danças características, modinhas ao violão, o fado português. Os versos da peça são da lavra do brilhante poeta Cardoso Junior. Mise-enscène a capricho do ator Brandão”. (Jornal do Commercio). Notas: 1) Trata-se da estreia teatral do jornalista Batista Coelho. 2) Em artigo na imprensa, assinado pelo autor, ele declara ter procurado na peça ser fotógrafo e fonógrafo. Diz que Chiquinha Gonzaga adiou, a pedido seu, a viagem que tinha marcada para a Europa e em 8 dias compôs 27 músicas. Arremata dizendo: “Dessa música pode-se dizer que é escrita em gíria”. Material: parte completa de piano e canto, total de 27 músicas (MS) autógrafo. 1904 — 28 de janeiro a 7 de fevereiro. Reapresentação de ABACAXI! no Teatro Apolo. Início das soirées carnavalescas. “A revista mais popular do Brasil” (Correio da Manhã, 28/1/1904). 1904 — 9 de fevereiro. Reapresentação de O ESFOLADO no Teatro Apolo. 1904 — 13 de fevereiro. Reapresentação de O ESFOLADO no Teatro Apolo integrando o Baile à Fantasia e Espetáculo. 1904 — 15 de março. Estreia de CÁ E LÁ de Tito Martins e Bandeira de Gouvêa (1860-1932). Revista de costumes e fatos nacionais e estrangeiros, original, em 3 atos, 11 quadros e 3 apoteoses. Teatro Recreio Dramático. Companhia Dias Braga, fundada em 20 de novembro de 1883. Música: 48 números, assim distribuídos: Francisca Gonzaga — 1; Cinira Polonio —7; Luiz Moreira —2; Raul Saldanha — 1; José Nunes — 14; Carlos Gomes — 1; Alfredo Keil — 1; os demais autores estrangeiros. Mise-enscène do autor Tito Martins. “A orquestra consideravelmente aumentada será regida pelo proficiente maestro deste teatro, Sr. José Nunes, autor de parte da música e da instrumentação. Grande corpo de coros especialmente contratado para esta peça”. Nota: A música de Chiquinha que integrava a peça era a quarta a ser apresentada e tratava-se de “Coplas da Jaca”, o já famoso tango Corta-jaca. Foi deixado também pela maestrina em seu arquivo um tango em pasta de músicas inéditas, com o título “Cá e Lá Café de São Paulo”, provavelmente composto para a montagem portuguesa alguns anos depois. 1904 — 1.º de dezembro. Reapresentação de O ESFOLADO. Teatro Apolo. Companhia Brandão.12 1904(?) — A TROMBETA MÁGICA de Frederico Cardoso de Menezes. Mágica em 1 prólogo e 3 atos. Nota: Parece ter ficada inédita. Material: parte de piano e canto, total de 16 músicas, (MS) autógrafo. 1905 (?) — 29 de julho (?). Apresentação de QUEBRA PRIMAS de Antonio Quintiliano (1882 — ?). Comédia em 1 ato. Teatro Vila Isabel. Nota: Listada por J. Gonzaga. Material: Nenhum. 1906 — 2 de fevereiro. Reapresentação de CÁ E LÁ. Teatro Recreio Dramático. Companhia Dias Braga.13 1906 — 24 de agosto. Reapresentação de CÁ E LÁ. Teatro Lucinda. Companhia Dias Braga.14 1906 — 4 de outubro. Estreia de NU E CRU de Antonio Quintiliano (1882 — ?). Revista fantástica em 3 atos, 14 quadros e 2 apoteoses. Teatro Apolo. Música compilada pela maestrina Francisca Gonzaga e maestros Costa Júnior e Luiz Amabile. Notas: 1) Parece que o maestro regente foi Vicente Marsicano, maestro de canto diplomado pelo Conservatório de Parma. 2) A peça ficou em cartaz até 18 de outubro. 3) Foram incluídas algumas músicas de Chiquinha já conhecidas: “O Namoro”, cançoneta; “Em Guarda”, marcha; e “Soberano”, tango. Material: partes de piano e canto e orquestra de 40 das 60 músicas anunciadas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1906 — 24 de novembro. Reapresentação de O ESFOLADO. Teatro Apolo. Companhia Mesquita.15 1907 — 20 de julho. Reapresentação da CÁ E LÁ. Teatro Recreio Dramático. Companhia Dias Braga.16 1908 — 29 de janeiro. Apresentação de SALÃO DO TESOURO VELHO de André Brun (1881-1926). Revista animatógrafa em 1 prólogo e 1 ato. Teatro D. Amélia (Lisboa). Música coordenada por Thomaz de Lima. Segundo o programa, a música “Maxixe” cantada no final “pela atriz Herminia Adelaide, é original da ilustre compositora brasileira, D. Francisca Gonzaga”. Encabeçava o elenco o ator Chaby Pinheiro. Nota: O Teatro D. Amélia passou depois a chamar-se República e depois São Luís. Material: nenhum. 1908 — A BATOTA de Baptista Dinis (1859-1913). Revista em 1 ato e 4 quadros. Teatro Trindade (Lisboa). Música original de Francisca Gonzaga. Material: partes de piano e canto, violoncelo e contrabaixo. (MS) autógrafo e (MS) cópia, total de 22 músicas. 