ALUNOS ACTORES André Pita António Mortágua Bartolomeu Paes Carolina Salles Catarina Rosa Diogo Alexandre Duarte Silva Eduardo Breda Joana Campos Joana Freches Duque Joana de Verona Maria Albergaria Maria João Rêgo Marisa Pereira Nuno Pinheiro Pedro Rovisco de Andrade Samanta Franco ALUNO DRAMATURGIA Hélder Wasterlain Nuno Pontes PROFESSORES RESPONSÁVEIS INTERPRETAÇÃO: Francisco Salgado DRAMATURGIA: Rui Pina Coelho CORPO: Jean-Paul Bucchieri VOZ: Sara Belo AGRADECIMENTOS Ana Santos Dina Cabral José Espada SINOPSE Imaginemos um Rei, Henrique V, Rei da Inglaterra, entre 1398 e 1485, o período correspondente à Guerra dos Cem Anos que opõe dois reinos: Inglaterra e França. Recorrendo à Lei Sálica, Henrique V reclama para si o direito de sucessão ao trono francês. A intenção é vista pelos franceses como uma brincadeira e oferecem bolas de ténis como resposta à ameaça. Henrique V organiza uma campanha militar com objectivo de conquistar o território comandado por Carlos VI, Rei da França. Apesar da desvantagem numérica das tropas inglesas em relação às francesas, Henrique V vence duas batalhas – Harfleur e Azincourt - que o determinam como vencedor. Rendida a França ao poder saxónico, Henrique conquista, no final, o amor de Catarina, filha do rei francês, coroando de pleno êxito a sua investida. Imaginemos esta história num espaço de quatro paredes. E portanto acha isso mal? Acho. Porque é uma ilusão. Na realidade, não nos identificamos totalmente com ele, há qualquer coisa que nos distancia... HÉLDER WASTERLAIN NUNO PONTES Acha então que este documentário é um espelho de si, da sua natureza? Completamente. O que as pessoas vão ver é a verdade, é a realidade. Sem tirar nem pôr. Não há ficção! Eu sou assim. (Risos) Eu sei que custa a muita gente entender e querer acreditar nisto. Eu compreendo. Há muito cabotino nos dias que correm. As pessoas estão sempre de “pé atrás” em relação ao sucesso profissional dos outros, sobretudo de pessoas que assumem lugares de liderança, que governam um país, que pensam, agem e representam como eu. No entanto, esta é a minha maneira de estar na vida. Eu quero servir os meus concidadãos e não peço nada em troca. Só peço isto: “deixem-me servir-vos, deixem-me servir-vos!” ENTREVISTA A HENRIQUE QUINTO Como é que surgiu a ideia de fazer um documentário sobre a sua vida? Acho que muito naturalmente. Depois das minhas vitórias, tanto em Harfleur como em Azincourt, depois de invadir a França, com o sucesso que está à vista de todos, achei que a minha vida dava, não um filme, mas um documentário... E porque não um filme? Muita gente me fez essa pergunta, e eu próprio me questionei muito sobre essa matéria. “Henrique, por que não um filme?”. Na verdade, e sob o ponto de vista da veracidade dos factos, acho que os filmes são mais irreais, exagerados, tentam sempre enfatizar as personagens. Vejase, por exemplo, o último filme dedicado ao Che Guevara, realizado por Steven Soderbergh. Neste filme vemos um Che guerilheiro obviamente hiperbolizado. Soderbergh tenta criar a ilusão de estarmos efectivamente lá, como se fossemos, digamos, o braço direito ou os olhos do Che. Essa “coisa” é o quê? É a humanização! Estamos perante um mito, um “Deus” da Revolução, um “Cristo” de todos aqueles que acreditam, ou acreditaram, na transformação da sociedade. No meu documentário tentei afastar-me ao máximo desse endeusamento. Eu sou um Rei, é verdade, disso não posso fugir, mas acima de tudo eu sou um homem, um homem como tantos outros. Eu sofro, eu choro, eu sangro, eu apaixono-me. Eu sou um homem tal como você é um homem, percebe? Esta é para mim a principal razão pela qual eu optei pelo formato documentário. Em três palavras, porque é que as pessoas devem ir o seu documentário? (Pausa. Henrique Quinto assume um semblante sério.) Porque é real e apaixonado. Falta uma? Eu sei, é de propósito. A outra palavra cabe ao espectador dizê-la. Não quero manipular ou influenciar a opinião das pessoas. O que é que quer? Eu sou assim, peço desculpa. (risos)