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Equipes de Plantão garantem
FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS
não dorme. Para garantir a
integridade do sistema elétrico
nas áreas onde atua, a Empresa
permanece 24 horas por dia, 365
dias por ano “ligada”. A maioria
dos setores mantém empregados
de plantão durante a noite e a
madrugada para fiscalizar e
operar com segurança as 12
usinas, 43 subestações e os mais
de 18 mil quilômetros de linhas
de transmissão pertencentes ao
seu sistema, bem como os
escritórios Central e de
representação em Brasília,
São Paulo e Belo Horizonte.
M
as esse trabalho nem sempre é fácil, como explica o técnico do
Centro de Operação do Sistema (CTOS.O) Waldenir Alexandre.
“Trabalhar nos turnos da noite e madrugada é complicado. Independente da capacidade de cada um em se adaptar, uma coisa é
certa, a questão da convivência fica comprometida, pois nós
estamos sempre na contramão da sociedade. Você chega em casa
de manhã querendo dormir, pois trabalhou a noite toda e tem
sempre a vizinha que está começando a faxina ou vizinho que
adora escutar música alta”.
Uma outra questão levantada por Waldenir, é o fato de que tudo
é mais complicado a noite. “Uma vez eu estava chegando para
trabalhar no turno da noite, quando ocorreu um blecaute geral. Foi
um caso complicado porque o relacionamento operacional com o
Operador Nacional do Sistema (ONS), na época recém criado,
ainda não estava bem incorporado às rotinas de trabalho. Tivemos
que agir muito rápido para saber onde foi o problema e a extensão
total do distúrbio. Ficamos a noite toda e ainda mais um tempo do
outro turno, ou seja, mais tempo que o estabelecido pelo horário
de trabalho, para restabelecer o sistema e depois passar todas as
informações para quem estava assumindo o turno seguinte. Mas no
fim tudo deu certo”, finalizou.
alguns dos
Wilson José Barbosa
plantonistas
Cachoeira Paulista
Francisco Silva Filho
Escritório Central
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confiabilidade do sistema
Mostrando um outro lado, há os que
preferem esse horário pela tranqüilidade. “Meu trabalho, como o de todo
inspetor de segurança, é zelar pela
integridade da Empresa. E mesmo que
o horário noturno seja cansativo, acho
mais calmo para trabalhar. Como quase não há ninguém na Empresa, fica
mais fácil à ação da segurança. Durante o dia o movimento é muito grande, é
preciso fiscalizar muita gente. A noite é
mais fácil identificar se é uma pessoa
estranha ou não, ou seja, de dentro ou
de fora da Empresa”, declarou Fábio
Jorge Monteiro, do Departamento de
Serviços Gerais (DSG.G).
Segurança do Patrimônio
Para Francisco Silva Filho, também
do Departamento de Serviços Gerais
(DSG.G), supervisionar a Sala de Con-
trole e Alarme é uma grande responsabilidade. É de lá que todos os alarmes
e sensores são acionados. São os painéis que mostram incêndios, tentativas
de invasão ou roubo. “É de lá que
tomamos conhecimento de tudo o que
acontece no escritório e realizamos as
providências cabíveis”, explicou. Mas
ele ressalta que esse trabalho envolve
muitas outras responsabilidades. “Nosso trabalho é muito abrangente, cuidamos desde a segurança da Empresa,
como um todo, até a integridade dos
empregados, pois o maior patrimônio
da Empresa é o seu empregado”.
Wilson José Barbosa, do Departamento de Produção Nova Iguaçu
(DRN.O) na Subestação de Cachoeira
Paulista, revela as alterações que o
trabalho causa no organismo. “Esse
horário de trabalho é bastante desgas-
tante pelo fato de mudar o relógio
biológico das pessoas. Você tem que
dormir durante o dia para conseguir
trabalhar a noite e nem sempre consegue, pois já está acostumado a deitar a
noite. O horário das refeições fica todo
ao contrário e com isso você acaba
perdendo o apetite. Vários colegas já
sofreram com problemas de gastrite
em decorrência disso”, informou.