1908 — Novembro. Reapresentação de CÁ E LÁ de Tito Martins. Revista em 3 atos. Teatro Carlos Alberto, cidade do Porto, Portugal. Empresa Miranda e Cia. (Alfredo Miranda e Juca de Carvalho.) Nota: A revista foi alterada por Tito Martins e adaptada ao meio português. Chiquinha encarregou-se da música, aproveitando só uma parte da original. Material: parte completa de piano e canto e orquestra, total de 42 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1908 — 7 de novembro. Reapresentação de CÁ E LÁ. Teatro Recreio Dramático. Companhia Dias Braga.17 1908 — 21 de novembro. Reapresentação de O CRIME DO PADRE AMARO. Teatro Carlos Gomes. Companhia Dramática Artur Azevedo do Teatro da Exposição. Direção de Álvaro Peres.18 1908 — Apresentação de AS TRÊS GRAÇAS de Augusto de Castro e Luis Aquino (pseudônimo de Luis Galhardo) — (1874-1929). Ópera-cômica em 3 atos. Teatro Águia d’Ouro, cidade do Porto, Portugal. Companhia do Teatro Avenida de Lisboa. Material: partes de piano e canto, total de 15 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1908 — 18 de dezembro. Estreia de A BOTA DO DIABO de Avelino de Andrade (1866-1937). Peça fantástica em 3 atos, 10 quadros e 3 apoteoses. Teatro Avenida (Lisboa). Música original de Francisca Gonzaga, inclusive a instrumentação, escrita ainda em 1907. Nota: A direção musical esteve a cargo de Assis Pacheco, maestro brasileiro. Mise-en-scène: ator A. Gomes. Material: partitura completa para orquestra, total de 34 músicas, (MS) autógrafo. 1911 — 8 de julho. Estreia de CASEI COM TITIA de Frederico Cardoso de Menezes. Opereta em 1 ato. Teatro São Pedro de Alcântara. Companhia de operetas, vaudevilles, mágicas e revistas. Música original de Francisca Gonzaga. Nota: O anúncio acrescenta: Cinematógrafo e teatro. Espetáculo por sessões! Espetáculo da moda. Material: partes de piano, canto e orquestra, completa, total de 8 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1911 — 18 de outubro. Estreia de MANOBRAS DO AMOR de Osório Duque Estrada (1870-1927). Opereta de costumes em 3 atos. Teatro São José. Empresa Paschoal Segreto. Companhia de Operetas, vaudevilles, comédias, burletas, mágicas e revistas. Direção cênica do ator Domingos Braga. Direção da orquestra maestro José Nunes. Música original de Francisca Gonzaga. Notas: 1) No elenco destacavam-se Laura Godinho e Alfredo Silva; 2) Disciplinado corpo de ensemblistas, isto é, coristas; 3) Aviso no anúncio: “Espetáculos da mais rigorosa moralidade”; 4) Interessante a observar é que o cinema, arte nascida da revolução burguesa, estabelecia preço único e, consequentemente, nivelava o público. Deste aviso no anúncio podemos depreender as alterações que se processavam no que diz respeito à estratificação social: “Os espetáculos começarão por sessões de cinematógrafo com programa variado. PREÇOS: Cadeiras de 1ª classe, 1$; Galeria geral, $500; — A empresa, a título de experiência, resolveu estabelecer não só algumas filas de lugares distintos e de poltronas numeradas respectivamente, a $2: e 1$000; como também frisas e camarotes ao preço de 6$000, podendo ser esses bilhetes vendidos com antecedência, para qualquer espetáculo, e sendo aceitas encomendas para eles” (A Estação Teatral, 21/10/1911). Material: parte de piano e canto e orquestra, completa, total de 9 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1912 — 21 de maio. Estreia de COLÉGIO DE SENHORITAS de Frederico Cardoso de Menezes. Opereta em 3 atos. Teatro São José. Empresa Paschoal Segreto. Companhia do Teatro. Música original de Francisca Gonzaga. Direção-cênica: Domingos Braga. Maestro diretor da orquestra: José Nunes. Notas: 1) No elenco, com destaque, Cinira Polonio e Alfredo Silva; 2) Estava em 31ª representação no dia 30 de maio. Material: partes de piano e canto e orquestra, completa, total de 18 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1912 — 11 de junho. Estreia de FORROBODÓ de Carlos Bettencourt (1890-1941) e Luiz Peixoto (1889-1973). Burleta de costumes cariocas em 3 atos. Teatro São José. Empresa Paschoal Segreto. Companhia de operetas, mágicas e revistas. Música original de Francisca Gonzaga. Direção cênica do ator Domingos