CRISTANDADE BRANCA UNIVERSAL DECOD – Departamento de Comunicação Doutrinária. Experiências de um Leigo – carta 0029 QUANTO MAIS SE REZA, MAIS ASSOMBRAÇÃO APARECE Carta 0029 Meus filho, tens paciência. A calma é a mãe da serenidade e do equilíbrio. Tempo virá que a ti serão esclarecidas todas as suas dúvidas. Caminha e busca ter confiança em ti mesmo. Verás que a dor não é tua inimiga e sim, tua companheira a te conduzir pelos caminhos do burilamento e da perfeição. Agora descansas o teu espírito e traga a tua alma a tranquilidade que ela precisa, para ir compondo ao longo da tua estrada, essa doce poesia universal. Saiba compreender a tua missão, pois, desta compreensão, nascerá o teu sacerdócio humano e vívido, edificado pelas tuas dores e experiências colhidas no caminho da tua evolução. Pai Ananias da Cachoeira O dia tinha sido muito corrido. Na escola o clima estava um pouco tenso e isso nos colocava em situação incômoda e insegura quanto ao trabalho diário. Além disso, eu já chegava ao meu limite com relação às visões. Elas chegaram ao meu trabalho físico e começava a me trazer complicações. Nessa época eu era diretor administrativo de uma escola de primeiro grau que funcionava os três turnos. O que eu fazia? Tudo: desde abrir as salas, até a folha de pagamento de mais de quatrocentos funcionários. Mas me virava. O salário valia a troca naquele momento: o juízo pelo dinheiro... Após problemas de toda ordem, naquele dia, despedi-me da minha turma de amigos funcionários e me dirigi para casa. Saindo ali, fui tomado pelos pensamentos de sempre. A minha mediunidade. Então ia pensando: Assim como os suvenires não me protegeram, a prisão que eu assumira não resolvera, o trabalho na Estrela Candente também não, o que mais poderia fazer? Os carros quebrados, os cavaleiros, aquela cidade que eu vira, dias atrás na mesa evangélica era a prova real das minhas contradições e dos meus desequilíbrios, que agora, não vinham mais das dúvidas e das visões, mas da minha teimosia e do meu despreparo. Eu estava num desajuste completo e já me entregando ao desespero. Sim, tudo que eu sabia que podia me ajudar não dava certo. Eu estava, definitivamente, sem escolha... Ao final da jornada daquele dia, resolvi passar na casa de Sonia e Batista, para tomar um café e conversarmos um pouco, afinal somente eles dois sabiam de tudo isso, de toda essa loucura que eu vivia. Seria bom para me desfazer também das tensões daquele dia tão exaustivo. Entretanto, quando lá cheguei, o quadro era bem diferente do que eu esperava encontrar. Parecia que quanto mais eu rezava mais assombração me aparecia. Ela e Batista estavam desesperados. O irmão dele havia passado lá e saiu para à casa da ex-mulher, em estado de ira, de possessão, prometendo matá-la a qualquer custo. Separados, ela vivia com outro homem e ele não aceitara ainda aquela situação. Senti um frio na coluna quando Batista me disse que ele havia 1 CRISTANDADE BRANCA UNIVERSAL DECOD – Departamento de Comunicação Doutrinária. Experiências de um Leigo – carta 0029 bebido e estava armado. Então pela primeira vez pedi a Pai Ananias que me ajudasse a evitar aquele provável assassinato. Imediatamente fechei os olhos e tentei imaginar onde ele podia estar, que caminho ele havia percorrido. Não tivemos dúvidas: chamei Batista e disse que tinha visto ele. Pegamos o carro, em direção à quadra dois, pois era ali que ela morava. Entretanto, aquela parte da cidade é muito grande e cheia de ruas, sendo a maior quadra de casas de Sobradinho. Como encontrá-lo? Era, de fato, uma missão difícil. Então me guiei mais pela minha intuição e o desejo de encontrá-lo do que por qualquer outra coisa. De fato eu o tinha visto. Ele andava rapidamente por uma rua um pouco larga, mas eu não acreditava em mim... Eu dirigia o carro sem prestar muita atenção no percurso, e sim olhando, tentando identificar a rua que tinha visto. Meu pensamento estava em Pai Ananias. Entrávamos e saíamos ‘costurando’ becos e ruas. Quando olhei adiante, estava na rua que há poucos minutos eu tinha visto por outra visão: a espiritual. Caminhamos lentamente por ela. A cada minuto que andávamos, mais ficávamos nervosos e agitados, especialmente Batista. Em dado momento, já sem esperanças e movido pelo desespero, pedi a Pai Ananias que se ele fosse mesmo um iluminado, que se quisesse mesmo me ajudar, que me desse uma prova naquele momento; que me intuísse, que me ajudasse a encontrá-lo e impedir aquela tragédia que se fazia eminente. Batista se mostrava muito nervoso e inquieto. Eu dirigia e ele procurava também por onde passávamos. Continuamos andando e fiz uma manobra voltando e entrando numa outra ruazinha menor, quando olhamos para frente lá estava ele, realmente possesso de raiva. Parei o carro do lado dele e o fizemos entrar no veículo. Então partimos dali de volta para casa... Essa foi uma das primeiras provas reais que eu tive. Depois daquela experiência eu percebi que ele não era quem eu pensava: um obsessor. Ele era do bem, pois, havia me ajudado naquela hora tão difícil. Em vez de enxotá-lo, agradeci a ele por me auxiliar. Sim, ali haveria uma provável tragédia e ele nos ajudara a impedir tudo aquilo. Se não fosse ele, não saberíamos o que ocorreria no fim daquela calma tarde de janeiro. Assim ele me preparava para alguma coisa que eu não sabia. Tudo passou, e depois, quando todos já estavam mais calmos vi novamente um perfil negro, desta vez a sorrir. Ele disse que finalmente eu acreditara em algo que ele dizia e rapidamente desapareceu. Foi embora, se despedindo com um ‘salve Deus’. 2 CRISTANDADE BRANCA UNIVERSAL DECOD – Departamento de Comunicação Doutrinária. Experiências de um Leigo – carta 0029 3