Edição nº 29
Quanto mais te mordo, mais
eu gosto de ti!
A agressão é o problema que os cães mais frequentemente
apresentam nas consultas de comportamento animal.
No entanto, numa primeira abordagem não é a
agressividade por dominância que surge como seu exemplo
na mente das
pessoas.
A maior parte
dos
cães
é
submisso
em
relação
às
pessoas de uma
forma inata e
este
comportamento
é
reforçado
pelas diferentes
formas de treino, mas alguns cães desafiam este papel de
liderança do homem e não aceitam o facto de não serem
eles os dominantes. No entanto, nem todos os cães
dominantes são agressivos e a palavra dominante não deve
ser utilizada para descrever um cão simplesmente confiante
e “pedinchão” e que se quer afirmar.
A agressividade por dominância define-se como uma
agressão anormal dirigida para as pessoas com as quais o
animal se relaciona directamente, ou seja, a família onde
está inserido ou as pessoas com quem partilha momentos
do seu dia-a-dia.
Habitualmente, nem todos os membros da família são
vitimados da mesma forma pelos cães dominantes: ou a
agressão é dirigida contra o membro mais permissivo,
porque o cão sabe que este não vai reagir contra ele, ou a
agressão é dirigida para o membro mais firme, porque o
cão prefere desafiar quem lhe disputa a liderança e acha
que não vale a pena ser agressivo para os outros que já lhe
são “subordinados”. Alguns cães reagem agressivamente
es
em relação às crianças porque estas se encontram ao
mesmo nível ocular que os cães e o seu olhar directo é
considerado como uma ameaça. Visitantes que já
adquiriram um “estatuto familiar” na mente do cão também
podem ser os alvos, e o exemplo típico é o cão que solicita
festas, aceita-as e depois morde a mão dessa pessoa quando
ela a retira.
De uma maneira geral, a agressividade por dominância
desenvolve-se na maturidade sexual (dos 18 aos 24 meses
de idade), com os machos inteiros a apresentarem mais
frequentemente este comportamento do que as fêmeas e os
machos castrados. Situações possíveis de desencadear este
comportamento incluem:
- Passar por cima, debruçar-se sobre ou pegar no cão ao
colo
- Rolar o cão sobre as costas
- Empurrar o cão da cama, do sofá ou da mobília
- Colocar e/ou retirar a trela e/ou o açaime
- Olhar fixamente para o cão
- Limpar as orelhas, dar banho ou cortar as unhas
- Perturbar o cão quando este está a dormir
- Mexer na sua comida
- Corrigir verbal ou fisicamente o cão
- Fazer festas, tocar e/ou abraçar o cão
- Brincar de maneira agressiva com o cão.
Descrições características por parte dos donos de animais
com agressividade por dominância de episódios de
agressão são: “o cão atacou de forma repentina e sem
qualquer provocação”, ele apresentava um olhar esquisito
ou esgazeado” e “parecia que não sabia o que estava a
fazer”.
Também
referem que o
cão se torna
amigável
e
tenta “fazer as
pazes”
imediatamente
após o ataque
agressivo,
o
que suporta a
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constatação de que grande parte destes cães é amistoso
entre situações de confronto, podendo a agressão por
dominância ser muitas vezes uma manifestação de
ansiedade subjacente, sendo o comportamento agressivo
usado como uma constante procura de atenção. Como toda
a terapia comportamental, o tratamento deste tipo de
agressividade é algo complicado e exige um
comprometimento sério por parte dos donos durante todas
a fases do mesmo. Para além disso, os donos devem ser
instruídos para o facto de não existir nenhuma garantia de
que o comportamento agressivo seja completamente
eliminado. Uma melhoria significa que o número de
acontecimentos agressivos activos e passivos diminuiu, que
estes são menos intensos, é mais fácil de interromper e que
as mudanças estão associadas a um aumento no
comportamento amistoso do animal. Recaídas são comuns
nos casos em que os proprietários acreditam
que após uma terapia de
sucesso os seus animais
estão curados, pois estes
necessitam
de
ser
relembrados do seu
local na hierarquia.
O
programa
de
modificação
comportamental
consiste em encorajar o
cão a deferir em relação
aos donos, fazendo com
que
todos
os
comportamentos indesejáveis não sejam recompensados e
envolvendo recompensa espontânea sempre que o cão
exibe um comportamento correcto. Tem como base o treino
de obediência básico que qualquer cão, independentemente
do seu tamanho, idade ou raça, devia saber executar
quando lhe fosse ordenado por qualquer membro da
família. Assim são dados comandos como “senta” ou “fica”
durante alguns segundos e sempre que o cão obedecer deve
ser elogiado e recompensado com festas, comida, etc.
Sempre que o cão realiza estas acções elas são o
equivalente na linguagem canina a dizer “por favor” e
nesta fase o cão está pronto para se lhe ensinar a
deferência.
es
O treino de obediência deve ser repetido regularmente uma
ou duas vezes ao dia, em sessões de 5 a 10 minutos que
deverão ser alegres e descontraídas e executadas por todos
os membros da família (com monitorização das crianças
por um adulto).
“Não metas o nariz onde não
és chamado”
Os animais domésticos, e em especial o cão, são muito
curiosos, sendo frequentemente vítimas do seu
comportamento. Muitas das vezes nos seus passeios
diários, cheiram plantas e insectos, que acabam por lamber
e mesmo tentar comer, estando sujeitos a intoxicações
potencialmente fatais.
