22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental 14 a 19 de Setembro 2003 - Joinville - Santa Catarina II-083 - ESTUDO E COMPARAÇÃO DA HIDRODINÂMICA DE UM REATOR ANAERÓBIO DE LEITO FLUIDIFICADO COM TRÊS DIFERENTES SUPORTES Flavio Bentes Freire(1) Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Mestre em Hidráulica e Saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Doutorando em Hidráulica e Saneamento na EESC/USP com bolsa FAPESP (processo 01/04283-0). José Teixeira Freire(2) Bacharel em Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Mestre em Hidráulica e Saneamento pela EESC/USP. Doutor em Engenharia Química pela COPPE/UFRJ. Titular em Engenharia Química pela Universidade Federal de São Carlos. Professor Titular do Departamento de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Eduardo Cleto Pires(3) Engenheiro Mecânico pela Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP). Mestre em Engenharia Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Doutor e Livre Docente em Hidráulica e Saneamento pela EESC/USP. Professor Titular do Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC/USP. Endereço(1): Rua margaridas, 241 – Cidade Jardim – São Carlos - SP - CEP: 13566-543 Brasil - Tel: (16) 261-4292 e-mail: [email protected] RESUMO Para que os parâmetros operacionais de um reator de leito fluidificado (ou fluidizado) não sejam definidos "a olho", é imprescindível que sejam feitos estudos do comportamento hidrodinâmico do mesmo, para os diferentes materiais suportes utilizados, já que cada um pode dar características totalmente distintas ao leito. O presente trabalho então é uma das etapas do estudo do reator de leito fluidificado para o tratamento do pentaclorofenol, utilizando-se 3 tipos diferentes de suporte para imobilização da biomassa: alumina, basalto e carvão ativado, etapa esta que consiste justamente no estudo detalhado da hidrodinâmica do reator. O objetivo principal do trabalho é avaliar e quantificar, para cada material suporte utilizado, os seguintes parâmetros de funcionamento: a curva característica do leito (pressões de trabalho em função da velocidade), a velocidade mínima de fluidificação, a expansão e a porosidade do leito, e os parâmetros experimentais da equação de Richardsom & Zaki, que descreve o efeito da presença da fase particulada na fluidodinâmica de suspensões. Uma comparação dos resultados segue após a investigação dos parâmetros. As velocidades de mínima fluidificação para o leito com alumina, basalto, e carvão ativado foram respectivamente 3,2 ; 4,2 e 1,65 cm/s. Dos três materiais, os ensaios com a alumina mostraram a maior similaridade, explicado pela geometria esférica e bem definida da partícula Os ensaios de expansão mostraram que o leito, quando preenchido com carvão ativado, alcançou rapidamente uma grande expansão, para velocidades mais baixas que para os outros dois materiais. Isso se deve principalmente pela irregularidade geométrica da partícula, e também pelo carvão, entre os três materiais utilizados, ser o menos denso de todos. Os parâmetros encontrados para a equação de Richardsom & Zaki são coerentes com os reportados na literatura. PALAVRAS-CHAVE: Hidrodinâmica de reatores, mínima fluidificação, expansão do leito, porosidade do leito, materiais suporte. INTRODUÇÃO A hidrodinâmica é um tópico importantíssimo que muitas vezes é deixado em segundo plano, ou até mesmo desprezado em pesquisas com reatores biológicos. A grande vantagem desse estudo é a de se adquirir conhecimento prévio, minimizando assim a possibilidade de surpresas desagradáveis, pelo menos no que diz respeito à dinâmica do sistema. Na análise hidrodinâmica são obtidas informações importantes do comportamento operacional dos reatores, e sempre que possível ela deveria preceder a fase biológica das pesquisas, quase como um pré-requisito, pois esse estudo combinado é fundamental para o bom