PLANO DE SAÚDE Norma que estabelece prazos para consultas já está em vigor AS OPERADORAS DE PLANOS DE SAÚDE TERÃO QUE GARANTIR O CUMPRIMENTO DOS PRAZOS ESTABELECIDOS PARA CONSULTAS E OUTROS PROCEDIMENTOS Desde o dia 19 de dezembro de 2011 as operadoras de planos de saúde estão obrigadas a garantir atendimento às consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos em prazos que variam de três a 21 dias. Essa e outras regras para o atendimento aos usuários de planos de saúde foram estabelecidas por Resolução Normativa (RN) 259, da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Além de definir prazos de atendimento e procedimentos, a nova norma de- termina que nos locais onde não existir oferta de rede credenciada, a operadora de saúde deve garantir transporte para o usuário (e seu acompanhante) da cidade onde mora até os municípios mais próximos onde há cobertura do plano. Se os prazos não forem cumpridos as operadoras sofrerão penalidades. O plano de saúde estará sujeito a multa, suspensão da comercialização de parte ou de todos os seus produtos, intervenção da ANS na sua gestão técnica e até o afas- tamento dos dirigentes. O diretor de Relação com Participantes da Cemig Saúde, Marcelo Correia, comemora a chegada da nova Resolução Normativa, lembrando que as principais reclamações dos usuários são a demora para agendar consultas e a ausência de conveniados em algumas cidades. “Novos desafios estão colocados para 2012. Soluções terão que vir rápido e mais investimentos precisarão ser feitos para ampliar e melhorar a rede credenciada”, destacou. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 1 COMO OS SEUS DIREITOS Tente marcar a consulta ou outro procedimento na rede conveniada. A relação mais atualizada está disponível no site www.cemigsaude.org.br ou consulte a central de relacionamentos. Se você não conseguir agendar dentro do prazo estabelecido, acione a Cemig Saúde solicitando o cumprimento da RN 259 da ANS e indicando o município onde quer ser atendido. Não se esqueça de pedir o protocolo de atendimento, os prazos contam a partir da data dessa solicitação. A Cemig Saúde irá agendar com um conveniado no município para atendê-lo até o prazo estipulado. Caso não consiga o atendimento no município, a Cemig Saúde pode agendar em uma cidade vizinha. Se a Cemig Saúde comprovar que não existe um prestador no município para realizar o atendimento, mesmo que não conveniado, ela poderá agendar dentro da região de saúde, que é estabelecida pela ANS. Se a Cemig Saúde não conseguir mesmo assim, poderá agendar com um prestador em qualquer município, e nesse caso, deverá pagar as despesas com o transporte, de ida e volta do consumidor até o local onde o serviço será prestado. Como última alternativa, a Cemig Saúde poderá contratar um profissional não conveniado no município para fazer o atendimento. • Qualquer que seja a solução, a Cemig Saúde tem que observar o prazo que conta da data do protocolo até o dia do atendimento pelo prestador de serviço. • O transporte é assegurado também ao acompanhante de beneficiários menores de 18 e maiores de 60 anos, e pessoas portadoras de deficiência e com necessidades especiais, mediante declaração médica. • É importante salientar que a norma editada não garante o atendimento pelo médico ou conveniado de sua preferência, mas por qualquer prestador credenciado do plano. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 2 PARA ACIONAR A CEMIG SAÚDE E SOLICITAR O PROTOCOLO Central de relacionamentos 0800 030 9009 ou (31)3429-5200 para ligações de celulares, pelo e-mail [email protected], ou pelo Atendimento Presencial em BH e nos postos do interior. Lembre-se que todas as ligações para a central de relacionamentos são gravadas e os beneficiários podem solicitar cópias em até 90 dias. CANAIS PARA DENÚNCIAS Para evitar multas ao plano, sugerimos que primeiro procure a Ouvidoria da Cemig Saúde pelo telefone (31) 3253-4801 ou pelo e-mail [email protected]. As denúncias podem também ser encaminhadas ao disque ANS (0800 701 9656), das 8h às 20 horas, de segunda a sexta-feira, ou pelo site www.ans.gov.br. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 3 R entabilidade do Plano B Um debate que NÃO dá para FUGIR OS REPRESENTANTES DOS TRABALHADORES ATIVOS E APOSENTADOS NA FORLUZ ESTÃO ATENTOS PARA ESSE ASSUNTO, SOBRETUDO PORQUE HÁ POSSIBILIDADE DE REDUÇÃO DO BENEFÍCIO FUTURO O Conselho Deliberativo da Forluz criou um Grupo de Trabalho para discutir um assunto que não dá mais para fugir dele, visto que o mercado financeiro está trabalhando com projeções de rentabilidade menor para as aplicações financeiras. Essa realidade levou à criação do GT, que já está se organizando para CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 4 debater a necessidade de mudança na taxa de desconto que é utilizada no momento do cálculo do benefício do participante do Plano B que se aposenta e solicita o pagamento de forma vitalícia. Os representantes dos trabalhadores no Conselho Deliberativo e a Diretoria de Relações com os Participantes (DRP) estão bastante atentos para esse assunto e vão avaliar todo o impacto que poderá haver no benefício de aposentadoria futura. Eles também estão abertos a sugestões e lembram que qualquer decisão será tomada após amplo debate com a categoria. A taxa de desconto é aquela utilizada pela Forluz para projetar qual rentabilidade terá o valor acumulado na conta de aposentadoria do participante a partir do momento da aposentadoria. Por exemplo, um participante de aproximadamente 55 anos de idade, que já cumpriu todos os requisitos para o requerimento do benefício e que tenha na sua conta de aposentadoria R$ 300.000,00, terá um benefício vitalício estimado de R$ 1.800,00. Este valor mensal é calculado com base nas premissas aprovadas pelo Conselho Deliberativo e no regulamento do plano. Dentre essas premissas, considera-se que o montante acumulado (R$300.000,00) estará sendo investido ao longo do tempo com rentabilidade de IPCA + 6% ao ano. Agora, imagine esse mesmo participante, em situação idêntica, mas considerando que o seu valor acumulado seja investido com uma rentabilidade de IPCA + 5% ao ano. Nesse caso, o benefício vitalício mensal poderá ser de 5% até 10% menor do que os R$ 1.800,00 originalmente previstos. Analistas de investimentos alegam que até algum tempo era mais fácil garantir um retorno dos investimentos acima do referencial (IPCA + 6%), pois o participante tinha nos títulos públicos um abrigo seguro e de alta rentabilidade. Porém, com as mudanças na economia brasileira e a redução na taxa de juros, o quadro se alterou. Agora, um título do governo federal para 2017 paga IPCA + 5,42% e um outro para 2050 paga IPCA + 5,70%. O diretor de Relações com os Participantes, Wilian Vagner Moreira, lembra que não haverá mudança este ano, mas para 2013 ela pode se tornar inevitável. Quem já se aposentou não será afetado. Ele ressalta que os representantes dos participantes na Forluz vão buscar as melhores alternativas para preservar os direitos dos trabalhadores. “Não vamos discutir, como alternativa, somente a redução na taxa de desconto, vamos buscar todas as opções disponíveis para a defesa dos direitos dos participantes”, acrescenta. Transparência O Conselho Deliberativo e a DRP estão cobrando da Forluz o máximo de transparência para informar e orientar os participantes. “Nós também estaremos informando e orientando. É fundamental que os trabalhadores tenham as explicações necessárias e, com base nelas, tomem uma decisão acertada”, conclui. