Lição 5 25 de Julho a 31 de Julho Missionários Exilados Sábado à tarde LEITURA PARA O ESTUDO DA SEMANA: Daniel 1-12; Isaías 39:5-7; Daniel 2:44; Mateus 24:14 e 15; Génesis 41. VERSO ÁUREO: “E foi-lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o servissem: o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não será destruído.” Daniel 7:14. OS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA, como povo da Profecia, creem na volta de Jesus Cristo em breve. A Sua vinda porá fim a este mundo tal como o conhecemos e, finalmente, inaugurará o reino eterno de Deus, retratado no livro de Daniel desta maneira: “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos, debaixo de todo o céu, serão dados ao povo dos santos do Altíssimo: o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão.” Daniel 7:27. Este reino é o culminar da nossa fé; é o que o livro de Hebreus (Heb. 11:16) apelidou como “uma pátria melhor”, aquela que todo o povo de Deus ao longo dos séculos confiou que havia de vir, aquela cujo “artífice e construtor é Deus” (Heb. 11:10). Contudo, o livro de Daniel é também uma espécie de manual para atividade missionária. Dele retiramos lições sobre a forma como o Senhor foi capaz de usar alguns do Seu povo hebreu para darem testemunho junto daqueles que estavam mergulhados em ignorância espiritual e teológica. Através da sua fidelidade, diligência e fé inabalável, esses crentes revelaram a realidade do Deus vivo àqueles que só conheciam falsos deuses e deram a esses pagãos uma oportunidade de terem também um lugar neste reino eterno. Ano Bíblico: Isaías 8-10. SOP: Evangelismo (Livro), (Capítulo) Conferências Públicas, (119) O Exílio Domingo, 26 de Julho. Leia Isaías 39:5-7 e Daniel 1:1 e 2. De que modo estão estes textos relacionados? Daniel, cujo nome significa “Deus é o meu juiz”, foi levado, numa marcha forçada, da Jerusalém derrotada para a capital babilónica. O livro de Daniel apresenta vislumbres da sua vida nas cortes de Babilónia e da Pérsia. Depois de três anos de “instrução” em Babilónia, Daniel tornouse funcionário público e conselheiro real. Graças ao poder de Deus, progrediu muito acima do habitual estatuto de um cativo para se vir a tornar num missionário altamente colocado junto de duas superpotências. O livro de Daniel é mais do que um manancial de literatura profética. Nele, o Leitor encontra alguns dos desafios com que se confrontaram os Hebreus a viverem numa cultura estrangeira, que não providenciava qualquer apoio aparente à sua lealdade ao Deus de Israel, e que, por vezes, até era abertamente hostil. O livro também traça um quadro admirável de homens que aprenderam a viver alicerçados no seu compromisso com a verdade, na ausência do templo, do sacerdócio e dos sacrifícios. Leia Daniel 1:8-13; 5:12; 6:4; 9:3-19. O que nos dizem estes textos sobre o caráter de Daniel, o qual o tornou no grande missionário que foi? “Toda a instituição que traz sobre si o nome ‘Adventista do Sétimo Dia’ deve ser para o mundo aquilo que José foi para o Egito e aquilo que foram Daniel e os seus companheiros em Babilónia. Sob a providência de Deus, esses homens foram conduzidos cativos, a fim de poderem levar a nações pagãs o conhecimento do verdadeiro Deus. Deviam ser representantes de Deus no nosso mundo. Não deviam fazer nenhuma cedência às nações idólatras com as quais entrassem em contacto, antes precisavam de permanecer leais à fé, considerando como especial honra o nome de adoradores do Deus que criou os céus e a Terra.” – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 8, p. 153. Pense em como teria sido fácil para Daniel fazer cedências, sobretudo considerando as suas circunstâncias. Que lição nos traz o seu exemplo acerca de como, na maior parte das vezes, as nossas desculpas para fazermos cedências são realmente desprovidas de sentido? Ano Bíblico: Isaías 11-14. Testemunhas (Daniel 2-5) Segunda, 27 de Julho. Lemos em Daniel 2 como Daniel teve a