desempenho do processo, pois não fornece apenas as informações qualitativas, que podem ser até intuitivas, mas também uma análise quantitativa do comportamento. De fato, de acordo com as características principais das partículas, como forma, diâmetro, densidade, dentre outras, sabe-se que intuitivamente é possível prever, de antemão, que um determinado material suporte fluidifica antes que outro, e com isso até estabelecer uma seqüência das velocidades de mínima fluidificação para leitos com partículas de diferentes materiais, mas não é possível se definir quantitativamente esses parâmetros. Raciocínio análogo pode ser efetuado com a expansão do leito. Desse modo, além de se confirmar ou não uma boa concepção geométrica do reator, podese obter com esse estudo, dentre muitas alternativas, interessantes parâmetros de funcionamento, como as velocidades de mínima fluidificação, as pressões de trabalho, a expansão do leito e o comportamento em altas velocidades. Com isso, é possível prever, por exemplo, como o leito reagirá, em sua dinâmica, a um aumento ou diminuição da vazão, ou ainda comparar o comportamento para diferentes tipos de suporte. Nos reatores de leito fluidificado, particularmente na área de concentração de tratamento biológico, o estudo da hidrodinâmica tem geralmente como ponto de partida a adoção de um sistema trifásico, ou seja, o leito como sendo composto por uma fase gasosa, uma líquida e outra sólida. De fato, MERCHANT et al (1987) apud BRIENS et al (1997) observam que "a fluidificação em três fases pode também ser aplicada a muitos processos biológicos e bioquímicos, utilizando como fase sólida células imobilizadas, organelas subcelulares, ou enzimas". Em alguns casos, porém, dependendo da circunstância, o sistema pode ainda ser considerado bifásico, desprezando-se a fase gasosa, e considerando apenas as fases líquida e sólida. FAN (1996) faz uma importante revisão sobre o fenômeno de fluidificação e dá exemplos de pesquisas e aplicações, tanto para leitos trifásicos como bifásicos. Nesse trabalho, importantes parâmetros que descrevem o comportamento hidrodinâmico do reator são obtidos. Para cada material suporte do leito foram determinados a curva característica, a velocidade de mínima fluidificação, a expansão do leito, a porosidade do leito, e os parâmetros n e U8 da equação de Richardsom & Zaki. Em seguida esses resultados foram analisados e comparados. MATERIAIS E MÉTODOS Um processo essencial para a operação bem sucedida de leitos fluidificados bifásicos e trifásicos é a determinação acurada da velocidade mínima de fluidificação, que segundo ASIF & IBRAHIM (2002), sinaliza a transição entre o comportamento inicial de leito fixo para o de leito fluidificado, por isso é um parâmetro crucial no projeto de reatores ou outros dispositivos de contato baseados na tecnologia de leitos fluidificados. Segundo BRIENS et al (1997), para um sistema fluidificado trifásico gás / líquido / sólido, a velocidade mínima de fluidificação é a velocidade superficial do líquido na qual o leito começa a fluidificar, para uma dada velocidade de gás. Acima dessa velocidade mínima, há um bom contato entre as fases. Obviamente que essa melhora de contato com a velocidade está condicionada a um certo intervalo limite, e estudos também tem sido realizados para se avaliar o comportamento hidrodinâmico a elevadas velocidades. Um reator anaeróbio de leito fluidificado, onde os estudos foram realizados, foi então projetado, construído e desenvolvido (Figura 1). O reator em questão, com aproximadamente 1800 mm de altura e 100 mm de diâmetro, é constituído de 3 partes principais (entrada, corpo principal e seção de separação) conectadas por flanges e parafusos. A primeira parte, que é caracterizada pela entrada e distribuição do afluente, foi feita em aço inoxidável, e tem uma placa perfurada responsável pela distribuição homogênea do fluido no