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 5 REPRESENTANTES DOS BENEFICIÁRIOS DA CEMIG SAÚDE SALDO POSITIVO EM 2011 Em 2011, os Conselhos Deliberativo e Fiscal e a Diretoria de Relações com os Beneficiários da Cemig Saúde deixaram clara sua atuação em defesa dos interesses dos eletricitários. No ano passado foram realizadas 24 reuniões da Diretoria Executiva, 10 reuniões do Conselho Deliberativo e quatro do Conselho Fiscal. Foram analisadas e aprovadas as políticas de Relacionamento com a Rede Conveniada; Contratação e Aquisição de Bens e Serviços; Realização e Divulgação das Pesquisas da Cemig Saúde; Contratação e gestão de Pessoal. Também o regulamento do Fundo de Gestão, novas regras para negociação de dívidas de beneficiários; e o Manual de Organização. Além disso, foram aprovadas as demonstrações Contábeis de 2010, o orçamento de 2012 e definidas as diretrizes para a atuação da diretoria em 2011. Ainda em 2011 foram realizadas várias mudanças no regulamento, como a alteração na relação de doenças do teto adicional e não reembolso de medicamentos fornecidos pelo SUS / Farmácia Popular; o recadastramento de dependente universiCG Participantes • Janeiro/2012 • Página 6 tário com data fixa, nos meses de março e setembro; alteração do limite de sessões de RPG para 12 por ano; aprovação dos critérios para aplicação de penalidades; e as alterações no Regulamento do FCAS para manter o equilíbrio financeiro. Outro grande destaque foi a adesão de novas patrocinadoras. Foi aprovada a inclusão do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI) ao plano. “A adesão da Cemig Serviços não foi aprovada pelos representantes eleitos seguindo a deliberação das assembleias, mas teremos que voltar com o assunto em 2012 para garantir que os benefícios do plano sejam estendidos a todos os trabalhadores”, afirma o conselheiro Alessandro Batista. Durante o ano, a Diretoria e o Conselho Deliberativo ainda receberam e avaliaram 33 recursos administrativos e dois processos administrativos de beneficiários. Coordenadas pela DRB, foram realizadas as pesquisas de satisfação dos prestadores em julho, e com os beneficiários em outubro. As pesquisas estão à disposição de todos e são fundamentais para definir a estratégia de atuação da Cemig Saúde em 2012. Como avalia o diretor de Relações com Beneficiários, Marcelo Correia, a atuação da diretoria, juntamente com os Conselhos Deliberativo e Fiscal, buscou estabelecer políticas para garantir a transparência e uma ação firme em defesa da saúde do trabalhador. “Trabalhamos muito no ano passado para definir regras que irão valer por muitos anos na Cemig Saúde”, avalia Marcelo. Prevenir para remediar A conscientização sobre problemas crônicos que atingem a saúde do brasileiro nos dias de hoje também esteve no foco da atuação em 2011. Foram aprovados três novos programas de prevenção: Tratamento da Obesidade, Atenção ao Diabético e Geração Luz, que presta atenção às mães e seus bebês. Foi aprovado, com uma grande expectativa na área de prevenção, o Centro de Promoção à Saúde (clínica própria na sede da Cemig Saúde em BH), que já está com as instalações prontas no 12º andar e será inaugurado em breve. O Centro terá atendimento de clinica médica, geriatria, cardiologia, endocrinologia, ortopedia, pediatria e irá atender também a saúde ocupacional da Cemig. Ampliando fronteiras Ainda em 2011, foram realizadas 17 apresentações do programa “Por dentro do Prosaúde”. Nos encontros, os diretores e a equipe técnica da Cemig Saúde buscam ampliar o conhecimento dos beneficiários sobre o plano. Além da capital, estiveram no itinerário as cidades de Barbacena, Curvelo, Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga, Juiz de Fora, Montes Claros, Patos de Minas, Pouso Alegre, Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Uberaba, Uberlândia e Varginha. O Diretor de Relações com os Beneficiários também acompanhou a implan- tação da rede própria de prestadores de serviço pelo interior. Ao todo, seis cidades foram visitadas: Governador Valadares, Itajubá, João Monlevade, Patrocínio, Sete Lagoas e Uberaba. O diretor Marcelo Correia conclui: “é importante prestar conta de nosso trabalho, mas reconhecemos que o maior mérito de tantas ações em 2011 é da equipe de profissionais da Cemig Saúde, e nós, representantes dos beneficiários, procuramos incentivar, apoiar e fiscalizar para garantir a sustentabilidade e a melhoria do nosso plano”. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 7 MANTENDO A ENERGIA Programa aproxima os APOSENTADOS e promove a saúde O ano de 2011 foi marcado por muitas atividades lúdicas e de formação, interação e aproximação de dezenas de eletricitários aposentados que participaram do Programa Mantendo a Energia, uma parceria entre a Secretaria dos Aposentados do Sindieletro e a Cemig Saúde que começou a funcionar em agosto, todas as terças-feiras, de 14 às 17 horas. Em 2012 vai ter mais, a partir de março, com o planejamento de muito mais ações. “Mantendo a Energia” estimula a boa forma, as amizades e o debate sobre assuntos de interesse dos aposentados, com temas que priorizam a saúde e os direitos de todos os participantes da Cemig Saúde. Os encontros são realizados na sede do Sindieletro, na rua Mucuri, 271, bairro Floresta, em Belo Horizonte. Em 2011 participaram mais de 40 aposentados. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 8 Jogos, brincadeiras, aniversários coletivos e atividades sob acompanhamento de uma médica, uma terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e psicóloga contribuem para a melhoria da coordenação motora e da autoconfiança. Vídeos e palestras fazem parte da programação, além de ações externas, como passeios a cidades históricas e áreas ecológicas. Em 2011, por exemplo, os participantes foram ao Parque das Mangabeiras. A Secretaria dos Aposentados também promoveu encontros em Ouro Preto e ao assentamento Ho Chi Minh, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, além de festa junina, participação em Brasília de audiência sobre a terceirização e confraternização de natal. Para 2012 a Secretaria dos Aposentados e a Cemig Saúde planejam intensificar as atividades, realizando mais ações externas. Quem participou do Programa em 2011 quer continuar este ano e aconselha os colegas que ainda não conhecem o “Mantendo a Energia” a se inscreverem. “Vale muito a pena. Não perdi uma só atividade em 2011 e pretendo continuar em 2012”, destaca o eletricitário aposentado Antônio Pereira de Araújo. Ele gostou tanto que passou a trazer a esposa, Helena Margarida da Silveira Araújo, que incluiu o programa como um compromisso inadiável em sua agenda. “As atividades são excelentes, adorei! Acho que todo aposentado deveria participar, é uma experiência única, muito positiva para nossas vidas”, destacou. O aposentado Idair Rodrigues de Almeida, também promete participar em 2012. “Levamos muito a sério esse programa. Além de rever os amigos, conhe- Agumas das atividades realizadas: brincadeiras e passeios a Ouro Preto e Parque das Mangabeiras • Como participar: Faça sua inscrição com a Ângela Alves ou com o diretor responsável pela Secretaria dos Aposentados, João Lourenço da Silva Neto, no telefone 3238-5000, ou pelo e-mail [email protected]. Saiba mais sobre as ações da Secretaria no site www.sindieletromg.org.br, no link aposentados. cer gente nova, temos a oportunidade de nos informar mais sobre nossos direitos na Cemig Saúde. Penso que todo eletricitário, aposentado ou não, deveria participar, faz um bem danado”, avaliou. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 9 SINDICATO É ESPAÇO DE MUITAS “Para além das ações que visam garantir qualidade de vida, lazer e diversão, o Sindicato é, para os aposentados, um lugar de luta”. Com essa frase o diretor do Sindieletro e conselheiro representante dos participantes na Forluz, Carlos Alberto de Almeida, o Gonzaguinha, resume tudo que os eletricitários aposentados da Cemig podem esperar do Sindieletro. Uma das maiores preocupações da atual gestão do Sindicato é a garantia dos direitos dos aposentados. O Sindieletro acompanha de perto as principais mudanças que atingem essa parte da categoria que, LUTAS mesmo não estando “na ativa”, continua fazendo parte das diretrizes da instituição. Todas as mudanças nas regras do INSS para a aposentadoria até questões específicas dos planos de saúde e previdência da Cemig são acompanhadas de perto. Gonzaguinha afirma que os aposentados figuram em destaque na política da instituição. “Quando cobramos, por exemplo, primarização na Cemig, isso tem a ver com os aposentados. Quanto mais gente na empresa, participando do plano de saúde ou de previdência, mais oxigenado fica o plano e menos oneroso para o aposentado”, explica. O canal principal que liga o Sindicato aos aposentados é a Secretaria de Aposentados. Em 2011, foram muitas ações, entre elas, o Programa Mantendo a Energia, em parceria com a Cemig Saúde. O coordenador da Secretaria dos Aposentados, João Lourenço da Silva Neto, convoca os eletricitários aposentados a participarem das novas ações planejadas para 2012. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 10 “Se em 2011 foi bom, 2012 promete muito mais. Nossas terças serão cada vez mais produtivas e a nossa idéia é desenvolver e ampliar cada vez mais projetos que tenham os aposentados como foco”, explica. Sempre evoluindo Gonzaguinha lembra que as ações da Secretaria de Aposentados vão além do Programa Mantendo a Energia. Para ele, é importante dar continuidade ao que está sendo feito e avançar em mais práticas com a cara do Sindieletro. “Estamos trabalhando para criar uma espécie de cooperativa para as produções dos aposentados”, explica. A ideia, acrescenta, é expor os trabalhos e talentos, fazendo disso uma forma de aprendizado, lazer e até de renda”, completa. Gonzaguinha também convoca os aposentados a se aproximarem mais do Sindieletro. “Queremos que a cada dia mais aposentados venham para o Sindicato, que façam parte de tudo isso, para fortalecer ainda mais as nossas ações e lutas”, afirma. PLR FORLUZ Privilégios U ma das maiores polêmicas na Campanha Salarial de 2011 na Cemig foi a proposta de PLR apresentada pela empresa de privilegiar os altos cargos em detrimento dos trabalhadores. Na Forluz não foi diferente. Em novembro, após contratar a consultoria da Hay Group para elaboração da proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a Fundação alegou estar implementando “uma política moderna e afinada com o mercado”. Na prática, a tal política era sinônimo de outra coisa: privilégios. Na primeira proposta apresentada pela Forluz, baseada nos estudos da Hay Group, um diretor de alto escalão que possui salário de R$ 29 mil poderia receber até 10 remunerações. Enquanto isso, um empregado com salário mais baixo, em torno de R$ 2 mil, receberia em torno de quatro e meia remunerações. Entre o menor salário, que receberia R$ 9 mil e o mais alto, que embolsaria R$ 290 mil, estava a gritante diferença de 32 vezes o valor da PLR. Diante dessa enorme disparidade, os membros do Conselho Deliberativo que representam os Participantes lutaram para diminuir o abismo que a entidade pretendia criar na PLR dos trabalhadores. Para o conselheiro eleito pelos Participantes, Carlos Alberto de Almeida, o Gonzaguinha, a proposta, além de injusta, jogava por terra o que estava previsto no próprio ACT da Forluz. “A proposta apresentada sequer respeitava o modelo de distribuição até então utilizado, previsto no ACT dos empregados da Forluz, que garantia um terço do montante definido a ser distribuído de forma linear”, contesta. Companheiro de Gonzaguinha no Conselho Deliberativo da Forluz, o conselheiro Guilherme de Andrade Ferreira ressalta que a PLR ideal para os trabalhadores e para os representantes sempre foi a linear. “Não concordamos de maneira nenhuma com a forma proposta pela empresa e partimos para uma campanha dura contra os privilégios também dentro da Forluz”, relembra. “Distribuir de forma linear a PLR é uma forma de mitigar a grande disparidade que já existe nos salários ao longo do ano. É reconhecer o esforço dos trabalhadores. Mas parece que a diretoria das Forluz pensa o contrário”, diz Guilherme. Após intenso debate, a proposta final CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 11 CONFIRA NA ÍNTEGRA A DECLARAÇÃO DE VOTO APRESENTADA PELO CONSELHO DELIBERATIVO QUE REJEITOU A PROPOSTA DE PLR APRESENTADA PELA EMPRESA Os Conselheiros representantes dos participantes, considerando a proposta de remuneração variável elaborada pela empresa Hay Group, apresentada para apreciação nesta reunião do Conselho Deliberativo, pelos conselheiros representantes das patrocinadoras, faz constar em ata o registro de seu VOTO NEGATIVO a tal proposta, considerados os seguintes aspectos: 1 – Os representantes dos participantes entendem que a remuneração variável - PLR é a oportunidade de mitigação das desigualdades salariais entre os cargos mais altos na hierarquia da fundação e os tidos como menos importantes: portanto a possibilidade de uma melhor distribuição de renda. 