Braga. Maestro diretor da orquestra José Nunes. Distribuição dos principais papéis: Madame Petit Pois — Cinira Polonio; O guarda noturno da zona — Alfredo Silva; Rita, criada — Pepa Delgado; Zeferina, porta estandarte da Sociedade — Cecília Porto; Escandanhas da Purificação, secretário da Sociedade — Asdrubal; Figueiredo Melodias Sustenido, maestro — Franklin d’Almeida; Lulu Gostoso, chapa 46 do bonde Lapa-Carceller — Mattos; Barradas, presidente da Sociedade e comendador do Papa — Machado; Praxedes de Maçada, porteiro — Magalhães, e outros. Material: parte de piano e canto, completa, total de 13 músicas, (MS) cópia. Nota: Esta peça teve inúmeras representações e montagens diversas. Ao longo do catálogo enumeramos algumas reapresentações das quais tivemos notícia através do nosso material de pesquisa, mas que estão longe de representar a totalidade de apresentações. 1912 — 2 de agosto. Estreia de POMADAS E FAROFAS de Frederico Cardoso de Menezes. Revista em 3 atos e 2 apoteoses. Teatro São José. Empresa Paschoal Segreto. Companhia de operetas, mágicas e revistas. Música original de Francisca Gonzaga. Direção cênica do ator Domingos Braga. Maestro diretor da orquestra José Nunes. Nota: a peça atingiu pelo menos 60 representações. Material: parte de piano e canto, completa, total de 28 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1912 — 23 de agosto a 9 de setembro. Reapresentação de FORROBODÓ no Teatro São José. 1912 — 27 e 28 de setembro. Reapresentação de FORROBODÓ no Teatro São José. 1912 — 6 a 13 de novembro. Reapresentação de FORROBODÓ no Teatro São José. 1912 — 31 de dezembro. Estreia de PUDESSE ESTA PAIXÃO de Álvaro Colás. Burleta de costumes nacionais em 3 atos e 6 quadros. Teatro Apolo. Empresa Teatral Fluminense. Direção de José Loureiro. Música original de Francisca Gonzaga. Mise-enscène de Rego Barros. Regência do maestro Capitani. Notas: 1) Foi originalmente escrita para a companhia do teatro São José, mas terminou no Apolo porque a partitura requeria grande orquestra e novos instrumentos; 2) O anúncio destacava: Preços de cinema — Grande corpo de coros de senhoritas; 3) Um crítico observa que os dois primeiros atos são de burleta e o 3.º é um ato de opereta, com numerosos coros e números de música. Material: partes de piano e canto e orquestra, completa, total de 26 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. Anotação manuscrita da maestrina na parte do condutor: “Ao ilustre Maestro Capitani e aos professores da orquestra dedico este humilde trabalho. Rio, 2/1/1913”. 1913 — Janeiro. Apresentação de ABRE ALAS! de Armando Rego e Rego Barros. Revista carnavalesca. Teatro Apolo. Empresa José Loureiro. Música de Luz Junior e Francisca Gonzaga. Nota: Não há nenhuma referência a esta peça no arquivo. Ela foi registrada por Mário Nunes.19 Também foi registrada por Augusto F. L. Gonçalves como revista em 3 atos e 4 quadros, estreia em 10/1/1913, de Luiz Peixoto e João Rego Barros. 20 1913 (?) — Janeiro (?). Apresentação de VOCÊ ME CONHECE? de Irmãos Quintiliano (Antonio e Otávio). Revista (carnavalesca?) em 3 atos. Teatro Apolo. Companhia José Loureiro. Material: 3 músicas para piano e canto, (MS) autógrafo: 1º) Dobrado carnavalesco — coro Pierot e Colombina; 2º) Bisnaga e 3º) Lança Perfume-chula. 1913 — 18 de agosto. Estreia de DEPOIS DO FORROBODÓ de Carlos Bettencourt (1890-1941). Burleta em 3 atos. Teatro São José. Música original de Francisca Gonzaga. Nota: Há na partitura um número de música denominado “Fado de Roda”, com a seguinte anotação: dançam formando roda — batem palmas. Há também uma chula intitulada “Chora na Macumba”. Material: parte de piano e canto, completa, total de 21 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1914 — 29 de outubro. Reapresentação de FORROBODÓ no Teatro São José. 1914 — 5 a 7 de dezembro. Reapresentação de FORROBODÓ no Teatro São José. 1915 — 30 de abril. Estreia de É ELE!... de Álvaro Colás. Revista em 2 atos, 9 quadros e 2 apoteoses. Teatro República. Companhia de operetas e revistas. Direção de Álvaro Colás. Diretor de cenaensaiador: ator João Colás. Música original de Francisca Gonzaga. Maestros ensaiadores e concertador: Francisco Nunes e Agostinho de Gouveia. Notas: 1) Peça de estréia da companhia; 