reator. A segunda parte, o reator propriamente dito, é onde se localizará a biomassa fluidificada, composta por um tubo de vidro de 3 mm de espessura, 1200 mm de altura e 100 mm de diâmetro. Essa parte é dotada de amostradores espaçados de 350 mm ao longo da altura. A terceira parte do reator caracteriza-se pela saída do efluente, do gás produzido, e pela saída da parcela do efluente a ser recirculada. Como a parte 1, a parte 3 também foi construída em aço inoxidável. Figura 1 – Reator de leito fluidificado em funcionamento para os ensaios hidrodinâmicos. Para os ensaios hidrodinâmicos do reator de leito fluidificado o sistema foi considerado bifásico (líquido / sólido), e inicialmente foram obtidas as curvas características para cada suporte, queda de pressão em função da vazão, em triplicata. Os diâmetros médios das partículas e as suas formas geométricas são apresentados na Tabela 1. Tabela 1 – Forma geométrica e diâmetro médio das partículas Para a medida da diferença de pressão, entre a entrada e a saída do reator, um manômetro de tetracloreto foi instalado. A determinação das vazões veio diretamente do método gravimétrico, ou seja, da razão entre massa de efluente e tempo necessário para se obter essa massa. Optou-se por utilizar a massa, ao invés do volume obtido, por simples questão de maior precisão na medida. E finalmente as velocidades superficiais ascensionais foram obtidas dividindo-se a vazão pela área transversal da coluna do reator. A perda de pressão devido à fluidificação do leito é obtida subtraindo-se a perda de pressão do leito vazio, ou seja, do reator sem partículas, da perda de pressão total (reator com a partícula). Portanto um teste inicial com o reator vazio (sem partículas) foi efetuado para a obtenção de DPVAZIO. Aos pontos obtidos para o reator vazio foi ajustada uma equação do segundo grau, obtendo-se uma relação entre perda de pressão e velocidade com alto coeficiente de correlação. Assim, era possível se determinar a perda de pressão para qualquer velocidade. Posteriormente cada tipo de partícula foi introduzido ao reator para a obtenção da perda de pressão total. Dessa maneira, e como dito anteriormente: DPFLUID = DPTOTAL - DPVAZIOequação (1) A curva característica, para cada material, ou seja, DPFLUID em função da velocidade superficial, apresenta então duas regiões lineares claramente distintas, cuja intersecção fornece a velocidade mínima de fluidificação. Posteriormente aos ensaios para obtenção das curvas características, foram feitos os ensaios de expansão do leito, que consistiam em medir a expansão do leito (em centímetros) correspondente a valores crescentes de vazão. A Figura 2 mostra uma explicação meramente ilustrativa do ensaio de expansão, com os principais parâmetros envolvidos e as diferentes configurações do leito para cada velocidade superficial: Figura 2 - Expansão do leito para crescentes velocidades ascensionais. A Figura 2 mostra, à esquerda, o leito em repouso com sua altura inicial, e conforme a vazão é aumentada, tem-se um respectivo aumento na altura do leito. Assim, para uma velocidade superficial de líquido U1 será verificada uma altura de leito H1 correspondente. Para uma velocidade U2 > U1 a expansão do leito correspondente será H2 > H1, e assim por diante, ou seja, genericamente, para uma velocidade superficial Ui será verificada uma altura correspondente do leito Hi. O ensaio então prossegue até que se alcance a altura final do leito. Essa altura pode ser estipulada a critério do pesquisador (por exemplo, até uma expansão de 30 %), ou limitada pelo equipamento (altura do reator ou vazão máxima da bomba). Dessa maneira, para cada altura do leito, o volume total do leito será definido como: equação (2) Onde: i: número inteiro (i = 0,1,2,3,..., n) que representa o número de pontos experimentais obtidos; VS: Volume de sólidos; : Volume de líquido correspondente à altura