oportunidade, por uma questão de necessidade, de dar testemunho do poder do Deus verdadeiro, em contraste com as falsidades de Babilónia. Depois de cantar um hino de louvor com os seus compatriotas judeus e de agradecer a Deus pela resposta às suas orações (Dan. 2:20-23), o jovem cativo interpretou o sonho do rei e testemunhou da grandeza de Deus e do Seu domínio sobre todos os reinos terrenos. O que disse o rei que revela como ele aprendeu alguma coisa a respeito do verdadeiro Deus? Ver Daniel 2:47. Segundo Daniel 2, Daniel não teve alternativa: ou dava ao rei o que este queria ou teria de enfrentar a morte. Em contrapartida, no capítulo 3, os seus três amigos podiam ter evitado a fornalha ardente, se simplesmente tivessem obedecido à ordem do rei. Em vez disso, porém, o testemunho fiel dos três jovens permitiu-lhes dar testemunho do poder do Deus verdadeiro. “Como sabia Nabucodonosor que a forma do quarto personagem era semelhante ao Filho de Deus? Ele tinha ouvido falar do Filho de Deus por parte dos cativos hebreus que estavam no seu reino. Eles tinham trazido para lá o conhecimento do Deus vivo que domina sobre todas as coisas.” – Ellen G. White, Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado), 3 de maio de 1892. Em Daniel 4, que confissão faz, mais uma vez, o rei Nabucodonosor a respeito do Deus verdadeiro, tudo graças ao testemunho de Daniel? Ver Dan. 4:37. Em Daniel 5 temos a última presença de Daniel na corte de Babilónia, aonde foi chamado para explicar a extraordinária escrita que surgiu no palácio de Belshazar, a qual anunciava a queda do Império Babilónico às mãos dos Medos e dos Persas. Embora, certamente, Belshazar tivesse ficado impressionado com o que Daniel fez, era demasiado tarde: o destino do rei estava traçado. O mais triste, de acordo com a Bíblia, é que (ver Dan. 5:17-23) Belshazar tivera a oportunidade de aprender a verdade e de se humilhar perante ela. Como sabemos, ele não tirou proveito dessas oportunidades. Como é importante que examinemos a nossa vida e façamos a nós mesmos a pergunta: Que tipo de testemunho dá a minha vida diante do mundo? O que nos revela a nossa resposta? Ano Bíblico: Isaías 15-19. Daniel na Pérsia Terça, 28 de Julho. “E, chegando-se à cova, chamou por Daniel, com voz triste: e, falando o rei, disse a Daniel: Daniel, servo do Deus vivo! dar-se-ia o caso que o teu Deus, a quem tu continuamente serves, tenha podido livrar-te dos leões?” Daniel 6:20. O rei chamou a Daniel “servo do Deus vivo”. O que está implícito nestas palavras? Em Daniel 6, tendo-se dado a mudança de Império e de rei, Daniel manteve a sua posição e até foi promovido, tornando-se num dos três presidentes, a quem os 120 sátrapas tinham de reportar. O rei Dario chegou até a considerar nomeá-lo como o mais alto funcionário em todo o seu reino, o que provocou a antipatia dos outros presidentes e sátrapas. Foram estes que induziram o rei a promulgar, com efeito em todo o Império, um decreto, o qual, na realidade, era para ter aplicação unicamente a Daniel. Este foi lançado na cova dos leões, mas Deus interveio espetacularmente numa situação que nem o compreensivo rei tinha poder para anular. O livramento de Daniel agradou tanto ao rei que este emitiu um decreto real para todo o Império, exaltando o Deus de Daniel. “Então o rei Dario escreveu a todos os povos, nações e gente de diferentes línguas, que moram em toda a terra: a paz vos seja multiplicada. Da minha parte é feito um decreto, pelo qual, em todo o domínio do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel; porque ele é o Deus vivo e para sempre permanente, e o seu reino não se pode destruir; o seu domínio é até ao fim. Ele livra e salva, e opera sinais e maravilhas no céu e na terra; Ele livrou Daniel do poder dos leões.” Daniel 6:26 e 27. Leia Daniel 6. O que é que aqui nos indica que Daniel já tinha sido uma grande testemunha junto do rei? Além disso, o que é que no decreto real mostra que o