2 – A proposta apresentada sequer respeita o atual modelo de distribuição, previsto no Acordo Coletivo de Trabalho dos empregados da Forluz, que prevê que um terço do montante definido a ser distribuído seja feito de forma linear, aumentando significativamente as distorções já existentes. 3 – A fórmula proposta pela Hay Group, pelas simulações apresentadas, pode causar distorções tais que um diretor possa receber até dez vezes mais o que receberia um simples empregado, fato inexplicável frente aos participantes que nos elegeram. 4 – A iminência do custeio da Forluz, por acordo a ser fechado com a PREVIC, vir a ser dividido meio a meio com as patrocinadoras e participantes, leva-nos a ter cautela e prudência no estabelecimento de regras de pagamentos de PLR de uma instituição, que em princípio e legalmente não deve ter lucro. 5 – A utilização do voto de qualidade nesta questão, a nosso ver, está equivocada, pois segundo os regulamentos dos planos, somente nas questões pertinentes ao Plano A este voto teria validade. Portanto, é passível de questionamento administrativo e até mesmo jurídico a validade desta decisão. Dessa forma, os representantes dos participantes reafirmam seu VOTO CONTRÁRIO a proposta apresentada, pelas razões acima descritas e lamentam que, mais uma vez, o famigerado voto de qualidade seja utilizado em detrimento de uma conduta democrática salutar ao convívio dos defensores de interesses dos participantes e das patrocinadoras. Alertam ainda, que o ônus dessa decisão, seja política, administrativa ou, jurídica recairá sobre os ombros daqueles que assim o decidiram. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 12 apresentada pela empresa não se aproximava da linearidade: 4 remunerações para os menores salários e 6 para o cargo mais alto, no caso, do presidente da Forluz (quadro completo ao lado). No entanto, os representantes dos participantes mantiveram sua posição de defender a justiça na distribuição dos lucros: negaram categoricamente a proposta em defesa da justiça na distribuição dos lucros. Contudo, em votação no Conselho Deliberativo, os conselheiros que representam as patrocinadoras votaram a favor da proposta, empatando a disputa e levando a decisão ao voto de qualidade. Esse mecanismo na prática é o do “voto de minerva” e está nas mãos justamente dos que defendem os interesses da Cemig. Nesse caso, do presidente do Conselho Deliberativo, Sérgio Belisário. Com o controle da máquina, a empresa impôs a proposta final, privilegiando altos cargos e prejudicando os trabalhadores. Inconformados com a situação, os conselheiros eleitos pelos participantes fizeram constar em ata uma declaração de voto que, entre outras manifestações, destaca que nesde caso, o voto de qualidade poderia ser questionado até mesmo judicialmente. Isso porque o pagamento da PLR irá utilizar recursos dos planos A e B sendo que, neste último, não existe sequer a instituição do voto de qualidade. A julgar pelo conteúdo da declaração de voto dos representantes da patrocinadora, verdadeira contestação judicial naturalmente encomendada a um advogado, nem mesmo eles tinham a certeza do ato que praticaram. Diferente do que foi publicado na data da aprovação da PLR, quando a Forluz afirmou que a proposta havia sido aprovada pelo Conselho, a decisão foi dividida. “É preciso que fique claro que nós, conselheiros e diretor eleitos, fomos contra essa proposta absurda de privilégios (vide declaração de voto ao lado). Nós sempre de- fendemos a linearidade”, explica Guilherme. “Só com o famigerado voto de qualidade é que a empresa conseguiu que essa proposta fosse aprovada”, reitera. Guilherme afirma também que