25/4/2012 Modulação da Saúde pelo Intestino 28 de maio de 2011 - Campinas Prof. Bruno Zylbergeld Biólogo 1 25/4/2012 COMPONENTES HORMONAIS: SECRETINA Estimula o pâncreas -----> secreção aquosa, [bicarbonato, íons e água] alta , [enzimas] baixa; inibe a secreção gástrica. COLECISTOCININA: ìleo Estimula o pâncreas enzimas liberadas na forma inativa ativadas no duodeno Contração e esvaziamento da vesícula biliar Relaxamento do esfíncter de Oddi. HEPATOCRININA “bile fina”, com baixo teor salino ENTEROCRININA Provoca o fluxo do suco entérico (intestinal) INERVAÇÃO: Sistema nervoso entérico: 1) Plexo Submucoso (Meissner): reside na base da submucosa; controla sobretudo a secreção gastrintestinal e o fluxo sangüíneo local 2) Plexo Mioentérico (Auerbach): reside entre as camadas musculares circunferencial interna e longitudinal externa da parede muscular; controla, principalmente, os movimentos gastrintestinais. Além dessa inervação intrínseca, há também uma inervação extrínseca, representada pelo sistema nervoso simpático e parassimpático. 2 25/4/2012 Intestino grosso. 1) HISTOLOGIA O intestino , absorção da água (o que determina a consistência do bolo fecal). 1,5 m de comprimento. Ceco, cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmóide e reto. Apêndice vermiforme vestigial, 8 cm de comprimento, cuja posição se altera com freqüência. Túnica Mucosa NÃO APRESENTA vilosidades. Cólon 3 - Glândulas de Lieberkühn 3 25/4/2012 PATOLOGIAS RELACIONADAS: Diarréia: Eliminação de maior quantidade de água pelas fezes, ou sua associação com muco, sangue ou restos alimentares dor e distensão abdominal. Classificação: OSMÓTICA: Substâncias pouco absorvíveis ou inabsorvíveis -----> força osmótica para impedir a absorção de água e até transferi-la do meio interno de volta para a luz. Inferior a 1 litro. SECRETÓRIA: Secreção de água e eletrólitos, observada nas infecções intestinais. Superior a 1 litro. EXSUDATIVA: Secretor; material protéico, mucopolissacarídeo, restos celulares e sangue. Tumores e das doenças inflamatórias intestinais crônicas. MOTORA: O distúrbio de motilidade do canal alimentar. Hipermotilidade ( devido a hipertireoidismo e tumores neuroendócrinos digestivos), hipomotilidade ( aumento do crescimento bacteriano). DIARRÉIA AGUDA: Início abrupto, antecedente epidemiológico de intoxicação alimentar ou contato com pessoas portadoras do mesmo quadro, curso rápido, dificilmente ultrapassando 10 dias, na maioria das vezes, sem maiores danos ao estado geral do doente. DIARRÉIA CRÔNICA: Duração superior a 3 semanas. Algumas infecções bacterianas ou parasitárias podem cursar de forma prolongada, ainda que se tratem de infecções agudas. 4 25/4/2012 Diverticulose: Diverticulose, presença de pequenas bolsas que se projetam para fora da parede intestinal. 85% dos divertículos localizam-se no cólon sigmóide. Um terço das pessoas com mais de 50 anos e 2/3 daquelas com mais de 80 anos tem divertículos no cólon, grande maioria é assintomática. Aumento da pressão no interior do intestino, enfraquecimento de pontos da parede intestinal. Diverticulite, complicação mais indivíduos com diverticulose. comum, 10-20% dos Dor forte na parte inferior esquerda do abdome, acompanhada de febre e, geralmente, constipação. Náusea, vômito e diarréia com muco, pus ou sangue. Peritonite (inflamação de todo o abdome) ou ao abscesso localizado. Videos 1 Videos 2 Doença de Crohn: Processo inflamatório crônico capaz de afetar qualquer segmento do canal alimentar. Evolui com surtos de exarcebação e remissão imprevisíveis. As lesões decorrem da natureza invasiva do processo infamatório, que não respeita a superfície mucosa, estendendose à profundidade da parede comprometida até exteriorizando-se para estruturas vizinhas. È de etiologia desconhecida. 