rei sabia mais sobre o Deus de Daniel do que o que poderia ter aprendido simplesmente com aquele livramento espetacular? Que mensagem tem isto para nós a respeito do testemunho de Daniel junto dele? Ano Bíblico: Isaías 20-23. Daniel e o Eterno Reino de Deus Quarta, 29 de Julho. Daniel não se limitava a ser meramente um intérprete de sonhos de outros homens, por muito significativo que isso fosse naquele contexto. Em Daniel 7-12, ele escreve sobre as suas próprias visões, as quais revelaram o futuro de grandes superpotências mundiais. As visões de Daniel realçaram em especial que, apesar dos governantes terrenos e dos seus respetivos planos e maquinações, é Deus Quem tem o controlo decisivo sobre as nações. Quando o fim chegar, Ele e o Seu reino eterno triunfarão, e esse triunfo será completo (ver Dan. 2:44). Leia Daniel 7:13 e 14. O que descrevem estes textos, e de que modo isso se relaciona com a ideia de os Cristãos levarem o Evangelho ao mundo? O que quer que seja que de extra estes versículos mencionem, a questão central é o estabelecimento do reino eterno de Deus, o qual não se realizará antes da volta de Jesus. E que fator o próprio Senhor Jesus considerou importante a respeito do Seu regresso? “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim. Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda; então os que estiverem na Judeia fujam para os montes.” Mateus 24:14-16. As profecias de Jesus sobre o fim do mundo, em Mateus 24, estão ligadas às profecias de Daniel. A “abominação da desolação” predita por Daniel (Dan. 11:31; 12:11) foi referida com mais pormenor e aplicada por Jesus ao Seu próprio tempo e às épocas seguintes. O ponto de interesse é que Jesus associou muito de perto o livro de Daniel com os tempos do fim, o que, naturalmente, não é surpreendente, uma vez que Daniel, em muitos pontos específicos, aponta, na verdade, para os tempos do fim (Dan. 8:17, 19; 11:35; 12:4, 13). Ora, de acordo com Jesus, o fim não virá até que “este evangelho do reino seja pregado em todo o mundo” (Mat. 24:14). O Evangelho é para ser pregado “em todo o mundo” e unicamente depois é que Jesus voltará. E nós somos chamados a pregá-lo. Há quem argumente que Jesus não poderá voltar até que façamos o nosso trabalho. Em que termos devemos entender a nossa função quanto ao tempo do regresso de Jesus? Partilhe a sua resposta na sua Unidade de Ação. Ano Bíblico: Isaías 24-26. Mais Exilados Atuando como Missionários Quinta, 30 de Julho. Daniel foi um dos Israelitas expulsos involuntariamente de Israel, tal como o foram José e Moisés, no Egito, Neemias, na Pérsia, e Ester, também na Pérsia. A vida destas pessoas revela que é possível permanecer fiel a Deus em ambientes espiritual e culturalmente desfavoráveis. Sob a direção de Deus, foi até possível alguns alcançarem posições administrativas proeminentes nesses cenários estranhos. Cada uma dessas pessoas foi capaz de viver uma vida criativa e abundante, manobrando habilmente complexas movimentações religiosas, sociais, políticas e económicas muito diferentes daquelas da sua respetiva cultura nacional. Estes personagens não só foram membros leais das comunidades hebraicas de exilados, mas foram também, à sua própria maneira, missionários eficazes do Deus de Israel. O testemunho em tempo de exílio incluiu tanto uma presença passiva como uma proclamação ativa. Ester Daniel Não se identificou como Hebreia, até ser necessário fazê-lo. Manteve em segredo, diante dos estranhos, a sua religião, até ser necessário revelá-la. Deus protegeu-a e à sua família. Deu testemunho em altas esferas a fim de salvar a sua vida bem como a do seu povo. Contribuiu para o estabelecimento da liberdade religiosa e do direito da defesa própria de uma minoria religiosa. Identificou-se como Hebreu. Tornou conhecidas as suas convicções religiosas. Deus protegeu-o e aos seus amigos. Testemunhou em altas esferas para salvar a sua vida assim como a de outras