ARTIGO Evolvere Scientia, V. 3, N. 1, 2014 ESTUDO DO EFEITO DE MODIFICADORES DE PEGA NO PROCESSO DE CRISTALIZAÇÃO E NA MICROESTRUTURA DO GESSO Guilherme M. Farias1*, Andréa de V. Ferraz1, Ana L. M. de Souza1 e Pollyana G. da Costa1 1 Universidade Federal do Vale do São Francisco, 48902-300 Juazeiro, BA, Brasil. *Email: [email protected] Resumo: O presente trabalho trata do estudo do efeito provocado por modificadores de pega no processo de cristalização do gesso e em sua microestrutura. Para realizar a caracterização da hidratação do hemidrato, foi utilizada uma metodologia proposta por Ferraz et al. (2009), que se baseia na medição de transmitância óptica de uma amostra de gesso ao longo do tempo. Os resultados obtidos permitiram constatar que o aumento da razão água/gesso utilizada no preparo das amostras gera cristais maiores e reduz a resistência mecânica do material, enquanto a adição de sulfato de potássio ao hemidrato, além de acelerar a reação de hidratação, aumenta o entrelaçamento dos cristais de gesso e, consequentemente, a resistência mecânica da rede cristalina. Palavras-chave: gesso, cristalização, transmitância óptica, resistência mecânica. Abstract: The present piece is about the effect caused by setting time modifiers in the crystallization process of the plaster and in its microstructure. To perform the characterization of the hemihydrate hydration, it was used a methodology proposed by Ferraz et al. (2009), which is based on the optical transmittance measurement of a plaster sample over time. The results showed that the increase of water/plaster ratio used at the preparation of the samples create bigger crystals and decreases the strength of the material, while the addition of potassium sulfate to the hemihydrate accelerate the hydration reaction and increase the interlacing of the plaster crystals and, consequently, the strength of the crystalline network. Keywords: plaster, crystallization, optical transmittance, strength. 107 Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 INTRODUÇÃO Fenômeno • físico da cristalização: depois que a solução fica supersaturada em O gesso, hemidrato ou sulfato de cálcio hemidratado (CaSO4.0,5H2O) é obtido a partir relação ao dihidrato os cristais desse sal precipitam na forma de agulhas; da gipsita, também conhecida como dihidrato Fenômeno • mecânico do o da ou sulfato de cálcio dihidratado (CaSO4.2H2O). endurecimento: O processo usual pelo qual a gipsita é concentração dos cristais de dihidrato ocorre o transformada endurecimento da pasta. em gesso é chamado de com aumento calcinação, e consiste em submeter esse O processo de cristalização do gesso pode mineral a uma temperatura na faixa de 125°C a ser caracterizado quanto ao início e final de 180°C (BALTAR et al., 2005). Após a pega. Nesta divisão, o início de pega ocorre no calcinação, o sulfato de cálcio dihidratado instante em que a mistura água/gesso (pasta de perde água e se transforma em hemidrato, um gesso) adquire consistência plástica a ponto de material que ser trabalhada/moldada, e o final de pega é o quando colocado em contato com água reage momento em que a pasta atinge sua máxima quimicamente dando origem novamente ao resistência mecânica (ANTUNES e JOHN, dihidrato, como mostra Equação (1): 2000), não podendo mais ser trabalhada ou extremamente higroscópico, moldada. A diferença entre o início e o final de CaSO4 .0,5H2 O1,5H2 O → CaSO4 .2H2 O pega, ou seja, o intervalo de tempo em que a (1) pasta de gesso possui consistência adequada A Equação (1) representa a reação de hidratação do hemidrato (SINGH e MIDDENDORF, 2007); ela mostra que esse é um processo exotérmico, pois nele ocorre liberação de calor. Segundo Hincapie e Cincotto em trabalho desenvolvido em 1997, o mecanismo de hidratação pode ser explicado pela teoria da cristalização, que divide a reação em três etapas: • Fenômeno químico da dissolução: ao serem misturados à água os cristais de hemidrato se dissolvem dando origem a uma solução saturada de íons Ca2+ e SO42-; para sua utilização, é chamado de tempo de trabalhabilidade (SCHMITZ e TAVARES, 2009). Os tempos de pega e o de trabalhabilidade da pasta de gesso dependem de vários fatores, tais como, relação água/gesso, temperatura e tempo de calcinação da gipsita, temperatura da água utilizada na preparação da pasta, temperatura do ambiente no momento da preparação da pasta, tamanho das partículas de hemidrato, procedimento de mistura e presença e concentração de aditivos e impurezas. Atualmente existem diversas técnicas utilizadas para caracterizar o processo de cristalização do gesso, sendo que as mais 108 Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 comumente encontradas na literatura são, a encontrada, e seguindo o procedimento de NBR 12128 (ABNT, 1991), a norma alemã preparo descrito pela norma, que consiste DIN 1168 (1975) (ANTUNES, 1999) e os em: (i) pesar uma determinada massa de gesso; testes calorimétricos e de monitoramento de (ii) polvilhar esse pó em um recipiente com resistividade e/ou condutividade (LEWRY; água por 1 minuto; (iii) deixar a pasta em WILLIAMSON, 1994). Cada uma das técnicas repouso por 2 minutos e (iv) misturar por 1 citadas é detalhada logo abaixo: minuto realizando movimentos circulares com Norma alemã DIN 1168: após o duração de aproximadamente 1 segundo. preparo de uma amostra cilíndrica de gesso Depois que a amostra for preparada, ela será com 0,5 cm de espessura e 10 cm de diâmetro, colocada em um molde com formato de tronco são feitos cortes na pasta e observa-se o de cone e o operador deverá deixar a agulha instante em que esses cortes não mais se vicat penetrar na mesma. Quando a agulha fecham, momento que corresponde ao início de estacionar a 1 mm da base do molde, é pega. deve marcado o início de pega, e no instante em que pressionar seu dedo sobre a amostra e, quando a agulha não mais penetrar na pasta, deixando verificar que sua impressão digital não mais apenas uma leve impressão sobre ela, é aparece no material, é marcado o final da pega caracterizado o final de pega (ABNT, 1991). (ANTUNES, 1999). Essa norma é largamente Esta utilizada em indústrias de todo o mundo trabalhosa, devido à sua facilidade de execução, entretanto conhecimento prévio da norma NBR 5734 e ela apresenta uma grande imprecisão, pois é necessita da realização de um teste de muito dependente da subjetividade do operador consistência normal antes do teste de pega. Ela na Outra também é uma técnica invasiva e, além disso, um seus resultados diferem dos obtidos pelas a técnicas DIN e de calorimetria, pois, por esta • Na sequência, interpretação desvantagem procedimento é o dos o fato invasivo avaliador resultados. de para utilizar realizar caracterização do material; norma constitui pois uma exige do metodologia operador o técnica, o início de pega é sempre marcado NBR 12128: primeiramente, deve ser antes e o final de pega é sempre marcado mensurada uma quantidade de, no mínimo, 3 depois em comparação com as outras duas kg de gesso, e passá-la por uma peneira de 2 (ANTUNES e JOHN, 2000); • mm com o auxílio de um pincel. Na sequência, • Testes calorimétricos: nesta técnica, a deve ser realizado o teste de consistência amostra, após o preparo, deve ser acomodada normal (TCN) para determinar a relação em um recipiente hermético (calorimetria água/gesso adequada a ser utilizada no adiabática) ou semi-hermético (calorimetria teste do tempo de pega. Após a execução pseudoadiabática) (HINCAPIE; CINCOTTO, do TCN deve-se preparar uma nova 1997), de modo que a variação d sua amostra, utilizando a relação água/gesso temperatura seja monitorada ao longo do 109 Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 tempo, pois como visto anteriormente, a altera. O acompanhamento desse fenômeno ao hidratação do gesso é um processo exotérmico. longo do tempo dá origem a uma curva Após o término da reação uma curva característica de transmitância. Essa nova calorimétrica é obtida, sendo que, por ela, o metodologia início de pega é o instante