5 25/4/2012 Síndrome do Intestino Irritável: Resposta exacerbada aos estímulos habituais da musculatura lisa do canal alimentar; As respostas da musculatura lisa, são amplificadas, fato considerado como gerador dos sintomas. Dor ou desconforto abdominal por período superior a 12 semanas. Dor aliviada pela evacuação, Dor associada à mudança do ritmo da evacuação e mudança na consistênica das fezes. Doença celíaca Intolerância permanente ao glúten, proteína encontrada no trigo, centeio, cevada, aveia e malte. Danos às pequenas protrusões, ou vilos, do intestino delgado. Desordem autoimune. Pode levar anos para ser diagnosticada. Anticorpo anti-transglutaminase tecidular (AAT). Anticorpo anti-endomísio (AAE). Insuficientes para um diagnóstico. Biópsia 6 25/4/2012 Células M e Dendríticas: CÉLULAS M, localizam sobre as PLACAS DE PEYER. Células especializadas, microdobras ao invés dos microvilos. Não são cobertas por muco. Camada epitelial que reveste as placas de Peyer. Moléculas e partículas do lúmen -----> membrana basal (transcitose). As células dendríticas (DCs) e macrófagos, fagocitam esse material e processam para apresentação de antígeno nas placas de Peyer, gerando uma resposta imune, ali ou nos nódulos mesentéricos. MHC diferentes das clássicas de classe I e II. MIC-A e MIC-B, -----> células T gama-delta -----> respostas locais, que matam as células infectadas e permitem que o epitélio se regenere. Antibióticos de amplo espectro morte da flora intestinal -----> crescimento de outras bactérias, como a Clostridium difficile, que é responsáel por diarréia sanguinolenta, associada com dano da mucosa. Quando as bactérias do intestino penetram a barreira imune, elas causam danos sérios, causando infecção sistêmica fatal. 7 25/4/2012 Morfologia bacteriana; As células bacterianas são caracterizadas morfologicamente pelo seu tamanho, forma e arranjo. Tamanho: -variam de 0,3 por 0,8 µm até 10 por 25 µm. - as espécies de maior interesse médico medem entre 0,5 a 1,0 µm por 2 a 5µm. Forma de bastonete:podem variar em tamanho e espessura (longos e delgados, pequenos e grossos, extremidade reta, convexa, Arredondada ou bífida). - Estafilococos: cocos em grupos irregulares, lembrando cachos de uva. Ex: Staphylococcus aureus. - Diplobacilo: bastonetes agrupados aos pares. - Micrococos: cocos que se separam completamente após a divisão celular. - Estreptobacilos: bastonetes agrupados em cadeias. - Paliçada: bastonetes alinhados lado a lado como palitos de fósforo. Ex: bacilo da difteria. 8 25/4/2012 Cápsula Proteção da bactéria contra as condições externas desfavoráveis. natureza polissacarídea ou polipeptídeas. Confere a virulência da bactéria; resistência à fagocitose. Bactérias desprovidas de cápsula: Envoltório viscoso (slime layer) ou limoso mal delimitado (loose slime). GRAM +:Quantidade maior de peptideoglicano em sua parede celular, o que torna a parede dessas bactérias mais espessa e rígida. GRAM - 9 25/4/2012 -Gram Negativas: Parede celular menos espessa, são mais complexas: Membrana externa cobrindo a fina camada de peptídeoglicano. Lipopolissacarídeos (LPSs): Estão localizados exclusivamente na camada externa da membrana. 10 25/4/2012 Glicocálix (deslisantes) -aeróbias estritas: -exigem a presença de oxigênio, como as do gênero Acinetobacter. -microaerófilas: necessitam de baixos teores de oxigênio, como o Campylobacter jejuni. 11 25/4/2012 - facultativas: apresentam mecanismos que as capacitam a utilizar o oxigênio quando disponível, mas desenvolver-se também em sua ausência . Escherichia coli e várias bactérias entéricas tem esta característica. - anaeróbias estritas: não toleram o oxigênio. Ex.: Clostridium tetani, bactéria produtora de potente toxina que só se desenvolve em tecidos necrosados carentes de oxigênio. Esporos Endosporos, são exclusivos das bactérias (principalmente as pertencentes ao gênero bacillus e clostridium). Os esporos surgem quando a célula bacteriana não se encontra em um meio ideal para o seu desenvolvimento. 