é preciso rever a política de “voto de minerva” quando quem tem esse poder está sempre do lado da empresa, além de envolver recursos do plano B para custear despesas dos dois planos. Para nós, o ideal, justo e democrático, seria a decisão consensual”, conclui Guilherme. Como ficou o Acordo de PLR da Forluz: Nível Remunerações PTAO 4 PNU 4,5 Gerentes 5 Diretores 5,5 Presidente 6 CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 13 REPRESENTANTES DOS PARTICIPANTES NA FORLUZ MAIS FUTURO PRÓXIMO DOS PARTICIPANTES MAIS PERTO DO No balanço de 2011, o saldo é positivo. Mas a DRP e conselheiros eleitos na Forluz esperam ainda mais conquistas em defesa dos participantes em 2012. O ano de 2011 foi de grandes debates e avanços para a Diretoria de Relação com Participantes da Forluz (DRP). A Diretoria participou de diversas Semanas Internas de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT) em várias cidades do Estado, aproveitando esse espaço para falar sobre educação financeira e também apresentando aos participantes os resultados da Forluz. A proximidade com os participantes é um dos focos da atuação da DRP Forluz. A troca de idéias e o debate permanente permitem uma atuação transparente. Em 2011, a direção percorreu o Estado discutindo, esclarecendo dúvidas e buscando resolver problemas, sobretudo com relação ao empréstimo especial da Forluz, diretamente com os participantes ativos e aposentados. O Diretor de Relações com os Participantes, Wilian Vagner Moreira, juntamente com o conselheiro eleito, Vanderlei Toledo, participaram como membros efetivos e com direito a voto no Comitê Executivo da Obra Edifício Forluz (CEOF). O prédio está sendo construído em frente à sede da Cemig e possui um comitê executivo para aprovação e acompanhamento de contratações e execução de obras. “Numa obra desde porte, precisamos de um espaço CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 14 para acompanhar as execuções e saber como está sendo aplicado o dinheiro; esse é um investimento que é dos trabalhadores”, afirma Wilian. Outra atuação importante da DRP foi participar ativamente da negociação junto à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) sobre o custeio administrativo da Forluz, atualmente a cargo da Cemig. O tema vem sendo debatido e acompanhado de perto, inclusive pelos membros do Conselho Deliberativo eleitos pelos participantes. Assim, buscou-se a garantia de que os participantes tenham voz ativa sobre as mudanças que possam ocorrer no fundo. Voz ativa Os trabalhadores conquistaram ao longo do ano de 2011 a participação obrigatória e com direito a voto do diretor eleito no Comitê de Investimentos da Forluz. As reuniões do Comitê são realizadas semanalmente e discutem e deliberam sobre os investimentos da Fundação. “Com participação efetiva da DRP, levamos os interesses e colocamos os participantes em pauta na hora de decidir sobre o futuro dos investimentos da Forluz”. As mudanças sobre a tábua de mortalidade em 2011 – e que possuem impacto sobre o fundo – também estiveram em pauta na DRP. Juntamente com os conselheiros eleitos e as entidades sindicais, foram discutidos os impactos para os participantes e os representantes dos participantes lutaram para que não houvesse nenhum prejuízo tanto para o pessoal da ativa como para os aposentados. Conselho Deliberativo A atuação da DRP buscou sempre a confluência com os membros do Conselho Deliberativo que representam os participantes. Formado por três conselheiros titulares e três suplentes, o Conselho reúne-se ordinariamente a cada dois meses e de maneira extraordinária sempre que necessário. É a instância máxima de deliberação da Fundação e tem, dentre outras atribuições, a de aprovar a política de investimentos. Por esta política é que são definidos os parâmetros de alocação dos recursos da Forluz. Cabe também ao Conselho acompanhar o desempenho dos investimentos e da gestão da Fundação. Em 2011, após acompanhamento e avaliação do Conselho Deliberativo e da DRP, a Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A. (TAESA) foi