pessoas. Influenciou indiretamente o rei Ciro para que permitisse aos Hebreus exilados a reconstrução do templo de Jerusalém. Leia todo o capítulo 41 de Génesis. Em que aspetos foi José capaz de testemunhar diante dos Egípcios? Em que termos a sua história tem paralelismo com a de Daniel e dos seus companheiros em Babilónia? Em que situações costuma encontrar-se que lhe permitem dar testemunho da sua fé? Dá um testemunho passivo ou ativo, ou ambos? Quais são algumas das coisas que podem dizer-se ou fazer- se, as quais deixarão junto de outros uma impressão poderosa sobre a bondade e o amor do nosso Deus? Ano Bíblico: Isaías 27-29. Sexta, 31 de Julho. ESTUDO ADICIONAL: “Multidões serão chamadas para um ministério mais amplo. O mundo todo está a abrir-se para o Evangelho... De toda a parte deste nosso mundo vem o clamor de corações feridos no seu anelo de conhecimento do Deus de amor... Recai sobre nós, os que recebemos este conhecimento, e sobre os nossos filhos, a quem o podemos comunicar, atender ao seu clamor. A toda a casa e escola, a todo o pai, professor e crianças sobre quem resplandeceu a luz do Evangelho, impõe-se, neste momento crítico, a pergunta feita à rainha Ester naquela momentosa crise da história de Israel: ‘Quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?’.” – Ellen G. White, “O Lar Adventista, pp. 484 e 485. PERGUNTAS PARA REFLEXÃO: Analise as profecias no livro de Daniel, sobretudo Daniel 2, 7 e 8. Em que aspetos estes capítulos são um testemunho poderoso, não apenas da fiabilidade profética da Bíblia, mas também do conhecimento antecipado que Deus tem do futuro? Por exemplo, repare-se como, entre Daniel 2, 7 e 8, três dos quatro principais reinos nos são indicados pelo nome. Até que ponto isto nos ajuda a aprendermos a confiar na Palavra de Deus e nas Suas promessas a nós dirigidas? Nalguns destes relatos no livro de Daniel e nalgumas outras histórias (como na de José), surgem alguns milagres que, naturalmente, acrescentaram muito à credibilidade do testemunho dado aos pagãos à sua volta. Ao mesmo tempo, também, que aspetos do caráter daquelas pessoas crentes trouxeram mais credibilidade ao seu testemunho? Isto é, de que modo podem o caráter e a fidelidade, ainda mais do que os sinais e as maravilhas, ser um poderoso testemunho junto de outros acerca da realidade de Deus e daquilo que Ele pode fazer na nossa vida? Como vimos na secção de quarta-feira, Mateus 24:14 diz que o Evangelho precisa de chegar aos confins da Terra, e depois o fim virá. Quer isto dizer que Jesus não voltará até que tenhamos realizado o trabalho que Ele nos chamou a operar? Troquem ideias sobre este ponto. Ano Bíblico: Isaías 30-33. so-bidi-font-family:"Times New Roman"'> Em que situações costuma encontrar-se que lhe permitem dar testemunho da sua fé? Dá um testemunho passivo ou ativo, ou ambos? Quais são algumas das coisas que podem dizer-se ou fazerse, as quais deixarão junto de outros uma impressão poderosa sobre a bondade e o amor do nosso Deus? Ano Bíblico: Isaías 27-29. Comentários de EGW, Leitura Adicional: Vidas que Falam (Meditações Matinais, 1971), p. 253; Patriarcas e Profetas, pp. 185-188, ed. P. SerVir. Moderador Texto-Chave: Daniel 1:3 e 4, 8 e 9. Com o Estudo desta Lição, o Membro da Unidade de Ação Vai: Aprender: A identificar as lições-chave da experiência dos exilados bíblicos sobre fidelidade viva para com Deus em circunstâncias pouco ideais. Sentir: Inspiração graças à coragem espiritual de personagens como Daniel, Sadraque, Mesaque e Abed-Nego. Fazer: Decidir não se afastar da cultura, mas envolver-se nela de maneira a chamar a atenção para os valores do reino de Deus. Esboço da Aprendizagem: I. Aprender: A Âncora da Identidade. A. Para atuarem como membros da corte babilónica, Daniel e os outros exilados devem ter tido de pôr de lado algumas das suas práticas culturais judaicas. Qual é a importância das questões que os exilados decidiram que seriam inegociáveis? B. Quais