12 25/4/2012 Nutrição Macronutrientes Carbono: Substâncias que compõem as células. Principais fontes, são os carboidratos. Oxigênio: Aceptor final na cadeia de transporte de elétrons aeróbia. Hidrogênio: Elemento comum de todo material celular. Nitrogênio: Componente de proteínas e ácidos nucléicos, vitaminas e outros compostos celulares. Enxofre: Aminoácidos (cisteína e metionina), vitaminas e grupos prostéticos de várias enzimas importantes em reações de óxido-redução. Fósforo: (ATP, CTP, GTP, UTP, TTP) e fosfato inorgânico. 13 25/4/2012 oxigenio nitrogenio fosforo enxofre carbono hidrogenio Micronutrientes ferro, magnésio, manganês, cálcio, zinco, potássio, sódio, cobre, cloro, cobalto, molibdênio, selênio e outros. São necessários ao desenvolvimento microbiano, mas em quantidades variáveis, dependendo do elemento e do microrganismo considerados. -componentes de proteínas, -cofatores de enzimas, -Componentes de estruturas, -Osmorreguladores. 14 25/4/2012 cobalto molibdênio Fatores de crescimento: Vitaminas, enzimas e compostos complexos específicos. Acido fólico frutose vitamina K 15 25/4/2012 pH Os valores de pH em torno da neutralidade são os mais adequados para absorção de alimentos para a grande maioria das bactérias. Existem, no entanto, grupos adaptados a viver em ambientes ácidos e alcalinos. Oxigênio O oxigênio pode ser indispensável, letal ou inócuo para as bactérias, o que permite classificálas em: Curva de crescimento bacteriano 16 25/4/2012 Fase lag (A): fase de ajuste. Fase exponencial ou log (B): dividindo a uma taxa geométrica constante até atingir um máximo de crescimento. Fase estacionária (C): rápido decréscimo na taxa de divisão celular. o número total de células em divisão será igual ao número de células mortas. Fase de morte ou declínio (D): condições se tornam fortemente impróprias para as células mortas aumentam em números elevados. Antibióticos: SULFAS: As sulfonamidas são inibidoras competitivas da enzima sintetase de dihidroperoato (são análogos do seu substracto). A enzima catalisa uma reacção necessária à síntese de ácido fólico . Como as células humanas obtêm o seu ácido fólico da dieta, e não possuem a enzima, não são afetadas. Resistência Há genes espalhados em plasmídeos resistência a este agente. Efeitos adversos possíveis Náuseas e vómitos Cefaleias Cianose em decorrência de metemoglobinemia Reacções de hipersensibilidade Danos hepáticos, depressão da medula óssea. Interacções A procaína pode anular o efeito. 17 25/4/2012 Quinolonas Mecanismo de Ação. As quinolonas possuem atividade bactericida, inibindo a ação das subunidades A da DNA-girase, enzima responsável pela divisão da dupla cadeia do DNA cromossômico e pelo super enovelamento cromossômico.. Primeira Geração Segunda Geração Terceira Geração Quarta Geração Ac. nalidíxico Ac. piromídico Cinoxacina Rosoxacina Ac. Pipemídico Norfloxacina Ciprofloxacina Pefloxacina Ofloxacina Lomefloxacina Levofloxacina Fleroxacina Enoxacina Difloxacina Amifloxacina Irloxacina Rufloxacina Trovafloxacina Temafloxacina Tosufloxacina Esparfloxacina Clinafloxacina 18 25/4/2012 Efeitos Colaterais Os efeitos colaterais relacionam-se com o trato GI; trato urinário; trato cardiovascular (taquicardia, hipotensão); pele (fotossensibilidade, rash cutâneo, urticária); SNC (sonolência, ansiedade, convulsões) e alterações hepáticas (↑ transaminases). ß-lactâmicos (Penicilina e cefalosporinas); Interage com proteínas denominadas PBPs (Penicillin Binding Protein), inibindo a enzima envolvida na transpeptidação, responsável pela ligação entre as cadeias de tetrapeptídeos do peptideoglicano. Mecanismos de resistncia bacteriana s cefalosporinas A resistência das cefalosporinas: •diferenças estruturais intrínsecas nas PLPs; •desenvolvimento de PLPs com menor afinidade pelo antimicrobiano; •destruição enzimática do anel betalactâmico por enzimas betalactamases. 