A ADORAÇÃO DA IGREJA. Das epístolas de Paulo inferimos que havia duas classes de reuniões para adoração: uma consistia em oração, louvor, e pregação; a outra era um culto de adoração, conhecido como a "Festa de Amor" ("ágape", em língua grega). O primeiro era culto público; o segundo era um culto particular ao qual eram admitidos somente os cristãos. 1. O culto público. O culto público, segundo o historiador Robert Hastings Nichols, era "realizado pelo povo conforme o Espírito movesse as pessoas". Citamos um trecho dos escritos desse historiador: Oravam a Deus e davam testemunhos e instruções espirituais. Cantavam os Salmos e também os hinos cristãos, os quais começaram a ser escritos no primeiro século. Eram lidas e explicadas as Escrituras do Antigo Testamento, e havia leitura ou recitação decorada dos relatos das palavras e dos atos de Jesus. Quando os apóstolos enviavam cartas às igrejas, a exemplo das Epístolas do Novo Testamento, essas também eram lidas. Esse singelo culto podia ser interrompido a qualquer momento pela manifestação do Espírito na forma de profecia, línguas e interpretações, ou por alguma iluminação inspirada sobre as Escrituras. Essa característica da adoração primitiva é reconhecida por todos os estudantes sérios da história da igreja, não importando sua filiação denominacional ou escola de pensamento. Pela leitura de 1Cor. 14:24, 25 sabemos que essa adoração inspirada pelo Espírito era um meio poderoso de atrair e evangelizar os não-convertidos. 2. O culto particular. Lemos que os primeiros cristãos perseveraram no "partir do pão" (Atos 2:42). Descrevem essas palavras uma refeição comum ou a celebração da Ceia do Senhor? Talvez ambas. É possível que houvesse acontecido o seguinte: no princípio a comunhão dos discípulos entre si era tão unida e vital que tomavam suas refeições em comum. Ao sentarem-se à mesa para pedir a bênção de Deus sobre o alimento, vinha-lhes à lembrança a última Páscoa de Cristo, e assim essa bênção sobre o alimento espontaneamente se estendia em culto de adoração. Dessa forma, em muitos casos, é difícil dizer se os discípulos faziam uma refeição comum ou participavam da Comunhão. A vida e a adoração a Deus estavam intimamente relacionadas naqueles dias! Porém muito cedo os dois atos, o partir do pão e a Ceia do Senhor, foram distinguidos, de forma que o segundo se tomou a ordem do culto: em determinado dia os cristãos reuniam-se para comer uma refeição sagrada de comunhão, conhecida como a Festa de Amor, a qual era uma refeição alegre e sagrada, simbolizando o amor fraternal. Todos traziam provisões e delas participavam todos em comum. Em 1Cor. 11:21,22 Paulo censura o egoísmo daqueles que comiam seus alimentos sem distribuí-los entre os pobres. Ao terminar a Festa de Amor, celebrava-se a Ceia do Senhor. Na igreja de Corinto alguns se embriagavam durante o "ágape" e participavam do sacramento nessa condição indigna. Mais tarde, no primeiro século, a Ceia do Senhor foi separada do "ágape" e celebrada na manhã do Dia do Senhor. Editora Vida, 2006 ISBN 8573671440 Título original: Knowing the Doctrines of the Bible Tradução: Lawrence Olson Reeditado por SusanaCap, a partir de arquivo txt encontrado na web. * Agradecimentos ao Dumane pela digitalização do Cap.VIII, que faltava. www.semeadores.net * Obs.: Algumas referências bíblicas estavam ilegíveis e não puderam ser recuperadas