CMCA 2011
Conselho Mundial das Casas dos Açores
Casa dos Açores do Rio de Janeiro, 11 de setembro de 2011.
Ata do 1º dia de Reunião do CMCA 2011
O Conselho Mundial das Casas dos Açores, a decorrer no Rio de Janeiro, com a presença dos
Representantes das Casas e Diretora Regional das Comunidades, Graça Castanho, é agora composto
por 13 Casas, após aceitação, por unanimidade, da candidatura apresentada pela única associação
cultural (Los Azorenos) que, no Uruguai, promove, há 47 anos, as questões da açorianidade. Dada a
qualidade do trabalho desenvolvido por esta associação e o empenho e profissionalismo com que
desejam continuar, os Conselheiros votaram favoravelmente pela integração da mesma tendo a sua
designação passado a ser Casa dos Açores do Uruguai – Los Azorenos.
Na ocasião, o Presidente da Casa dos Açores do Rio de Janeiro, Sr. António Toste deu os parabéns à
nova Casa e referiu que a inclusão da mesma é da máxima importância porque contribuirá para a
riqueza e expansão do Conselho Mundial das Casas dos Açores, reforçando a presença açoriana em
mais um país estrangeiro. De posse da palavra, a Diretora Regional das Comunidades congratulou o
Conselho Mundial das Casas dos Açores, lembrando que a inclusão “para além de ser merecida era o
garante da continuidade da promoção da matriz cultural açoriana num país que, em 2013, irá
comemorar 250 anos de povoamento açoriano”.
A chegada de famílias açorianas, provenientes do Brasil, ao espaço que hoje é o Uruguai, e a criação
de municípios marcadamente de cariz açoriano em território espanhol, constituiu um fenómeno
ameaçador, na época, para Espanha. Hoje, vivendo pacificamente com todos os uruguaios, as
comunidades açorianas mantêm orgulhosamente as suas raízes e desejam aprofundar o
conhecimento das ilhas e estreitar relações com toda a diáspora açoriana.
Na altura, Graça Castanho, teve a oportunidade de entregar à Presidente de Los Azorenos a insígnia
de mérito atribuída pela Assembleia Legislativa Regional, a qual não foi recebida no decorrer das
recentes comemorações do Dia dos Açores, uma vez que a Presidente de Los Azorenos ficou
impossibilitada de sair do Uruguai devido às cinzas vulcânicas que assolaram o país. Para além da
insígnia, Graça Castanho entregou à nova Casa dos Açores do Uruguai – Los Azorenos um conjunto
de doze trajes de folclore, oferecidos pela Criaçores – Associação de Artesãos da ilha de S. Miguel e
pela Sra. Jorgina Borges.
Seguiram-se a divulgação das personalidades a serem distinguidas com a medalha de honra ao
mérito do CMCA 2011:
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Dr. Orlando dos Santos Diniz (personalidade)
Sr. António da Silva Rezende (medalha póstuma)
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Conselho Mundial das Casas dos Açores
Foi realizada também a divulgação do “Produto Açoriano de
Qualidade” BORDADO REGIONAL DE S. Miguel (Açores),
Produto da Criaçores – Associação de Artesãos de S. Miguel,
distinguido com o Título de “Produto Açoriano de Qualidade”
pelo CMCA – 2011.
Este bordado tradicional, típico da ilha de S. Miguel, Açores,
foi criado no século XX. Tornou-se conhecido em Lisboa por
ocasião de uma grande exposição de indústrias Açorianas,
pela mão de uma Senhora da família Bensaúde que, entre
1925 e 1930, impulsionou este tipo de bordado com o
objetivo de dar pão a ganhar às mulheres do povo que
atravessavam uma crise financeira grave por falta de trabalho.
Foi para aproveitar a grande habilidade para trabalhos de mãos, que as bordadeiras já haviam
evidenciado noutras manifestações de artesanato local, que a Sra. Bensaúde se lembrou de
transformar os motivos azuis das loiças da China, em bordado, adaptando-o em efeito estilizado,
com tons semelhantes às peças de loiça. O ponto escolhido foi o de MATIZ e a cor azul faiança em
dois tons, escuro e médio (DMC nº 797 e 799; âncora nº 508 e 510). Como remate foi escolhido o
ponto de recorte em curvas baixas, viradas para o interior, com a base do ponto acompanhado das
curvas e feito na dobra do tecido virada do avesso, sendo o tecido excedente aparado.
Presentemente, e pela dificuldade que esta forma de rematar manifestava, adoptou-se o recorte em
curvas arredondadas para fora e que em nada desvaloriza o produto final. Hoje este tipo de
artesanato da ilha de S. Miguel é internacionalmente conhecido e é um dos nossos cartões de visita,
constituindo-se como o único produto verdadeiramente genuíno das ilhas, considerando que todas
as outras formas e técnicas de artesanato foram importadas de Portugal Continental e de outras
partes do mundo.
A Criaçores – Associação de Artesãos da Ilha de S. Miguel, acérrima defensora do artesanato
tradicional, tem promovido, nos Açores e além-fronteiras, o BORDADO REGIONAL DE S. MIGUEL,
tendo sido responsáveis pela execução dos bordados expostos no CMCA as associadas da Criaçores
Vanda Amaral e Venilde Amaral, também proprietárias da empresa Mário dos Reis Rodrigo.
Logo após, o CMCA apreciou a candidatura da Associação Los Azorenos – Uruguai. Posto a votação,
foi aceita por aclamação e unanimidade a entrada no conselho do nosso mais novo membro – a Casa
dos Açores do Uruguai – Los Azorenos. Continuando foram feitas as intervenções livres das Casas dos
Açores, respeitando por ordem de antiguidade cada apresentação.
Finalizando, a comitiva foi recepcionada no Palácio São Clemente pelo Cônsul Geral de Portugal no
Rio de Janeiro, Dr. António de Almeida Lima, seguido de um porto de honra.
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