aprovada como nova patrocinadora do fundo. Outras empresas como INDI e a Cemig Serviços solicitaram adesão à Forluz. No entanto, ainda não foram aprovadas como novas patrocinadoras, pois os conselheiros que representam os participantes não concordaram com um regulamento diferente do plano B e que sequer prevê benefícios como aposentadoria por invalidez e renda vitalícia. “Em 2011, todos esses temas fo- ram acompanhados de perto pelos Conselheiros. Em 2012, continuaremos a atuar com firmeza e transparência na luta pela garantia dos direitos dos participantes ativos e aposentados da Forluz”, analisa Carlos Alberto de Almeida, o Gonzaguinha, conselheiro eleito na Forluz. TROCA DE EXPERIÊNCIAS Com o objetivo de trocar experiências e conhecer outras estratégias de fundos de pensão, a DRP participou dos congressos anuais da Associação Nacional dos Participantes em Fundos de Pensão (Anapar) e da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). “Nesses eventos, foi possível conhecer novas políticas e estratégias para gestão de fundos de pensão pelo Brasil, além de levar, para outras fronteiras, a experiência e prática do nosso fundo”, destaca Wilian. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 15 UM LIVRO INVESTIGAÇÃO JORNALÍSTICA SOBRE AS PRIVATIZAÇÕES NA ERA FHC É LEITURA OBRIGATÓRIA. LIVRO DO JORNALISTA AMAURY RIBEIRO JÚNIOR DEMOROU 12 ANOS PARA FICAR PRONTO, MAS AGORA CHEGOU! JÁ SÃO CERCA DE 120 MIL EXEMPLARES VENDIDOS G rande parte da mídia ignorou, mas as redes sociais deram conta de fazer ampla divulgação e o debate continua intenso. Os tucanos protestaram, ameaçaram e alguns estão processando o autor, mas contra as provas documentais não tem o que questionar. Estamos nos referindo ao livro que ainda vai dar muito o que falar, “Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior, lançado em dezembro de 2011. O ex-candidato à presidência da República pelo PSDB e ministro da Saúde e Planejamento do governo FHC, José Serra, é apontado como o “gestor do processo” instalado no país durante as privatizações de estatais brasileiras nos anos 1990 e início dos 2000. Com 343 paginas e lançada pela Geração Editorial, a obra denuncia falcatruas, com nomes aos bois, instaladas no Brasil nas privatizações das estatais de telecomunicações (Telebrás, Telemig etc), empresas de energia elétrica (a Eletropaulo foi uma delas) e da Companhia Vale do Rio Doce, entre outras. É um livro que exige do Brasil e suas instituições um olhar critico para tudo que aconteceu, pois essa ação organizada devastou os bens do Estado e tornou os ricos mais ricos. “O Brasil que escondeu a escravidão e ainda oculta a barbárie de suas ditaduras, não pode negar aos brasileiros a evisceração da privataria. Quem for inocente que seja inocentado, quem for culpado que expie sua culpa”, diz uma das poucas resenhas sobre o livro que tem sido publicadas na grande mídia. O livro já suscitou um pedido de abertura de CPI, como também tem provocado debates sobre a venda de um terço das ações ordinárias da Cemig, no governo tucano de Eduardo Azeredo. QUEM É QUEM Amaury Júnior aponta nomes de quem praticou as maracutaias, que reúne parentes e amigos de José Serra para a lavagem de dinheiro arrecadado com as privatizações. Entre os denunciados, estão, além do chefe José Serra, sua filha Verônica Serra, a irmã do banqueiro Daniel Dantas, Verônica Dantas, o genro de Serra, Alexandre Bourgeois, o sócio e marido de uma prima de Serra, Gregório Marín Preciato, e o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil no governo de FHC, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira, entre muitos outros. Ricardo Sérgio foi também tesoureiro das campanhas eleitorais de Serra e FHC e é considerado o cérebro das operações de lavagem de dinheiro. Há a expectativa de Amaury Júnior lançar o livro em Belo Horizonte no próximo mês. Mais pessoas envolvidas e todos os detalhes sobre as maracutaias denunciadas, você saberá ao ler o livro, disponíveis nas livrarias. CG Participantes • Janeiro/2012 • Página 16