2) Os compadres (compères) foram Asdrubal Miranda e Francisco Marzullo; 3) Preços de cinema; 4) Tratava-se de uma “fina e elegante charge política do momento”. Comentários sobre a música: 1) “Toda a música de Chiquinha Gonzaga é maravilhosa. Há talvez o abuso do maxixe; mas este é, sabe-se, condimento indispensável ao sucesso completo das nossas revistas”... (Correio da Manhã, 1/5/1915); 2) “Não é exagero dizer que o trabalho da compositora patrícia pela originalidade, pela sua beleza, pela harmonia que mantém com a letra do poema, está colocado num nível muito elevado do que aquele em que se têm mantido as partituras dos compositores habituais dos nossos teatros. Esses se repetem constantemente, escrevem, por vezes, com impropriedades, sem inspiração. Com Francisca Gonzaga não sucedeu o mesmo. E por isso a sua música é de um encanto irresistível. O espectador, ouvindo-a, vibra de emoção estética”. (O Imparcial, s. d.); 3) É um estilo “que o ouvido guarda como uma carícia e que todos não tardam em trautear com delícia”. (O País, 1/5/1915); 4) Não é “exagero afirmar que é a música de revista mais nacional que tem sido composta ultimamente”. (Jornal do Brasil, 2/5/1915); 5) Sendo Chiquinha Gonzaga a autora da música “é desnecessário outra recomendação”. (A Rua, 13/3/1915). Material: apenas uma música para piano, exatamente a entrada, (MS) cópia. A imprensa fala, no entanto, em 40 músicas. 1915 — 28 de outubro. Estreia de A SERTANEJA de Viriato Corrêa (1884-1967). Burleta de costumes nacionais em 3 atos. Teatro São José. Empresa Paschoal Segreto. Companhia Nacional, fundada em 1.º de julho de 1911. Direção cênica: ator Eduardo Vieira. Maestro diretor da orquestra: José Nunes. Música original de Francisca Gonzaga. Notas: 1) Estréia do autor em teatro; 2) O título original era “A Mulata”; 2) No elenco o corista Vicente Celestino teve sua primeira grande oportunidade em teatro ao interpretar o personagem Jandaia; 3) Além dele, integravam o elenco: Pepa Delgado, Alfredo Silva, João de Deus, Júlia Martins, Laura Godinho e outros; 4) Mera curiosidade: preços das localidades — camarotes e frisas 8$000; lugares distintos 2$000; poltronas 1$500; cadeiras 1$000; galerias $500. Comentários à música: 1) “No São José se afirma que Chiquinha Gonzaga nunca escreveu música mais brilhante, mais viva, mais graciosa e brasileira”. (A Rua, 22/10/1915); 2) Partitura digna de francos encômios (A Ordem, 29/10/1915; 3) Das 23 músicas, as melhores: a barcarola do 1.º ato, a serenata e a valsa do 2.º, o samba do 3.º ato, embora todos sejam inspirados. (Gazeta de Notícias, 29/10/1915); 4) Chiquinha Gonzaga, a compositora “que alia o maior talento musical ao mais profundo conhecimento da alma pátria”. (Cidade do Rio, 7/6/1915). Material: partes de piano e canto e orquestra, completa, total de 23 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. Anotação manuscrita da maestrina: “Dedico esta Partitura a São Benedito pelos muitos milagres e esmolas que me fez”. Junho de 1915. Anotação na última página: “Que Jesus, Maria e José e São Benedito nos proteja/Final/11 1/2 da noite/vou tomar chazinho, e dormir com Deus”. 1915 — Compõe A DESFILADA DOS MORTOS de Paulo Silva Araújo (1883-1918). Tragédia fantástica (em verso) em 3 atos. Inédita. Notas: 1) Tratava-se de um poema trágico sobre a guerra (1ª Guerra Mundial); 2) A maestrina escreveu para o encerramento um Hino à Bandeira; 3) As músicas do final do 1.º e do 2.º ato foram tocadas por grande orquestra na missa de 30.º dia da morte de Chiquinha Gonzaga. Material: parte de piano e canto e orquestra, completa, total de 9 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. Dedicatória manuscrita: “Ao senhor do Bonfim e Nossa Senhora das Dores”. 1916 — Janeiro. Reapresentação de A SERTANEJA no Teatro São José. 1916 — 8 de fevereiro. Reapresentação de DEPOIS DO FORROBODÓ. Teatro São José.21 1916 — Maio. Reapresentação de PUDESSE ESTA PAIXÃO no Teatro de Parque em Recife. Direção cênica: ator Mazullo. Direção musical: maestro Luz Junior. 1916 — Maio. Reapresentação de A SERTANEJA pela Companhia de Teatro São José, em Porto Alegre. 1916 — Junho. Apresentação de A DESFILADA DOS MORTOS no Teatro da Natureza22. Também João do Rio dá notícia de leitura da peça em O País, 7/6/1916. 