PROPOSTA ALTERNATIVA PARA ELIMINAÇÃO DO FOSSO
Pedro Miguel Rosado da Silva
Sócio 13981
Proposta alternativa para eliminação do fosso
Exmos. Senhores
Antes de mais queria dar os parabéns pelo vosso esforço e disponibilidade para
fazer o Sporting retornar a um rumo condizente com a sua história.
Como vosso apoiante tomo a liberdade de propor alternativas à opção
apresentada de eliminação do fosso existente no Estádio José Alvalade.
Talvez importe referir que estas opções têm por base a minha prática e
experiência profissional de 13 anos em Arquitectura com acção
predominantemente focalizada em espaços cénicos como teatros, auditórios,
cinemas e afins.
Na sessão de esclarecimento dedicada ao tema e apesar de já apresentar
algumas reticencias em relação à exequibilidade total e razoabilidade do que
propunham, optei por não questionar em público de modo a preservar as vossas
opções perante as críticas.
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Sendo conhecido e reconhecido por todos a barreira que constitui o fosso
existente, concordo com a necessidade de rapidamente solucionar este
problema que real e psicologicamente afasta os intervenientes do jogo dos seus
espectadores.
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O projecto apresentado propõe a continuação de filas de cadeiras até aos limites
da plataforma onde se insere o campo.
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Desta intenção surgem-me imediatamente algumas questões:
Problemas com direitos de autor ao se propor uma alteração de projecto
(ainda que admita que qualquer solução o terá).
Problemas do custo envolvido na construção, custo esse mensurável quer
em dinheiro quer em tempo de construção.
Problemas de defesa do beneficio com base no aumento de lotação
dadas as habituais assistências em Alvalade agravado de serem lugares
tradicionalmente pouco procurados em Portugal.
Problemas estéticos, e por isso claramente mais subjectivos, de
agravamento da desproporção entre bancadas A e B.
Problemas de visibilidade, quer das novas filas quer das imediatamente
atrás, agravados com a eventual proposta de rebaixamento do relvado.
Este rebaixamento prejudicaria ainda mais a visibilidade, tornando-a
eventualmente precária em determinados pontos da bancada B.
Problemas com o avanço das bancadas para ainda mais próximo do limite
da cobertura com clara exposição aos agentes atmosféricos ou até além
do limite da cobertura que impedirão a sua categorização como lugar
coberto.
Problemas de acesso automóvel (nomeadamente ambulâncias) ao
relvado e a compatibilização de uma obrigatória rampa com as novas
bancadas.
Problemas com a compatibilização de limitas entre o rectângulo que
forma a plataforma do campo e o conjunto de curvas que formam as
bancadas.
Problemas com segurança e caminhos de evacuação de emergência.
Problemas com a sobrecarga estrutural, com exigências regulamentares
elevadas ditadas pelo o uso.
Problemas com eventual aumento das dificuldades de ventilação da
superfície de relvado.
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Tendo isto em conta, e já com algum pensamento anterior (na realidade desde 6
de Agosto de 2003, altura a partir da qual me tornei presença assídua no
estádio) procurei soluções alternativas com base nestes pressupostos:
Em Alvalade, tradicionalmente, nunca o publico esteve “em cima” do
campo.
O fosso é uma barreira mais psicológica que distancia física.
Tanto se pode aproximar o público dos interveniente como o inverso.
O maior afastamento real é de cerca 11/19m (ao limite do fosso/ao limite
do campo) na central e 7/15 nos topos.
A existência de bancadas curvas (que melhora grandemente o conforto
visual dos espectadores) implica sempre um afastamento destas ao
campo com pontos máximos nos centros dos Topos e Centrais.
São inúmeros os estádios em que isso acontece e não é por isso que a
pressão é menor:
Olímpico de Roma
Mineirão
Arena Amsterdam
Maracanã
Stade de France
Estádio Monumental de Nunez
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Assim sendo proponho duas alternativas que até se poderão complementar no
tempo:
1) Cobrir o fosso com telas tensionadas com imagens alusivas ao
Sporting (ou alternativamente publicidade), possibilitando no imediato a
atenuação visual e psicológica do fosso.