A lagarta dos pinheiros – o inimigo do cão
curioso
A lagarta do pinheiro, designada também como
processionária,
denomina-se
como
Thaumetopoa
pityocampa é hoje em dia a praga mais destrutiva para o
pinheiro a seguir aos incêndios florestais. Para além de
provocarem danos nas árvores, podem também originar
graves problemas de saúde público, sendo os principais
alvos as crianças e os cães.
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Para os proprietários curiosos:
O ciclo de vida da processionária do pinheiro inclui duas
fases: a fase aérea e a fase subterrânea. A fase aérea na
copa do pinheiro (hospedeiro), inclui a postura e o
desenvolvimento larvar e a fase subterrânea inclui a prépupação, pupação e desenvolvimento do adulto. A
passagem de uma fase à outra verifica-se entre Fevereiro e
Maio com a migração colectiva das lagartas, que
abandonam os pinheiros em procissão (daí o seu nome)
para se enterrarem no solo a alguns centímetros de
profundidade (15 a 20 cm).
A fase aérea inicia-se em Junho prolongando-se até Agosto
com a emergência dos adultos e posterior acasalamento. As
fêmeas, depois de fecundadas procuram o local mais
adequado para a postura.
Em meados de Setembro, e uma vez completo o
desenvolvimento embrionário, nascem as lagartas. As
lagartas abandonam os ninhos a partir do crepúsculo para
se alimentarem durante a noite, ficando presas por um fio
sedoso que lhes permite regressaram ao ninho. Estas
lagartas possuem um aparelho defensivo composto por 8
receptáculos com cerca de 120 000 pêlos urticantes.
Quando a lagarta se move abre estes receptáculos
libertando milhares destes pêlos e aumentando a possibilidade de intoxicação de um animal ou pessoa que entre em
contacto com eles.
es
Estes pêlos funcionam como finas agulhas, através das
quais a taumatopoína (uma haloproteína que causa
libertação de histamina, acetilcolina e outras proteínas com
a consequente necrose dos tecidos) é injectada na pele ou
mucosas. Não sendo por isto fundamental um contacto
directo entre a larva e o animal para este último ser
afectado, pelo que o simples acto de farejar as
processionárias pode causar danos ao animal. A principal
via de contacto dos cães com a processionária é cutânea,
podendo ser também digestiva e ocular.
No cão, os lábios, a mucosa oral e a língua são as partes do
corpo mais afectadas. Os sintomas vão desde apatia, falta
de apetite ou dificuldade na preensão dos alimentos
(devido à necrose da língua), edema da face (focinho
“inchado”), prurido facial intenso, ulceração da ponta da
língua (língua preta ou com aspecto queimado), glossite,
hipersalivação, “olho azul” (edema da córnea), fobia à luz,
prurido ocular, etc.
Caso tenha pinhais nas redondezas de sua casa ou leve o
seu cão a passear diariamente para uma zona com
pinheiros, fique atento se o seu animal ficar doente na
sequência de um passeio em que se cruzaram com as
lagartas
de
pinheiro, não hesite
em
levá-lo
de
imediato
ao
Veterinário.
A intoxicação por
processionária
assume um carácter
sazonal, dependente
do clima da região,
verificando-se uma
maior percentagem
de casos durante a
Primavera e Verão.
Se
encontrar
procissões
de
lagartas de pinheiro
perto de casa ou do
local onde habitualmente o seu cão passeia, deve destruilas para evitar uma possível intoxicação.
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es
Na fase de procissão a forma mecânica é, não só a única,
como a mais eficaz de destruir as processionárias, deve
juntá-las com o auxílio de uma pá e depois queimá-las ou
esmaguá-las (também com auxilio de um utensílio para o
efeito), este procedimento deve ser feito com cuidado para
evitar que elas libertem os pêlos urticantes.
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Brevemente vai decorrer nas instalações do Centro
de Serviços Veterinários Montenegro no Porto
Probióticos
Curso Teórico-Prático
Férias! Para nós é uma situação de bem-estar, mas para os
nossos amigos pode representar algum stress… Viagens de
carro, estadia em hotéis para cães e gatos, ficar em casa de
um familiar, comer uns “petiscos” com os donos!… tudo
são alterações na rotina dos animais de companhia que
podem provocar distúrbios gastrointestinais. Todos
sabemos que em situações de stress podem ocorrer
diarreias. E porquê?? O stress vai provocar alterações ao
nível da microflora intestinal, o que provoca um
desequilíbrio entre as bactérias “boas” e as “más”. Este
desequilíbrio tem como consequência o aparecimento de
diarreia. Como podemos evitar este desequilíbrio? Através
da administração de um probiótico (bactéria benéfica)
diariamente ao seu cão e/ou gato. Purina Veterinary Diets
® FortiFlora® é o único suplemento nutricional que
contém a bactéria benéfica Enterococcus faecium SF68,
provado que é eficaz em cães e gatos. E é muito fácil de
administrar, uma vez que basta uma vez ao dia espalhar o
conteúdo de uma saqueta sobre o alimento do seu cão ou
gato. Extremamente palatável, para além de o ver comer
com grande satisfação vai estar a evitar os distúrbios
gastrointestinais que poderão surgir nesta fase de alteração
da sua rotina!
Cirurgia de Tecidos Moles
1 e 2 de Outubro
Ana Mimoso - Veterinary Services Technical Manager
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