1917 — 1.º de janeiro. Estreia de ORDEM E PROGRESSO de Avelino de Andrade (1866-1937). Revista de costumes nacionais em 2 atos e 9 quadros. Teatro São José. Empresa Pascoal Segreto. Companhia Nacional do Teatro. Música original de Francisca Gonzaga. Mise-en-scène: ator Eduardo Vieira. Maestro diretor da orquestra: José Nunes. Nota: A “comperágem” ficou a cargo do ator Alfredo Silva. No elenco: João de Deus, Carlos Torres, Júlia Martins, Asdrubal Miranda, Vicente Celestino, Pepa Delgado, Laura Godinho e outros. Comentários à música: 1)... “Tudo isso a par da linda música, saltittante e leve da inspirada maestrina brasileira Francisca Gonzaga”. (A Rua, 2/1/1917); 2) “Devemos salientar como um dos principais elementos para o sucesso da revista Ordem e Progresso a linda música da Sra. Francisca Gonzaga. Nela se encontra sentimento, propriedade e principalmente o calor tropical, o cunho nacionalista”. (Jornal do Brasil, 2/1/1917); 3)... “e bastava o nome de D. Francisca Gonzaga como sua colaboradora, para que o público possa desde já julgar da excelência desse trabalho (...) Dizem-se maravilhas da música. O melhor elogio que se pode fazer é escrever o nome da sua autora. D. Francisca Gonzaga é tão caprichosa nos seus trabalhos, tão exigente consigo mesmo, as suas produções têm sempre um tal cunho de boa inspiração nacional — que a música é sempre brasileira e da boa!” (Comédia; Jornal de Teatros, Ano 1, n.º 4, Rio de Janeiro, 30/12/1916). Material: parte de piano e canto completo, total de 23 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. Anotação manuscrita: “Dedico ao Glorioso São José esta partitura”. Data da composição: 8/11/1916. Há maxixe, valsa, schottisch, modinha, um alegro marcial, um “Choro” para ser dançado ao ritmo de polca e um cordão carnopolítico (!). 1917 — IDALIO de Francisco Vieira Cardoso (?) — (1889-1917). Fantasia cômica em 3 atos e 5 quadros. Partitura incompleta. Material: 3 músicas para piano e canto (MS) autógrafo, data 14/6/1917. 1917 — 6 de julho. Estreia de A AVOZINHA de Mario Monteiro. Opereta de costumes portugueses em 2 atos. Teatro São José. Empresa Paschoal Segreto. Companhia Nacional do Teatro. Miseen-scène: ator Eduardo Vieira. Maestro da orquestra: José Nunes. Música original de Francisca Gonzaga. Notas: 1) A ação desenrolava-se em Coimbra; 2) No elenco Laura Godinho (a avozinha), Alfredo Silva, Asdrubal Miranda, Carlos Torres, Vicente Celestino e outros; 3) A crítica fez restrições ao desempenho e ao fato da companhia não dispor no seu elenco de uma só voz, daí ter apresentado um simulacro de canto. “Quem prendeu por instantes a atenção da platéia “cantando” foi o Sr. Vicente Celestino o “tenor” da companhia, mas, assim mesmo...” (Lanterna, 7/7/1917). Comentários à música: 1)... “tem o sabor regional que o poema requer. Alguns números, como os fados, as guitarradas, as cantigas, os bailados, as serenatas, possuem a autêntica poesia dessa linda música que, em noites de plenilúnio, anda pelo ar, nas margens do Mondego, em plangências lânguidas e queixumes doridos”. (O País, 7/7/19 17); 2) “A nossa patrícia D. Francisca Gonzaga, que conhece perfeitamente Portugal e as suas músicas características, é a autora da partitura d’ “A avozinha”. A inteligente maestrina escreve uns deliciosos números de música, que primam pela sua delicada inspiração e pela sua perfeita instrumentação. Entre eles, merece um especial destaque a serenata à margem do Mondego, com que finaliza a peça, que é de uma delicadeza admirável e o final do 1.º ato, o “Angelus”, cantado pelo coro, de grande efeito e originalidade pelos empregos dos instrumentos na orquestra em que as trompas e os pratos imitam o sino da igreja”. (A Razão, 7/7/1917); 3) “A música de Francisca Gonzaga é deliciosa e sobretudo popular. Trechos destes que se guardam facilmente. Justo é, porém, salientar a “serenata” do último ato”. (Época, 7/7/1917). O áutor “teve na Srª. Francisca Gonzaga uma colaboradora de grande mérito. De fato, a música é de uma suavidade, de um sentimentalismo que encanta”. (Jornal do Brasil, 7/7/1917). Material: parte completa de piano e canto, total de 20 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1919 — Janeiro. Compõe partitura de O MINHO EM FESTA de Cândido Costa (1885 ? — 1930). Opereta de costumes portugueses e brasileiros em 3 atos. Inédita. Material: parte completa de piano e canto, total de 21 músicas, (MS) autógrafo dedicado a Santo Antonio de Lisboa. Data: 6/1/1919. 