19 25/4/2012 Aminoglicosideos, macrolídeos e tetraciclinas. Inibição da produção protéica -----> ligação com as sub-unidades 30s, 50s 60s ribossomal. Interações Medicamentosas e Efeitos Colaterais Antiácidos contendo Ca, Mg ou Al, sulfato ferroso, cimetidina e bicarbonato de sódio ↓ absorção VO das tetraciclinas. Estão relacionadas a superinfecções do trato digestivo, com diarréia por crescimento excessivo ou colite pseudomembranosa por C. difficile. Reações cutâneas de hipersensibilidade, como lesões eritematosas, maculopapulares e fotossensibilidade, podem ocorrer. Não se deve usa-las em gestantes, pois causam deformidades ósseas e dentárias no feto. Infiltração gordurosa do fígado, levando ao coma hepático e à morte é referida. É desaconselhável o uso em crianças ↓ 8 anos por provocar escurecimentos nos dentes, podendo ser associado à hipoplasia do esmalte. 20 25/4/2012 Breve introdução a fungos Bolores (filamentosos) Leveduras (unicelulares) Diagnóstico Microbiológico 21 25/4/2012 Fatores de virulência Fatores de defesa no hospedeiro Mucosa epitelial LPS, endotoxinas Formação de muco Exotoxinas, enterotoxinas Motilidade intestinal Flagelo, pili IgA secretora Cápsulas Microbiota normal Hemólises Acidez gástrica Enzimas (urease) Células fagocitárias Metabolismo intracelular Ambiente anaeróbico Doença Choque séptico Infecção de trato urinário Diarréia Bactérias Imunomuduladoras: Imunomuduladoras: Eschericchia coli: coli: Bactéria Aerotolerante flagelada (GRAM -). Concentração Ideal: 10E 10E6 a 10E 10E7. Características: Escherichia coli é um habitante normal do trato trato--intestinal dos animais (incluindo o homem) e exerce um efeito benéfico sobre o organismo, suprimindo a multiplicação de bactérias prejudiciais e sintetizando uma considerável quantidade de vitaminas. Enterococcus sp sp.. Bactérias Aeróbicas, cocos, imunomoduladores (GRAM +). Concentração Ideal: 10E 10E6 a 10E 10E7. Características: Coco imunomodulador que impede o crescimento exagerado de bacterias proteoĺiticas competindo pelo mesmo nicho ecológico. Sua concentração intestinal deve ser sutilmente elevada. Bactéria responsável por inúmeros casos de infecção hospitalar por possuír alto índice de resistência a antibióticos. 22 25/4/2012 Bactérias Protetoras Bifidobacteria sp sp.. Bactéria Anaeróbicas, bífida, protetora (GRAM +). Concentração Ideal: 10E9 a 10E11. Características: É um gênero de bactéria anaeróbica e uma forma de probiótico beneficiente a saúde humana. Bifidobacteria são uns dos maiores grupos de bactéria que compõem a flora intestinal, as bactérias que residem no cólon e promovem benifícios a saude de seus hospedeiros. Associada a prevenção do crescimento de algumas formas de tumor (Guarner e Malagelada, 2003). Bacterióides Bactéria Anaeróbicas, (GRAM +). Concentração Ideal: 10E9 a 10E11. Características: Gênero mais comum no intestino humano. Bacteróides são inofensivos quando se encontram em seu habitat natural, que é o intestino grosso Lactobactérias Bactéria microaerófilas, protetora (GRAM +). Concentração Ideal: >10E5. Características: Os lactobacilos são bactérias do gênero facultativa gramgram-positiva, que convertem lactose e outros açúcares simples em ácido láctico. Lactobacilos são geralmente benignos e necessários ao corpo humano. A produção de ácido láctico faz com que o ambiente fique com o pH reduzido, o que inibe o crescimento de outras bactérias nocivas. 23 25/4/2012 Bactérias Proteolíticas Proteus sp sp.. Bactéria Aeróbica flagelada proteolítica (GRAM -). Concentração Ideal: <E4 <E4. Características: Bactéria proteolítica inofenciva e necessária em baixa concentração, por auxiliar a ação proteolítica durante a fase digestória. Em altas concentrações pode se tornar invasiva Pseudomonas sp sp.. Bactéria Aeróbica, bacilo, proteolítico (GRAM -). Concentração Ideal: <10E4. Características: O gênero pseudomonas está sempre associado a infecções diversas, mas comumente , em infecções do trato respiratório sendo uma bactéria emergente nos imunodeprimidos. Sua baixa concetração intestinal se faz obrigatória na ecologia intestinal. KESC Bactérias Aeróbicas, bacilo, proteolítico (GRAM -). Concentração Ideal: <10E4. Características: Bacilos gramgram-negativos, produtores de gás, encontrados nas fezes de homens e outros animais, em esgotos, no solo, na água e em derivados do leite. Flora proteolítica. 