são alguns dos marcos históricos da identidade Adventista do Sétimo Dia, e de que modo servem para nos manterem firmes na fé e na missão? II. Sentir: Tornar-se Espiritualmente Frouxo. A. De que maneira poderia o sentimento de segurança na prática da nossa fé causar, de facto, dano à nossa saúde espiritual? B. Qual é o nosso sentir quando manifestamos coragem espiritual numa situação difícil? Que emoções vivemos quando decidimos seguir o caminho fácil? III. Fazer: Exercitar os Nossos Músculos Espirituais. A. Quando foi a última vez que pusemos Deus à prova de uma forma similar à dos 10 dias da experiência dietética de Daniel (Dan. 1:12-15)? De que maneira isso influenciou a nossa fé? B. Mesmo que não oremos em frente de uma janela aberta como fazia Daniel, conseguem os outros dizer que somos pessoas de oração? Se sim, de que maneira? C. Até que ponto a oração de Jesus relatada em João 17:15-18 nos ajuda a enfrentar com coragem os desafios de cada dia impostos pelo “viver em exílio”? Sumário: “Sentirmo-nos demasiado em casa” neste mundo deve servir como um sinal de aviso para os seguidores de Cristo. No entanto, ainda que ansiemos pelo nosso lar eterno, a lição desta semana recorda-nos que também temos uma missão em que nos devemos envolver junto da sociedade e que temos de demonstrar o poder transformador da fé no meio da nossa cultura. CICLO DA APRENDIZAGEM 1º PASSO – MOTIVAR! Realce da Escritura: Daniel 3:17 e 18. Conceito-Chave para Crescimento Espiritual: Nós, tal como Daniel e os outros fiéis exilados em Babilónia, temos a oportunidade de representar de forma genuína Deus e a Sua missão, independentemente do lugar em que vivemos ou dos desafios que se nos deparam. Só para o Dinamizador: Pensadores cristãos têm debatido, durante séculos, a forma como os Cristãos melhor se devem relacionar com a cultura à sua volta. A abordagem mais fácil é simplesmente assimilá-la. O livro de Daniel não nos diz quantos exilados Judeus fizeram esta opção. Não há dúvida de que muitos escolheram a vereda “mais segura” de não dar muito nas vistas e de simplesmente comer da mesa do rei e de se curvarem diante do ídolo na Planície de Dura. Contudo, a Bíblia exalta para nosso exemplo Daniel e os seus três amigos, que tomaram uma outra atitude. Ao ensinar a lição esta semana, analise a forma como estes exilados fiéis encontraram o equilíbrio entre um envolvimento ativo na cultura babilónica e a recusa impregnada de princípios em fazer cedências. Debate Introdutório: Em 2007, o jornal Washington Post fez uma experiência, tendo convidado Joshua Bell, um dos maiores violinistas clássicos do mundo, a tocar logo à entrada da estação de Metro L’Enfant Plaza em Washington, D. C.. O seu propósito era calcular a reação dos transeuntes que passavam a caminho dos seus trabalhos. Foi num dia frio de inverno, na hora de ponta de uma manhã bem cedo. Utilizando o seu violino Stradivarius no valor de 3,5 milhões de dólares, ele tocou seis peças durante cerca de meia hora. Durante esse tempo, apenas sete pessoas pararam para ouvir pelo menos durante um minuto; outras 1097 pessoas passaram de lado. Algumas pessoas atiraram trocos para a sua caixa do violino, num total de 32,17 dólares – isto dedicado a um génio mundialmente famoso que consegue ganhar 1000 dólares por minuto, tocando nos grandes salões de concerto de todo o mundo. (Para ler a história completa, ver, de Gene Weingarten, “Pearls Before Breakfast” (Pérolas Antes do Pequeno-almoço), no Washington Post Magazine, de 8 de abril de 2007.) Como Adventistas do Sétimo Dia, que gostariam de poder tocar para o mundo “a velha e sublime história”, isso pode, por vezes, ser desanimador. É como tocar o violino para pessoas que não estão dispostas a parar para ouvir. Podemos estar a tocar a mais bela melodia do Universo, mas a maior parte das pessoas simplesmente passa ao lado. Pense Nisto: Que lições nos ensina esta história? Em que aspetos é a vida, numa cultura secular, ou numa cultura dominada por outra religião, semelhante à vida em exílio num país estrangeiro? Como é que se pode aprender melhores maneiras de tocar “a velha e sublime história” da Salvação? 