1919 — 16 de julho. Estreia de JURITI de Viriato Corrêa (18841967). Peça de costumes sertanejos em 3 atos. Teatro São Pedro de Alcântara. Grande Companhia de Operetas e Melodramas (gênero do teatro Chatelet, de Paris). Música original de Francisca Gonzaga. Mise-en-scène: Eduardo Vieira. Regente: maestro Luiz Moreira. Notas: 1) Esta peça teve inúmeras representações (atingiu o 2.º centenário, quando foi vista por mais de 2.800 pessoas) e constituiu o maior sucesso no gênero; 2) Nos papéis principais Vicente Celestino e Abigail Maia (Juriti); 3) Firmou o nome do ator Procópio Ferreira. Comentários à música: 1) “Agora, para que nós sentíssemos toda a empolgante e arrebatadora necessidade da magnífica peça de Viriato Corrêa, certo muito concorreu a maneira inspirada por que a festejada maestrina Chiquinha Gonzaga a musicou, compondo essa partitura repassada de dengue, da meiguice, dessa sensualidade acariciante, envolvente, ultimamente dominadora que vivem nas melodias genuinamente nossas”. (A Tribuna, 17/7/1919); 2) “A música da Srª. Francisca Gonzaga é excelente. A conhecida compositora patrícia compartilhou, com justiça, das glórias obtidas. Os números de música da “Juriti” são inspirados, graciosos e leves. Eles têm, sobretudo, um delicioso sabor sertanejo”. (Jornal do Commercio, 17/7/1919). Material: parte de piano e canto e partitura completa, total de 29 músicas, (MS) cópia. 1919 — 19 de julho. Reapresentação de FORROBODÓ no Teatro São José. 1919 — 31 de julho. Reapresentação de A SERTANEJA para festival do ator Alfredo Silva. 1920 — 19 de março. Estreia de ESTRELA D’ALVA de Mario Monteiro. Opereta-pastoral em 2 atos. Teatro Recreio. Empresa Ruas Filho e Companhia. Música original de Francisca Gonzaga. Mise-en-scène: Pedro Cabral. Orquestra: maestro Paschoal Pereira. Comentários à música: 1)... “Para essa obra regional, característica, a maestrina brasileira Srª. Francisca Gonzaga escreveu uma partitura que ninguém dirá que não seja genuinamente portuguesa. O talento, aliás conhecido de sobejo, de nossa patrícia ali se estadeia magnificamente”. (Jornal do Brasil, 20/3/1920 — coluna Palcos e Salões assinada por Mário Nunes). 2) “Se Mario Monteiro soube fazer uma peça na qual deixa expandir-se todo o seu poético sentimentalismo português, nada ficou a dever ao autor a inspirada compositora patrícia que compôs com grande talento aquela partitura que os próprios portugueses não duvidariam feita por alguém que tivesse nascido nas lindas margens do Douro ou do Mondego. (...) Foi por isto que a Estrela D’Alva agradou em cheio”. (A Notícia, 20/3/1920); 3) A platéia mostrou-se “encantada com a música, da inspirada maestrina D. Francisca Gonzaga, uma das nossas maiores glórias musicais”. (A Razão, 21/3/1920); 4) “uma excelente colaboradora teve Mario Monteiro na maestrina Francisca Gonzaga, que muito conhecedora de Portugal, compôs uma música interessante, agradável e de caráter muito português, tanto nos cantares ao desafio, como no descritivo, e ainda quando, a maiores alturas vai, como no concertante final do 1.º ato no prelúdio e na cena da tempestade desse mesmo ato”. (O País, 20/3/1920); 5) “A música, de inspiração perene, simples e delicada, foi mais um florão de glória da consagrada maestrina Srª. Francisca Gonzaga, que na “Juriti” e tantas outras revistas e peças ligeiras, de caráter nacional, revelou-se uma compositora genuinamente nacional, mostrando-se na “Estrela d’Alva” uma compositora portuguesa, sendo prodigiosa a sua adaptação, onde mais uma vez desvendou todo o seu talento. E o público, compreendendo isso, no fim do 1.º ato fe-la vir à cena seis vezes”... (A Tribuna, 20/3/1920). Material: partes de piano, canto e orquestra, completa, total de 22 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. Dedicada “Ao Senhor dos Passos da Graça”. 