24 25/4/2012 Saccharomyces sp. •O Saccharomyces boulardii é uma levedura que foi originalmente isolada de frutas na Indochina por Henri Boulard e vem sendo utilizada como tratamento para diarreia desde 1950, estando comercialmente disponível na Europa, África e América do sul. •Quantidades (dose-dependentes) significantes de IL-10 e concentrações menores de fatores de necrose tumoral (TNF) foram registradas após a administração dessas leveduras •Ocorre também estimulo evidente das células mononucleadas do sangue periférico (PBMCs). •Adere com eficácia às células epiteliais ao longo de todos os níveis do trato gastrintestinal; produz proteases capazes de clivar enterotoxinas como as toxinas A e B do Clostridium difficile 25 25/4/2012 Rotavirus AGENTE É um RNA vírus da família dos Reoviridae, do gênero Rotavírus. São classificados sorologicamente em grupos, subgrupos e sorotipos. Até o momento 7 grupos foram identificados: A, B, C, D, E, F e G, ocorrendo em diversas espécies animais, sendo que os grupos A, B, e C são associados a doença no homem. O grupo A é o de melhor caracterização, predominando na natureza, associado a doença no homem e em diversas outras espécies animais. MODO DE TRANSMISSÃO Rotavírus são isolados em alta concentração em fezes de crianças infectadas e são transmitidos pela via fecal-oral, por contato pessoa a pessoa e também através de fômites. TRATAMENTO Por ser, em geral, doença auto limitada, com tendência a evoluir espontaneamente para a cura, o fundamental do tratamento é prevenir a desidratação e distúrbios hidreletrolíticos. 26 25/4/2012 Norwalk virus/Norovirus Descrição da doença Gastroenterite viral, gastroenterite não bacteriana aguda, intoxicação gastrointestinal e/ou alimentar são os nomes comuns atribuídos à doença causada pelos vírus Norwalk, uma espécie do gênero Norovírus (anteriormente chamado de Norwalk-like) da família Caliciviridae. A doença é auto-limitada, moderada e caracterizada por náusea, vômito, diarréia e dor abdominal. Dor de cabeça e febre baixa podem ocorrer. A dose infectante é desconhecida, mas presume-se ser baixa. Uma doença moderada e breve normalmente se desenvolve 24-48 horas após ingestão de alimento ou água contaminada e dura de 2460 horas. Doença severa ou hospitalização é muito rara. Conduta médica e diagnóstico o diagnóstico específico da doença só pode ser feito por alguns laboratórios que possuam os reagentes. A identificação do vírus pode ser feita em amostras de fezes com o uso de microscopia eletrônica e vários imunoensaios. A confirmação requer freqüentemente demonstração de soroconversão, a presença de anticorpo específico IgM, ou um aumento de quatro vezes no título de anticorpo do vírus de Norwalk no soro de pacientes em estado agudo e convalescente. 9. Tratamento o tratamento consiste de hidratação e reposição de eletrólitos nos casos mais graves. 27 25/4/2012 11 Flora “Prejudicial” Flora Benéfica Bacterioides Bifidobacterium Produção de toxinas, carcinógenos potenciais, putrefação intestinal Eubacterium Inibição das bactérias prejudiciais metanógenos anaer. G(+) cocci Redutores de sulfatos Lactobacillus 8 Diarréia Constipação Infecções Efeitos sistêmicos Estimulação do sistema imune E. coli Enterobacteria Veillonella Auxilia na digestão e/ou absorção de nutrientes/minerais Síntese de vitaminas Clostridium Staphylococcus Vibrionaceae Ps. aeruginosa 2 População, log cfu/g fezes 28 25/4/2012 -Imunologia Básica Básica:: -Os Globulos Brancos TOTAL DE LEUCÓCITOS = 6.000 a 8.000/mm3 1. Neutrófilos a. Jovens (Bastões) b. Maduros (Segmentados) 60 a 70% 3 a 5% 51 a 67% 2. Eosinófilos 2 a 4% 3. Basófilos 0 a 1% 4. Monócitos 4 a 8% 5. Linfócitos 21 a 35% 29 25/4/2012 Eosinófilos Neutrófilo Basófilo 30 25/4/2012 As gamaglobulinas (Anticorpos) 1. Imunoglobulinas M (IgM) - São os primeiros anticorpos produzidos, na presença de um antígeno. 