em que a velocidade facilmente utilizável, além de apresentar baixo de incremento de temperatura se torna maior custo de montagem, não ser invasiva e -1 se mostrou reprodutível e que 0,1°C.min , e o final de pega é o momento proporcionar um processo de coleta de dados em que a temperatura máxima é atingida automatizado. (RIDGE, 1959). Essa técnica possui duas qualidades, o presente trabalho trouxe a desvantagens principais: (i) necessita da proposta de utilizar essa nova técnica, chamada utilização de um ambiente hermético ou de SATEG (Sistema de Avaliação do Tempo pseudo-hermético (HINCAPIE; CINCOTTO, de Enrijecimento do Gesso), para estudar os 1997) e (ii) também é uma técnica invasiva; efeitos provocados por modificadores de pega • Monitoramento de resistividade e/ou condutividade: essa metodologia usa no Diante de tantas processo de cristalização microestrutura do gesso. Para boas e na tanto, equipamentos específicos para medição de primeiramente foram estudados os efeitos resistência por causados pela variação da quantidade de água exemplo, o condutivímetro Metrohm 660 utilizada no preparo da amostra e, em seguida, usado por Badens et al. em trabalho realizado foi observado o efeito da utilização de um em 1999. Esta técnica também gera uma curva, aditivo acelerador de pega, o sulfato de mas não existe ainda uma definição de quais potássio (K2SO4), em diferentes concentrações. ou condutividade, como são os instantes correspondentes ao início e ao final de pega. Ela também é invasiva e MATERIAIS E MÉTODOS costuma ser onerosa em comparação com as O estudo da hidratação do hemidrato foi demais. Ferraz et al. em trabalho desenvolvido em realizado 2009, propuseram uma metodologia inovadora desenvolvido por Ferraz et al. (2009), o para caracterizar a hidratação do hemidrato. SATEG. Para ajudar a explicar os resultados Nessa nova técnica a amostra, após o preparo, obtidos pela análise de transmitância óptica, deve ser colocada em um recipiente circular de foram realizadas algumas micrografias, testes vidro e, em seguida, inserida numa caixa de de resistência mecânica à compressão e medição, de cálculos de densidade e porosidade geométrica. intensidade constante incide sobre a mesma. Para obtenção das micrografias foi utilizado Conforme a cristalização do gesso evolui, a um Microscópio Eletrônico de Varredura intensidade do sinal óptico que atravessa a JEOL – JSM 5900, e para execução dos testes pasta, ou seja, sua transmitância óptica se de resistência mecânica foi utilizada uma na qual radiação óptica utilizando o equipamento 110 Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 Máquina Universal de Ensaios DL-10000 da EMIC. O procedimento utilizado no preparo de 12128 (ABNT, 1991). RESULTADOS E DISCUSSÕES 4500 Parâmetro de transmitância todas as amostras foi o sugerido pela NBR Curva A: gesso não desidratado Curva B: gesso desidratado 5000 Curva B 4000 3500 3000 2500 Curva A 2000 1500 1000 500 Durante a realização dos primeiros testes foram observadas alterações nas curvas de 0 0 10 20 30 40 50 60 70 Tempo (min) Figura 1 – Comparação entre os resultados obtidos transmitância óptica de amostras preparadas para análise de transmitância óptica antes e depois utilizando-se os mesmos parâmetros (razão da adoção do procedimento de desidratação do água/gesso hemidrato e concentração de aditivos). Através de observações experimentais foi Fonte: FARIAS et al., 2014. constatado que tais alterações estavam sendo provocadas pela variação do teor de umidade A análise da Figura 1 mostra que a no pó de hemidrato utilizado na preparação das absorção de humidade pelo hemidrato tanto pastas. Para mitigar os efeitos oriundos da acelera o processo de hidratação, quanto absorção um modifica a forma da curva de transmitância procedimento de desidratação foi adotado, óptica. Essa mudança no formato da curva de consistindo em: transmitância • de umidade pelo gesso, Desidratar o gesso na estufa durante 8 Armazenar o pó provavelmente com alterações