1920 — 29 de abril. Estreia de CONSPIRAÇÃO DO AMOR de Avelino de Andrade (1866-1937). Fantasia burlesca em 3 atos. Teatro São Pedro de Alcântara. Grande Companhia Nacional de Operetas e Melodramas, gênero do Teatro Chatelet, de Paris. Música original de Francisca Gonzaga. Mise-en-scène: Francisco Marzullo. Regente: maestro Luiz Moreira. Nota: O gênero que o teatro vinha explorando dava margem “a apresentação de grandes cenas, avultados e brilhantes guarda-roupas e desenvolvimento de copiosas massas corais e de comparsaria”. (A Noite, 2/5/1920). Material: partes de piano, canto e orquestra, completa, total de 28 músicas, (MS) cópia. 1921 — 2 de março. Estreia de JANDIRA de Alfredo Bréda (1889 —?) e Ruben Gill (1899— ?). Opereta sertaneja em 3 atos. Teatro Recreio. Grande Companhia Nacional de Revistas. Empresa Rangel e Companhia. Música original de Francisca Gonzaga. Comentários à música: 1) “A maestrina Francisca Gonzaga já conquistou reputação suficientemente lisonjeira pelas suas composições musicais de inspiração delicada, a par de qualidades técnicas que a colocam entre os nossos melhores musicistas. ‘Jandira’ (...) veio mais uma vez confirmar brilhantemente esse conceito. Possui números cheios de suavidade, que chegam mesmo a enternecer”. (Correio, 4/3/1921); 2) “O valor principal de ‘Jandira’ está na música da maestrina D. Francisca Gonzaga, música suave e sentida, que nos cai nos ouvidos como uma caricia”. (O País, 4/3/1921); 3) “A partitura da peça foi escrita pela ilustrada maestrina Francisca Gonzaga, e é, como aliás todas as suas músicas, verdadeiramente encantadora. Há números que põem bem em relevo o seu alto valor e os seus profundos conhecimentos da grande arte de Wagner”. (Tribuna, 3/3/1921). Material: parte de piano e canto, completa, total de 20 músicas, (MS) autógrafo e (MS) cópia. Dedicada “A Santa Apolonia”. 1921 — ALBA de Alfredo Miranda e Severino Cavalcante. Opereta em 3 atos. Partitura incompleta. Material: 4 músicas para piano e canto, (MS) autógrafo dedicada “A Santa Rosa — santa do nome da minha querida Mãe —“. 1921 — Compõe partitura de REDES AO MAR de Mario Monteiro. Opereta (de costumes portugueses) em 2 atos. Inédita. Nota: A peça foi proibida por contrariar interesses governamentais. Estava em plena execução uma lei destinada a nacionalizar a pesca, atividade dominada por pescadores portugueses chamados de “poveiros” — eram em geral procedentes de Póvoa do Varzim, a mesma região de Eça de Queiroz. A campanha estava no auge quando surgiu esta peça, que acreditava-se tomar partido a favor dos trabalhadores portugueses. O texto foi submetido a uma comissão nomeada pela SBAT e o caso terminou por custar um desentendimento entre o autor, o jornalista português Mario Monteiro, e seu patrão Marinho, dono do jornal A Noite. Material: partes de piano, canto e orquestra, completa, total de 10 músicas, dedicada “A Nossa Senhora da Assunção”, (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1921 — Compõe ROMEU E JULIETA de Renato Vianna (1894-195 3). Símbolo em 2 atos. Inédita. Encontramos a seguinte nota no Rio Jornal de 6/8/1921: Chiquinha Gonzaga acaba de ultimar um trabalho de responsabilidade: “Acostumada a escrever músicas ligeiras, a popular maestrina entendeu de apresentar trabalho de maior vulto e que melhor revele a sua individualidade artística. E com esse propósito escreveu a partitura da opereta ‘Romeu e Julieta’, libreto do conhecido escritor teatral Renato Vianna”. Material: partes de piano, canto e orquestra, completa, total de 28 músicas; (MS) autógrafo e (MS) cópia. 1922 — DE VOLTA À PÁTRIA de Cândido Costa (1855 ? — 1930). Opereta de costumes portugueses e brasileiros em 3 atos. Inédita. Nota: 1) Trata-se da mesma peça escrita anteriormente com o nome de “O Minho em Festa”. Teve o título alterado para homenagear o presidente português em visita ao Brasil por ocasião das comemorações do Centenário da Independência; 2) (MS) cópia com dedicatória: “Ao Exmo. Sr. Antonio José de Almeida, Presidente da República Portuguesa”. Material: parte de piano e canto, completa, (MS) cópia, total de 21 músicas. 1924 — 24 de novembro. Reapresentação de JURITI no Teatro do Parque (São Paulo). 1925 — 20 de abril. Apresentação de MANTO DE ARLEQUIM no Teatro São José por ocasião da festa artística da atriz Pepita de Abreu. Segundo o programa, era a “Primeira representação da revista em 1 ato e muitos quadros “Manto de Arlequim”, escrita por todos os autores do cartaz do S. José. Música composta especialmente por Francisca Gonzaga, Assis Pacheco, Eduardo Souto, Sá Pereira, Freire Junior e Paulino Sacramento”. Material: nenhum. 