do leito Hi. Após os ensaios de expansão, a determinação da porosidade do leito obedeceu a seguinte seqüência de cálculos: Cálculo do volume total: Para cada velocidade superficial (partindo do repouso) e sua correspondente altura de leito era calculado o volume total (partículas + líquido) da seguinte maneira: equação (3) Onde: : Volume total (líquido + sólido) correspondente a uma determinada altura do leito (Hi); ATR: Área transversal da coluna do reator; Hi: Altura do leito para uma velocidade superficial Ui. Volume de sólidos: Como não se alterou a quantidade de sólidos mantida no reator durante os ensaios, o volume de sólidos permaneceu constante para todas as velocidades superficiais aplicadas. Assim, sua determinação foi obtida através da seguinte expressão: equação (4) Onde: VS: Volume de sólidos; : volume total do leito na situação de repouso (i = 0); : Volume de líquido correspondente a altura do leito em repouso, foi medido diretamente através de coleta no reator e posterior pesagem. Cálculo da porosidade: Após a seqüência de cálculos, a porosidade (e) , para cada altura do leito, foi finalmente calculada: equação (5) Posteriormente, para cada ensaio e cada material de partícula suporte, foram feitos os gráficos da porosidade em função da velocidade superficial, totalizando nove gráficos. A etapa seguinte foi a de obtenção dos parâmetros U8 e n da equação de Richardsom e Zaki (equação 6), que descreve o efeito da presença da fase particulada na fluidodinâmica de suspensões. Seguindo a metodologia dos próprios autores (RICHARDSOM & ZAKI, 1954): equação (6) Onde: U: velocidade relativa fluido-partícula; U8 : velocidade terminal da partícula isolada; e: porosidade do leito; n: constante empírica determinada a partir de dados experimentais. Aplicando o logaritmo nos dois lados da equação (6), tem-se: equação (7) Comparando a equação (6) com uma equação de reta (Y = a.X + b), são obtidos então os parâmetros da equação de Richardsom & Zaki. Ou seja: X = Log (e) equação (8) Y = Log (U) equação (9) b = Log (U8) equação (10) a = n equação (11) Dessa maneira, para cada ensaio, os valores de Log(e) e Log(U) foram colocados em gráficos, e aos pontos obtidos foi ajustada uma equação de reta, com seu respectivo coeficiente de correlação, e obteve-se finalmente, através dos coeficientes angular e linear, os valores de n e U8, respectivamente. RESULTADOS Todos os ensaios foram feitos em trip licata, primeiramente para a alumina, em seguida o basalto, e finalmente o carvão ativado. Já que uma boa reprodutibilidade foi obtida, e para facilitar a comparação, a Figura 3 mostra a curva característica conjunta, ou seja, os resultados obtidos para os 3 ensaios de cada material suporte, e é possível observar facilmente o comportamento diferenciado do leito para cada partícula. Figura 3 - Curva característica para todos os materiais suportes e velocidades de mínima fluidificação. O gráfico de DPFLUID em função da velocidade superficial apresentado mostra claramente, para cada material suporte, as duas regiões lineares que descrevem o comportamento de leitos bifásicos, sendo que na intersecção dessas regiões é fornecido o valor da velocidade mínima de fluidificação (Umin). Os valores encontrados para as velocidades de mínima fluidificação do leito com alumina, basalto, e carvão ativado foram respectivamente 3,2 ; 4,2 e 1,65 cm/s. Dos três materiais, os ensaios com a alumina mostraram a maior similaridade, explicado pela geometria esférica e bem definida da partícula. Observa-se que houve uma boa reprodutibilidade também para o carvão ativado, porém foi notada uma acentuação maior na diferença entre o primeiro ensaio e os outros dois ensaios, para valores posteriores da velocidade mínima e, portanto, não comprometendo a sua boa estimativa. Isso se deve principalmente pela irregularidade geométrica da partícula, e também pelo carvão, entre os três