Intervenção do Presidente do COP na Cerimónia de Homenagem Nacional ao Desporto pela Presidência da República As minhas primeiras palavras são de saudação e agradecimento a Sua Excelência, o Senhor Presidente da República pela circunstância de no âmbito do seu magistério ter dedicado uma cerimónia oficial a celebrar e homenagear o desporto português. Trata-se de uma iniciativa invulgar e que muito nos honra. É uma iniciativa que distingue o mérito dos nossos atletas afirmando Portugal e deste modo valorizando socialmente o desporto. Evocar nesta ocasião, perante a primeira figura do Estado, o desporto português nos últimos 40 anos, cujos vários momentos de glória acabámos de percorrer em singela e breve síntese, representa render a justa homenagem a um conjunto de heróis que projetaram o país a patamares de excelência, elevando a bandeira e os símbolos nacionais ao mais alto nível. Alguns são hoje, eles próprios, símbolos de Portugal em todo o mundo. Transmitem, expressam e dão testemunho, durante e após a sua carreira desportiva, da riqueza universal da cultura portuguesa. Na base destes momentos que perduram na nossa memória coletiva, está o inestimável labor de técnicos, de dirigentes de voluntários, de árbitros, de juízes e demais agentes que enquadrados pelas organizações desportivas, de clubes a federações, erigiram do livre associativismo, conquistado em Abril, o desporto que hoje celebramos. É, pois, deles e para eles a cerimónia que hoje nos reúne nesta sala. O desporto foi, e continua a ser, através da sua ação empenhada, o primeiro lugar onde podemos dar plena expressão a um conjunto de valores. Uma linguagem universal que expressa e fomenta valores de respeito, amizade, solidariedade e superação, cruciais para enfrentar a complexidade das barreiras e dos tempos difíceis e complexos que hoje se nos deparam. 1 Mas também um elemento de afirmação de Portugal no mundo com a sua capacidade de mobilizar e congregar os Portugueses, nomeadamente na Diáspora. Um instrumento com esta capital importância no desenvolvimento humano, como é o desporto, consagrado na Carta Olímpica, bem como nos Objetivos do Milénio das Nações Unidas, em cuja Assembleia Geral o Comité Olímpico Internacional se encontra representado, carece da devida valorização social no nosso país. Centrar o desporto na vida cívica e assumi-lo nas prioridades da agenda política constitui um fator determinante para elevar o valor desportivo do país e as suas potencialidades únicas em domínios como a saúde, a educação, o turismo, o crescimento económico e o emprego. O desporto tem custos. Mas ter uma população sedentária e sem hábitos de atividade física e desportiva tem custos ainda maiores com consequências económicas e sociais devastadoras. Por isso, não nos cansamos de repetir que o desporto vale mais que aquilo que custa. Por isso, estamos gratos por esta cerimónia. Pela forma como valoriza todos os agentes e entidades que contribuem, por vezes perante inúmeras adversidades, para tornar este caminho possível. Celebrando hoje feitos do passado, trabalhamos perseverantes e confiantes, para construir um futuro em que sejamos uma comunidade física e desportivamente ativa. Em todos estes atletas revemos a mensagem de esperança e perseverança e o desejo de irmos mais longe Os vossos exemplos e a sua iniciativa, Senhor Presidente da República, inspiram-nos e ajudam-nos a continuar a trabalhar por um desporto mais forte, mais competitivo e mais desenvolvido. De continuar a trabalhar por Portugal. Lisboa 27 de Maio de 2015 José Manuel Constantino 2