comunicado de imprensa 10 de Agosto 2011 Melro já não é caçado, mas são precisas mais medidas Foi anunciado ontem pelo secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Daniel Campelo, que o governo decidiu retirar o melro da lista das aves que se podem caçar. A Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) considera que esta é uma prova de como a união dos cidadãos tem frutos positivos e congratula a decisão. Contudo, a SPEA espera que brevemente sejam tomadas novas medidas em relação aos erros que o último calendário venatório ainda apresenta. A indignação dos cidadãos, patente nas inúmeras manifestações de desagrado face à possibilidade de se caçar melros a partir desta época venatória, resultou num desfecho feliz para esta espécie. Com a decisão ontem anunciada, o Melro deixa de constar da lista de espécies cinegéticas. A SPEA, mentora da campanha “Eu vou dizer ao Governo que não quero que cacem os nossos melros” recebeu mais de 100 cartas dirigidas à Sra. Ministra do Ambiente a contestar a medida polémica, e muitos apoios na sua página do Facebook. Esta organização agradece a todos os que se mobilizaram por esta causa e congratula o Governo pela medida tomada. Foto: Melro © Faísca Segundo Pedro Geraldes, biólogo da SPEA, “esta decisão demonstrou que a decisão do anterior governo não fazia sentido e também que a união faz a força. De facto tivemos uma adesão à nossa campanha acima das nossas expectativas e os resultados estão à vista”. De acordo com esta associação, é ainda necessário alterar vários aspectos preocupantes deste novo calendário venatório e outros problemas graves relacionados com a gestão de caça. Pedro Geraldes afirma que “esperemos que esta alteração da portaria anunciada pelo novo governo vá um pouco mais além do problema do melro e também aborde outros aspectos graves para os quais já alertámos”, e que considera não serem do interesse nem do ambiente, nem dos portugueses. Entre as recomendações sugeridas, salienta-se: - fixar o calendário venatório anualmente (como sempre aconteceu) e não ser aplicado a três épocas consecutivas (2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014) - que é uma novidade erradamente introduzida, pois não tem em conta as alterações que podem ocorrem nas populações destas espécies! - alterar alguns períodos de caça para 4 espécies de patos constantes nesta nova portaria, por os mesmos serem ilegais à luz da Directiva Aves da União Europeia. É o caso do Pato-real, da Marrequinha, da Frisada e da Negrinha; - corrigir erros graves de gestão da caça, tais como • uso de munições com chumbo em zonas húmidas, pois contribuem para o envenenamento de milhares de patos e outras aves todos os anos (Portugal é um dos poucos países da Europa em que ainda se permite esta situação); • caçar patos em Agosto e Setembro, quando ainda há espécies que estão a criar, algumas das quais ameaçadas; Para mais informações contactar: Pedro Luís Geraldes tel 914 542 179 e-mail [email protected] comunicado de imprensa 10 de Agosto 2011 • constar da lista venatória espécies cujos efectivos têm estado a diminuir drasticamente nos últimos anos, como é o caso da Rola-comum e do Estorninhomalhado. Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves – A SPEA é uma Organização Não Governamental de Ambiente que trabalha para a conservação das aves e dos seus habitats em Portugal. A SPEA faz parte da BirdLife International, uma aliança de organizações de conservação da natureza em mais de 100 países, considerada uma das autoridades mundiais no estudo das aves, dos seus habitats e nos problemas que os afectam. | www.spea.pt Download da Carta para enviar à Ministra - http://www.spea.pt/noticias/detalhes.php?id=174 Carta com as 10 razões porque não se deve permitir a caça ao Melro http://www.spea.pt/fotos/editor2/2011_07_n32_carta_melro.pdf Visite-nos: www.facebook.com/spea.Birdlife https://twitter.com/spea_birdlife Para mais informações contactar: Pedro Luís Geraldes tel 914 542 179 e-mail [email protected]