Refira-se que não posso reclamar a paternidade desta opção tendo ela
surgido em discussão num fórum sportinguista por intermédio de um
forista (também vosso apoiante a participante activo na campanha).
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2 Alternativamente, ou complementarmente diria, proponho que se cubra
o fosso ao nível da plataforma do campo com uma estrutura leve (perfis
metálicos e lages colaborantes por exemplo) coberta com pavimento
idêntico ao que circunda o relvado actualmente, relva artificial de baixa
manutenção ou relva natural.
Esta solução permitiria de uma maneira mais simples e rápida eliminar
essa barreira física, visual e acima de tudo psicológica, com:
Menores custos quer económicos quer em tempo de construção.
Menor agravamento de peso na estrutura existente.
Menores exigências estruturais regulamentares.
Menores constrangimentos
regulamentares.
e
adaptações
funcionais
e
Aproximação dos intervenientes às bancadas.
Melhor uso da plataforma onde se encontra o campo com maiores
áreas técnicas para os bancos, maiores áreas de aquecimento de
suplentes, eventualmente maior superfície relvada, maior área
complementar ao campo de jogo, maior espaço para os repórteres
fotográficos e outros agentes, etc.
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Proposta Alternativa
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Comparação de visibilidades e afastamentos.
Corte pela Central – Situação actual.
Corte pela Central – Situação proposta.
Corte pela Central – Situação alternativa.
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Corte pelo Topo – Situação alternativa.
Corte pelo Topo – Situação proposta.
Corte pelo Topo – Situação alternativa.
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Proposta para a solução da constante degradação do relvado.
Complementarmente volto ainda a referir a proposta anteriormente apresentada
de solucionamento de um problema que creio se vai voltar a repetir: a
degradação permanente do relvado do Estádio José Alvalade.
Actualmente o relvado apresenta as condições mínimas aceitáveis para a prática
exigente e exigível de futebol profissional. Esta condição dever-se-á quanto a
mim da conjugação benéfica de vários factores (Climatéricos, intensidade do
uso, etc.). No entanto não é estranho verificar mesmo nestas condições o
desprendimento de partes da superfície do relvado por acção dos seus
utilizadores. Este facto, não sendo tão grave como o verificado há dois anos,
prejudica a prática de futebol, geralmente beneficiando as equipas menos
técnicas e defensivas.
Aceitando que o principal problema do relvado esteja na incapacidade
morfológica do estádio em produzir ventilação suficiente, creio que uma
excelente solução seria a implementação de um sistema subterrâneo de
ventilação e drenagem. Este sistema tem a denominação internacional comum
de FAVVS (Forced Air Ventilation and Vacuum System) podendo ter maiores ou
menores valências consoante as necessidades.
Basicamente, sabendo que a relvado é formado por camadas - simplisticamente,
a camada drenante (cascalho e outras) de várias granulometrias e espessuras a
camada de terra onde estão as raízes e a relva propriamente dita, estende-se na
camada de terra uma rede de tubos perfurados que aliam a capacidade de
acrescentar capacidade drenante à possibilidade de bombear ou extrair ar junto
às raízes. Isto aliado a "medidores" de humidade que possibilitam a correcta
aferição das necessidades de ventilação e rega do relvado.
Acredito ainda que este sistema poderia ser colocado a prazo com
conhecimento totalmente nacional recorrendo a protocolos de colaboração com
universidades e departamentos de investigação locais.
A seguir excertos relevantes sobre o sistema
Nota: Infelizmente não possuo nota das origens das citações.
"…
Under most circumstances these precautions would have been adequate
to ensure good grass growth, but Arup wanted to ensure the very best
pitch possible. A further ventilation system was therefore added, this time
beneath the pitch as for golf courses. At close centres perforated pipes
were laid; these double for pitch drainage and through them air can be
either pumped or sucked. Humidity detectors in the root zone of the turf
show the groundsmen when the pitch is too humid and needs drying out,
or is too dry and requires watering. Another benefit of the system is that air
can be pumped direct to the base of the turf, thereby oxygenating the root
zone and increasing turf growth.
