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Concurso de Poesias
ABP
2014
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“Das loucuras que escrevi"
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Dra. Sara Laham Sonetti
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Pra já
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Meu amor não páre para contar nos dedos
os serviços prestados e emprestados
os segredos guardados
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Meu amor não páre pra contar os medos
Ou os momentos passados ou amassados
E seus dias resguardados
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Só coloca no futuro o seu pensamento
E no presente a sua coragem
Para mesmo sem estar pronto,
estar em movimento.
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Se apronte no caminho
Deixa o cabelo secar sozinho
Aproveita sua vontade
E vai criando habilidade.
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Seu destino sempre te aguarda
Sentado, mas está sempre de pé
De braços abertos ou dando ponta pé
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Mas te aguarda...
Sai e vai.
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Viagem
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Quero a paz de um lugar bonito
De um amor tranquilo
De águas calmas em forma de espelho
Quero o silêncio fora de mim
Ao ouvir as vozes que me dizem
Quem eu sou e para onde eu vou.
Água doce, lago claro
Me margeiam durante o dia
Retirando toda a agonia.
A agonia de querer um outro
Agonia de chegar num apogeu
Inquietude de quem se esqueceu.
Se esqueceu que faz parte da paisagem
Que se liga à água, ao vento, ao céu
Cada vez que se permite essa viagem.
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Presente
Se o tempo passa e envelhece a foto
Ele te dá mais brilho e melhora o foco
Ele faz vinco no papel e em você só no sorriso
Te faz com aquarela e pincel
Todo dia, no formato que eu preciso
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Se o tempo passa, eu vou ficando
Se você passa, eu sigo olhando
Como pode em você ele ter passado
Assim tão despercebido, ignorado
Como algo que não importa.
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Segue a ampulheta, com sua areia.
Sigo a silhueta conforme você queira
Te vejo precipício ao me arriscar em sua beira.
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O tempo não te tem, não sabe como correr
Como as minhas mãos em sua pele
Como o meu olhar a te percorrer.
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Pitanga
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Ela é como pitanga
Não se compra, não se ganha
Só se rouba, se apanha
Direto do pé
Como é ela é.
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Com sorte se desfalece ao chão
Ao alcance de sua mão
Em raros momentos se faz doce
Mas se amarga,
é como se vantagem ainda fosse.
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Ela vem de galhos altos
Delicada em sua pele
Se faz Pequena e leve
Com sua cor rubra berrante
Faz-se vista pelo olhar mais distante.
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Poesia ao Negrinho - Passada agora
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É aquele jeito que ele tem
de me dizer "bom dia" e assumir meus lábios
É aquele cheiro que o preto tem
que me impregna de todos os lados
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Se todos os dias, ainda sempre novo.
Se mais de uma vez, ainda pegando fogo.
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É assim que ele diverte a minha língua
Pode acontecer o que quiser,
Mas meu café, não, meu café nunca mingua.
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Acordo
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Retas linhas tentam me seduzir
Mas gosto das curvas, dos círculos e do por vir
Entendo a destreza de sua lógica
Mas almejo os movimentos e cores iluminadas
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Entendo a dureza e resistência de suas linhas
A disciplina e os pontos somados por isso.
Mas a recompensa se faz fria e previsível
Com o sabor insosso do cárcere de quem não sentiu.
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Vejo os aviões passando no céu
As músicas tocando ao fundo
As cenas encantando em fotografias
E o prazer de estar onde se está.
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Mas sei que ainda nos encontraremos
Pois os aviões também riscam retas no céu
Exigem precisão e concentração.
Fazem ruídos em compasso com o coração
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A música ainda também tem sua lógica
Seus acordes em altos e baixos
E como as fotos exigem maestria
E qualquer arte pede a disposição.
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Eu troco meu mundo pelo seu por um momento
E te mostro a beleza que existe além do arco-íris
Voo com você através dele
E você me trás de volta para o chão.
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Este é o acordo.
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Acordo.
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Acorde
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Contralto
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Olha ela no centro
nem havia, nem sabia...
Agora vem e cabe.
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Desfoca tudo em volta
Deixa ela tocar
Deixa ela sentir.
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Se a música invade sem perguntar
Ela te leva pro mesmo lugar
que você deseja estar.
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Ela canta e encanta.
Olha pra baixo.
É contra o alto.
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Lua Nova
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A Lua no céu não sabe o que eu sinto
Mas me faz sentir sem mesmo saber.
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Eu mesmo querendo, não chego até ela
E fico sofrendo por não lhe prover
todo o sentimento que ela faz por mim.
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Mas quando vejo o sorriso em sua face
Percebo o quão ela se parece comigo
E que se um dia ela falasse
Seria o que ouvir eu preciso.
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Ela sou eu ali no céu
Eu a amo por amar a mim quando estou ali
Eu a falo por ouvir a mim quando sorri.
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Lua que me acalma,
que me atormenta quando some
que me consola quando aparece metade
Que me confunde quando vem junto do sol.
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É dessa dança de mim mesma
Aparecendo e reluzindo
para você triste ou sorrindo
que me descubro muito mais fases,
Muito mais frases.
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Sua face, minha face.
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Pra já / Viagem / Presente / Pitanga / Poesia ao Negrinho