2. Imunoglobulinas D (IgD) - São o segundo tipo de anticorpos produzidos na resposta imunitária. São pouco conhecidas; acredita-se que as imunoglobulinas D potenciam a maturação dos linfócitos B em plasmócitos, quando estimulados pelos linfócitos T. 3. Imunoglobulinas E (IgE) - São o terceiro tipo de anticorpos produzidos após a invasão de um antígeno. As imunoglobulinas E promovem a liberação de histamina no local da invasão do organismo. 4. Imunoglobulinas G (IgG) - São as mais importantes; também são conhecidas como gamaglobulinas. IgG1, que protege o organismo contra as bactérias, exceto as que tem a membrana revestida por polissacarídeos como o meningococo, pneumococo e o gonococo; IgG2, que ataca e destrói os organismos revestidos por polissacarídeos, como o menigococo, pneumococo e gonococo; IgG3, que neutraliza certos tipos de vírus em circulação. IgG4 fornece proteção primária aos bronquíolos da árvore respiratória. 5. Imunoglobulinas A (IgA) - São o último grupo de anticorpos produzidos na resposta imunológica. Tem a função de proteger as membranas mucosas, onde formam uma barreira protetora (vias aéreas e digestivas altas, bexiga, intestino e vagina). As imunoglobulinas A ligam-se aos antígenos e o complexos antígeno-anticorpo formados são removidos pela mucina secretada pelas glândulas das mucosas. IgA IgM IgG IgE 31 25/4/2012 O sistema complemento. 18 proteínas plasmáticas que atuam em conjunto com o sistema imunológico, na defesa do organismo contra infecções ou invasão por substâncias estranhas. Certas bactérias são revestidas por cápsulas de polissacarídeos que dificultam a identificação dos antígenos e repelem os macrófagos. As proteínas do complemento fixam-se às cápsulas dessas bactérias e auxiliam a fixação dos macrófagos. Na via clássica de ativação do complemento, esta ocorre em resposta à ligação das imunoglobulinas IgM ou IgG aos microorganismos invasores. A via alternativa de ativação do complemento, corresponde à sua ativação pelos microorganismos cuja superfície tem antígenos protegidos por cápsulas de polissacarídeos. Imunidade passiva X Imunidade Ativa Imunidade passiva = Anticorpos prontos , não ocorre a produção de anticorpos pelo sistema imune (provisório). Imunidade ativa= Anticorpos produzidos pelo sistema imune (duradoura). 32 25/4/2012 33 25/4/2012 Células de Paneth A seleção clonal embrionária de auto antigenos 34 25/4/2012 MALT 35 25/4/2012 BALT GALT 36 25/4/2012 a) IgA secretora gerada por transporte mediado por pIgR (receptor de Ig polimérica) bloqueia a adesão de microorganismos na mucosa. b) neutralização intracelular de um virus por IgA dimérica, transportando o vírus de volta para o lúmen c) neutralização intracelular do LPS, que inibe uma potencialmente perigosa ativação do caminho próinflamatório de citocinas reguladas pelo NFkB d)neutralização de antígenos que conseguiram quebrar a barreira mucosa. 37 25/4/2012 Os Marcadores Calprotectina: Calprotectina é uma proteína transportadora de cálcio e zinco produzida por células mielomonocíticas, que é capaz de inibir o crescimento de microorganismos dependentes de zinco e induzir apoptose Aumento nos níveis de calprotectina tem sido evidenciado em infecções bacterianas e doenças auto-imunes, fator quimiotáctil para os neutŕofilos correspondendo a 60% da ocupação citoplasmática. 