2º PASSO – ANALISAR! Só para o Dinamizador: Daniel e os seus companheiros exilados foram bem-sucedidos na sua missão por várias razões – identidade e integridade, envolvimento e oração. Analise com a sua Unidade de Ação o modo como podemos hoje pôr em prática estes princípios. COMENTÁRIO BÍBLICO I. Identidade e Integridade (Recapitule com a Unidade de Ação Daniel 3:17-19; 6:10.) O exílio é um tema doloroso que percorre toda a história de Israel. No Novo Testamento, os crentes cristãos são retratados como estrangeiros numa terra estranha ou, nas palavras do apóstolo Pedro, como “peregrinos e forasteiros” no mundo (I Pedro 2:11). O apóstolo João avisa-nos para que não amemos o mundo ou as coisas do mundo (I João 2:15) e Tiago compara a amizade com o mundo com o ódio para com Deus. Paulo cita Isaías: “Saí do meio deles, e apartai-vos” (II Cor. 6:17). E, no entanto, Jesus disse que, embora não sejamos do mundo, devemos estar nele. E isso quer dizer guardarmos cuidadosamente a nossa herança espiritual e a verdade que Deus nos deu (I Tim. 3:14; 6:20). Pense Nisto: Sadraque, Mesaque e Abed-Nego sobressaíram de entre a multidão na Planície de Dura; Daniel proclamou a sua fé, orando junto a uma janela aberta. Hoje, em que aspetos sobressaímos ou nos misturamos com a comunidade em geral? Quais são as características exteriores que os Adventistas do Sétimo Dia deviam mostrar para nos identificar como um povo no exílio? II. Envolvimento (Recapitule com a Unidade de Ação Daniel 6:3.) Como é que se esperava exatamente que o povo judeu se comportasse no exílio? Era fundamental a manutenção da sua identidade judaica, mas esta não devia ser mantida mediante a exclusividade. Falando aos Judeus prestes a serem exilados para Babilónia, Deus disse-lhes para que não estabelecessem enclaves judaicos separados, escondidos do resto da comunidade babilónica: “E procurai a paz (shalom) da cidade, para onde vos fiz transportar, e orai por ela ao Senhor; porque na sua paz (shalom) vós tereis paz (shalom)” (Jer. 29:7). A palavra hebraica shalom é uma palavra bonita, multidimensional, que significa “bem-estar, paz, prosperidade”. Deus diz aos exilados que trabalhem e orem pela shalom de Babilónia. Vemos isto posto em prática na vida de Daniel e dos seus três amigos. Embora mantendo-se verdadeiros para com as suas crenças e cultura tradicional, eles envolveram-se nas questões cívicas e políticas de Babilónia. Daniel atuou para promover a shalom de vários reis babilónicos, interpretando-lhes os sonhos e apresentando-lhes mensagens da parte de Deus. Pense Nisto: O exemplo de Daniel é frequentemente citado hoje como um modelo para a forma como os Cristãos podem com tranquilidade envolver-se com o mundo político ou cívico. Na sua opinião, acha que a liderança na esfera pública – na política, em empresas ou nos meios de comunicação – leva sempre a que sejam feitas cedências? Porquê? Quais são as salvaguardas espirituais que nos podem ajudar a ultrapassar esses desafios? III. Oração (Recapitule com a Unidade de Ação Daniel 6:4 e 5, 10 e 11.) Ao longo de todo o livro de Daniel, a oração é uma parte indispensável da identidade e do ministério de Daniel, quer seja dando graças (6:10) ou rogando a Deus por auxílio (6:11), quer seja fazendo uma confissão (9:5-11) ou suplicando pela sua terra (9:16-19) ou pedindo a Deus que lhe revele o segredo dos sonhos dos reis (2:18 e 19). E, no entanto, o conselho que Jesus deu para que se ore em privado – num quarto fechado, se necessário – poderia ter sido muito apelativo para Daniel perante a condenação à morte por orar a qualquer um que não fosse o rei. Teria sido fácil racionalizar: “Se eu morrer, não posso continuar como missionário aqui em Babilónia”; “Não há lugar nenhum