1926 — Março. Reapresentação de A SERTANEJA no Cine-Teatro Iris. 1926 — 9 de abril. Reapresentação da ESTRELA D’ALVA. Teatro República. Companhia Vicente Celestino-Ari Nogueira.23 1926 — O SARGENTO DE MILÍCIAS de Antonio Guimarães (?). Opereta de costumes coloniais em 3 atos. Partitura incompleta. Material: apenas 2 músicas para piano e canto, (MS) autógrafo. 1927 — 26 de maio. Estréia de ESTRELA D’ALVA em Lisboa. Teatro Maria Vitória. Companhia Parceira Teatral Limitada. 1928 — Reapresentação de JURITI no Teatro João Caetano. Empresa M. Pinto. Companhia Margarida Max. 1928 — 12 de abril. Reapresentação de ESTRELA D’ALVA. Teatro República. Companhia de Revistas e Feerie.24 1928 — Reapresentação de A SERTANEJA no Teatro João Caetano. Empresa M. Pinto. Companhia Margarida Max. 1928 — 24 de julho. Reapresentação de JURITI no Teatro Cassino (São Paulo) pela Companhia Margarida Max. 1929 — 24 de julho. Reapresentação de JURITI no Teatro Cassino Antarctica (São Paulo) pela Companhia Margarida Max. 1933 — 11 de agosto. Estreia de MARIA de Viriato Corrêa (18841967). Peça rude em 3 atos. Teatro Recreio. Empresa M. Pinto. Maestro regente: Bernardino Vivas. Música original de Francisca Gonzaga. Diretor de cena: Eduardo Vieira. Notas: 1) No elenco Vicente Celestino, Gilda de Abreu, Margot Louro, Brandão Filho e outros; 2) Houve acusações de que a música não era original, e sim compilada. Até carta anônima neste sentido foi enviada a J. Gonzaga. Parece que desconfiavam que com a idade de 85 anos a maestrina não compusesse mais. De fato ela lançou mão de cinco composições suas já utilizadas em outras peças, mas não era a primeira vez que fazia isso. Material: partes de piano, canto e orquestra, completa, total de 21 músicas, (MS) cópia. 1933 — 24 de novembro. Reapresentação de JURITI no Teatro Recreio. Empresa M. Pinto. No elenco Vicente Celestino (Graúna), Gilda de Abreu (Juriti), Rodolfo Arena, Brandão Filho e outros. Maestro: Bernardino Vivas. Maestro auxiliar: Henrique Vogeler. 1935 — 21 de março. Reapresentação de JURITI no Teatro Santa Isabel, Recife. 1936 — 15 de dezembro. Reapresentação de JURITI no Teatro João Caetano. ______________ * Relação das peças teatrais musicadas integral ou parcialmente pela maestrina, elaborada por Edinha Diniz para a primeira edição do livro Chiquinha Gonzaga, uma história de vida, e mantida como Anexo nas edições sucessivas. Esta relação complementa informações sobre o assunto constantes no texto do livro e ordena cronologicamente a participação de Chiquinha Gonzaga no teatro musicado brasileiro, acrescentando o levantamento do material existente no Acervo Chiquinha Gonzaga SBAT / Instituto Moreira Salles. Notas: 1. Depoimento de Aluízio Azevedo à autora. 2. GAMA, A. C. Chichorro da. Através do teatro brasileiro; resenha de autores e de peças. Rio de Janeiro: Lusobrasileira, 1907, p. 74. 3. SOUSA, J. Galante de. O teatro no Brasil. 2 vols. Rio de Janeiro: MEC/INC, 1960. Tomo II, p. 51. 4. PAIXÃO, Múcio da. O teatro no Brasil. Rio de Janeiro: Moderna, s.d., p. 252. 5. GONÇALVES, Augusto de Freitas Lopes. Dicionário histórico e literário do teatro no Brasil. Rio de Janeiro: Cátedra, vol. 1: 1975; vol. 2: 1976; vol. 3: 1979; vol. 4: 1982, v. 1, p. 2. 6. Idem, Ibidem, v. 1, p, 2. 7. SOUSA, J. Galante de. Op. cit., tomo II, pp. 573-4. 8. GONÇALVES, Augusto de Freitas Lopes. Op. cit., v. 3, p. 387. 9. Idem, Ibidem, v. 4, p. 10. 10. GAMA, A. C. Chichorro da. Op. cit, p. 88. 11. GONÇALVES, Augusto de Freitas Lopes. Op. cit. v. 4, p. 280. 12. Idem, Ibidem, v. 4, p. 281. 13. Idem, Ibidem, v. 3, p. 26. 14. Idem, Ibidem, v. 3, p. 26. 15. Idem, Ibidem, v. 4, p. 281. 16. Idem, Ibidem, v. 3, p. 26. 17. Idem, Ibidem, v. 3, p. 26. 18. Idem, Ibidem, v. 4, p. 387. 19. NUNES, Mário. 40 anos de teatro. 4 vols. Rio de Janeiro: Serviço Nacional do Teatro, 1956, v. 1, p. 50. 20. GONÇALVES, Augusto de Freitas Lopes. Op. cit., v. 1, p. 11. 21. Idem, Ibidem, v. 4, p. 58. 22. Idem, Ibidem, v. 4, p. 66. 23. Idem, Ibidem, v. 4, p. 304. 24. Idem, Ibidem, v. 4, p. 304.