38 25/4/2012 Lactoferrina A lactoferrina, bem como seu peptídio lactoferricina, inibem a proliferação e o crescimento de bactérias gran-positivas e gran-negativas, bem como leveduras fungos e protozoários por quelar (seqüestrar) o ferro disponível no ambiente, enquanto que a lactoperoxidase tem propriedade bactericida através da oxidação de tiocianatos em presença de peróxido de hidrogênio (H2O2). Hidrólise enzimática da lactoferrina libera peptídios com ação inibitória ao vírus da hepatite C e com ação contra a bactéria Helicobacter pylori21-22. A lactoferricina, peptídio formado dos resíduos 17-41, resultante da ação da pepsina sobre a lactoferrina, apresenta além da atividade antimicrobiana, ação apoptótica sobre células da leucemia humana. 39 25/4/2012 Lisozima Esta enzima é antibacteriana, uma vez que degrada os polissacarídeos que se encontram nas paredes celulares de muitas bactérias (não tem, no entanto, efeito nas bactérias gram negativas). Ela desempenha este papel catalisando a inserção das moleculas de água em determinados pontos das cadeias polissacarídeas bacteriais, mais concretamente nos locais onde os dois amino-açúcares que compõem as cadeias (N-acetilglucosamina e ácido Nacetilmurámico) se ligam. Pertence, portanto, à classe funcional enzimática das hidrolases. Uma deficiência em lisozima pode ser causada pelo gene LYZ, do cromossoma 12, e pode estar associada a um aumento da tendência das infecções. 40 25/4/2012 IgA secretora (sIgA ou IgA-S) Principal classe de anticorpos produzidas no intestino, na proporção de vinte para cada célula produtora de IgG e três de IgM. Forma de dímeros, formados pela peça secretora -----> resistência para IgA contra a proteólise na luz intestinal. Capacidade de impedir a aderência de microrganismos à superfície dos enterócitos. Recém-nascido ----> pequena população de plasmócitos na lâmina própria do intestino, o que explica sua menor capacidade de resposta aos estímulos antigênicos locais. O colostro e o leite materno, que são ricos em IgA secretora, desempenham importante papel na defesa do recém-nascido. Auxiliada por grupos de células inflamatórias nas “criptas” de mucosa intestinal, se associam com novos grupos para aprimorar os elementos, de defesa IgA secretora (sIgA ou IgA-S) Encontrada em quase todas as secreções corpóres 41 25/4/2012 EPX, EPO, EDN e ECP 42 25/4/2012 M2PK 43 25/4/2012 Prevenção do parto prematuro espontâneo associado à infecção intrauterina: • 10% de todos os nascimentos acontecem prematuramente. • De 25 a 30 % desses nascimentos ocorrem devido recomendação médica e o restante ocorre espontaneamente. • Partos prematuros que acontecem antes 35ª semana de gestação e principalmente antes da 32ª semana estão fortemente associados à infeção intrauterina. • A vaginose bacteriana é uma modificação da flora vaginal causada pela diminuição ou ausência de lactobacillus aumentando o pH • colonização de vários microrganismos anaeróbios ou anaeróbios facultativos, principalmente a Gardenerella vaginalis, Prevotella sp, Bacterioides sp, Cocus Gram + e micoplasma genital (Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum). • Lactobacillus protegem contra infecções vaginais mantendo o pH entre 4.0 – 4,5 • Lactobacillus inibem o crescimento de uma grande número de microrganismos oportunistas vaginais incluindo E. coli, Candida albicans entre outros, devido a produção de peróxido de hidrogênio (H2O2). • Indução na produção IgA secretora local ou derivada do trado gastrintestinal translocada através do MALT • A ação preventiva dessas bactérias é evidente e sua manutenção extremamente recomendada antes, durante e após o período gestacional 44 25/4/2012 Constipação intestinal infantil: • A prevalência no mundo ocidental é de 1-30% sendo que nenhuma causa orgânica é achada em 90% a 95% dos casos. • infrequente evacuação, menos de três vezes por semana, mais de dois episódios de incontinência evacuativa por semana associados à evacuação dolorosa. • A constipação infantil é normalmente tratada com condicionamento da evacuação, dieta