Na Contramão da Sociedade
Para Valdemiro Luiz da Silva, operador na Usina de Funil, o principal
revés de trabalhar nesse turno, é que
a pessoa praticamente perde a vida
social. “Além de o horário ser completamente desgastante, você diminui o
seu contato com outras pessoas, pois
está num ritmo completamente contrário ao do resto da população. Enquanto
FOTOS GERALDO KOSINSKY
Valdemiro Luiz da Silva
Fábio Jorge Monteiro
Funil
Escritório Central
MarcoAntônioGoulart
Itumbiara
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as pessoas dormem, você trabalha e
vice-versa. Sair com amigos no final de
semana fica muito difícil, só nas folgas”.
Ele revela ainda, que o trabalho durante
a madrugada deixa a pessoa com um
nível maior de tensão. “Qualquer problema no sistema exige uma ação muito
rápida para que se normalize tudo sem
maiores transtornos. Quando está caindo uma forte chuva, com altos índices de
descargas elétricas, é preciso que fiquemos muito mais atentos do que durante
o dia, pois não temos pessoal de apoio,
quem está de plantão é que tem que
resolver o problema”.
Ter que adequar a fome e o sono ao
horário de trabalho, é a principal dificuldade apontada por Marcos Alves Morais,
que trabalha como operador no turno da
madrugada, na Usina de Furnas. “As
refeições ficam confusas e os horários
invertidos, o que acaba tirando a fome e
muitas vezes o sono de alguns operadores, principalmente em fase de adaptação”. Um outro fator importante para
quem trabalha nesse turno, é a união do
grupo. “O trabalho de operador já é de
grande responsabilidade, imagina durante a noite, quando o organismo já
está cansado. Nossas ações têm que ser
rápidas e com cem por cento de acerto;
não podemos contar com margem de
erro, para não deixar o sistema com
falha. Por isso, cultivamos o trabalho em
equipe, evitando tomar decisões isoladas. Diante de um problema reunimos a
equipe e entramos em consenso sobre
que atitude tomar”, revelou.
Marco Antônio Goulart dos Santos,
que trabalha como operador na Usina de
Itumbiara, a maior de todo o sistema
FURNAS, com 2082 MW de potência, comenta as características do turno da
madrugada. “De todos os turnos, esse é
o mais cansativo. Por mais que você
durma durante o dia, não dá para repor o
cansaço, mesmo porque o corpo resiste à
troca de horários”. Segundo ele, a atenção precisa ser dobrada nesse horário.
“Os problemas sempre parecem maiores
durante a noite e nós operamos daqui,
além da Usina de Itumbiara, as usinas de
Manso e Corumbá e suas respectivas
subestações, levando em conta que
Itumbiara tem três subestações. Se houver alguma falha no sistema, todas as
ações serão realizadas pelo operador;
ele é o responsável pela usina, por isso é
preciso estar sempre alerta”, finalizou.
Uma Segunda Família
Mas uma coisa foi unânime entre
todos os entrevistados. Com essa problemática do horário, as pessoas acabam
encontrando nos companheiros dos turnos da noite e madrugada, uma segunda
família. “Trabalhar nesse horário é complicado; é muito importante contar com o
apoio dos colegas. E nos momentos de
dificuldade, acabamos encontrando grandes amigos, declarou Wilson Barbosa.
Francisco Silva ressaltou que um exemplo disso são as festas de fim de ano”.
“Muitas vezes acontece de passarmos
essas datas separados de nossas famílias. Mas nem por isso ficamos sem comemorar. Cada um de nós traz uma coisa e
montamos uma pequena ceia, para que
mesmo cumprindo nosso dever e realizando nosso trabalho, possamos desfrutar do
espírito dessas datas”, concluiu.
Waldenir Alexandre
Escritório Central
Marcos Alves Moraes
Furnas
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Áreas estratégicas em plantão permanente