morfologia/organização horas a uma temperatura de 100°C; • relacionada óptica desidratado em dessecador sob vácuo até o momento da dihidrato e, dos cristais consequentemente, está na de nas propriedades mecânicas do material. A adoção do procedimento de desidratação preparação da amostra. A eficácia do procedimento de desidratação tornou os resultados mais reprodutíveis, pode ser verificada através da análise da Figura possibilitando a obtenção de curvas muito 1, que mostra os resultados obtidos para os semelhantes para amostras preparadas com o monitoramentos de transmitância óptica de mesmos parâmetros, como mostra a Figura 2, duas amostras de gesso, uma submetida ao que traz três curvas de transmitância óptica procedimento obtidas para pastas de gesso preparadas de desidratação vermelha) e a outra não (curva preta). (curva utilizando razão água/gesso igual a 0,8. 111 Parâmetro de transmitância Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 6000 A análise da Figura 3 mostra que ocorreram 5500 alterações tanto na duração do processo quanto 5000 no formato da curva. Com o intuito de 4500 investigar se as mudanças na forma da curva 4000 estavam relacionadas 3500 3000 com alterações na morfologia do material, foram realizadas 2500 micrografias 2000 em amostras de dihidrato preparadas com diferentes razões água/gesso. 1500 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (min) Figura 2 – Curvas de transmitância óptica obtidas para três amostras de gesso puro contendo razão água/gesso 0,8 Além disso, foram feitos testes de resistência mecânica à compressão e cálculos de densidade e porosidade geométrica em corpos de prova confeccionados utilizando as mesmas Fonte: FARIAS et al., 2014. razões Uma vez que a interferência causada devido à absorção de umidade pelo hemidrato água/gesso. micrografias podem Os resultados das ser observados nas Figuras 4, 5 e 6. foi mitigada, deu-se início a etapa de caracterização do processo de cristalização do gesso. Primeiramente foram obtidas as curvas de transmitância óptica para pastas de gesso contendo diferentes razões água/gesso, como mostra a Figura 3. 5000 Razao Razao Razao Razao Razao Parâmetro de transmitância 4500 4000 3500 AG AG AG AG AG = 0,9 = 0,8 = 0,7 = 0,6 = 0,5 Figura 4 – Microscopia eletrônica de varredura 3000 2500 realizada em amostra de gesso puro com relação 2000 1500 água/gesso 0,7 1000 Fonte: FARIAS et al., 2014. 500 0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tempo (min) Figura 3 – Curvas de transmitância óptica obtidas para amostras de gesso puro contendo diferentes razões água/gesso Fonte: FARIAS et al., 2014. 112 Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 observações foram comprovadas através da determinação da densidade e porosidade geométrica (Figuras 7 e 8). 1,25 1,20 Figura 5 – Microscopia eletrônica de varredura Densidade (Kg/m³) 1,15 1,10 1,05 1,00 0,95 0,90 realizada em amostra de gesso puro com razão 0,85 água/gesso 0,5 0,80 Fonte: FARIAS et al., 2014. 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 Razão água/gesso Figura 7 – Densidade de amostras de gesso preparadas com diferentes razões água/gesso Fonte: FARIAS et al., 2014. 0,0070 0,0068 Porosidade (%) 0,0066 0,0064 0,0062 0,0060 0,0058 0,0056 Figura 6 – Microscopia eletrônica de varredura realizada em amostra de gesso puro com razão água/gesso 0,9 Fonte: FARIAS et al., 2014. A análise das Figuras 4 a 6 mostra a estrutura cristalina, composta por cristais desorganizados, do dihidrato. Pode-se observar que o aumento da relação água/gesso torna os cristais mais largos. Consequentemente, os espaços vazios (poros) existentes no material também aumentam de dimensões, o que 0,0054 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 Razão água/gesso Figura 8 – Porosidade de amostras de gesso preparadas com diferentes razões água/gesso Fonte: FARIAS et al., 2014. Da mesma forma, o aumento da razão água/gesso deve diminuir a resistência à compressão do material, pois o aumento dos poros facilita o deslizamento dos cristais quando estes são submetidos a uma carga mecânica. Este resultado pode ser observado no gráfico da Figura 9. contribui para a elevação da porosidade e redução a densidade do material. Essas 113 Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 aumentarem a solubilidade do hemidrato, antecipando o início da hidratação e elevando a Tensão máxima (MPa) 5 taxa de formação dos cristais (ANTUNES e 4 JOHN, 2000). Neste caso, porém, o formato da 3 curva praticamente não se alterou, tendo sido observado apenas o aceleramento do processo 2 com o aumento da quantidade de sulfato. 