materiais utilizados, ser o menos denso de todos, fato que pode ser comprovado pela sua menor velocidade mínima de fluidificação, de aproximadamente 1,65 cm/s. A Figura 4 mostra respectivamente os resultados de expansão e porosidade do leito para os três materiais. Para esses gráficos foram escolhidos os melhores ensaios de cada um: Figura 4 – Expansão e porosidade do leito para todos os materiais suportes. Os resultados mostram que o leito, quando preenchido com carvão ativado, alcançou rapidamente uma grande expansão, para velocidades mais baixas que para os outros dois materiais. Essa expansão foi limitada pela própria altura do reator. Nas investigações de expansão, é possível, por exemplo, avaliar a velocidade máxima possível para se ter uma expansão máxima do leito, sem que ocorra expulsão de materia l pelo efluente. A Figura 5 mostra o gráfico conjunto para os três materiais suporte com os valores logarítmicos da porosidade (e) e da velocidade superficial (U), e também com as retas ajustadas aos pontos e a equação encontrada, que serviu de base para o cálculo dos parâmetros da equação de Richardsom e Zaki: Figura 5 - Gráfico conjunto para obtenção dos parâmetros da equação de Richardsom & Zaki. Os valores encontrados para os três materiais suportes (Tabela 2) estão compatíveis com os reportados na literatura (RICHARDSOM & ZAKI, 1954), e mesmo que essa comparação tenha sido feita com partículas de características diferentes, manteve-se a ordem de grandeza. Percebe-se que mesmo para as partículas irregulares (carvão e basalto) foram obtidas elevadas correlações (0,9938 e 0,9905, respectivamente). Tabela 2 – Valores dos parâmetros n e U8 da equação de Richardsom & Zaki para os diferentes materiais suportes. Assim, são apresentadas as relações entre a porosidade do leito (e) e a velocidade superficial do líquido: Alumina: equação (12) Basalto: equação (13) Carvão Ativado: equação (14) CONCLUSÕES Após a realização do experimento e o tratamento dos dados obtidos foi possível concluir que: O leito fluidificado construído teve comportamento típico para esse tipo de reator, apresentando uma fluidificação homogênea e de boa qualidade; As curvas características obtidas, para todos os materiais suportes, são reprodutíveis e também apresentam comportamento típico, com clara visualização das duas regiões lineares que fornecem a velocidade de mínima fluidificação (Umin); As velocidades mínimas de fluidificação apresentaram seus valores na ordem esperada, ou seja: ; Foi possível determinar a porosidade do leito através dos valores medidos de expansão do leito; Todos os ensaios apresentaram boa correlação para a determinação dos parâmetros n e U8 da equação de Richardsom & Zaki, e essa equação ajusta-se muito bem para prever a porosidade (e) uma vez especificada a velocidade superficial do líquido (U), e No que diz respeito ao caráter dinâmico, o carvão ativado apresentou o melhor desempenho entre os três materiais, uma vez que apresentou os menores valores para velocidade mínima de fluidificação e pressões. Após estas conclusões o reator de leito fluidificado foi considerado em condições de operar como um reator biológico, uma vez que apresentou ótimo comportamento hidrodinâmico. Os autores agradecem à FAPESP pelo financiamento da pesquisa REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASIF, M., IBRAHIM, A.A. Minimum fluidization velocity and defluidization behavior of binary-solid liquid-fluidized beds. Powder Technology, n.126, p. 241 -254, 2002. BRIENS, L.A., BRIENS, C.L., MARGARITIS, A., HAY, J. Minimum Liquid FLuidization Velocity in Gás- Liquid-Solid Fluidized Beds. AIChE Journal, v.43, N.5, p. 1180 – 1189, Mai. 1997. FAN, L.S. Summary paper on fluidisation and transport phenomena. Powder Technology, n.88, p. 245 -253, 1996. RICHARDSOM, J.F., ZAKI, W.N. Sedimentation and Fluidisation: Part 1. Trans. Instn Chem. Engrs, v.32, 1954.