NOTA TÉCNICA A pecuária de leite na Bahia é considerada uma dos setores mais importantes do agronegócio baiano. Os segmentos de produção, industrialização e comercialização de leite e derivados estão presentes em todas as regiões, desempenhando um papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a população. Esse segmento é uma das melhores formas de acrescer renda na agricultura familiar, por não necessitar de grandes áreas para produção a exemplo da bovinocultura de corte. O Estado é o maior produtor de leite no Nordeste, com 911 milhões de litros/ano em 2007, segundo o ANUALPEC, 2008. Essa produção, no entanto, ainda é insuficiente, uma vez que o consumo interno é estimado em 1,5 bilhão de litros/ano. Terceiro rebanho de pecuária de leite do país, sétimo produtor nacional e tendo uma média de produtividade de leite/vaca/dia com 3,5 litros. Necessita de políticas publicas para melhorar a assistência técnica ao agricultor familiar, produtor de leite e principalmente provocar e/ou fomentar o melhoramento genético do rebanho existente, através da técnica prática e viável de inseminação artificial, para no mínimo, dobrar a produtividade do leite produzido por vaca/dia. O aumento da competitividade do segmento do leite na Bahia está condicionado a diversos fatores como: melhoria da capacitação tecnológica e gerencial dos produtores e laticinistas locais; melhoria da qualidade do rebanho leiteiro; incentivo ao associativismo, principalmente como uma estratégia de sobrevivência para os pequenos pecuaristas; melhoria da gestão da cadeia de refrigerados; estabelecimento de um padrão de qualidade para os produtos regionais derivados do leite, conforme legislação específica estabelecida pelos órgãos de fiscalização; implantação de políticas efetivas de defesa comercial; disponibilidade de crédito, entre outros. Apesar das dificuldades descritas, deve-se salientar que a Bahia é o principal mercado consumidor do Nordeste, aliado ao fato da sua localização privilegiada, que pode possibilitar o acesso a outros Estados da região. As principais bacias leiteiras do Estado da Bahia estão localizadas nos Territórios de Identidade do Extremo Sul, Itapetinga, Litoral Sul, Médio Rio de Contas, Portal do Sertão e Vitória da Conquista. Os demais Territórios também produzem, mas, pela falta de especialização, a oferta é bastante irregular com produção elevada durante as chuvas e reduzida produção no período de estiagem. Além desses Territórios, em que existe tradição de exploração pecuária, deve-se examinar a possibilidade de estimular a produção em outras áreas, especificamente na região da caatinga, através da introdução de métodos e técnicas modernas e implantação de programas a/ou projetos de reserva estratégica de alimentação para os períodos de estiagem prolongada. Nessa perspectiva, o efetivo aproveitamento das oportunidades de quase-integração na cadeia produtiva leiteira e de laticínios pressupõe o desenvolvimento no Estado de uma pecuária moderna, funcionando de forma integrada à indústria. 1 Nos diversos segmentos da agroindústria de leite e laticínios, a produção baiana é menor do que as necessidades de consumo do Estado. Essa afirmação é válida, inclusive, para produtos como o leite tipos UHT, B, C e o leite em pó, cujo consumo, em grande parte, é suprido pela produção de outros Estados, gerando grande ociosidade no parque industrial instalado. Quanto aos derivados de maior valor agregado, a produção local é ainda pequena. O comportamento dos preços pagos ao produtor tem influenciado negativamente o setor, a elevação de preços pagos ao produtor no âmbito nacional no ultimo ano, aqueceu a cadeia de produção de leite no Brasil. Posteriormente, o litro de leite teve uma redução significativa de R$ 0,70 para R$ 0,40 centavos por litro produzido desestimulando a produção. Na Bahia, 80% dos produtores de leite são classificados como pequenos e a grande dispersão territorial dos estabelecimentos, aliada à precariedade dos meios de transporte, resultam em altas perdas e custo de frete elevado. Outras carências, como a insuficiência e a baixa qualidade da alimentação do gado, manejo sanitário inadequado, baixo padrão genético, longo intervalo entre partos, induzem o reduzido rendimento médio do rebanho. A instalação dessa Câmara Setorial vem responder ao segmento lácteo no Estado, dando prosseguimento ao levantamento das demandas do setor e a possibilidade da discussão e da implantação de uma política especifica para a Cadeia do Leite. Fonte: Secretaria da Agricultura do Estado da Bahia - SEAGRI 2