das Escrituras que diga que temos de orar onde possamos ser vistos”. É claro, porém, que o conselho que Jesus deu era dirigido àqueles que oravam em público para pavonearem as suas boas obras. Quanto a Daniel, um homem de tal integridade, ter-lhe-ia parecido uma cedência, se mudasse os seus hábitos de oração. Por isso, ele permaneceu firme. Pense Nisto: A vida de oração de Daniel parece ter sido marcada pela coerência – quanto ao momento do dia, à postura e ao lugar. Que função, no seu entender, podem ter os hábitos diários tanto no estimular como no perturbar a nossa ligação de oração com Deus? 3º PASSO – PRATICAR! Só para o Dinamizador: O sociólogo Rodney Stark é de opinião que o segredo do rápido crescimento da Igreja Primitiva foi o seu ministério comunitário abrangente. Embora os crentes fossem exilados numa cultura pagã, não se fecharam em si mesmos: “O Cristianismo atuou em resposta à miséria, ao caos, ao medo e à brutalidade da vida no mundo urbano greco-romano.” – Rodney Stark, The Rise of Christianity (O Surgimento do Cristianismo). Princeton, N. J.: Princeton University Press, 1996, p. 161. Assim sendo, por exemplo, em tempos de pestes e doenças, os sacerdotes pagãos fugiam das cidades enquanto os Cristãos ficavam para prestar auxílio aos doentes e aos sofredores. Numa afirmação frequentemente citada, o teólogo Tertuliano, um converso pagão, disse: “É o nosso cuidado pelos desamparados, a nossa prática de amorosa bondade que nos marca aos olhos de muitos dos nossos opositores. “Vejam só”, dizem eles, “vejam a maneira como se amam uns aos outros”! – Idem, página 87. O imperador Juliano escreveu: “Os ímpios Galileus prestam auxílio não apenas aos seus, mas também aos nossos; toda a gente pode ver que o nosso povo tem falta de ajuda da nossa parte.” – Idem, página 84. Pergunta para Reflexão: Qual é a opinião que a nossa comunidade tem a respeito dos Adventistas do Sétimo Dia? 4º PASSO – APLICAR! Só para o Dinamizador: Lembre à sua Unidade de Ação que não estamos a falar simplesmente de qualquer coisa que “aconteceu noutros tempos” ou de qualquer coisa que é um ponto interessante para uma discussão teológica. Estamos a falar de como podemos aplicar fielmente princípios bíblicos à nossa vida diária – algumas vezes em situações difíceis. Enquanto Unidade de Ação, analisem a diferença entre simplesmente falar sobre as nossas crenças e vivê-las fielmente, mesmo quando sentimos o calor da fornalha ardente. Atividade: Dependendo do tamanho da Unidade, para esta atividade, divida-a em grupos mais pequenos ou fiquem juntos num só grupo. Considerem as seguintes situações que um Adventista do Sétimo Dia poderá ter de enfrentar (ou sugiram outros cenários diferentes, que sejam mais relevantes na vossa cultura local). Dê alguns conselhos a esses indivíduos sobre a forma como podem ser missionários fiéis, apesar dos desafios que enfrentam. 1. Um trabalhador Adventista, num país em desenvolvimento, ganha dois euros por dia a varrer as ruas – mal lhe chega para alimentar a família com quatro filhos. Agora dizem-lhe que tem de trabalhar aos sábados. Recusando-se, ele sabe que tem várias centenas de indivíduos à espera de ficar com aquele emprego, deixando-o sem qualquer fonte de rendimento. 2. Uma jovem Adventista começa as aulas numa Universidade pública e, pela primeira vez, é confrontada com opiniões ateístas e materialistas, que são apresentadas de uma forma motivadora e atrativa. Os colegas de turma parecem todos aceitar simplesmente essas ideias. Ela passa por uma crise de fé, sem saber como vai conseguir aguentar. 3. Um jovem Adventista recém-licenciado arranja emprego numa cidade do interior, onde não há qualquer igreja Adventista. Os seus únicos amigos estão no local de trabalho, e os seus encontros envolvem sempre bebidas e tabaco. Deve o jovem resignar-se a não ter qualquer vida social? Ou estará certo ele frequentar essas festas? Apresentem razões para as vossas respostas.