1 0,5 0,6 0,7 0,8 Logo, a morfologia do material não deve ter 0,9 Razão água/gesso Figura 9 – Resistência à compressão de amostras de gesso preparadas com diferentes razões água/gesso sido alterada consideravelmente, o que é comprovado pela Figura 11, que mostra a microscopia de uma amostra de gesso preparada com razão água/gesso 0,7 e relação Fonte: FARIAS et al., 2014. sulfato de potássio/gesso de 0,005. Após a conclusão da primeira etapa do trabalho, partiu-se para o estudo dos efeitos da adição de aceleradores de pega ao gesso. A Figura 10 mostra os resultados para amostra preparadas com cinco diferentes concentrações de sulfato de potássio. 5500 Parâmetro de transmitância 5000 4500 4000 3500 Figura 11 – Microscopia eletrônica de varredura 3000 realizada em amostra de gesso com razão 2500 água/gesso 0,7 e concentração de sulfato de Puro 0,1% 0,3% 0,5% 1% 2000 1500 1000 potássio de 0,5% 500 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 Fonte: FARIAS et al., 2014. Tempo (min) Figura 10 – Curvas de transmitância óptica obtidas para amostras de gesso contendo diferentes A Figura 11 mostra que a adição de 0,5% concentrações de sulfato de potássio de sulfato de potássio ao gesso praticamente Fonte: FARIAS et al., 2014. não modificou sua morfologia, sendo que a principal alteração observada foi o aumento no da entrelaçamento dos cristais, provocado pela concentração de sulfato de potássio acelerou a elevação da velocidade de hidratação, o que reação de hidratação do gesso. Isso se deve ao contribui para o aumento da resistência Como fato dos era esperado, aditivos o aumento aceleradores de pega 114 Evolvere Science, V. 3, N. 1, 2014 mecânica do material, como mostra a Figura ABNT - Associação Brasileira de Normas 12. Técnicas: Gesso para construção civil: determinação das propriedades físicas da pasta 7 Tensão máxima (MPa) 6 K2SO4 - NBR 12128. Rio de Janeiro, 1991. 5 ANTUNES, R. P. N.: Estudo da influência da 4 cal hidratada nas pastas de gesso. 1999. 134 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de 3 2 GESSO PURO Construção Civil) Engenharia de - Departamento Construção Civil, de Escola 1 Nenhum K2SO4 Aditivo utilizado Figura 12 – Resistência à compressão de amostras com razão água/gesso 0,7 e Politécnica da Universidade de São Paulo, 1999. diferentes concentrações de sulfato de potássio Fonte: FARIAS et al., 2014. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do que foi apresentado, pode-se concluir que o aumento da razão água/gesso utilizada no preparo das amostras gerou uma rede cristalina com cristais maiores e menos resistente mecanicamente, devido ao aumento da porosidade do material. Por outro lado, a adição de sulfato de potássio (acelerador de pega), além de acelerar a reação de hidratação aumentou o entrelaçamento dos cristais de gesso e, consequentemente, a resistência mecânica da rede cristalina. Portanto, tanto a razão água/gesso, quanto a concentração de aditivos modificadores de pega, podem ser variados, com o intuito de modificar o tempo de pega da pasta, às custas de alterações nas propriedades físicas e mecânicas do dihidrato. ANTUNES, R. P. N.; JOHN, V. M. O conceito de tempo útil das pastas de gesso. São Paulo: 2000. (Boletim técnico) ISBN 0103-9830. BADENS, E.; VEESLER, S; BOISTELLE, R: Crystallization hemihydrate of in gypsum presence of form additives. 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