…"
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”…
Almost as important as the playing surface itself is keeping it dry and in
top condition – rain and snow could otherwise require a match to be
postponed, resulting in enormous expense to the club hosting the game.
To this effect, most football grounds in Britain employ under soil heating, a
method witch keeps the pitch from building up puddles or frost from the
inside. While it is not an official requirement, it is financially sound to have
it installed.
There have been occasions where under soil heating's effectiveness has
been questioned, however. The most notable and recent incident
happened in 27 December 2005, when three grounds in the FA Premier
League, supposedly equipped with the system, failed to stop their pitches
being covered in thick snow, which led to the matches being postponed.
The competition organisers subsequently investigated the reasons why
the pitches at the Reebok Stadium, Ewood Park, and St. James' Park
(Bolton Wanderers, Blackburn Rovers and Newcastle United respectively)
were not able to repel the snow.
One of the most advanced drainage structures available for football fields
is the Forced Air Ventilation and Vacuum System (FAVVS). This ducted
vacuum and air pressure system can carry out two operations. First, fresh,
cool air and oxygen for natural growth will be supplied to the crucial area
near the roots of the grass plants. A vacuum phase means that the system
is able to drain any surplus water after heavy rainfall. Combined with a
pop-up, automatic irrigation system and the under soil heating, a good
drainage system ensures the pitch will be kept in optimum conditions for
play.
…”
”…
Construction of Emirates Stadium started in February 2004 by contractors
Sir Robert McAlpine. A year later, John was able to start work on the initial
pipe installation for the under soil heating and the Forced Air Ventilation
and Vacuum System (FAVVS).
This system, developed over many years, is a ducted vacuum and air
pressure system which can carry out two operations. Firstly, cool, fresh air
can be blown into the pitch, supplying additional oxygen to the crucial area
around the roots of the grass plants. This provides aerobic conditions in
which the grass can thrive, and reduces the risk of a black layer forming.
In the vacuum phase, any excess water can be drawn down away from
the surface to reduce the risk of waterlogging during heavy rainfall.
The under soil heating is hot water gas fired, and uses flue gases from the
air system, which makes the closed system 100 per cent energy efficient.
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There will also be a pop-up irrigation system, a dedicated running track
and fully retractable advertising boards around the playing area.
During the spring the base of the pitch and pipework will be covered with
fill material and the whole pitch sealed to eliminate pressure leakage from
the air system.
Layers of drainage material will then be laid, before the specially designed
lower and upper root zones are constructed, using yet another John Hewitt
invention, Fytozone. This incorporates synthetic loose fibres within the
upper root zone material which gives added stability. The surface will then
be stitched with Desso fibres, before overseeding with Advanta’s MM60
seed mixture.
"This will be the Rolls Royce of pitches," says John. "Everything will be in
place to ensure Arsenal always have a top quality surface to play on all
year round." says John.
…
Paul Burgess comments...
"I have been totally involved in the new development from day one, and
have had a great deal of input into how things are being done regarding
the playing surface. The good thing is that everything has been done
correctly — and that is really important if we are to produce the very high
quality we set out to achieve. The Emirates pitch will be very different to
Highbury and will need managing differently. We have a lot to learn. For
instance how to use the new FAVVS system to optimise conditions within
the root zone, and how to use this in conjunction with the lights. If you
have 60,000 people sitting around the pitch, it will never be ideal growing
conditions for grass. What the technology gives us is the ability to supply
light, air and water artificially to mimic natural conditions. This is a really
exciting time for the Club and I am really looking forward to the big move. I
am confident that the playing surface at the new stadium will be even
better than that at Highbury."
…”
Saudações Leoninas
Sporting Sempre
Pedro Miguel Rosado da Silva
Sócio 13981
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