e laxativos orais como lactulose e polietileno glicol (PEG). • Somente 60% das crianças constipadas obtêm sucesso através do tratamento laxativo. • Já foi demonstrado que linhagens de Bifidobacteria infantis e Lacobacillus shirota aumentam a frequência da evacuação e amolecem a fezes em pacientes com constipação e síndrome do intestino irritável (IBS). http://silvanamatos.blogspot.com/2010/10/constipacao-intestinalintestino-preso.html • Estudo recente demonstrou aumento da frequência na evacuação e diminuição da dor abnominal em crianças constipadas usando linhagens de Lactobacillus rhamnosus. Síndrome do intestino irritável (IBS): • Em estudo realizado utilizando uma composição de Bifidobacterias (B. longum B. infantis, e B. breve), Lactobacilos (L. acidophilus, L. casei, L.delbruckii ssp. bulgaricus e L. plantarum) e Streptococcus salivarius ssp. thermophilus demonstrou eficácia na diminuição dos sintomas da IBS, como a distensão abdominal, flatulência, diarreia predominante e transito colônico acelerado. • Outra composição (L. acidophilus, Lactobacilus helveticus e Bifidobacterium sp.) determinou uma melhora de até 80% nos desconfortos da IBS após de 12 semanas de administração, teste realizado com 68 pacientes. • Uma revisão meta-analítica recente demonstrou que o uso de probióticos pode apresentar sutil eficácia no alívio de alguns sintomas da IBS (1471-230X-9-15). Vale ressaltar que por se caracterizar de um acometimento crônico não é recomendado à utilização de um tratamento microbiológico prolongado principalmente na utilização de leveduras. 45 25/4/2012 Doenças alérgicas: • Além dos fatores ambientais a microbiota patogênica pode ser um contribuinte para as doenças alérgicas, devido seu efeito substancial na imunidade da mucosa intestinal. • Desordens alérgicas estão associadas à mudança na relação Th1/Th2. Prevalecendo a reposta Th2 ocorre ativação de citocinas tipo Th2 levando a liberação de Inteleocina 4 (IL-4), IL-5 e IL-3 assim como a indução na produção de IgE. • Probióticos podem potencialmente modular os TLRs e a proteína de reconhecimento de proteoglicanos no enterócito determinando a ativação de células dentríticas e reposta Th1. • O estimulo resultado das citocinas Th1 pode reprimir a resposta tipo Th2. • Estímulo de IgA-s Hipertensão: Colesterol, diabetes e renina. • Microflora intestinal possui um profundo efeito no metabolismo de lipídeos. • Probióticos podem melhorar desordens lipídicas como a diminuição dos níveis sanguíneos de colesterol e além de aumentar a resistência na oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL) levando indiretamente a diminuição da pressão sanguínea. • Kieling et al administrou 300 g de yogurte enriquecido com L. acidophilus e B. longum por dia a 29 mulheres durante 21 semanas resultando no aumento de HDL e diminuição da razão HDL/LDL. • exopolisacarídeos (EPS) • Assimilação do colesterol por bactérias do intestino delgado impedindo sua futura absorção • Aloxano é um tipo de análogo da glicose que destrói seletivamente as células β produtoras de insulina no pâncreas levando ao estabelecimento da diabete mellitus insulinodependente. • Matsuzaki et al reportou a inibição da destruição das células β pancreáticas causada pelo aloxano em camundongos com diabetes após administração oral de Lactobacillus casei liofilizado. • Dentro dos diferentes metabolismos associados a hipertensão, o sistema renina-angiotensina (RAS), envolvendo diretamente a enzima conversora da angiotensina (ACE) se destaca. • Quando o angiotensinogênio é submetido à ação da renina, libera a angiotensina I que ao interagir com a ACE, resulta na sua conversão em angiotensina II, um potente vasoconstritor. • Muitos estudos demonstraram que Lactobacillus helveticus é capaz de liberar peptídeos anti-hipertensivos inibitórios da ACE derivados da degradação da caseína. 46 25/4/2012 OBRIGADO PELA ATENÇÃO 47